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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Trabalho infantil no Brasil

Nós pais que temos acesso a internet e podemos estar longe desta realidade, precisamos mostrar aos nossos filhos a outra realidade deste nosso país.

O trabalho infantil no Brasil é um tema extremamente preocupante, visto dentro de um contexto de profundas desproporções de renda no país.
O trabalho infantil se desenvolve não só no país dos excluídos, como também naquele em que teoricamente, se concentraria a parte dita desenvolvida do Brasil. A existência de cerca de 7,5 milhões de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, trabalhando no Brasil, representam 11% da população econômica ativa, não só na área rural, mas especialmente nas industria no interior de São Paulo.
É medida a gravidade do trabalho infantil na medida que é negado aos menores qualquer tipo de desenvolvimento intelectual, físico e psicológico. E nós sabemos que quase 2 milhões de menores entre 7 e 17 anos trabalham na área rural brasileira em condições subumanas . A mão de obra infantil é explorada no corte de cana, na colheita de laranjas e em muitas outras tarefas. E estão sujeitas a jornadas de mais de 40 horas de trabalho por semana e sendo que mais de 57% dos menores não recebem nada pelo trabalho realizado e 42% não freqüentam escola.
Os dados estatísticos, ainda que alarmantes, não refletem, no entanto, a dura realidade das crianças e adolescentes do país; já que afastados de qualquer educação formal estarão impossibilitados de desenvolver suas potencialidades .
O que de fato acontece é que estas crianças e estes jovens estão imersos numa dura realidade de trabalho, onde passam a contribuir com a renda da família, como forma de sobrevivência.
Num país como o Brasil, onde se fala tanto nos direitos da criança, ainda não vemos estes direitos sendo respeitados. E podemos ver isso muito perto de nós.

E vejam se é possível que um filho nosso reclamar por fazer a Sua cama? Ou enxugar uma louça para sua mãe? Tenham paciência!

Vamos colocar esta garotada pra produzir algo de útil dentro de casa e não ficar só o dia inteiro na frente de uma TV ou computador. A colaboração nos serviços domésticos deve ser obrigação também dos filhos. É uma forma de educá-los para o futuro e para sua própria sobrevivência neste mundo.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uma boa leitura - Pai, me compra um amigo

Pai me compra um amigo: Um livro é muito bom para jovens e adultos lerem.

Pedro Bloch conta a história de Bebeto, um garoto problemático, carente . A história é de grande valor pedagógico.

O menino cresceu sentindo falta de atenção dos pais, que trabalhavam e deixavam o pequeno aos cuidados de uma babá.
Um dia pede ao pai lhe compre um amigo e o pai nem percebeu a solidão do garoto, só pergunta onde se comprar um amigo.Bebeto se sente rejeitado mesmo e vê o mundo muito confuso.

Neste clima a história se desenvolve, mostrando mil malabarismos de Bebeto para conseguir estudar e fazer as coisas que outros meninos da sua idade fariam.

A proporção que os problemas de Bebeto aumentavam, sua tristeza e raiva também. E na grande confusão de sentimentos, procurava compreender os pais. A notícia de que ganharia um irmão só piorou seus sentimentos.

Os colegas de escola tentam ajudar Bebeto, mas seus conflitos interiores criam muitas barreiras.
As coisas só melhoram quando finalmente o pai de Bebeto vai conversar com a psicóloga e fica envergonhado compreendendo pela primeira vez o quanto tinha negligenciado o seu filho e o quanto ele estava se esforçando.

Neste livro o autor nos leva a refletir sobre se estamos sendo entendidos pelos nossos filhos com a nossa forma de amar. Ele nos mostra a necessidade do dialogo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

ENSINAMENTOS DE MINHA MÃE - uma brincadeira

Para um momento de descontração podemos ler estes ensinamentos e dar algumas gargalhadas. Talvez algumas mães se enquadrem, não se assustem. A gente acaba acertando com eles quando os amamos de verdade.
Sempre, tudo o que necessitei saber, aprendi com minha mãe. ( não sei o autor)
ME ENSINOU A APRECIAR UM TRABALHO BEM FEITO
"Se vão se matar, façam lá fora ! Acabei de limpar tudo aqui dentro."
ME ENSINOU RELIGIÃO
"É melhor rezar para que essa mancha saia do sofá."
ME ENSINOU LÓGICA
"Porque fui eu que disse! E por isso ...é ponto final !"
ME ENSINOU A PREVER O FUTURO
"Assegure-se de estar usando roupa íntima limpa e que não esteja esburacada para o caso de que tenha um acidente."
ME ENSINOU IRONIA
"Continue chorando e eu vou te dar uma verdadeira razão para chorar."
ME ENSINOU A SER ECONÔMICO
"Guarde suas lágrimas para quando eu morrer."
ME ENSINOU OSMOSE
"Fecha a boca e come."
ME ENSINOU CONTORCIONISMO
"Veja a sujeira que você tem no pescoço. Vira."
ME ENSINOU FORÇA DE VONTADE
"Você vai ficar sentado até que coma tudo."
ME ENSINOU METEOROLOGIA
"Parece que um furacão passou no seu quarto."
ME ENSINOU MODERAÇÃO
"Já te disse um milhão de vezes para não ser exagerado."
ME ENSINOU O CICLO DA VIDA
"Te trouxe para este mundo e posso te tirar dele."
ME ENSINOU PADRÕES DE COMPORTAMENTO
"Deixe de agir como o seu pai."
ME ENSINOU O CIÚME
"Tem milhões de crianças menos afortunadas neste mundo que não tem uma
mamãe tão maravilhosa como a sua."
ME ENSINOU VENTRILOQUIA
"Não reclame! Fique calado e responda: Porque você fez isso?
ME ENSINOU ODONTOLOGIA
"Volte a me contestar e eu arrebento teus dentes na parede! "
ME ENSINOU RETIDÃO
"Vou te endireitar com um tapa só."
MÃE É TUDO NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS, NÃO?
Brincadeiras a parte, é muita maldade com as mães, não é?

terça-feira, 28 de julho de 2009

Férias - Um passeio a Paquetá

“Paquetá é um céu profundo/Que começa neste mundo / Mas não sabe onde acabar...” versos de Hermes Fontes.

Esta ilha tão famosa, próxima a cidade do Rio de Janeiro, já foi palco de muitos acontecimentos literários.
Lugar bucólico inspirou poemas e canções, uma boa sugestão para fazer um passeio nas férias.

O embarque para a Ilha é feito no cais da histórica Praça XV no Centro da Cidade, onde se pode chegar facilmente de ônibus, metrô, táxi, carro, etc.

O passeio até Paquetá pode ser feito nas tradicionais barcas, em viagens de 60 minutos, ou em aerobarcos ou catamarãs, que fazem o trajeto em apenas 20 minutos.
É um passeio relativamente barato, pois o preço das passagens Rio-Paquetá, Paquetá-Rio é: R$ 4,50. Com horários desde 05:30 hs até às 22:15 hs, Podendo assim fazer um longo passeio e voltar após o lindo por do sol que de lá se vê. Bom local para fazer piqueniques, andar de bicicleta e curtir um lindo entardecer a sombra de grandes árvores..

O passeio começa já na barca, com a vista da cidade do Rio de Janeiro e de Niterói. Avistam-se também várias outras ilhas enfeitando a baía de Guanabara. E logo ao chegar a ilha vemos bicicletas de aluguel, charretes e vários outros atrativos. Sem esquecer de que lá tem a parte cultural muito importante: A colonização da Ilha de Paquetá é tão antiga quanto à da Cidade do Rio de Janeiro e o fato de ser uma ilha com seu isolamento geográfico, aliado à legislação de preservação, contribuíram para que boa parte de seu acervo arquitetônico fosse preservado.

Temos para ver belos exemplares relevantes de arquitetura, como:

O Solar Del Rei - Hospedagem de D. João VI, Biblioteca. Endereço: Rua Príncipe Regente, 55.
O Pagode Chinês - Um raro exemplo de arquitetura oriental no Brasil.Endereço: Praça de São Roque, 35
A Casa de Artes Paquetá - Um eclético sobrado da segunda metade do século XIX. Endereço: Praça de São Roque, 31
Os anexos da Casa de Artes Paquetá - Forte inspiração em Gaudi.Endereço: Praça de São Roque, 31
Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte - Endereço: Praia dos Tamoios, 45 - CEP: 20397-030 . Aberta para visitação diariamente das 7:00 às 18:00h
Capela São Roque - Praça de São Roque s/ nº - CEP: 20397-030
Podendo também visitar:

Feira de Artesanato da Praça Bom Jesus - Endereço: Praça Bom Jesus, próxima à estação do aerobarco. Funcionamento: Sábados. Diversas barraquinhas que vendem artesanato, de uma maneira geral e funcionam também como ponto de encontro de confraternização das senhoras que organizam.
Festa de São Roque - É a festa mais tradicional da comunidade. A festa que celebra o padroeiro. Uma das mais antigas do Rio de Janeiro, com mais de 300 anos. Celebrada na Praça de São Roque, em torno do dia do santo, 16 de agosto.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli: Adolescentes como Educar. (Parte 6)

As perguntas estarão apenas com as iniciais dos nomes, para deixar bem a vontade o pessoal.

Pai quer conversar mais com filhos

Doutora, tenho um filho de 16 anos e outro de 12. O mais velho é muito fechado e nunca conversa comigo, já o mais novo é super falador. Será que é culpa minha, não conseguir conversar com meu filho adolescente? Sou policial federal, mas na medida do possível tento estar em casa.
RESP:- Olá, J.M. os temperamentos das pessoas são diferentes e seus filhos certamente tem cada qual seu modo de ser. Avalie se seu filho " calado" é mais semelhante ao pai ou à mãe quanto ao temperamento, e não se esqueça que aos 16 anos ele já terá seus momentos de olhar para dentro de si mesmo, refletir, conhecer-se . Os filhos buscam imitar os pais e o mais velho está na fase de identificação com o pai.Encontre um jeito de falar sobre profissões, comente as qualidades que vê que ele tem, solicite ajuda para algum trabalho - lavar o carro, ir fazer compras, praticar algum esporte, ir ao cinema - com paciência e sem afligir-se. Ele tem amigos?Como é com eles, - e na Escola ? Entre os familiares como é seu modo de ser ?
Estas perguntas talvez possam ajudá-lo a estar mais tranquilo e observando melhor os filhos, chegar a uma aproximação maior com o mais velho .
Importante é sua disponiblidade e o fazer-se encontradiço por eles !
Continúo a seu dispor, Mannoun


Situação embaraçosa, como sair dela?
S. diz: Dra Manoun - Gosto muito do que escreve neste site aqui. O que vou perguntar é meio embaraçoso e se puder não publicar meu nome fico agradecida. Semana passada entrei no quarto do meu filho de 11 anos, sem bater na porta, ele ficou assustado e desligou o computador antes que eu visse. Desde este dia ele não fala comigo. Que devo fazer? Será que ele estava vendo algo errado?

RESP:- Cara S. que bom que aprecie as respostas sobre Adolescência ! Não fique apreensiva com o comportamento do filho. Se ele se esquiva, trate-o com naturalidade, peça sua ajuda para alguma tarefa, deixe-o à vontade , deixe passar um tempo e só então comente - com serenidade - a atitude dele e oriente sobre computador e internet, que são instrumentos e portanto, manejáveis. O bom ou mau uso é que os tornarão úteis ou prejudiciais. Vá por este caminho- orientação -! Esta a maior e melhor tarefa dos pais aproveitando todas as ocasiões para passar valores, explicar, acalmar, educar.
Pode voltar a falar quando quiser, ok ?
Meu abraço, Mannoun

Um menino mais novo de quatro filhas mulheres

Oi. Tenho 4 filhas entre 17 e 12 anos + um menino de 10. Tenho medo que ele fique homossexual por causa de viver só com as meninas. Meu marido morreu há cinco anos de cancer e ele é o unico homem da casa, não quis casar de novo... Será que estou pensando nisso por mania minha? Alguma dica? Beijo e parabéns pelas suas respostas.
- Olá, S.não tenha medo ! !
Não se culpe por não ter se casado novamente, não será este um motivo para que sua família deixe de ser feliz . Sua opção é um direito de bom uso da liberdade de todo ser humano !
Quanto ao filho, fique atenta- isto sim- ao fato de que os caçulas sempre são mais mimados, especialmente ele por ser menino, porque pouco conviveu com o pai, porque então os familiares se desdobrarão em atenções...
Coloque-o em contato com pessoas da família e amigos com filhos da mesma idade, consulte- através do site " negociosdefamilia" onde funcionam clubes de meninos da faixa etária do seu, conviva com as famílias amigas .
Não o superproteja nem permita as expressões comuns do " coitadinho, perdeu o pai tão novinho" etc, etc, que mais atrapalham do que ajudam.
Carinho e firmeza combinam muito bem !
Fico às suas ordens ! Meu abraço, Mannoun

domingo, 26 de julho de 2009

Robert McNamara - Sob a névoa da guerra



O Brasil certamente não se destaca pelo nível cultural de sua população: "Ratinho","Faustão","Big Brother Brasil" e outros programas de Televisão são um retrato do apreço que temos pela cultura.

Para fazer com que os filhos ganhem gosto pela cultura é preciso que os pais se esforcem por suprir suas lacunas pessoais neste campo.

Toda esta introdução para falar do espetacular documentário: Sob a névoa da guerra (2003), sobre as lições que Robert McNamara aprendeu em sua vida a serviço dos EUA. Oscar de melhor documentário.

McNamara (9 e Junho de 1916 – 6 de Julho de 2009) foi um dos homens mais poderosos do mundo: secretário de defesa dos governos JFK e Lindon Johnson, enfrentou a crise dos misseis em Cuba, a guerra do Vietnã em sua fase branda e em sua fase dura.

Foi, posteriormente, presidente do Banco Mundial. Antes de trabalhar no governo dos EUA havia sido o primeiro presidente da Ford de fora da familia Ford, e o criador do conceito de segurança em carros, como o cinto de segurança.

McNamara faz uma reflexão honesta em forma de exame de consciência. É impressionante a franqueza com que fala do que havia no seu interior nas decisões erradas e acertadas que tomou.

Ao ser convidado por Kennedy para assumir a secretaria de defesa dos EUA há o seguinte diálogo famoso:

- Senhor presidente, não creio que estou preparado para este cargo.

- Robert, lembre-se que também não há uma escola para presidentes.


Robert S. McNamara morreu no passado dia 6/7/2009. Seu depoimento é cativante, talvez não atraia os interesses de filhos com menos de 14 ou 15 anos, mas eu diria que é obrigatório para os pais!

sábado, 25 de julho de 2009

Filhos longe - Criatividade e muito carinho

Quando temos um filho que mora fora, precisamos redobrar os detalhes de carinho com ele. A distância não pode ser razão para que se sinta só.

É importante que se sinta abraçado, acarinhado mesmo não sendo concretamente. E mails, cartas, cartões, lembrancinhas, etc. Temos que aprender a usar todos os recursos “internauticos” possíveis - ORKUT, TWITTER, MSN,SKIPE, e tudo o mais onde este filho estiver presente de forma virtual.

Lembro de uma história da minha sogra quando ainda nem se sonhava com internet e o telefone ainda era insipiente, ela mandou no dia do aniversário do filho uma goiabada, pelo correio!! Sério! Era algo que não estragaria com o tempo da viagem. E mandou também um bolo, pelo aniversário dele. Bem, o bolo chegou dois dias antes e conseguiu seu objetivo: surpreender o filho com um detalhe de carinho. Já a goiabada foi a Londres, Amsterdam, Milão, Roma, e depois voltou ao Brasil toda carimbada e como ele já havia voltado também , comeu-a com um gostoso queijo de minas. Em Londres sabiam onde ele estaria, foram despachando a goiabada pela Europa a fora. Este história é recordada até hoje e é motivo de lembranças alegres do filho pela mãe.
Numa época onde a distância era algo bem mais difícil de se superar, ela foi pioneira em encurtar, e criar recursos para mostrar seu imenso carinho pelo filho. Soube se fazer presente e com seu bolo abraçou bem apertado e deu os parabéns que gostaria de dar ao vivo.

Copiando um pouco a idéia, nos 30 anos do nosso terceiro filho, as irmãs resolveram fazer 30 bolinhos para mandar ao irmão que estava morando fora e mais ou menos perto. Assim fizeram, levaram uma semana na confecção dos bolos e tortas, ficaram lindas, e depois, fomos todas levar ate ele. A diversão foi enorme, para todos, levamos tudo acondicionado em gavetas forradas com toalhas e em pratinhos com papel florido.
A alegria e surpresa que causamos foi uma prova de que valeu a pena todo o esforço e dias de trabalho. Todos na residência onde ele morava também adoraram a idéia, além de podermos dar um abraço ao vivo, pudemos dar uma prova do nosso carinho.Vamos pensar nos filhos, para podermos estar sempre perto, sempre sendo seu porto seguro, tenham eles quantos anos tiverem.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Onde estão nossos filhos?

Hoje fiquei me perguntando, será que nós pais sabemos mesmo por onde andam nossos filhos? Será que temos certeza do que fazem e com quem andam?

Temos assistido notícias tristes de jovens dirigindo, bêbados, saindo de boates, provocando acidentes e muitas vezes a família desconhece o que faz este filho, muitas vezes até pensa que seu filho(a) não bebe, não fuma, não freqüenta certos lugares. Por onde eles e elas andam? Esta é uma preocupação de nós pais, ultimamente?

Estamos tendo um dialogo com nossos filhos, conhecendo-os a fundo? Quantas indagações fazemos sobre este assunto?
Penso que devemos estar atentos a tudo, procurar estar presentes sem invadir e depositar neles a mesma confiança que desejamos que eles tivessem em nós.
A princípio o filho não pensa em sair mentindo para os pais. Isso acaba sendo conseqüência de problemas existentes, como falta de diálogo, más companhias, constantes demonstrações de falta de confiança neles, etc.

Devemos educar da melhor forma e termos a certeza de que estar fazendo um bom trabalho. Precisamos conversar e acima de tudo ouvir muito para que nossos filhos confiem em nós e acreditem em nossos conselhos. Daremos a liberdade necessária para que o filho voe com suas próprias asas sem esquecermos-nos de orientá-los e estarmos prontos para eventuais erros.

É uma tarefa árdua porque é diária, repetitiva e deve ser repleta de amor. É difícil dizer que conhecemos nossos filhos a fundo. Às vezes nem conhecemos a nós mesmos! O que devemos fazer é sermos o mais honestos que pudermos com nossos filhos, para que eles encontrem em nós um referencial, um amigo, uma figura de autoridade, um parceiro. Não é fácil.

Às vezes penso que se colocássemos nossos filhos numa redoma, até esta onda de violência que assola o país, passar, seria uma boa, mas seria uma boa pra mim, não faria bem a eles. Temos este agravante: além de nos preocuparmos com a qualidade de educação e formação que damos aos nossos filhos, o problema das cidades grandes e violentas. Ver nossos filhos ir e voltar: é uma benção diária, muitos não os vêm voltar.
Portanto, criar um filho no interior talvez fosse bom pela qualidade de vida. Mas quem vai nos garantir que ele permanecerá lá o resto da vida? E, quer queiramos ou não, seja perigoso ou doloroso para nós ou não, não podemos privados de viver suas vidas.
O processo educativo não termina nunca. Sempre tem alguma coisa que podemos fazer para ajudar nossos filhos a serem melhores, nem que seja apenas um ouvido amigo na hora certa.
Depois - é confiar nos valores que construímos com eles e esperar que tenham sido os melhores possíveis.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Profissão Perigo

por Luis Fernando Vianna (um conto sobre uma mãe)

Quem não lembra do famoso seriado em que um mocinho (MacGyver) estava sempre em enrascadas e se saía bem, com recursos pouco apropriados para o momento, como fazer uma bomba com bambu, gelol e redoxon?

Quando questionada sobre a minha profissão, posso dizer com muita propriedade: - Perigo!

Mãe de nove anjinhos, tenho curso superior, mestrado, doutorado e pós-doutorado em farmácia, enfermagem, cirurgia, anestesia, pediatria, psicologia, diplomacia, estratégia militar, recursos humanos, logística, engenharia de alimentos etc.

Lembro de diversos episódios que fizeram de uma menina de 19 anos uma PhD geral.
Das disputas entre os meus três primeiros filhos, aprendi a lidar com o terrorismo; das doenças pelas quais passamos muitas vezes em família (caxumba, dengue, alergias, catapora etc) sou médica de tudo; passei por cinco adolescências e as próximas quatro serão brincadeira de criança; pegar um filho na escola, deixar o outro no futebol, resgatar a filha na casa da amiga, convencer a outra de que o dentista não é lobo mau é arte, mas também exige conhecimentos que talvez nem nas grandes universidades sejam ensinados.

Atualmente lembro com graça, pois captei que foi bom para o meu amadurecimento como mãe, o que na época via com aflição:
- Volta da praia e os meus três filhos (na época só tinha eles) convencem meu marido de os deixarem ir na mala do carro – uma caravan – para não sujarem os bancos. Ao fechar a mala ouvi a voz do meu marido em alto e bom som: “Encolham as pernas!” Todos obedeceram de imediato. Só que, na hora em que a mala estava sendo fechada, o menor resolveu esticar a perna para sentir no dedo do pé a borracha de vedação. Que idéia genial! Infelizmente ele não tinha atentado para o fato de que ali estava o trinco da mala. Resultados: um corte profundo no dedo, uma corrida de emergência e uma pequena bronca.

Por essas e por outras, descobri com o tempo que a mãe não nasce, faz-se. É preciso passar por diversas situações duras na vida para dar valor ao que realmente merece. Hoje vemos muitas pessoas apegadas aos carros, apartamentos, cachorros, dentre outras coisas. Isso porque tiveram que fazer alguns sacrifícios para consegui-las ou mantê-las. Eu suei a camisa pelos meus filhos e hoje não me arrependo de nenhum deles, nem de nenhuma de suas fases. Vale a pena arriscar!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um livro - 365 sugestões

365 Atividades Infantis Sem TV - Ruth Bennett - Steve Bennett

Recebi esta ótima sugestão da minha amiga Aline Brodbeck

Nós pais que achamos que os filhos devem ver menos TV, com certeza gostaremos desta sugestão para leitura. Vamos substituir um pouco do tempo que as crianças gastam assistindo à televisão por outra coisa de melhor qualidade junto à família.

Este livro: “365 Atividades Infantis sem TV” - de Ruth Bennett - Steve Bennett é um livro elaborado com o intuito de fazer com que os pais mostrem jogos e atividades que requerem pouca ou nenhuma preparação, embora promovam entretenimento e diversão que, de outro modo, seriam gastos diante da telinha.

Com um ano de atividades sem televisão nas mãos, os pais poderão oferecer a seus filhos alternativas excitantes para programas de valor questionável e um desfile infinito de comerciais.

365 Atividades Infantis sem TV é um livro que traz várias atividades divertidas próprias para serem feitas dentro e fora de casa, com o objetivo de controlar o acesso das crianças à televisão, que, nos dias de hoje, possui uma programação violenta e não educativa.

As atividades são divididas nas seguintes categorias: artes e ofícios, jogos de fantasia, coisas de comer, atividades em grupo, brincadeiras dentro de casa, matemática e números, memória, reciclagem de materiais, fábrica de brinquedos, e muito mais.

Sobre os autores: Steve Bennett escreveu mais de cinqüenta livros nas áreas de educação familiar, finanças e administração doméstica. Ruth Loertelle Bennett é arquiteta e decoradora. Projetou parques, áreas de recreação e outros ambientes públicos em numerosas cidades dos Estados Unidos.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Filhos – fonte de inspiração

Muitos poetas e escritores falam sobre filhos. Alguns, mais inspirados dizem coisas muito acertadas. Encontrei uma frase do Bill Gates bem interessante que nos leva a pensar sobre as necessidades reais dos filhos:
Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história.” - Bill Gates (este é um pai participativo)

E como hoje estou preocupada com a juventude tão “largada”, sem vontade de lutar, sem grandes ideais, coloco uma mensagem que gostei e que define bem o comportamento que precisamos ter neste momento:

Mensagem à família - diz Eugénia Puebla no seu livro "Educar com o cora
ção":

Na educação de nossos filhos
Todo exagero é negativo.
Responda-lhe, não o instrua.
Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve.
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua-o, não o isole.
Alimente suas esperanças, não as descarte.
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos.
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra...
Ensina-lhe a viver sem portas.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Perguntas e Respostas: Dra Mannoun Chimelli - Adolescentes - Como educar? (Parte 5)

As perguntas estarão apenas com as iniciais dos nomes, para deixar bem a vontade nossas amigas.
Incontinência no adolescente
1 - S. diz: Sou casada e tenho uma filha de criação de 16 anos. Queria saber de você o seguinte: É comum adolescente fazer xixi na cama? Será um problema ou existe a necessidade de visitar um especialista?
RESP: Bom dia, S, Aos 16 anos já podemos controlar os esfíncteres (fezes e urina) e quando isto não acontece, vale a pena procurar, sim não um, mas alguns especialistas, sempre ponderando os porquês e ouvindo a filha - importa muito que ela queira esta ajuda profissional. Acredito que gostará, porque deve se sentir constrangida de não poder dormir em casa de parentes e amigas... Começaria por um bom clínico para uma avaliação geral, histórico, exame físico, exames complementares. Depois, um urologista, para a queixa específica que é a urina. Depois, uma psicóloga (o) para averiguar, após conferir os aspectos físicos, as causas emocionais - aliás, creio que a consulta psicológica poderia ser simultânea com as outras e ter continuidade, enquanto necessário, porque somos uma unidade bio- psico - social. Boa sorte e fico às ordens, Mannoun
Medo de falar com o filho?
2 - J.M. diz: Olá doutora, meu filho tem quinze anos e eu morro de medo que ele engravide uma menina. Ele fica namorando e eu não sei se eles fazem sexo. A senhora acha que devo ensinar ele como usar camisinha?
RESP: Cara senhora, penso que deva conversar muito claramente com seu filho sobre o valor e a dignidade da vida humana, o respeito que devemos a nós mesmos e aos outros, assim como despertar nele o desejo de atitudes “heróicas " diante dos apelos à uma sexualidade desenfreada e mal entendida. Mostre-lhe o que é o amor de verdade e que vale a pena esperar sua maturidade, seu controle sobre o próprio corpo e as emoções. Penso que ele ficará feliz ouvindo de sua mãe palavras que apontem para ele atitudes mais exigentes do que aquelas que os meios de comunicação apresentam. Não é um caminho fácil, com certeza, mas Adolescentes tem sangue de heróis e gostam de ser exigidos para o que vale a pena!
Já conhece um pequeno livro "Amar os Adolescentes”? Ali relato minha experiência no convívio diário com Adolescentes e famílias, minha área de atuação médica desde 1982. Através do Blog a senhora poderá ter acesso a ele, se o desejar. Coragem e creia que vale a pena! Um abraço, Mannoun
Anorexia?
3 - M. A. diz: Até quando podemos achar normal uma magreza no adolescente que se acha gorda e não come quase nada? Ela tem 17 anos e esta bem magra. Quando pode ser anorexia?
RESP: M.. A. sugiro que leve sua filha a um bom clínico e também a um bom psiquiatra, porque se ela se acha gorda e não come aos 17 anos, sendo magra como a senhora diz, existe dentro dela uma não aceitação de si mesma que necessita uma investigação mais minuciosa. Converse com ela sem impor sua vontade, mas mostrando-lhe sua inquietação de mãe que deseja o melhor para seus filhos.Ouça também o parecer do pai e irmãos dela para descartar a idéia de sejam " coisas da cabeça de mamãe ". Meu abraço, Mannoun
Idade para academia
4 - S. diz: Oi Dra, qual a idade de um adolescente fazer exercícios físicos? Um adolescente com 15 anos pode freqüentar academia diariamente? E quais aparelhos pode usar?
RESP: Olá, S, primeiramente ele deverá ser visto pelo seu médico que o irá orientar quanto aos exercícios de acordo com o peso, altura, desenvolvimento físico e combinará a regularidade ( tempo, duração, tipos de exercício e sua freqüência) . Também a academia deverá contar com um profissional de Educação Física que acompanhará a execução dos exercícios de acordo com a orientação médica. Recomendo sempre a natação, independente das academias, por ser um esporte completo. Fico às ordens, Mannoun
Sono fora de hora?
5 – C. S. diz: Dra meu filho tem a maior dificuldade para levantar pela manhã , ele já tem 18 anos. O que devo fazer para que ele tenha mais responsabilidade com os horários. Quando era pequeno eu sempre fui pontual com ele na escola e em todos os lugares onde ele ia.
RESP: Olá. C.S , seu filho estuda, trabalha, é filho único, tem irmãos? Precisava de mais detalhes para responder com mais efetividade, ok? Aguardo seu retorno, Mannoun

Aluno desmotivado?
6 – S. B. L. diz: Tenho um aluno no nono ano, muito inteligente, mas sempre tira notas baixas, ficando sempre de recuperação em muitas matérias. A atitude em sala é de quem não quer estudar. É de boa família, e muito educadinho, não tem vícios, É muito querido pelos colegas. Gostaria de saber se ele se interessar por algum assunto, ele começaria a estudar. Não estou sabendo motivá-lo. Tem alguma sugestão?
RESP: Olá, Professor, já conversou com os pais de seu aluno e fez a eles as observações que me passou? Penso que seria muito importante conhecê-los, saber como são e como vivem; quais as expectativas quanto ao filho,
Depois, sugiro que marque um horário e converse com o menino, comentando suas impressões positivas sobre ele e questionando diretamente se ele gostaria de uma ajuda e quais são os temas pelos quais se interessaria em função dos estudos.
Com a entrevista feita aos pais e depois com o aluno, talvez descubra um caminho. Todos gostam de se sentir alvo das atenções e cuidados, especialmente do professor- não só os alunos, mas também os familiares! Boa sorte e fico às suas ordens, Mannoun

domingo, 19 de julho de 2009

Lemon Tree


Salma, uma viúva Palestina, vê sua plantação ser ameaçada, quando o seu novo vizinho, o ministro da defesa de Israel, se muda para a casa ao lado.
Após o serviço secreto israelense declarar que os limoeiros são um risco a segurança nacional e mandar cortá-los, Selma inicia uma batalha solitária para impedir que isto ocorra. Com a ajuda do jovem advogado Ziad Daud, decidem ir até a última instância.
Lemon Tree é um filme de Eran Rikkis e de fora de Hollywood, não espere ver helicópteros, mas o roteiro prende a atenção do começo ao fim.

Vale a pena! 106 min.

Alguns flashs:


Um passeio ao mercado – Onde se aprende e se diverte

Nós muitas vezes achamos difícil ensinar matemática aos filhos pequenos; ensinar a terem noções de quantidade e dos números.

Este ensino pode ser feito de forma alegre e divertida num passeio ao mercado. Quase uma brincadeira. As crianças desde cedo têm curiosidade de ver cada mercadoria das prateleiras e aproveitando isso, podemos passar conceitos matemáticos de forma sutil que lhes ajudarão no futuro com as contas e expressões.

Nas compras mostraremos as variedades do mesmo alimento e seus preços diferentes, depois uma boa brincadeira é mandá-los buscar 5 pacotes de açúcar ou de arroz, um a um. Além de darmos uma boa cansada na garotada, eles ainda lucram com o raciocínio para quantificar de forma mais rápida.

Tenho um filho que com 7 anos ia para o colégio contando os postes que via pelas ruas, contava também as antenas parabólicas e tudo o que ia encontrando no trajeto de casa a escola. Ficou tão craque em contar, com tanta intimidade com os números que matemática para ele sempre foi uma diversão.

Voltando ao mercado, podemos ensinar na prática as noções de dúzia, quilo, gramas, o que é mais e o que é menos. Ensinar a relação entre peso, quantidade e preço: o mais caro, o mais barato, o que é melhor levar; aí ensinar também o “Bom senso” – nem sempre o mais barato é o melhor.
E eles podem aprender isso desde bem pequenos. É claro guardando as questões mais difíceis conforme vão crescendo.
As crianças que ainda não sabem ler, muitas vezes nos surpreendem, pois reconhecem a mercadoria pelos seus rótulos, aí podemos aproveitar e ir ensinando também a ler por comparação.

Outra coisa boa é ensinar os sinônimos das palavras, você manda a criança buscar farinha de rosca, ela vai perguntar - “O que é isso?” – diremos: É um pão torrado e moído bem fininho.

As mães são mestras em criatividade e por ter esta faculdade podem aproveitar todas as ocasiões com os filhos para brincar e ensinar. Assim sendo transformam uma tarefa cansativa em algo proveitoso e divertido. Fim de compras mães e filhos cansados e alegres. Os pais podem experimentar também, vale à pena!
Aliás seria muito bom, para aumentar a intimidade entre pai e filhos, a ida ao mercado, fazer compras pode suscistar muitas conversas entre os dois e estreitar mais a amizade.
Um pai que se preocupa com o quanto vão gastar, com a qualidade do que vão comer e com o que é mais saudável para todos, dá um ótimo exemplo e educa com bastante naturalidade. E com este passeio de compras o pai pode conversar sobre vários assuntos sem ser o de sempre: o futebol.

sábado, 18 de julho de 2009

A leveza do ser - Um incidente no Airbus A300 da Varig

Deixei a poeira baixar, sobre acidentes aéreos, pra contar um caso sobre uma viagem aérea: Rio – Fortaleza num Airbus A300 da Varig. Isso aconteceu tem uns 20 anos (nem tinha notado que passou tanto tempo). Pra mim parece que foi ontem.
Meu marido e eu fomos a trabalho a Fortaleza, deixando nossos cinco filhos com os avôs maternos (saudades!), aproveitando para termos uns dias de férias sem a garotada. Íamos felizes, só apreensivos, pois não estávamos acostumados a deixar as crianças, e tranqüilos porque estariam muito bem cuidados. Acho que foi meu primeiro vôo neste tipo de avião, fiquei encantada. Tudo era novidade para mim.

Levantamos vôo na hora certa, tudo correndo bem nos primeiros minutos do vôo. Recebi fones de ouvido e comecei a buscar uma rádio para ouvir, e der repente ouço alguém falando, pedindo permissão para voltar. Viro para meu marido e toda ”prosa” com a novidade, digo o que ouvi, achando ser uma conversa de outro avião. Quanta ingenuidade! Meu marido mais experiente, logo arregalou os olhos e pegou o fone, mas nem precisou, acenderam as luzes para colocarmos os cintos de novo e em seguida ouvimos o aviso de que precisaríamos voltar por uma falha na aeronave, provavelmente teríamos que pousar sem o trêm de pouso dianteiro.
Neste momento revi toda a minha vida e decidi que era muito cedo para morrer e logo em seguida constatei minha total fragilidade quanto à decisão. Nada podia fazer: simplesmente rezar. E foi o que mais fiz naqueles 30 minutos sobrevoando o Rio para se desfazer do combustível e descer.

Rezei inúmeros atos de contrição, para o caso de uma descida fatal, mas ao mesmo tempo “barganhei” com Deus, para que nos deixasse sobreviver, e argumentei o fato de deixar 5 filhos órfãos. Imagino que Deus tenha se divertido um pouco com minhas orações tão infantis, e desprovida de qualquer amor próprio. A serenidade com que meu marido rezava e se punha de fato nas mãos do nosso Criador, me acalmava e me deixava confiante de que tudo iria acabar bem, ou da melhor maneira possível.
Ao vermos o chão se aproximando vimos também o aparato que nos esperava no aeroporto, ambulância, bombeiro, etc. E Graças a Deus o avião aterrissou naturalmente, surpreendendo a muitos.
Porém tivemos que permanecer no avião e após reparos feitos (isso é Brasil), retornamos a viagem. Tudo se resolveu, era apenas um pino que esqueceram de retirar do trem de aterrissagem. E nossa chegada em terra firme se deu 7 horas após o primeiro embarque.

Só contei toda esta história pra aproveitar para avaliarmos nossa soberba e nosso orgulho exacerbado em nos acharmos no controle de toda a nossa vida.

É importante termos consciência da nossa pequenez e assim colocarmo-nos mais nas mãos de Deus. Deste Ser absoluto que tudo pode. Os que crêem Nele, com certeza vão me entender, os que não crêem podem imaginar o quanto de vazio podem ter em suas vidas sem este Pai que nos dá tudo e esta sempre ao nosso dispor.
Nossos filhos precisam de uma fé, algo em que se sustentar para poderem aprender a superar os bons e os maus momentos da vida.

Seria ingrata, depois de chegar à terra firme se não agradecesse a Ele por ter nos dado mais uma chance, mais um tempo para vermos nossos filhos crescerem.

Como os filhos se sentem bem e seguros quando podem confiar nos seus pais, quando têm a certeza de que os pais estarão ali sempre os protegendo contra tudo e contra todos. E que vamos acolher nossos filhos sempre e incondicionalmente.
Esta é uma débil comparação ao que é o Amor de Deus por nós.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Entrevista com um casal de noivos

Como prometi, sempre que puder colocarei entrevistas para dar animo as famílias em todos os sentidos. Hoje temos um casal muito simpático que gentilmente respondeu a tudo com muito carinho.
1. Apresentem-se para nós, de forma livre, de acordo com aquilo que acham importante.
HENRIQUE – Eu sou médico e a Carla é psicóloga; por coincidência, ambos nascemos no interior e viemos estudar em Niterói, onde nos conhecemos. Começamos a namorar em agosto de 2007 e ficamos noivos em fevereiro deste ano. Nós compartilhamos vários gostos e ideais, gostamos de vários temas do mundo da cultura e humanidades, como literatura, filosofia e psicologia. Desde pequenos tivemos formação cristã e buscamos aprofundá-la, pois acreditamos que isso, juntamente com os valores aprendidos na família, mostra o sentido para a vida e meios concretos para a melhora da sociedade.
2. Como saber se você vai casar com a pessoa certa?
CARLA – Sei que vou me casar com a pessoa certa, pois, compartilhamos os mesmos valores, temos as mesmas aspirações e o objetivo de formar uma família saudável que contribua para a melhora da sociedade. Além disso, conhecemos bem a personalidade um do outro; talvez ainda não consigamos ver todos os pontos que possam gerar atrito, mas o fundamental é que sabemos que podemos ser totalmente francos entre nós. É comum falarmos sobre algum comportamento que não agradou ou algo do tipo e perceber no outro a abertura para ouvir, concordar, discordar e mudar de atitude se for o caso. De um modo geral, não há fórmula mágica para descobrir a pessoa certa: é preciso entender o que ela pensa sobre os principais temas da vida; conhecer sua família e seus amigos; compartilhar seus planos de futuro; saber o que o namoro e o casamento significam para ele; ter afinidade de personalidades e de gostos, que não é essencial mas ajuda bastante. E como conseguir tudo isso? Conversar, expor-se a dois a situações diversas – festas, eventos etc – , conversar mais, sair com outros casais, conversar de novo, participar da vida pessoal do outro, e, depois, conversar um pouquinho mais... No entanto, existe outro elemento: além de conhecer-se mutuamente, é necessário também arriscar, confiar que vai dar certo e estar disposto a colocar todos os meios para isso.
3. Vocês pensam ter filhos no futuro? É uma decisão dos dois? E se não vierem filhos, o que planejam?
HENRIQUE - Pensamos em ter uma família grande, pelos menos uns quatro filhos. Sabemos que são muitos os problemas que podem surgir, mas também que a alegria e a solidez de uma família numerosa vale a pena. Nossa meta é construir um lar luminoso e alegre, como dizia um amigo. Caso não tenhamos filhos acho que as nossas atividades voltadas para o apoio às famílias redobrariam, pois é um tema fascinante. Atualmente participamos de iniciativas sociais, temos vontade de organizar clubes familiares, alternativas para a diversão de jovens da nossa idade, e algumas outras idéias para desenvolver.
4. Até que ponto você acha que os valores de sua família modificaram e/ou constituíram a pessoa que você é?
CARLA - Minha família me deu toda a base necessária para que eu pudesse me desenvolver em todos os sentidos. Meus pais sempre foram muito exigentes. Enquanto eu era criança, e depois adolescente, ficava muitas vezes chateada com os diversos “nãos” que recebia, mas com a maturidade percebi que graças a isso sempre tive um norte que me levou a trilhar um caminho seguro tanto na minha vida profissional como na afetiva. Além de transmitir essas coisas aos nossos filhos, pretendemos desenvolver muitas atividades em família, reduzir o tempo de televisão, manter um diálogo aberto com os filhos, promover reuniões familiares, rezar juntos, promover encontros entre famílias. Enfim, fazer com que o convívio familiar seja agradável e intenso.
5. Em que momento do namoro vocês viram que era a hora para se casar?
HENRIQUE - Quando percebi que a nossa intimidade estava crescendo de um modo tão saudável e agradável que também crescia a nossa confiança entre nós um no outro de modo cristalino, permitindo que nos mostrássemos um ao outro genuinamente, sem artificialismos, desconfortos ou melindres. Para isso, entendemos que a decisão de casar deve vir com a maturidade, ainda que esta não esteja totalmente completa (afinal, sempre podemos melhorar algum traço da nossa personalidade). A pessoa deve estar suficientemente segura para responder pelos seus próprios atos – isto é, ser responsável¬ – porque estará prometendo que irá amar, se doar àquela outra pessoa por toda a vida. E o faz diante de sua própria família, diante da sociedade e diante de Deus. Um bom parâmetro para se ter certeza de que se está pronto para isso é saber responder à pergunta “qual é o sentido da minha vida?” Porque, no fim das contas, ela nos aponta para qual motivo nós iremos entregar a nossa personalidade, as nossas qualidades e defeitos, a nossa história e o nosso tempo, a nossa alegria e o nosso cansaço. Assim, quando temos como resposta a esta pergunta um ideal como uma carreira profissional, por exemplo, vale à pena estudarmos para nos formar nela; se também a resposta é “Deus”, então é hora de começar a viver seriamente a religião; se, além disso, entendemos que a resposta pode passar por aquela mulher especial que conhecemos, aí neste caso já podemos comprar as alianças.
6. O que é necessário para casar? (Ex: apto próprio, tudo mobilhado, estar formados, estar trabalhando fixo, um conhecimento profundo)
CARLA - O ideal logicamente é ter tudo isso, trabalho, casa montada e um conhecimento profundo um do outro. No entanto, acredito que o realmente necessário seja o conhecimento mútuo e ter como se sustentar, pois os bens materiais vêm com o tempo. Um pouco de aperto financeiro todo mundo passa, e até certo ponto é bom para ajudar a crescer como casal.
7. Vocês acham que deveria existir aulas para casar? Ou acham que o improviso dá mais certo? Por quê?
CARLA - Eu tenho uma amiga que diz que se precisamos fazer curso para ter habilitação de motorista, para formar uma família então deveria se exigir diploma de universidade, pois uma família desgovernada pode fazer muito mais estragos e ter conseqüências mais sérias que um carro na mesma situação. Ao contrário, uma família bem formada tende a fazer todos mais felizes e pode fazer muito bem para a sociedade. E eu concordo com ela – é necessário ter formação nesta área. Hoje em dia são muitos os estudos relacionados à família, e se temos a oportunidade de aproveitá-los aliando a teoria com a prática só temos a ganhar.
8. O que vocês diriam a um casal de namorados hoje.
HENRIQUE - Primeiro, que procurem ser sinceros; este é o primeiro passo para entrarem em sintonia um com o outro. Depois, que ao longo do namoro, procurem viver o que é próprio desta fase: se conhecer mutuamente e também a si próprios, para saber se podem ser felizes juntos. Também é fundamental que se importem de fato com o outro, o que implica certa dose de esforço em conhecer as virtudes e os defeitos da pessoa e tudo o que realmente importa para ela, para que o namoro não seja meramente aquilo que muitas vezes vemos na televisão ou no cinema – um romantismo vazio onde cada um busca sua própria satisfação.
É claro que o namoro tem muitos momentos prazerosos, mas se for apenas este o fundamento da relação, então aí nenhum dos dois se sentirá realizado de fato. Afinal, um namoro bem vivido é um grande passo para um bom casamento, quando muitas situações reais – sejam as alegrias ou os apertos – serão vividas a dois e, por isso, é desde namorados que precisamos conhecer a pessoa que pode nos acompanhar de verdade ao longo de muitos anos.