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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Somos obrigados a nos preocupar com quem tem fome



Por Rafael Carneiro Rocha

A seca mais severa dos últimos 60 anos tem afetado países africanos como Somália, Djibouti, Quênia, Uganda e Etiópia. Na última sexta-feira, 26 de agosto, o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para refugiados, Adrian Edwards, lembrou que o pior da crise provocada pela fome na Somália ainda não passou e que ainda há risco de propagação de doenças e aglomeração nos acampamentos.

Porém, além da questão climática, fatores políticos pioram as condições dos moradores daqueles países. O professor Abdi Samatar, da Universidade de Minnesota, que é somali, acrescenta que a tensão entre os seus compatriotas e os etíopes agrava a situação. "Nessa parte do mundo as secas são endêmicas. Elas acontecem a cada poucos anos, mas as pessoas desenvolveram mecanismos para lidar com isso. Esses mecanismos foram destruídos pela guerra civil, pela guerra ao terror e pela ocupação etíope", afirma o professor.

A Àfrica nos alerta! Por mais que a fome nos pareça algo distante, inclusive geograficamente, somos proibidos de ser indiferentes a esta tragédia. Não se pode creditar a existência da pobreza extrema apenas a fatores naturais. Enquanto houver fome no mundo, o egoísmo e a indiferença ainda serão algumas de suas causas. Não é possível que com tanto aperfeiçoamento técnico da produção de alimentos, existam ainda pessoas que não participem da divisão justa da mais elementar das necessidades humanas.

No fim de julho, preocupado com a situação na Àfrica, o Papa Bento XVI assinalou que "está proibido sermos indiferentes diante da tragédia dos famintos e sedentos". A justiça distributiva e a justiça social fazem parte da ética cristã e da Doutrina Social da Igreja.

Fiquemos atentos! A fome no mundo é algo que nos desperta uma preocupação profunda? Damos pão a quem tem fome? Contribuímos com algum projeto caritativo?

Um comentário:

Mª Teresa Serman disse...

Mais uma vez acertou em cheio, Rafael. O mundo e cada um não podem ficar alheios a um sofrimento que perdura há tantos séculos - já dizia Castro Alves em Vozes D'África: "há dois mil anos te mandei meu grito!" E também podemos ter e fomentar ações localizadas, com instituições confiáveis e próximas. Parabéns pela inspiração.

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