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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Que tipo de genro você gostaria de ter? (1ª parte)

"Minha princesinha, minha bonequinha!” Já reparou como é diferente o tratamento que um pai dá a sua filha, desde pequena, em relação ao tratamento que lhe dá sua mãe? É bastante comum que os pais chamem suas filhas de "princesa” e as mães de "boneca". Naturalmente o fazem sem pensar, mas por trás desse tratamento podemos enxergar algo!

A mãe, logo que nasce o filho ou a filha, realiza, me primeiro lugar, o seu sonho de menina, tantas vezes vivido em brincadeiras de bonecas. A partir do nascimento, ela tem uma boneca viva para cuidar, acariciar e alimentar. Já o pai, quando nasce o filho, tem que aguardar um pouco para bater umas bolinhas com o seu campeão. Mas, com relação à filha, a coisa já muda de figura. O pai se encanta com sua beleza, sua doçura e seu chamego, que logo vão se manifestando. Chama-a muitas vezes de
"minha princesa", o que reflete que está totalmente entregue, como súdito à sua rainha.

Em tempos passados, o pai ocupava muito mais o papel social, estava a maior parte do tempo fora de casa. Já a mãe ocupava-se quase que integralmente da responsabilidade da educação dos filhos e normalmente estava dentro de casa. Os tempos mudaram e o que aconteceu? Hoje vemos maridos e mulheres tanto em casa como fora. Esse fato tem consequências, que serão boas ou más de acordo com a nossa visão e atuação em relação a elas.

Há quem pense que a volta do pai para dentro de casa vai supor para a mãe uma divisão igualitária de tarefas. Isso não é verdade. Os homens sempre carregarão sua forma masculina de ser. Saberão ajudar em casa, é claro, mas sempre precisarão ser solicitados. Isso é próprio da natureza do homem. É da natureza da mulher esse cuidado das pessoas, da casa, do detalhe, e o homem inclina-se muito mais para o geral, para o macro e aos fatos mais do às pessoas.Mas essa volta traz consigo algumas vantagens espetaculares, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento afetivo das filhas.

Artigo da revista SER FAMÍLIA . Ano III. Nº 20. Jul/Ago
Continua amanhã.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (Parte 125)

As perguntas estarão apenas com as iniciais dos nomes, para deixar bem a vontade nossos amigos. Podem fazer suas perguntas nos comentários.

1 – C. diz: Dra eu tenho um filho de 9 anos e agora estou grávida do segundo, de outro pai. O que fazer para que meu filho entenda que não será deixado de lado. Ele está muito nervoso e brigão. Obrigada desde já, C.

RESP: Cara C.

Como é o relacionamento de seu filho em casa ? Houve preparação para seu novo relacionamento?

Naturalmente ele viveu como filho único durante 09 anos e se ressente e reage, pois a mãe tem hoje outra pessoa, após separar-se do pai e ele deve imaginar que lhe acontecerá algo semelhante.

Seja muito carinhosa com ele, converse uma e muitas vezes com paciência e serenidade explicando que o amor entre pais e filhos são algo único, incondicional, para sempre.

Ele necessita confiar na senhora e entender-se bem com o novo pai, que deve procurar ser amigo, compreensivo, evitar comparações e sempre falar bem (a senhora e ele!) do pai biológico, em qualquer circunstância.

Veja outras respostas semelhantes aqui no blog, ok?

Fico às suas ordens, um abraço e fico feliz por acolherem - que seja com muita alegria! - uma nova vida.
Mannoun

domingo, 29 de janeiro de 2012

Erros (e acertos) na maquiagem

Por Maria Teresa Serman

Sempre acontece: na hora em que mais urge ter precisão, olho clínico, mão firme... PIMBA! Lá vem o borrão, a cor errada, o preto escorrido! É a lei de Murphy infalível, na hora da maquiagem. Mas não se desespere, e, pelo amor de Deus! não chore, só vai piorar a situação.

Eis algumas dicas para esses momentos terríveis:

1) Errou no tom da base - Nem pensar em tirar tudo. Retire o excesso com uma esponja seca, com leves batidinhas. Depois empregue um pó fino, mais claro, se a base for de tom mais escuro, ou ao contrário. E não carregue no pó bronzeador, ou use-o com mais evidência, dependendo do caso.

2) O traço do delineador borrou no final - Esfumace, sombreando com sombra escura, em movimentos de vai e vem, para não depositar a sombra em um ponto só, se estiver usando delineador em pó ou lápis. No caso do delineador líquido, terá que esfumar todo o traço, acentuando mais a sombra onde borrou.

3) O lápis escorreu durante a festa - esfume o traço com o próprio, e aplique iluminador de boa qualidade, sem brilho, nas olheiras, de dentro para fora. Mas não exagere, senão em vez de "panda" vira "fantasma"!

4) A sombra em pó caiu na pálpebra inferior - Em primeiro lugar, para evitar que isso aconteça, sacuda um pouco o pincel antes de aplicá-la; para as jovens, vale colocar uma camada (fina) de pó fino em baixo dos olhos, e depois removê-la com um pincel grosso, o mesmo que usou para aplicar. Para as mais velhas, nem pensar nisso, pois vinca as linhas de expressão!

5) O rímel marcou a pálpebra - Costumo me trancar e não falar, nesta hora "sagrada", que é como chamo, brincando, o momento de passar o rímel. Se este deixou alguns borrões, tente tirá-los com uma mínima ponta do lenço de papel, que deve estar sempre à mão na hora de se maquiar, molhada com uma gotícula de líquido próprio para retirar o rímel, não use creme. Depois, retoque a pálpebra com a sombra ou iluminador.

6) Exagerou no brilho - Para não virar holofote, não pese a mão na hora de aplicar o pó com brilho, ou o iluminador líquido. Para o primeiro, o conserto é tentar esbater com o lenço de papel e depois passar um pouco de pó fino opaco, com o pincel a que já nos referimos, nunca com esponja. Aliás, esta já era para se passar pó!

7) Exagerou no blush - Retire o excesso com uma bola de algodão, em movimentos circulares. Em seguida, pincele o pó mais claro e reaplique um pouco do blush que tirou, para que a maquiagem dure. Mas, dessa vez, com menos entusiasmo.

8) Boca de Bozo - Ultrapassou os limites do contorno labial? Estique o lenço de papel sobre o contorno, puxando-o para dentro da boca. Passe um iluminador opaco por fora do contorno e reaplique o lápis de boca, para só então passar o batom. Aliás, esse é o modo certo e seguro de empregar o batom ou brilho. Porém, use o tom correto do lápis, de acordo com o batom, para não ficar com os lábios emoldurados. O lápis não deve sobressair, fica ridículo! Maquiagem é diversão, não só beleza. Tudo tem concerto, só não se aplica aqui a máxima de que "água lava tudo". Há coisas melhores, nesses casos!

sábado, 28 de janeiro de 2012

O que os pais devem fazer pelos filhos estudantes

Seguem algumas sugestões para os pais de primeira viagem, com seus filhos em idade escolar.

1. Ter um lugar tranquilo para os estudos. Cuidar para que o ambiente tenha mesa, cadeira, iluminação e seja longe da TV

2. Cuidar para que tenham tempo livre – não deixar a agenda das crianças lotada de atividades, para que tenham tempo para brincar e se divertir. Criança que não brinca, diminui o rendimento escolar.

3. Cuidar para que faça a lição – mesmo que sejam fáceis, é importante que façam num tempo e horário determinado. Sempre olhar o que deve ser feito e depois de pronto também.

4. Ter livros em casa – isso ajuda muito o interesse por leitura. E tendo filhos pequenos, ler para eles. O hábito, cultivado desde cedo, aumenta muito o vocabulário.

5. Não solucionar os problemas por eles, apenas orientar, nunca dar a resposta. Pode sugerir uma leitura mais atenta do enunciado, fazer uma nova reflexão sobre o assunto. A correção final deve ser do professor.

6. Conversar sobre a escola – é bom ouvir o que eles tem a dizer sobre o colégio e seus professores. Isso vai dar aos pais condições de avaliar o rendimento escolar versus o ensino dado
.
7. Ir ao colégio conversar sempre que notar algo não coerente com o que esperam deles para seus filhos.

8. Ver sempre o boletim – definir planos para melhorar, quando não foi bom o resultado e elogiar estimulando para estar sempre atento aos estudos, quando o resultado for bom. Evitar castigos e estar atentos para que estudem mais no bimestre seguinte.

9. Ir sempre à reunião de pais – mesmo que não goste ou o tempo seja pouco..A ida a esses encontros ajuda-nos a entender melhor nossos filhos com os estudos.

10. Na hora do vestibular mantenha seu filho calmo, sem muitas pressões, mas atentos para que não saiam do rumo justo na reta das provas.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

É hora de viajar!

Por Maria Teresa Serman

Férias, que tal uma escapadinha? Ou um descanso mais longo? De qualquer jeito, é preciso usar o bom senso e se organizar, para aproveitar inteiramente a oportunidade. E esse aproveitamento começa pela mala, depois de decidido o destino e programados os meios.

Em primeiro lugar, pesquise como estará o clima no lugar aonde vai durante o tempo em que ficará por lá. As roupas devem ser apropriadas a isso, sempre com uma variação para mais frio ou mais calor, pode acontecer. Leve peças que combinem entre si, com acessórios legais para implementar as variações possíveis. Assim você estará elegante com menos bagagem. Ao arrumar as coisas na mala, siga os seguintes passos, para aproveitar bem os espaços e deixar suas roupas esticadas e prontas para vestir.

1- Os sapatos devem ser postos dentro de sacos (de preferência transparentes, para facilitar), e podem ser preenchidos com cintos, meias e até bijuterias, também em saquinhos. Essa é uma excelente forma de aproveitar espaços. Sapatos e bolsas devem ser as primeiras coisas a serem postas no fundo da mala.

2- Coloque as calças mais pesadas, assim como bermudas desse tipo, logo a seguir, dobrando-as no comprimento, unindo as pernas. Alterne o posicionamento das peças, sobrepondo uma para cada lado, de modo que pernas e cós não coincidam, o que distribuirá melhor o volume.

3- Agora é a vez dos cardigãs, pijamas e blusas, por ordem de peso, os mais pesados e que amassam menos por baixo. Os casacos, se mais grossos, podem ser dobrados ao meio; se finos, enrolados com as mangas interiormente, sobrepostas ao longo. Tops podem ser enrolados ou esticados, ocupando espaços com menos altura. Camisetas podem do mesmo modo, preenchendo cantos ociosos.

4- Vestidos e saias de tecido fino devem ser enrolados, de preferência juntos, com uma saia dentro de cada vestido, ou seja: estique o vestido sobre a cama, disponha a saia em cima dele, no mesmo lugar da saia do vestido, e vá enrolando. Coloque os rolos nas laterais da mala, bem fixos, para não amassar.

5- Lingerie, maiôs e biquínis devem ir em saquinhos também, ocupando os vazios que ainda houver. Acessórios idem.

6- Por último, devem ser colocados blazers e outras roupas que amassem. Estique cada peça na mala, dobrando as mangas para dentro, sendo estas também esticadas. Se necessário, dobre então ao meio, no sentido do comprimento.

7- Itens de maquiagem e higiene pessoal devem ser transportados à parte, em uma nécessaire, que pode integrar a bagagem de mão, com frascos bem vedados. Xampu, condicionador e sabonetes líquidos podem ser transferidos para potes avulsos menores, se for possível. Em viagens internacionais, atente para as regras próprias vigentes.

Boa viagem!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O que nos diz São Josemaria sobre o casamento – parte 4

Colocaremos aqui, algumas respostas do santo da atualidade: São Josemaria Escrivá, sobre o casamento. O texto é uma coletânea de repostas de uma tertúlia no Chile.

Ele responde a perguntas sobre o matrimonio, o amor, o namoro, a fidelidade, a educação dos filhos, os principais valores para conseguir a unidade familiar, o que acontece quando não se têm filhos…

7. Há mulheres que não se atrevem a comunicar a parentes e amigos a chegada de um novo filho. Temem as críticas daqueles que pensam que uma família com muitos filhos é coisa do passado. Que nos diria sobre isto?

Abençoo os pais que, recebendo com alegria a missão que Deus lhes confia, têm muitos filhos. Convido os casais a não estancarem as fontes da vida, a terem sentido sobrenatural e coragem para manter uma família numerosa, se Deus lha mandar.

Quando louvo a família numerosa, não me refiro à que é consequência de relações meramente fisiológicas, mas à que é fruto do exercício das virtudes cristãs, à que tem um alto sentido da dignidade da pessoa, à que sabe que dar filhos a Deus não consiste só em gerá-los para a vida natural, mas que exigem também uma longa tarefa educadora: dar-lhes a vida é a primeira coisa, mas não é tudo.

Pode haver casos concretos em que a vontade de Deus - manifestada pelos meios ordinários - esteja precisamente em que uma família seja pequena. Mas são criminosas, anticristãs e infra-humanas, as teorias que fazem da limitação da natalidade um ideal ou um dever universal ou simplesmente geral.

Seria adulterar e perverter a doutrina cristã, querer apoiar-se num pretenso espírito pós-conciliar para ir contra a família numerosa. O Concílio Vaticano II proclamou que entre os cônjuges, que assim cumprem a missão que lhes foi confiada por Deus, são dignos de menção muito especial os que, de comum acordo e refletidamente, se decidem com magnanimidade a aceitar e a educar dignamente uma prole mais numerosa (Const. past. Gaudium et spes, n.º 50). E Paulo VI, numa alocução pronunciada em 12 de Fevereiro de 1966, comentava: que o Concílio Vaticano II, recentemente concluído, difunda nos esposos cristãos o espírito de generosidade para dilatarem o novo Povo de Deus... Recordem sempre que essa dilatação do Reino de Deus e as possibilidades de penetração da Igreja na humanidade para levar a salvação - a eterna e a terrena - estão confiadas também à sua generosidade.

O número não é por si só decisivo. Ter muitos ou poucos filhos não é suficiente para que uma família seja mais ou menos cristã. O que importa é a retidão com que se vive a vida matrimonial. O verdadeiro amor mútuo transcende a comunidade de marido e mulher e estende-se aos seus frutos naturais, os filhos. O egoísmo, pelo contrário, acaba por rebaixar esse amor à simples satisfação do instinto, e destrói a relação que une pais e filhos. Dificilmente haverá quem se sinta bom filho - verdadeiro filho - de seus pais, se puder vir a pensar que veio ao mundo contra a vontade deles, que não nasceu de um amor limpo, mas de uma imprevisão ou de um erro de cálculo.

Dizia eu que, por si só, o número de filhos não é determinante. Contudo, vejo com clareza que os ataques às famílias numerosas provêm da falta de fé, são produto de um ambiente social incapaz de compreender a generosidade, um ambiente que tende a encobrir o egoísmo e certas práticas inconfessáveis com motivos aparentemente altruístas. Dá-se o paradoxo de que os países onde se faz mais propaganda do controlo da natalidade - e a partir dos quais se impõe a sua prática a outros países - são precisamente aqueles que alcançaram um nível de vida mais elevado. Talvez se pudessem tomar a sério os seus argumentos de carácter econômico e social, se esses mesmos argumentos os levassem a renunciar a uma parte da opulência de que gozam, a favor dessas pessoas necessitadas. Enquanto o não fizerem, torna-se difícil não pensar que, na realidade, o que determina esses argumentos é o hedonismo e uma ambição de domínio político e de neocolonialismo demográfico.

Não ignoro os grandes problemas que afligem a humanidade, nem as dificuldades concretas com que pode deparar uma família determinada. Penso nisto com frequência e enche-se de piedade o coração de pai que, como cristão e como sacerdote, tenho obrigação de ter. Mas não é lícito procurar a solução por esses caminhos.
Temas atuais do cristianismo,94

8. A infecundidade matrimonial – e a frustração que pode trazer consigo – é, por vezes, fonte de desavenças e incompreensões. Na sua opinião, que sentido devem dar ao casamento os esposos cristãos que não têm descendência?

Em primeiro lugar, dir-lhes-ei que não devem dar-se por vencidos com demasiada facilidade. É preciso pedir a Deus que lhes conceda descendência, que os abençoe - se for essa a sua vontade - como abençoou os Patriarcas do Antigo Testamento. Depois, é conveniente que recorram a um bom médico, elas e eles. Se, apesar de tudo, o Senhor não lhes dá filhos, não devem ver nisso nenhuma frustração, devem ficar satisfeitos, descobrindo nesse facto precisamente a Vontade de Deus em relação a eles. Muitas vezes, o Senhor não dá filhos porque pede mais. Pede que se tenha o mesmo esforço e a mesma entrega delicada ajudando o próximo, sem o júbilo bem humano de ter tido filhos. Não há, pois, motivo para se sentirem fracassados, nem para dar lugar à tristeza.

Se os esposos têm vida interior, compreenderão que Deus os insta, levando-os a fazer da sua vida um generoso serviço cristão, um apostolado diferente do que realizariam com os seus filhos, mas igualmente maravilhoso.

Que olhem à sua volta, e descobrirão imediatamente pessoas que necessitam de ajuda, de caridade e de carinho. Há, além disso, muitas ocupações apostólicas em que podem trabalhar. E, se sabem pôr o coração nessa tarefa, se se sabem dar generosamente aos outros, esquecendo-se de si próprios, terão uma fecundidade esplêndida, uma paternidade espiritual que encherá a sua alma de verdadeira paz.

As soluções concretas podem ser diferentes em cada caso, mas, no fundo, todas se reduzem a ocupar-se dos outros com afã de servir, com amor. Deus recompensa sempre aqueles que têm a generosa humildade de não pensarem em si mesmos, dando às suas almas uma profunda alegria.
Temas ctuais do cristianismo, 96

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O que nos diz São Josemaria sobre o casamento – parte 3

Colocaremos aqui, algumas respostas do santo da atualidade: São Josemaria Escrivá, sobre o casamento. O texto é uma coletânea de repostas de uma tertúlia no Chile.

Ele responde a perguntas sobre o matrimonio, o amor, o namoro, a fidelidade, a educação dos filhos, os principais valores para conseguir a unidade familiar, o que acontece quando não se têm filhos…

1. São também habituais as discussões entre marido e mulher, o que às vezes chega a comprometer seriamente a paz familiar. Que conselhos daria aos casais?

Que se amem. Que saibam que ao longo da vida haverá desentendimentos e dificuldades que, resolvidos com naturalidade, contribuirão inclusivamente para tornar o amor mais profundo.

Cada um de nós tem o seu feitio, os seus gostos pessoais, o seu gênio - o seu mau gênio, por vezes - e os seus defeitos. Cada um tem também coisas agradáveis na sua personalidade e por isso e por muitas mais razões, pode-se amá-lo. A convivência é possível quando todos se empenham em corrigir as próprias deficiências e procuram passar por alto as faltas dos outros, isto é, quando há amor, que anula e supera tudo o que falsamente poderia ser motivo de separação ou de divergência. Pelo contrário, se se dramatizam os pequenos contrastes e mutuamente se começa a lançar à cara os defeitos e os erros, então acaba-se a paz e corre-se o risco de matar o amor.

Os casais têm graça de estado - a graça do sacramento - para viverem todas as virtudes humanas e cristãs da convivência: a compreensão, o bom humor, a paciência, o perdão, a delicadeza no convívio. O que é importante é não se descontrolarem, não se deixarem dominar pelo nervosismo, pelo orgulho ou pelas manias pessoais. Para isso, o marido e a mulher devem crescer em vida interior e aprender da Sagrada Família a viver com delicadeza - por um motivo humano e sobrenatural ao mesmo tempo - as virtudes do lar cristão. Repito: a graça de Deus não lhes falta.

Se alguém diz que não pode aguentar isto ou aquilo, que lhe é impossível calar-se, exagera para se justificar. É preciso pedir a Deus força para saber dominar o próprio capricho, graça para saber ter o domínio de si próprio, porque os perigos de uma zanga são estes: que se perca o controlo e as palavras se encham de amargura e cheguem a ofender e, ainda que talvez não se desejasse, a ferir e a causar mal.

É necessário aprender a calar, a esperar e a dizer as coisas de modo positivo, optimista. Quando ele se zanga, é o momento de ser ela especialmente paciente, até que chegue de novo a serenidade, e vice-versa. Se há afecto sincero e preocupação por aumentá-lo, é muito difícil que os dois se deixem dominar pelo mau humor na mesma altura...

Outra coisa muito importante: devemo-nos acostumar a pensar que nunca temos toda a razão. Pode-se dizer, inclusivamente, que, em assuntos desses, ordinariamente tão opináveis, quanto mais seguros estamos de ter toda a razão, tanto mais certo é que não a temos. Discorrendo deste modo, torna-se depois mais fácil retificar e, se for preciso, pedir perdão, que é a melhor maneira de acabar com uma zanga. Assim se chega à paz e à ternura. Não vos animo a discutir, mas é natural que discutamos alguma vez com aqueles de quem mais gostamos, porque são os que habitualmente vivem connosco. Não vamos zangar-nos com o Preste João das Índias... Portanto, essas pequenas zangas entre os esposos, se não são frequentes - e é preciso procurar que não o sejam -, não demonstram falta de amor e até podem ajudar a aumentá-lo.

Um último conselho: que nunca se zanguem diante dos filhos. Para consegui-lo, basta que se ponham de acordo com uma palavra determinada, com um olhar, com um gesto. Discutirão depois, com mais serenidade, se não forem capazes de evitá-lo. A paz conjugal deve ser o ambiente da família, porque é condição necessária para uma educação profunda e eficaz. Que os filhos vejam nos seus pais um exemplo de entrega, de amor sincero, de ajuda mútua, de compreensão, e que as ninharias da vida diária não lhes ocultem a realidade de um afeto que é capaz de superar seja o que for.

As vezes tomamo-nos demasiado a sério. Todos nos aborrecemos de quando em quando, umas vezes porque é necessário, outras porque nos falta espírito de mortificação. O que importa é demonstrar que esses aborrecimentos não quebram o afeto, restabelecendo a intimidade familiar com um sorriso. Numa palavra, que marido e mulher vivam amando-se um ao outro e amando os filhos, porque assim amam a Deus.
Temas atuais do cristianismo,108

2. Muitos casais veem-se desorientados em relação ao tema do número de filhos. Que aconselharia a estes casais?

Os que perturbam dessa maneira as consciências esquecem que a vida é sagrada e tornam-se merecedores das duras censuras do Senhor contra os cegos que guiam outros cegos, contra os que não querem entrar no Reino dos Céus e não deixam sequer entrar os outros. Não julgo as suas intenções e até estou certo de que muitos dão tais conselhos guiados pela compaixão e pelo desejo de solucionar situações difíceis; mas não posso ocultar o profundo desgosto que me causa esse trabalho destruidor - em muitos casos diabólico - de quem não só não dá boa doutrina, como a corrompe.

Não esqueçam os esposos, ao ouvir conselhos e recomendações nessa matéria, que o que importa é conhecer o que Deus quer. Quando há sinceridade - retidão - e um mínimo de formação cristã, a consciência sabe descobrir a vontade de Deus, nisto como em tudo o mais. Porque pode suceder que se esteja a procurar um conselho que favoreça o próprio egoísmo, que cale, precisamente, com a sua pretensa autoridade, o clamor da própria alma e, inclusive, que se vá mudando de conselheiro, até encontrar o mais benévolo. Além do mais, isto é uma atitude farisaica, indigna de um filho de Deus.

O conselho de outro cristão, e especialmente - em questões morais ou de fé - o conselho do sacerdote, é uma ajuda poderosa para reconhecer o que Deus nos pede numa circunstância determinada; mas o conselho não elimina a responsabilidade pessoal. É cada um de nós que tem de decidir em última análise, e é pessoalmente que havemos de dar contas a Deus das nossas decisões.

Acima dos conselhos privados está a lei de Deus contida na Sagrada Escritura e que o Magistério da Igreja - assistido pelo Espírito Santo - guarda e propõe. Quando os conselhos particulares contradizem a Palavra de Deus tal como o Magistério a ensina, temos de afastar-nos decididamente desses conselhos erróneos. A quem procede com esta rectidão, Deus ajudá-lo-á com a sua graça, inspirando-lhe o que deve fazer e, quando o necessitar, levando-o a encontrar um sacerdote que saiba conduzir a sua alma por caminhos rectos e limpos, ainda que algumas vezes sejam difíceis.

O exercício da direção espiritual não deve orientar-se no sentido de fabricar criaturas carecidas de juízo próprio, que se limitam a executar materialmente o que outrem lhes disse; pelo contrário, a direção espiritual deve tender a formar pessoas de critério. E o critério pressupõe maturidade, firmeza de convicções, conhecimento suficiente da doutrina, delicadeza de espírito, educação da vontade.

É importante que os esposos adquiram o sentido claro da dignidade da sua vocação, saibam que foram chamados por Deus para atingir também o amor divino através do amor humano, que foram escolhidos, desde a eternidade, para cooperar com o poder criador de Deus, pela procriação e depois pela educação dos filhos, que o Senhor lhes pede que façam, do seu lar e de toda a sua vida familiar, um testemunho de todas as virtudes cristãs.

O matrimônio - não me cansarei nunca de o repetir - é um caminho divino, grande e maravilhoso e, como tudo o que é divino em nós, tem manifestações concretas de correspondência à graça, de generosidade, de entrega, de serviço. O egoísmo, em qualquer das suas formas, opõe-se a esse amor de Deus que deve imperar na nossa vida. Este é um ponto fundamental que é preciso ter muito presente a propósito do matrimônio e do número de filhos.
Temas atuais do cristianismo,93
http://www.pt.josemariaescriva.info

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A (indiscutível) força do exemplo

Por Maria Teresa Serman
Mesmo correndo o risco de ferir a mesma tecla, insistindo no mesmo tema, este texto versa sobre a necessidade do exemplo na educação. Começo pela obrigação dos pais de falar corretamente, evitando erros crassos de linguagem na linguagem familiar - tais como "pra mim fazer", "soltar do ônibus", "quer que eu faço?", e outras aberrações, mais frequentes em boas famílias do que se espera - , passo pelo cuidado no modo de falar em casa, cultivando a delicadeza e evitando grosserias e palavras chulas, até o comportamento em si, de maneira geral, pois não se pode querer que os filhos não sejam reflexo de nós mesmos.

Na verdade, duas coisas que acabei de ler me inspiraram essas colocações. A primeira foi uma reportagem sobre um novo programa que pretende "ajudar as meninas a se vestir" (sic). Pelo título e tamanho da saia da apresentadora, não vai ser bom, pensei eu ao começar a leitura. E não é que a própria se dá conta disso, quando, ao ser pega na gravação sobre o perigo da saia em dia de verão ventoso, tem a sua levantada na frente de todos, e conclui, sabiamente, "que moral tenho eu para dar dica sobre isso?"

Saias voam, mesmo no comprimento adequado, claro, mas a ideia permanece firme: que moral temos para ensinar ou exigir dos filhos se não lhes damos um exemplo cotidiano, claro, em detalhes de educação, moral e compromisso com a verdade? Nossas palavras, então, serão vãs, fruto de um farisaísmo facilmente percebido pelas mentes infantis e puras, ainda (que Deus as mantenha assim!) suscetíveis às incoerências da vida.

O outro item que suscitou essas considerações foi ler sobre um programa feito sobre conhecida atriz, longeva e recentemente falecida, famosa por seu vocabulário pesado e postura nada moralista, que persistiu em recomendar à única filha que se mantivesse casta até o casamento. E esta realmente preservou e teve um longo casamento feliz, até a morte do marido. A mãe lhe repetia sempre, segundo o depoimento da própria filha, praticamente aquele ditado conhecido "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço! ", consciente de suas limitações e desejando uma vida diferente para a filha.

Conseguiu, realmente, embora seja raro que aconteça isso, pois coerência de vida é a melhor escola. Mas não podemos julgar as pessoas, pois não sabemos o que receberam da família - neste caso, a pessoa não teve a mãe, que faleceu quando ela era pequenina, e o pai não lhe deu assistência. Quanto a nós, podemos cumprir nosso dever de pais, para o que temos graça de estado de Deus, com o máximo de aplicação, lutando nós mesmos, em primeiro lugar, para sermos pessoas melhores a cada dia.

Essa luta por dar exemplo nos transformará, e, ainda que falhemos muitas vezes, porque somos humanos, e os filhos devem nos ver assim, não como perfeições ambulantes, o recomeçar com esperança, buscando a ajuda de Deus e de Sua Santíssima Mãe, vai fortalecê-los também, pois o caminho da esperança e da fé é o único que leva à felicidade. Essa é a verdade, por mais que queiram negá-la.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (Parte 124)

As perguntas estarão apenas com as iniciais dos nomes, para deixar bem a vontade nossos amigos. Podem fazer suas perguntas nos comentários.

1 – L. diz: Dra Mannoun porque a senhora manda sempre rezar? Isso faz parte da psicologia? Um médico não deve ser mais profissional? Atenciosamente L.
RESP: Cara Sra L.
Obrigada por sua pergunta extremamente oportuna e peço licença aos que me leem para uma resposta um pouco mais longa que o habitual. Primeiramente devo esclarecer que não sou Psicóloga, portanto não posso responder como tal - sou médica, com formação e atuação em Pediatria e Adolescentes. A senhora tem razão - na verdade, devemos ser bastante profissionais como diz, mas neste pormenor há uma confusão de longos anos que deve ser esclarecida . Pensava-se haver incompatibilidade entre ciência e fé e assim se comportaram muitos, durante muitos anos. Hoje, com o avanço de tantas descobertas, chegou-se à conclusão de que, quando as pessoas adoecem, aquelas que têm Fé, respondem muito bem (até ajudam!) ao seu tratamento e suportam melhor os sofrimentos porque lhes dão um sentido.

Claro que no atendimento médico não devo abrir mão dos recursos diagnósticos de que disponho, nem recomendar que APENAS a pessoa se dirija a Deus, caso tenha fé....

Vamos refletir - Não é verdade que muitos comentam : - " Fulano está muito mal, porque os médicos disseram que AGORA só rezando..."? Esta não deve ser a atitude de um bom profissional. Um médico é alguém que deveria se maravilhar SEMPRE com a grandeza da Criação, especialmente do ser humano! Quem seria capaz de outorgar impressões digitais únicas e irrepetíveis? Quem seria capaz de - com duas microscópicas células - espermatozoide e óvulo- criar um novo ser à imagem (DNA,cromossomas,genética ...etc.) absolutamente similar a de seus genitores? Dirão que hoje sim, é possível com a engenharia genética... Os homens querem ser deuses mas não sei onde e como chegarão estes ditos " cientistas " ... Tendo diante de mim uma pessoa, devo ver - em cada uma ! - a presença oculta de Deus que a chamou um dia à existência, respeitá-la e até mesmo reverenciá-la.

Venho de uma família católica e ao estudar medicina, sempre procurei conservar e avivar aquilo que recebi de meus pais e que vi encarnado em suas belas vidas. Ajudar as pessoas a recuperar sua saúde e viver bem, com alegria, foi o ideal que me passaram. Um médico deve ser alguém que tenha esperança para poder transmiti-la aos seus pacientes e sempre procurei atualizar-me profissionalmente, acreditando que aqueles que buscam a Deus se saem melhor! Esta a razão pela qual recomendo- especialmente aos pais - que rezem pelos filhos e vice-versa! Por vezes ficamos no escuro, sem vislumbrar uma saída, e recorrendo a Deus, ela surge! Afinal, viemos d'Ele e a Ele retornaremos um dia... Creio nesta verdade firmemente! Retifico apenas uma observação sua - não " mando sempre as pessoas rezarem " mas por vezes sugiro, até porque devemos respeitar a cada um e há aqueles que - lamentavelmente- não acreditam em Deus, e isto porque na verdade, O desconhecem ...

Obrigada, cara L. pela chance deste esclarecimento . Desculpem-me os leitores porque me alonguei... E um grande abraço! Atenciosamente, Mannoun

2 – C. diz: Uma menina de 11 anos que menstruou pela primeira vez deve ter a próxima menstruação em 1 mês? Ou pode ocorrer um espaço maior? Quando devo procurar um médico, se a menstruação não voltar?
RESP: Cara C.
A próxima menstruação poderá ou não acontecer dentro de 28 dias, tempo do ciclo menstrual.É normal acontecer de vir neste prazo, não vir, vir bem pouquinho ou espaçar sua chegada, porque - em geral - as primeiras menstruações acontecem sem ovulação. Vale a pena que sua filha tenha um médico que a acompanhe para ir se acostumando a visitar o médico sem estar"doente". O próprio Pediatra pode orientá-las, se o desejarem, ou então veja se há médicos de adolescentes onde moram e combine de levá-la para ver peso, altura, fazer perguntas,esclarecer as dúvidas , consultar e receber orientação, ok ? Um abraço e fico às ordens, Mannoun

domingo, 22 de janeiro de 2012

O que nos diz São Josemaria sobre o casamento – parte 2

Colocaremos aqui, algumas respostas do santo da atualidade: São Josemaria Escrivá, sobre o casamento. O texto é uma coletânea de repostas de uma tertúlia no Chile.

Ele responde a perguntas sobre o matrimonio, o amor, o namoro, a fidelidade, a educação dos filhos, os principais valores para conseguir a unidade familiar, o que acontece quando não se têm filhos…

1. Há hoje em dia pessoas que afirmam que o amor justifica tudo, e concluem que o namoro é como que um casamento à experiência. Não seguir o que consideram imperativos do amor, pensam que é inautêntico, retrógrado. Que pensa desta atitude?

O noivado deve ser uma ocasião de aprofundar o afeto e o conhecimento mútuo. E, como toda a escola de amor, deve ser inspirado não pela ânsia de posse, mas por espírito de entrega, de compreensão, de respeito, de delicadeza. Por isso, há pouco mais de um ano quis oferecer à Universidade de Navarra uma imagem de Santa Maria, Mãe do Amor Formoso, para que os rapazes e raparigas que frequentam aquelas Faculdades aprendessem d'Ela a nobreza do amor - do amor humano também.

Matrimonio à experiência? Que pouco sabe de amor quem fala assim! O amor é uma realidade mais segura, mais real, mais humana. Algo que não se pode tratar como um produto comercial, que se experimenta e depois se aceita ou se deita fora, segundo o capricho, a comodidade ou o interesse.

Essa falta de critério é tão lamentável, que nem sequer parece necessário condenar quem pensa ou procede assim porque eles mesmo se condenam à infecundidade, à tristeza, a um isolamento desolador, que sofrerão mal passem alguns anos. Não posso deixar de rezar muito por eles, amá-los com toda a minha alma e tratar de lhes fazer compreender que continuam a ter aberto o caminho de regresso a Jesus Cristo, e que, se se empenharem a sério, poderão ser santos, cristãos íntegros, porque não lhes faltará nem o perdão nem a graça do Senhor. Só então compreenderão bem o que é o amor: o Amor divino e também o amor humano nobre; e saberão o que é a paz, a alegria, a fecundidade.
Temas atuais do cristianismo, 105

2. Que conselhos daria para que, com o passar do tempo, a vida matrimonial continue feliz, sem ceder à monotonia? Pode parecer uma questão pouco importante, mas recebem-se muitas cartas sobre este tema.

A mim parece-me que, com efeito, é um assunto importante, e por isso o são também as possíveis soluções, apesar da sua aparência modesta. Para que no matrimonio se conserve o encanto do começo, a mulher deve procurar conquistar o seu marido em cada dia, e o mesmo teria que dizer ao marido em relação à mulher. O amor deve ser renovado em cada novo dia, e o amor ganha-se com o sacrifício, com sorrisos e com arte também. Se o marido chega a casa cansado de trabalhar e a mulher começa a falar sem medida, contando-lhe tudo o que lhe parece que correu mal, pode-se surpreender que o marido acabe por perder a paciência? Essas coisas menos agradáveis podem-se deixar para um momento mais oportuno, quando o marido esteja menos cansado, mais bem disposto.

Outro pormenor: o arranjo pessoal. Se outro sacerdote vos dissesse o contrário, penso que seria um mau conselho. À medida que uma pessoa, que deve viver no mundo, vai avançando em idade, mais necessário se torna melhorar não só a vida interior como - precisamente por isso - procurar estar apresentável. Evidentemente, sempre em conformidade com a idade e as circunstâncias. Costumo dizer, por brincadeira, que as fachadas, quanto mais envelhecidas, mais necessidade tem de reparação. É um conselho sacerdotal. Um velho refrão castelhano diz que la mujer compuesta saca al hombre de otra puerta, a mulher bem posta tira o homem de outra porta.
Costumo dizer, por brincadeira, que as fachadas, quanto mais envelhecidas, mais necessidade tem de reparação. É um conselho sacerdotal. Um velho refrão castelhano diz que la mujer compuesta saca al hombre de otra puerta, a mulher bem posta tira o homem de outra porta.

Por isso atrevo-me a afirmar que as mulheres têm a culpa de oitenta por cento das infidelidades dos maridos, porque não sabem conquistá-los em cada dia, não sabem ter pequenas amabilidades e delicadezas. A atenção da mulher casada deve-se centrar no marido e nos filhos. Assim como a do marido se deve centrar na mulher e nos filhos. E para fazer isto bem é preciso tempo e vontade. Tudo o que torne impossível esta tarefa é mau, não está bem.

Não há desculpa para não cumprir esse amável dever. Para já, não é desculpa o trabalho fora do lar, nem sequer a própria vida de piedade, a qual, se não é compatível com as obrigações de cada dia, não é boa, Deus não a quer. A mulher casada tem que se ocupar primeiro do lar. Recordo uma antiga da minha terra, que diz: La mujer que, por la iglesia, / deja el puchero quemar, / tiene la mitad de ángel, / de diablo la otra mitad. - A mulher que, pela igreja, / deixa esturrar a comida, / tem metade de anjo, / de diabo a outra metade. A mim parece-me inteiramente um diabo.
Temas atuais do cristianismo, 107
http://www.pt.josemariaescriva.info

sábado, 21 de janeiro de 2012

O que nos diz São Josemaria sobre o casamento – parte 1

Colocaremos aqui, algumas respostas do santo da atualidade: São Josemaria Escrivá, sobre o casamento. O texto é uma coletânea de repostas de uma tertúlia no Chile.

Ele responde a perguntas sobre o matrimonio, o amor, o namoro, a fidelidade, a educação dos filhos, os principais valores para conseguir a unidade familiar, o que acontece quando não se têm filhos…

1.Poderia dizer-nos quais os valores mais importantes do matrimônio cristão?

Vou falar de algo que conheço bem e que é da minha experiência de sacerdote, de muitos anos e em muitos países. A maior parte dos sócios do Opus Dei vivem no estado matrimonial e, para eles, o amor humano e os deveres conjugais fazem parte da vocação divina. O Opus Dei fez do matrimônio um caminho divino, uma vocação, e isto tem muitas consequências para a santificação pessoal e para o apostolado. Há quase quarenta anos que prego o sentido vocacional do matrimônio. Que olhos cheios de luz vi mais de uma vez, quando - e pensando eles e elas que eram incompatíveis na sua vida a entrega a Deus e um amor humano nobre e limpo - me ouviam dizer que o matrimônio é um caminho divino na Terra!

O matrimônio existe para que aqueles que o contraem se santifiquem nele e através dele. Para isso, os cônjuges têm uma graça especial que o sacramento instituído por Jesus Cristo confere. Quem é chamado ao estado matrimonial, encontra nesse estado - com a graça de Deus - tudo o que é necessário para ser santo, para se identificar cada dia mais com Jesus Cristo e para levar ao Senhor as pessoas com quem convive.

É por isso que penso sempre com esperança e com carinho nos lares cristãos, em todas as famílias que brotaram do Sacramento do Matrimônio, que são testemunhos luminosos desse grande mistério divino - sacramentum magnum! (Ef. 5, 32), grande sacramento - da união e do amor entre Cristo e a sua Igreja. Devemos trabalhar para que essas células cristãs da sociedade nasçam e se desenvolvam com afã de santidade, com a consciência de que o sacramento inicial - o Batismo - confere já a todos os cristãos uma missão divina, que cada um deve cumprir no caminho que lhe é próprio.

Os esposos cristãos têm de ter consciência de que são chamados a santificar-se santificando, a ser apóstolos, e de que o seu primeiro apostolado está no lar. Devem compreender a obra sobrenatural que significa a fundação de uma família, a educação dos filhos, a irradiação cristã na sociedade. Desta consciência da própria missão dependem, em grande parte, a eficácia e o êxito da sua vida, a sua felicidade.

Mas não esqueçam que o segredo da felicidade conjugal está no quotidiano, não em sonhos. Está em encontrar a alegria íntima que dá a chegada ao lar; está no convívio carinhoso com os filhos; no trabalho de todos os dias, em que colabora toda a família; no bom humor perante as dificuldades, que é preciso encarar com desportivismo; e também no aproveitamento de todos os progressos que nos proporciona a civilização para tornar a casa agradável, a vida mais simples, a formação mais eficaz.

Nunca deixo de dizer aos que foram chamados por Deus a formar um lar que se amem sempre, que se queiram com o amor cheio de entusiasmo que tinham quando eram noivos. Pobre conceito tem do matrimônio - que é um sacramento, um ideal e uma vocação - quem pensa que o amor acaba quando começam as penas e os contratempos que a vida traz sempre consigo. É então que o amor se fortalece. As torrentes dos desgostos e das contrariedades não são capazes de submergir o verdadeiro amor. O sacrifício partilhado generosamente une mais. Como diz a Escritura, aquae multae - as muitas dificuldades, físicas e morais - non potuerunt extinguere caritatem (Cant. 8,7), não poderão apagar o amor.
Temas actuais do cristianismo, 91

2. Padre, que conselhos daria a um casal recém-casado que procura a santidade?

Primeiro, que se amem muito, segundo a lei de Deus. Depois, que não tenham medo à vida, que amem todos os defeitos de um e de outro quando não sejam ofensa a Deus; e depois ainda que procures não te descuidar, porque não te pertences. Já to disseram, e tu sabes isso muito bem, que pertences ao teu marido e ele a ti. Não deixes que to roubem! É uma alma que tem de ir para o Céu contigo e, além disso, dará qualidade chilena – o mesmo é dizer cristã -, e graça humana também, aos filhos que o Senhor lhes enviar. Rezem um pouco juntos. Não muito, mas um bocadinho todos os dias. Quando tu te esqueceres, que seja ele a dizer-te, e quando seja ele a esquecer-se, és tu que lho lembras. Não lhe atires nada em cara, não o aborreças com picuinhas.
Chile, julho de 1974, no Colégio de Tabancura
retirado de: http://www.pt.josemariaescriva.info

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Boa notícia: um ótimo livro sobre Santo Elias

Rafael Vitola Brodbeck é um jovem delegado de polícia, casado e com dois filhos bem pequenos. Este é o autor do livro que indicamos. Um gaúcho bem preparado dentro da doutrina católica e que promete tanto na vida profissional, como um católico praticante.

Santo Elias

Vale a pena a leitura da vida de um santo, para que vejamos o quanto é possível ser santo no meio do mundo.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O valor de um amigo.

Quando sabemos que temos um amigo de verdade? Ou se somos amigos do outro verdadeiramente? Quando nossa amizade é comprovada com ações em concreto. Isso é o que ensinamos aos nossos filhos.

Um amigo sincero não mede esforços para ajudar, estar presente nas horas boas e nas difíceis. Ajuda o outro a crescer, mesmo que ele próprio não cresça. É doação, sem cobranças.

Difícil ser amigo, e difícil ter amigo.

Uma pessoa que se diz amiga da outra, mas não é capaz de fazer um pequeno sacrifício pela outra, não é amigo no sentido real da palavra, é apenas um conhecido chegado. Alguém que aproveita boas ocasiões pra se divertir ou usar o outro, a seu prazer.

Nós adultos, já mais calejados pela vida, conseguimos distinguir mais rápido cada tipo de pessoa que fica perto de nós durante a nossa vida. Aqueles amigos fiéis, aqueles que tem grandes dificuldades , que precisam muito mais de nós e aqueles que são apenas aproveitadores da nossa amizade.

Quando somos muito crédulos, sofremos dobrado a desilusão com o aproveitador. No momento em que surge a tal dificuldade do nosso lado e este tal não corresponde ao esperado. Mas isso não nos impede de continuarmos mostrando a nossa amizade firme, apesar das controvérsias.

Aos nossos filhos devemos ensinar a serem amigos dos outros, sem esperar algo em troca, porque muitas vezes sofrerão a decepção de ver no outro apenas uma falsa amizade, mas que isso não os desanime. A sinceridade do seu sentimento e de suas ações, poderão um dia, quem sabe, transformar o outro.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ser atraente com elegância

Por Maria Teresa Serman
Atualmente este é o adjetivo - que é mais utilizado na versão importada, sexy, do que na nacional, sensual - máximo. Serve para tudo, virou bombril, com todo respeito pelo produto, muito útil e de comprovada qualidade. Classifica desde as mulheres (deveria dizer COISIFICA?) até relógios, e, se duvidar, até panos de limpeza. Isso denota muita falta de imaginação, pra dizer o mínimo.

Da sensualidade se descambou para a vulgaridade num estalar de dedos, ou seria num encurtar de saias, ajustamento doentio de roupas, exposição abusiva do corpo humano, o que desencoraja qualquer exercício da imaginação, antigo e eficiente recurso no jogo da sedução entre os sexos?

As mulheres são voluntárias para o sacrifício no matadouro da mídia, imolando-se estupidamente - em todos os sentidos do vocábulo – e tornando-se os próprios algozes. Sem querer ser saudosista, e sim observadora, é só assistir a um filme mais antigo, dos anos 40 ou 50, que podemos observar o quanto perderam elas de elegância, mistério, e, pasmem, sensualidade.

Ontem peguei um trecho final do filme A Condessa Descalça, com Ava Gardner, uma das mais belas e insinuantes atrizes que o cinema já teve. Estava, como sempre, belíssima, muito chique com suas saias godê guarda-chuva (como se chamava o godê completo), luvas que mudavam de acordo com o traje, batom e unhas vermelhas. Seus vestidos cobriam os joelhos, e sua cinturinha "de pilão" (desculpem a velha expressão, não sei o significado, mas era assim que se falava), que não conseguimos em nenhuma academia, destacava-se, oculta, somente sugerida pelos cintos bem femininos que demarcavam esse atributo. Linda e fascinante!

É importante lembrar que a atriz não era uma santa na vida real, e os personagens que lhe davam sugeriam isso. Porém, estava longe de ser agressiva, sua sensualidade era discreta e, por isso mesmo, inegável.

Assim como ela, outras se destacaram no mesmo aspecto, com esse binômio eficiente de atração e elegância. Temos Grace Kelly, Lauren Bacall, e até Rita Hayworth, mais apelativa, mas ainda uma vestal, perto do que se vê pelas ruas hoje em dia.

Parodiando meu saudoso pai, que tinha uma ironia muito atenta, algumas mulheres hoje em dia, no afã de se fazerem interessantes (?!) e amadas(???!!!), expõem seus defeitos mais íntimos, tornando-se, como dizia ele jocosamente, um "atentado à libido"! Nem a autocrítica usam para se preservar, quanto mais a decência e o bom gosto.

Vamos resgatar bastante do que andamos perdendo, mulheres, no vestir, no falar, no agir! E vamos, por favor!, dar exemplo e ensinar às novas gerações, de filhas, sobrinhas, vizinhas, NETAS, colegas, desconhecidas, que se pode ser atraente não apenas nem principalmente pelo aspecto físico, mas intelectual, moral, culturalmente. Já passou da hora de a mulher voltar a se valorizar e se comandar!