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sexta-feira, 31 de maio de 2013

EmContando – 36

Queridas amigas e queridos amigos,

Meus dois pequenos trabalhos que envio   hoje foram publicados na coletânea de poesias, crônicas e contos SIM PRO RIO organizada pelo professor Caio Trindade. O livro foi uma realização do Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro em 2005.

TRANSBORDAMENTO

Que fazes?
Escrevo
O que escreves?
Histórias
Histórias? que histórias?
Minhas e tuas
Vais ficar rico?
Não
Famoso?
Também não
Então por que escreves?
Escrevo porque transbordo
Transbordas? como o rio?
Sim, como o rio depois da chuva:
Ele recolhe, arrasta, revolve tudo que encontra
E depois?
Depois ele se recolhe e deixa, na margem, um pouco do que trouxe
E tu?
Eu deixo, no papel, um pouco de tudo que a vida me deu.

Agnes G. Milley

                     
AMOR IMPOSSÍVEL

Sentada confortavelmente em sua poltrona preferida, cobriu o
s joelhos, com recato, e com as mãos ajeitou os cabelos. Estaria sempre bonita para ele. Nos lábios trazia um sorriso alegre e reservava, unicamente para aquela hora tão especial, um brilho intenso no olhar. Ele chegava pontualmente às oito horas da noite todos os dias. Menos um. Ela não compreendia, mas também não perguntava. Ele falava e ela ouvia. Conversavam. A despedida era sempre solene:

“Boa noite e até amanhã.”

“Boa noite”, respondia ela, já saudosa.

Ela, 80 anos de idade. Ele, talvez 40.

Ela, portadora de Mal de Alzheimer. Ele, apresentador do Jornal Nacional.

Agnes G. Milley

quinta-feira, 30 de maio de 2013

E, por falar em vinho,...

E, por falar em vinho, depois da ideia da degustação, veio a de um piquenique. Não foi minha, devo confessar, nem esta nem a anterior, mas de um site que me enviou ofertas de vinho inteligentemente envoltas em sugestões aprazíveis. São muito sagazes!

É comum pensar em programas do gênero com a família toda, crianças saindo pelo ladrão! Muita preparação, sanduíches, salgadinhos, sucos, pães, doces, formigas, terra, carrapatos, uma delícia! Não é esse o caso, embora sinta falta desse tempo; aliás, preciso marcar um desses com as "crionças" e com as criancinhas nossas.

Não, estou sugerindo aquilo que falta a muitos casais, e
NÃO PODE FALTAR: convivência só a dois, diversão, esquecimento dos problemas, descompromisso com o horário, aproveitamento excelente do tempo. Peçam aos avós, paguem hora extra, convoquem os tios como para uma emergência, e é!

Um vinho bem escolhido, um lanche leve e fácil de fazer (de preferência faça antes e congele), frutas, bombons, que chocolate é obrigatório. O vinho pode ser até um espumante, um proseco, se tiverem uma bolsa térmica. Um lugar ao ar livre, sem muita criança do lado, se possível, para a mamãe não se lembrar deles.... sem hora pra voltar e nada de ligar para saber se estão bem.

Esse "encontro" renova o amor, o cansaço e a irritação vão embora, e, creiam, quando chegarem em casa, estarão ansiosos por toda aquela bagunça e barulho que estava incomodando.

                                                      Maria Teresa Serman

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Filmes para diversão - DJANGO LIVRE e ARGO

"DJANGO LIVRE"– de Quentin Tarantino
 De 2012. 165 minutos – indicação: 16 anos.

Este roteiro recebeu um merecido OSCAR, embora Tarantino tenha ficado fora do páreo de melhor diretor.

Faz uma interessante abordagem da história americana, misturando ESCRAVIDÃO e WESTERN-SPAGHETTI, com piadas politicamente incorretas, diálogos impagáveis e personagens polêmicos.
Christoph Waltz (prêmio de melhor ator em “Bastardos Inglórios”, do mesmo diretor) interpreta o caçador de recompensas, Dr. Schultz, em 1858, três anos antes do início da guerra civil americana. Quando encontra o escravo Django (Jamie Fox), consegue libertá-lo, e juntos vão atrás de três malfeitores com cabeça a prêmio. Schultz e Django formam a partir daí uma dupla inseparável, agora com um objetivo pessoal: resgatar a esposa de Django (Kerry Washington), escrava de um cruel fazendeiro do Mississippi (Leonardo de Caprio). Samuel L. Jackson e Di Caprio sobressaem com sua atuação, sendo que Waltz ficou com o Oscar de melhor ator coadjuvante.
 O filme tem várias cenas de nu frontal mostradas várias vezes.

Nota da Edição: O personagem Django está presente em vários filmes dos anos 60 e 70


“ARGO” - vencedor do OSCAR de MELHOR FILME DO ANO, já pode ser encontrado em algumas locadoras (ou em Blu-Ray e DVD)

Narra o caso verídico da eletrizante e corajosa preparação e fuga de alguns diplomatas americanos escondidos na Embaixada do Canadá, no Iraque, por ocasião da invasão terrorista na Embaixada dos Estados Unidos.

Foi este filme que a própria Primeira Dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, anunciou diretamente da Casa Branca, para o público que assistia à entrega do Oscar.

O filme tem várias cenas de violência e não recomendo para menores de 16 anos.

Nota da Edição: Há também um livro sobre a história real em que se baseia o filme Argo.

                                                      Patricia Carol


terça-feira, 28 de maio de 2013

O Senhor das Moscas

Por Paulo Oriente
LORD OF THE FLIES
O Senhor das Moscas
William Golding
Ed. Globo/Folha de SP, RJ/SP, 2003

Um grupo de meninos de 6 a 13 anos é deixado numa ilha, por um avião em chamas. Ralph, seguido por Porquinho, acha a concha e a sopra. Todos os demais garotos se reúnem ao seu redor e o elegem chefe. “Nós os ingleses somos os melhores do mundo, e tudo o que fazemos é bem feito”, com o que também a vida na ilha teria de ser bem organizada. Há os que caçam, os que coletam água e frutas, os que constroem cabanas, os que mantêm a fogueira acesa. Para Ralph, a fogueira é essencial, pois graças à sua fumaça poderão ser vistos e resgatados por algum navio de passagem.

Jack, que era o líder do coro, torna-se depois o chefe dos caçadores. Antagoniza com Ralph desde o início. Mas tudo se complica quando, na sua primeira caçada bem sucedida, deixou a fogueira apagar. Um navio passava naquele momento, e seguiu seu rumo sem se deter na ilha. Ralph trata Jack duramente e não aceita suas desculpas. Começa uma rivalidade que acabará mal.

Porquinho é o racional do grupo, Simon é o místico, os gêmeos Sameric os divertidos, Roger o cruel. Há um monstro (primeiro a cobra, depois o polvo, até que surge o paraquedista morto). O Senhor das Moscas é a cabeça da porca fincada no chão; ela "fala" com Simon, depois com Ralph (vale lembrar que o capítulo se chama “Uma oferenda às trevas”, e que Belzebu significa senhor das moscas).

A simbologia presente na história dá em que pensar: a concha, relacionada ao poder (para alguém falar em assembléia, tem de segurá-la); o fogo, ao mesmo tempo salvação e lar; os óculos de Porquinho, que propiciam o fogo; a caçada, as pinturas no rosto e o canto de guerra são indícios do primitivismo em que os garotos caem, e que gera a crueldade; a cabeça do porco foi oferecida como sacrifício para o monstro, e na verdade é o Senhor das Moscas e o oráculo do mal. Esses elementos são trabalhados ao longo da narrativa, e representam tanto um fascínio, como o que deve ser transgredido.

À página 197, aparecem duas perguntas essenciais: “O que é melhor: ter regras e segui-las, ou caçar e matar? O que é melhor: a lei e o salvamento, ou caçar e destruir?” A maioria vai atrás da caça, da matança, da destruição.

Toda a trama leva o leitor do começo idílico numa bela ilha, para um ambiente claustrofóbico e cruel. Uma metáfora da história da humanidade? Uma crítica à barbárie? Penso que é mais do que isso. É a narrativa da degradação de quem ouve e segue o Senhor das Moscas.

Sapatos mais femininos!

Nós, mulheres geralmente temos um "problema Imelda Marcos" com sapatos. Para quem não ouviu falar dessa senhora, vou explicar: ela é viúva do presidente das Filipinas, Ferdinando Marcos. Colecionava sapatos, tinha armários e quartos cheios deles, o que se descobriu quando tiveram que fugir de um golpe que reestabeleceu a democracia lá.

Voltando a nós, a maioria tem essa
compulsão, não sei porquê, deve ter uma explicação bem freudiana, nunca procurei. E algumas associam a uma outra compulsão irmã, aquela por bolsas. Quem não tem, jogue a primeira pedra. Aliás, eu sei quem pode jogar todas as pedras: a Liana e a Jussara, minha nora. A primeira se contenta em ganhar de presente - espertinha! -, mas a segunda usa no máximo duas, que também ganhou de presente, uma durante a semana, no trabalho, e outra nos finais de semana.

Isso tudo foi a introdução para falar da nova tendência nos sapatos, a tira no tornozelo. Na verdade, de nova não tem nada, é melhor dizer a palavra atual, "revisitada", pois data dos anos quarenta, acho. É interessante, quando se tem pernas bonitas, e péssima, do outro modo, pois evidencia as canelas e o que está acima delas. Firma bem o sapato no pé, mas é bom verificar se não machuca depois de calçar e andar normalmente.

Dá um toque a mais de feminilidade, de elegância, sendo com salto anabela ou não. Pode vir com uma roupa noturna, mais arrumada, assim como em uma produção diurna, mais relaxada. Se a tira e o sapato forem de cor próxima à da pele, vai alongar. O comprimento da saia ou vestido que usarem de encostar no joelho, acima, para não encurtar mais a perna. E guardem o sapato que comprarem, cuidem bem dele, ou deles, pois a moda volta sempre, dá pra aproveitar em estações sucessivas ou alternada

                                                     Maria Teresa Serman

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Árvore Genealógica

Comecei a fazer a árvore da minha família e estou gostando demais.

Alguns caçoam e dizem que estou ficando doida ou é muita falta do que fazer. Realmente, com os filhos maiores, o tempo anda sobrando, e por que não aproveitá-lo com algo que será bom para meus filhos?

E por que acho que será bom? A razão é que passamos a conhecer histórias de nossos antepassados, e tomamos conhecimento de muitos parentes atuais que ainda nem conhecemos. Os antepassados podem servir de exemplo, com suas virtudes e suas conquistas.

Tive um tio avô que não cheguei a conhecer, mas sei, pelo meu pai contar, que foi um grande delegado de polícia, e, naquele tempo, colocou ordem na cidade do Rio de Janeiro, sendo até perpetuado numa música do Zeca Pagodinho.

São muitas as histórias da família que vamos
conhecendo, quando nos interessamos em pesquisar sobre ela. As coisas boas nos servem de exemplos a seguir, e as ruins são úteis para aproveitarmos e não repetirmos os feitos.

Aos poucos estou aperfeiçoando, e paralelo á árvore, vou montando um livro só de casos familiares, que cada um vai me contando, ou que já tenho guardados na memória, repassados pelos meus pais ou sogra. Esta gostava de narrar as histórias antigas de muitos parentes que nem chegamos a conhecer, mas valem a pena serem ouvidas.

É um trabalho bem facilitado pesquisar sobre nossos parentes, porque temos hoje a ajuda inestimável dos meios de comunicação virtuais.  O Facebook, por exemplo, é um site onde encontramos muita gente conhecida e muitos que nunca conhecemos, mas vale a pena saber da existência.

E existe um bom programa para armazenarmos dados sobre a família,  o http://www.myheritage.com.br . É grátis até um número X de pessoas cadastradas, e, se quisermos cadastrar mais, podemos pagar pelo serviço, a árvore fica personalizada e muito bonita. Eu ainda estou no limite grátis de pessoas e está ficando genial, pode-se colocar fotos e datas. E o programa vai montando nossa árvore. Vale a pena!

domingo, 26 de maio de 2013

Filmes a que não sugiro assistir

Quem não quiser morrer de tédio e raiva, não assista ao filme "artístico" chamado -  A Visitante Francesa! Sem moral e sem imaginação... De tanto devaneio, não se chega a nenhuma conclusão. Não sei como não recomendar, mas vale um alerta , porque este é dose!

Saí  antes do finalzinho, pois não me interessava perder mais tempo. Hoje pela manhã, a 1ª coisa que uma colega do Pilates me disse, quando nos encontramos, (ela é outra cinéfila como eu), foi exatamente essa minha observação. Perguntei se tinha acontecido alguma coisa fazendo nexo na parte que eu saí, e ela disse que “nada aconteceu”... acabou a estória sem mostrar nada conclusivo, só uma paisagem., ...argh!

O pior é que o "bonequinho" do jornal aparece de pé batendo palmas!

Tem um outro filme a que assisti  na semana passada, chamado:

"Invasão à Casa  Branca"  - embora muito agitado e barulhento, tipo "bang bang sofisticado de cidade grande", não deixa de prender a atenção o tempo  inteiro! Porém, é bem catastrófico pro meu gosto, e não acho boa ideia mostrarem o "poderio militar" americano, porque dá mais ideias de como o inimigo, concretamente, pode realizar essa façanha aterradoramente violenta.
                                                   Patricia Carol

sábado, 25 de maio de 2013

Mães e pais de primeira viagem - cólicas X manha

Outra vez me dirijo às mães de primeira viagem, àquelas que ainda não sofreram o impacto das novas descobertas com seus bebês. E aos pais, que nunca passaram uma noite insone na vida.

Quando a criancinha chora, durante uma madrugada inteira, e a mãe já fez de tudo para acalmá-la, é a hora dessa mãe sentar e chorar? Com certeza é o que a maioria fará, preocupada em agradar seu neném fofinho que não para de gritar em altos brados. E o pai, acostumado ao sono pesado, vai ficar mais ou menos surdo, e continuará dormindo ou vagamente oferecerá  sua ajuda nos primeiros dias.

Esse é momento em que começam as rusgas e desavenças entre o casal. Cada um tem uma opinião, cada um suportará de forma diferente o mesmo problema: o choro incessante do filho. Um bom pai vai se esforçar para ajudar, e pode querer substituir a mãe, ficando com o filho no colo, andando de um lado a outro, até que ele pare de chorar, ou até que sua (a do pai, bem entendido!) resistência termine e o devolva para mãe, completamente arrasado, achando que só a mãe poderá acalmá-lo.

Os bebês são de um modo geral bem inteligentes, e, desde as primeiras horas de nascidos, aprendem o que é agradável e o que não é. Falo por minha grande experiência com meus filhos, que não foram poucos. O colo de mãe é tudo de bom, tem o cheiro de do leite saboroso, tem o aconchego de útero materno, tem a voz que acalanta e de que ele se lembra; é perfeito, quem pode recusar?

Momentos assim são difíceis para uma mãe de primeira
viagem, pois precisará descobrir o tipo de choro e a que se refere. Um choro de dor, um choro de manha, os dois são bem parecidos; porém, podem ser diferenciados com um bom ouvido materno ou paterno.

Criança limpinha, agasalhada, alimentada, só estará chorando por uma dessas duas opções. E, assim que descobrirmos a diferença, poderemos, com carinho, começar a educá-los, ensinando- os a esperar em seus bercinhos ou carrinhos.

Não digo que não deem colo, devem, sim, dar bastante carinho ao bebê pequenino, isso é fundamental para seu desenvolvimento. Porém, ao mesmo tempo digo que é de pequenos que começamos a ensinar a terem  limites. Para que, aos dois anos não façam espetáculo em público porque querem algo dentro de uma loja de qualquer jeito. A educação dos filhos começa desde que nascem.

Uma jovem mãe precisa saber que é normal seu filho chorar mesmo sem estar sentindo nada, porque apenas quer companhia. Para não se sentir a última das mulheres porque não consegue acalmá-lo. Acontece com todas nós.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

EmContando – 35 -Memórias (continuação)


Depois da Festa

 Acabada a festa; a alegria pelo fim da guerra, os habitantes do galpão começaram a dispersar-se. Saíam cedo, todas as manhãs, a procura de abrigo mais confortável em casa de famílias alemãs.

As cidades haviam sido duramente bombardeadas e poucos prédios escaparam da destruição. Nas aldeias e nos campos  a situação era bem melhor. Famílias que possuíam casas espaçosas cediam um ou dois quartos para refugiados estrangeiros. Não sei se essas
pessoas  recebiam algum benefício das autoridades ou se os inquilinos tinham que pagar pela moradia. Vivia-se de escambo. Trocava-se tudo por qualquer coisa. O dinheiro, se existia, não tinha valor algum. Anyi (mamãe) ainda tinha cigarros que comprara antes de sairmos da Hungria. Essa sua valiosa moeda ainda durou por algum tempo, mas era insuficiente para pagar aluguel. Com os cigarros ela comprava itens essenciais para nossa subsistência. Não sei com ela se arranjaria. Coragem e audácia nunca lhe faltaram. Ela encontraria, com certeza, uma solução se achasse um lugar adequado para nós.

Nossos companheiros do galpão tinham mais facilidade para se locomover. Entre eles não havia crianças pequenas e em quase todas as famílias havia um avô ainda ativo  ou um adolescente forte. Anyi estava sozinha e nós éramos muito pequenas. Kati ainda não completara um ano de idade. Além disso, poucas pessoas eram verdadeiramente soldarias naqueles dias. Sobreviver, chegar primeiro, abocanhar o melhor pedaço era, normalmente,  a regra do jogo.

Uma das senhoras que sofrera as agruras do galpão conosco, mostrou-se amiga
. Encaminhou Anyi a uma aldeia próxima, dizendo que havia encontrado ali um quarto de bom tamanho, claro e arejado. Seria uma boa moradia para nós quatro. A proprietária era amável e a casa ficava perto da estação de trem, o que era muito conveniente. Ela só não contou por que a casa não servira para ela.

Anyi arrumou-nos o melhor que pode e fomos, as quatro, conhecer nosso futuro lar.  Estávamos alegres, saltitantes, buliçosas e cheias de esperanças. Anyi já pensava nas cortinas coloridas e nos gerânios na janela. A proprietária além de amável era, felizmente, honesta também. Explicou-nos que o quarto era bom, de fato, mas não poderia acolher-nos. O lugar era infestado de ratazanas. Kati era um bebê ainda, Zsuzsi e eu também éramos pequenas. Morar ali seria muito perigoso. Ela não dormiria em paz.

Voltamos para o galpão. Nenhuma das tentativas de Anyi foram bem sucedidas. Sempre chegávamos atrasadas. O quarto não estava mais disponível.

Todos se foram. Estávamos sozinhas na fazenda; nós e Frau Helga (a fazendeira). Anyi chorou. Deve  ter se sentido muito só, desanimada e impotente. Frau Helga não nos queria mais lá. Éramos um estorvo. Anyi não tinha a quem pedir ajuda a não ser que a própria Frau Helga lhe desse a mão. E foi o que aconteceu. Anyi conseguiu convencê-la de que era forte e saberia trabalhar bem em troca de um pequeno quarto na casa e comida para três. Kati ainda mamava no peito.

Começava, assim, um novo capítulo de nossa história. Anyi trabalhava o dia todo. Limpava, descascava batatas e, principalmente, batia o leite até virar manteiga. Frau Helga produzia muita manteiga. Provavelmente, era seu item de escambo. Nós, meninas, cuidávamos de nós mesmas e umas das outras. Ocasionalmente ganhávamos um dia de folga para que Anyi pudesse continuar a procurar uma saída melhor para nós.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Um bom filme para se ver - "Um Bom Partido"

Contrariamente à crítica ácida na Veja Rio, a estória é muito plausível, bem desenvolvida, e, sobretudo, mostrando no final o que é realmente importante na nossa vida, a FAMÍLIA UNIDA. Pois, sem ela, de nada adiantam os contatos profissionais, fama, salário alto, carrão, etc.

O personagem principal, George (Gerard Butler), famoso ex-jogador de futebol que foi à falência, provavelmente pela sua imaturidade na época de jovem, tornou-se treinador desse esporte para os meninos de um dos times da escola no bairro onde o filho pequeno mora, com a mãe e o "noivo" dela. Nessa nova função, ainda procurando trabalho como locutor de esportes numa emissora de TV famosa, apesar de ser muito assediado pelas mulheres com casamentos desgastados, resiste ao máximo em ter envolvimento com mães dos alunos dele.

 George já havia se separado há muitos anos da esposa, com quem se casara ainda muito jovem, e ela, agora, estava em vias de se casar outra vez. A lembrança dos tempos bons que viveram juntos no passado, nas viagens de férias com o filhinho, finalmente convence a ex-esposa a não se casar com outro e a reconstruírem seu antigo lar. A atuação do menino,  de uns seis anos é fantástica!

Com esse final, é claro que a crítica não iria gostar, mas é real, acontece mais frequentemente do que pensamos.

Título original: "Playing for Keeps"; EUA, 2012, 105 min. (12 anos) Direção: Gabriele Muccino(tb. de: "À Procura da Felicidade"(2006).
*  Tem muita mostra de sexo, implícito e com nudez e insinuações por parte de mulheres. Não recomendo para os filhos, só para maiores de 16 anos.

Atores principais: Gerard Butler, Uma Thurman, Catherine Zeta-Jones, Dennis Quaid e Jessica Biel.
                                                       Patricia Carol

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Uma mulher, mãe e esposa de verdade – Santa Rita de Cássia

Sua história é um grande exemplo para todas as mulheres e pode ajudar-nos a aceitar melhor nossa vida.

Nasceu em maio do ano 1381, sua casa era perto de Cássia, entre as montanhas, a umas quarenta milhas de Assis, na Úmbria, região do centro da Itália. Sua vida começou em tempo de guerras. Seus pais, Antonio Mancini e Amata Ferri, eram conhecidos como os "Pacificadores de Jesus Cristo", pois os chamavam para apaziguar brigas entre vizinhos. Foi filha única. Apesar da idade avançada, Amata (62 anos), conta a história, que um anjo apareceu a ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar a todos os seus prodígios.

Rita, desde menina, aprendeu tudo acerca de Jesus, a Virgem Maria e os mais conhecidos santos, com seus pais. Ela queria ser religiosa durante toda sua vida, mas seus pais escolheram para ela um esposo. Acreditamos que Deus quis assim dar-nos nela o exemplo de uma admirável esposa, cheia de virtude, nas mais difíceis circunstâncias, pois seu marido demonstrou ser bebedor, mulherengo e abusador. Ela padeceu no longo período de dezoito anos que viveu com ele. Incontáveis foram os atos de paciência e resignação que praticou ,espancada, não se queixava e era tão obediente que nem à igreja ia sem a permissão de seu brutal marido.

A mansidão, a docilidade e a prudência da esposa, porém, suavizaram
aquela rude impetuosidade, conseguindo transformar em manso cordeiro aquele leão furioso. Com que eloquência ensinava às suas vizinhas casadas o modo de manter a paz e a harmonia com seus esposos. Elas, admiradas por nunca terem visto divergências em casa de Rita, iam com frequência consolar-se com ela e expor os dissabores e ultrajes que recebiam de seus maridos.

Sempre dizia as amigas: "Lembrai que, desde o momento em que recebemos nossos esposos como maridos, aceitamo-los como nossos donos e senhores, e assim lhes devemos amor, obediência e respeito, pois isso significa ser casadas! Notai que não tem menos culpa a mulher que fala mal de seu marido do que o marido que, com incorreto proceder, dá ensejo à mulher para que fale mal". Por isso, não permitia que em sua presença se murmurasse dos defeitos alheios. Por esse meio conseguiu desterrar de muitos o péssimo costume de falar mal dos outros.

Encontrou sua fortaleza em Jesus Cristo, em uma vida de oração, sofrimento e silêncio. Tiveram dois gêmeos, os quais herdaram o temperamento do pai. Rita se preocupou e orou por eles. Depois de vinte anos de matrimônio e oração por parte de Rita, o esposo se converteu, pediu-lhe perdão e lhe prometeu mudar sua forma de ser. Rita perdoou e ele deixou sua antiga vida de pecado. Passava o tempo com Rita nos caminhos de Deus. Seu esposo havia se modificado,mas  seus antigos amigos e inimigos não . Uma noite, Paolo não chegou em casa. No dia seguinte, encontraram-no assassinado.

Sua pena foi aumentada quando seus dois filhos, que eram maiores, juraram vingar a morte de seu pai. As súplicas não conseguiram dissuadi-los. Foi então que Santa Rita compreendeu que mais vale salvar a alma que viver muito tempo: rogou ao Senhor que salvasse as almas de seus dois filhos e que tirasse suas vidas antes que se perdessem para a eternidade por cometer um pecado mortal. O Senhor aparentemente respondeu a suas orações: os dois padeceram de uma enfermidade fatal.

Durante o tempo de enfermidade, a mãe lhes falou docemente de amor e do perdão. Antes de morrer, conseguiram perdoar aos assassinos de seu pai. Rita ficou convencida de que eles estavam com seu pai no céu.

Esta foi sua vida de casada. Depois de viúva e tendo perdido os filhos, foi para um convento agostiniano. Consta que ali plantou uma roseira, que todos os anos dá flores em pleno inverno. Fez seus votos no  ano de 1417, e ali passou quarenta anos de consagração a Deus.

Podemos ler muito mais sobre esta santa,  comemorada no dia de hoje por toda igreja católica no mundo, que faleceu em odor de santidade.

Ver no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Santa_Rita_de_C%C3%A1ssia

terça-feira, 21 de maio de 2013

Etiqueta em festas

É natural comemorarmos os aniversários dos nossos filhos pequenos, e, no meio à nossa alegria, queremos convidar a família inteira e os amigos.

Para nossa festa ser um sucesso,  precisamos programar todos os detalhes: pensar nas crianças pequenas que virão, nas maiores, nos idosos e nos adultos. Assim sendo, é necessário cuidar para que todos se sintam a vontade e se divirtam na festa.

Mas, um detalhe que não pode passar despercebido, porque de fato todos notam, é a atenção e o cumprimento a cada um dos convidados, sem esquecer os mais velhos, pois estes são os que mais se ressentem com nossa falta de carinho e por que não dizer, nossa falta de educação.

É um momento em que estaremos com muitas atividades para coordenar, e às vezes falhamos na cortesia, deixamos de falar com um parente do lado da esposa ou marido, e isso se torna desagradável, prejudicando  a alegria de todos.

Não pensemos que os convidados entenderão nosso deslize; eles se sentirão diminuídos e não ficarão à vontade na festa. O casal tem obrigação de passar de mesa em mesa e dirigir umas palavrinhas a cada um, procurando enturmar os que estiverem mais deslocados.

A festa será boa na medida em que todos forem bem recebidos. Por isso, é importante pensar antes no número de convidados, para que não percamos este bom tom da educação. Fartura em comida, bebida e entretenimento não compensam descaso e desatenção.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Você reza o Terço? - Uma oração que Nossa Senhora ama

Você reza o Terço? Já viu imagens de Nossa Senhora, representando-a tal como apareceu em Lourdes e em Fátima? Maria está com o terço na mão. Ela acompanhou silenciosamente, passando as contas, o Terço que a menina Bernadete rezava na gruta de Lourdes. E, em Fátima, Ela também com o terço na mão, pediu aos três pastorezinhos que o rezassem todos os dias.

Tomara que algum dia você possa dizer, como o Papa João Paulo II: «O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade!».

Mas, para isso, será preciso que comece a rezá-lo e, se já o reza com frequência, que aprenda a rezá-lo cada dia melhor. Vamos ver como podemos fazer isso.

Primeiro, vencer as dificuldades.

1) Uma primeira dificuldade: “Não sei rezar o Terço”, “Não conheço os vinte “
Um esclarecimento: a pessoa que reza o Terço sem conhecer ou lembrar os “mistérios” faz, mesmo assim, uma oração válida, ainda que, naturalmente, o Terço fica incompleto (mas é melhor rezá-lo incompleto do que não rezá-lo).
mistérios” (ou seja, os cinco correspondentes a cada um dos quatro “Terços” que compõem o Rosário), não os sei de cor”. Solução: comprar logo, ou pedir a alguma pessoa amiga, algum folheto ou livrinho de orações (há muitos!) que traga a explicação do Terço: como rezá-lo, quais são os mistérios, que mistérios devem rezar-se nos diferentes dias da semana… É fácil. Pessoas muitíssimo simples aprenderam tudo isso em pouco tempo. Se você “quer”- se “quer” mesmo – não lhes ficará atrás.

2) Segunda dificuldade: “Não tenho terço” 1 (o instrumento, o terço material, com as contas, a cruzinha, etc.; ou então o terço em forma de anel, que se usa girando no dedo). Compre-o, que é baratíssimo, e, enquanto não o tiver, conte pelos dedos. Mas tenha em conta que vale a pena usar o terço material: se o seu terço (de contas ou de anel) foi bento por um padre ou diácono, ao usá-lo para rezar você ganha indulgências (Por sinal, você sabia que pode ganhar nada menos que Indulgência Plenária – com as devidas condições -, quando reza o Terço em família, ou comunitariamente, num grupo?).

3) Terceira dificuldade: “Não tenho tempo de rezar o Terço”. Essa desculpa “não gruda”. O Terço pode ser rezado, se for preciso, andando pela rua, fazendo exercício físico de corrida, indo de ônibus, metrô ou trem, guiando carro (melhor do que se irritar com o trânsito), na sala de espera do médico ou do laboratório, em casa, etc. E pode rezá-lo sentado, andando, de joelhos e até deitado (se estiver doente, ou em repouso forçado, etc.).
Por sinal, não sei se sabe que, nas livrarias católicas, vendem CDs com o Rosário, e que também há arquivos áudios para player portátil. Basta ligar o áudio e ir respondendo ou acompanhando o que ouve.

4) Finalmente, a dificuldade mais comum é a aparente monotonia. “Dizemos sempre a mesma coisa”. “A repetição de tantas Ave-Marias acaba ficando mecânica, cansativa, sem sentido”. “Que adianta fazer uma oração tão repetitiva, que fica rotineira, parece oração de papagaio…”?

Os comentários que faremos a seguir espero que sejam a resposta que dissipe essa dúvidas e objeções. Deus faça que, após tê-las lido e, sobretudo, depois de tentar aplicá-las, você dê a razão às palavras de São Josemaria: «Há monotonia porque falta Amor».

A continuação está também no site www.padrefaus.org

domingo, 19 de maio de 2013

Para sempre vencedor – um filme para toda família

Forever Strong - Elenco: Gary Cole, Sean Faris, Neal McDonough, Sean Astin, Penn Badgley.  Classificação  etária: 14 anos

Assisti ao filme na TV, e recomendo  para toda  a família. A violência que existe no filme, na maior parte é própria do Rugby (esporte), e é superada pela boa mensagem que o filme transmite aos jovens e aos pais.

Ele mostra que a vida é repleta de escolhas:  escolher  entre o melhor, mesmo que nos custe, ou simplesmente deixar passar, nos tornando fracassados. Essa mensagem é passada  quando assistimos a vida do garoto Rick, jogador de rugby que tinha como técnico do time seu pai. Ele jogava da mesma forma que vivia sua vida, sem responsabilidades e agressivamente.

O filme marca o momento em que ele vai parar na prisão devido a um acidente de trânsito, motivado pela bebida. Ali ele conhece Marcus Tate, que lhe oferece a chance de voltar a jogar no time rival do que jogava antes. Mesmo relutante, decide entrar para o time e começa a passar por uma forte rotina de treinamentos e duras normas de conduta impostas pelo novo treinador.

Nesse novo time ele aprende muitas virtudes humanas essenciais para o convívio social, como a importância de se doar pelo grupo, da união e a da amizade verdadeira. Seus novos amigos de time são fundamentais para toda essa transformação. Além disso, o filme transmite uma mensagem aos jovens, para que fiquem longe das bebidas, das drogas e do excesso de liberdade, para que se encontrem e achem seu objetivo na vida.

Rick precisará enfrentar uma grande prova de fogo ao ter que enfrentar o atual time campeão, que é treinado justamente pelo seu pai. E enfrentar seus antigos amigos libertinos e viciados.

Algo que me marcou no filme foi uma fala do instrutor que dizia que não quer um time vencedor. Ele quer construir jovens vencedores, que serão para sempre fortes. Não só no campo, mas na vida.

Muito bom para os pais meditarem também na forma como tratam os filhos. Na atenção que lhes dão e para aprenderem a não transferirem seus anseios pessoais, como  necessidade dos filhos.

sábado, 18 de maio de 2013

Um comercial Feliz!

Não costumo fazer compras no mercado citado na música, mas concordo que a ideia do comercial foi de fato muito feliz, e vai cativar muitos novos fregueses.

A letra tem uma melodia gostosa e cativante,  traz uma ótima reflexão sobre a felicidade. Com um jogo de palavras bem combinadas, mostra que a felicidade é conquistada, com o esforço de cada um. Só somos felizes se lutamos por sê-lo.

O Que Você Faz Pra Ser Feliz?

Clarice Falcão

O que faz você feliz?
Você feliz o que que faz?
Você faz o que te faz feliz?
O que faz você feliz você que faz.

Pra ser feliz
Pra ser feliz
O que você faz pra ser feliz?

E se a felicidade voa num balão
Tão alto onde já não se enxerga mais
Mas só ela pode lhe tirar do chão
Pra ser feliz o que que você faz?

A felicidade está por dentro
Mas não vai sair no raio x
Você provoca os próprios sentimentos
O que você faz pra ser feliz?

Pra ser feliz
Pra ser feliz
O que você faz pra ser feliz?

Longe perto, dentro, tanto faz
Quem quer felicidade corre atrás
E, às vezes, ela está debaixo do nariz
O que você faz pra ser feliz?

Pra ser feliz
Pra ser feliz
O que você faz pra ser feliz?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

EmContando – 34 - Memórias

Maio é um mês especial. Mês de Maria, mês das noivas , clima gostoso e boas recordações do final da Segunda Guerra Mundial.

Éramos um grupo de refugiados  húngaros, albergados, temporariamente,  em uma fazenda na Alemanha. Nossa morada era fria! Pelas frestas, entre as tábuas que formavam as paredes de nosso galpão, o vento gelado encontrava caminho até cada um de nós. O feno que cobria o chão era pouco, mas seria ali, agora, o nosso lar. Sobre o feno ralo, entre o maquinário da fazenda, dormíamos, acordávamos e brincávamos.

Anyi (assim chamávamos nossa mamãe) achou um livro para nos distrair. Como, nem posso imaginar. Era a história de
Pinóquio, o boneco de madeira. O livro era escrito em alemão, com letras góticas, e as ilustrações eram apenas pequenos desenhos nos cantos de algumas páginas. Penso que Anyi não lia o livro, não entendia o que estava escrito, mas virava as páginas e contava a história da maneira como se lembrava dela. Zsuzsi (minha irmã) e eu folheávamos o livro com avidez. A parte que mais me impressionou foi a parte em que Pinóquio, transformado em burro ,  é atirado ao mar. Pobre Pinóquio! Cheguei a ter pesadelos com o pobre burro sendo comido pelos peixes. E, que mar era aquele? Como poderia uma criança tão pequena como eu imaginar o mar?

O livro, de páginas amareladas, ainda olha para mim da estante da sala. Posso brincar com ele e trazer de volta as emoções de meus quase cinco anos de idade.

O tempo foi passando e eu só percebi que havia crescido quando, um dia, não consegui mais calçar meus sapatos. Estavam pequenos demais. Lá fora ainda estava frio e Zsuzsi e eu tínhamos agora apenas um par de sapatos; os dela. Passamos a usá-los em dias alternados. Foi uma solução, mas além de meus sapatos, perdemos a companhia uma da outra. Brincar lá fora, sozinha, não era nada divertido. Anyi nunca me contou como ela arranjou um novo calçado para mim.  Era um par de sandálias de tiras largas que eu usava com meias grossas para aquecer.

No galpão não havia rádio. Os adultos suspeitavam que a guerra estava por terminar, uma vez que os Aliados já estavam na Alemanha. A espera, sem notícias, o desconforto, as saudades e o medo do futuro incerto foram, aos poucos, desgastando o relacionamento entre os habitantes do galpão. Irritação, desconfianças e até brigas já eram frequentes. Os nervos estavam perto de uma explosão quando na manhã do dia 6 de maio de 1945 ouvimos  roncos de aviões. Corremos para fora para assistir ao mais emocionante espetáculo de todos aqueles anos. Era o fim da guerra. Esquadrilhas desfilavam pelo céu azul da primavera de meus cinco anos. O sol cintilava na fuselagem dos aviões que voavam muito alto, e o ronco que ouvimos no galpão era, agora, uma explosão não só dos motores, mas da alma da pequena multidão que ali chorava, ria, se abraçava e saltava de alegria.

O sol  brilhou, enfim, mas não aqueceu. No chão, havia ainda neve aqui e acolá. A grama verde teria que lutar para romper o solo congelado e os botões de flores levariam mais algum tempo para desabrochar.

                                                                                                        Agnes G. Milley

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A decisão de Angelina Jolie e o futuro da medicina


Ontem o mundo ficou sabendo que a atriz norte-americana, Angelia Jolie, decidiu remover, de forma preventiva, os dois seios devido a uma mutação genética que faria com que ela tivesse uma alta probabilidade, entre 80% a 85% (nem sempre o risco é tão alto) de vir a ter câncer de mama. Jolie procurou o exame porque a mãe havia morrido jovem com menos de 60 anos de câncer de mama.

A questão que muitos colocam é: a genética vai mudar o modo como se pratica a medicina?

Certamente sim, no entanto este tipo de caso pode gerar dúvidas e inquietações. Uma mulher deve fazer teste de gene BRCA1 defeituoso? E caso tenha a mutação deve fazer a operação que fez Angelina Jolie?

Muito se falou sobre o assunto nestes dias e ouvimos várias opiniões de especialistas. Não há ainda um consenso, mas parece que para mulheres que tenham mais de um membro da família próximo com câncer de mama pode ser útil fazer o teste e caso haja o defeito no gene discutir com o médico o que fazer.

Mas deixemos a Angelina Jolie de lado por um tempo para concentrarmos numa questão mais ampla: você gostaria de saber com 10 ou 20 anos de antecedência que pode vir a ter uma doença grave?

O "pode vir a ter" diz respeito ao fato de que muitas mutações ou defeitos genéticos indicam uma predisposição à doença e não uma certeza de que se vai adoecer.

Um amigo, que tinha vários parentes com doença de Alzheimer, depois de saber do meu trabalho com este assunto, perguntou se valia a pena testar se ele tinha a forma genética ApoE4 que é um marcador de tendência à doença de Alzheimer. Eu lhe disse que o teste era relativamente barato, para o padrão aquisitivo dele, mas será que aos 40 anos ele gostaria de saber que poderia vir a ter uma doença aos 70?

Penso que os testes genéticos devem ser usados com acompanhamento médico, em casos que sejam realmente indicado. Por exemplo: um paciente com depressão que tenha um baixo nível de VEGF provavelmente não irá responder a tratamento com medicamentos como Fluoxetina, Sertralina e outros conhecidos como SSRI e portanto é uma informação útil para o psiquiatra ou clínico geral. Infelizmente este teste ainda é muito caro.

A genética se bem usada pode conseguir uma medicina mais personalizada, o caso Angelina Jolie mostra um exemplo disto e serviu para um debate sobre o assunto que é positivo mas deve ser visto com cautela.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vista vinho... em francês!

Nossas mães - pelo menos a minha - davam nomes diferentes, a maioria em francês,  pois a França era a capital  da moda na época, para cores que continuam existindo, é claro. Havia o "maravilha", vermelho vibrante com nuance de cereja; o "grená", "cor vermelho castanha da granada" (Wikipédia); a cor magenta, mais popularmente chamada de fúchsia ou fúcsia, devido à planta com o mesmo nome," algo semelhante ao pink, ou rosa vívido; e outras denominações que não me ocorrem agora.

O "bordeaux", sobrevivente daqueles
tempos, tirou o seu nome do tipo  de vinho francês dos mais cultuados. Daí ser o nosso popular "vinho", ou bordô, menos usado, que está aquecendo o período outono/inverno mais uma vez. É o tipo de tonalidade que, na minha opinião, favorece morenas e louras, peles claras e mais bronzeadas, dependendo da nuance.

A cor aparece em vestidos, saias (de couro, lindas!, e do tipo ecológico, legal!), camisas, blusas, sandálias, sapatos, botas, bolsas, adereços. Não é preciso lembrar para não "carregar nas tintas", é claro.
                                          Maria Teresa Serman

Trecho entre aspas, consultoria e imagens do site www.olook.com.br

terça-feira, 14 de maio de 2013

Mudanças com a família

Uma coisa difícil para muitos, que, porém já se tornou comum para mim: trocar de casa. Durante meus trinta e nove anos de casada, já mudamos várias vezes de domicílio, e olhem que meu marido nem é militar, foram apenas circunstancias diferentes que nos levaram a mudar.

Já mudamos de um apartamento mínimo para uma casa grande;já saímos do casarão para uma cobertura; já fomos para um apartamento enorme; e já voltamos para uma casa enorme. Tudo foi bem próprio para cada necessidade da nossa vida. E agora devemos mudar de novo, para tornar mais prática nossas vidas,
com o “sumiço” das domésticas e todos os novos encargos que o governo está criando.

O problema na hora da mudança é o acúmulo de coisas que guardamos com o passar dos anos. Na minha penúltima mudança, fui obrigada a me desfazer das ”recordações” escolares dos meus filhos, como todos seus caderninhos de jardim, desenhos e presentinhos que fizeram até então. Eu tinha muito espaço sobrando, e, como sempre fui uma acumuladora de recordações, não me fazia de rogada. Mas, na nova residência não haveria espaço para essas coisas.

Mudar é uma boa ocasião para se desfazer das coisas inúteis que vamos guardando, para não sei quando usar. Roupas de vinte anos atrás; o liquidificador com defeito; aquele ferro elétrico que não esquenta direito; o computador antigo do qual pensamos poder aproveitar alguma peça; são tantas tralhas que guardamos que poderiam até ser úteis a outra pessoa...ou a ninguém!

Podemos aproveitar para praticar o desprendimento, ainda mais hoje, com as máquinas digitais e os computadores com muitos Giga bytes de memória, basta fotografarmos e guardar em arquivos ou salvarmos em pen-driver, para que fiquem pra posteridade.

Uma casa "limpa" é mais fácil de gerenciar e de cuidar. E mesmo com muitos filhos, com essas trocas de casa, todos sairemos ganhando, praticando a ordem e o desapego.