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sábado, 18 de julho de 2009

A leveza do ser - Um incidente no Airbus A300 da Varig

Deixei a poeira baixar, sobre acidentes aéreos, pra contar um caso sobre uma viagem aérea: Rio – Fortaleza num Airbus A300 da Varig. Isso aconteceu tem uns 20 anos (nem tinha notado que passou tanto tempo). Pra mim parece que foi ontem.
Meu marido e eu fomos a trabalho a Fortaleza, deixando nossos cinco filhos com os avôs maternos (saudades!), aproveitando para termos uns dias de férias sem a garotada. Íamos felizes, só apreensivos, pois não estávamos acostumados a deixar as crianças, e tranqüilos porque estariam muito bem cuidados. Acho que foi meu primeiro vôo neste tipo de avião, fiquei encantada. Tudo era novidade para mim.

Levantamos vôo na hora certa, tudo correndo bem nos primeiros minutos do vôo. Recebi fones de ouvido e comecei a buscar uma rádio para ouvir, e der repente ouço alguém falando, pedindo permissão para voltar. Viro para meu marido e toda ”prosa” com a novidade, digo o que ouvi, achando ser uma conversa de outro avião. Quanta ingenuidade! Meu marido mais experiente, logo arregalou os olhos e pegou o fone, mas nem precisou, acenderam as luzes para colocarmos os cintos de novo e em seguida ouvimos o aviso de que precisaríamos voltar por uma falha na aeronave, provavelmente teríamos que pousar sem o trêm de pouso dianteiro.
Neste momento revi toda a minha vida e decidi que era muito cedo para morrer e logo em seguida constatei minha total fragilidade quanto à decisão. Nada podia fazer: simplesmente rezar. E foi o que mais fiz naqueles 30 minutos sobrevoando o Rio para se desfazer do combustível e descer.

Rezei inúmeros atos de contrição, para o caso de uma descida fatal, mas ao mesmo tempo “barganhei” com Deus, para que nos deixasse sobreviver, e argumentei o fato de deixar 5 filhos órfãos. Imagino que Deus tenha se divertido um pouco com minhas orações tão infantis, e desprovida de qualquer amor próprio. A serenidade com que meu marido rezava e se punha de fato nas mãos do nosso Criador, me acalmava e me deixava confiante de que tudo iria acabar bem, ou da melhor maneira possível.
Ao vermos o chão se aproximando vimos também o aparato que nos esperava no aeroporto, ambulância, bombeiro, etc. E Graças a Deus o avião aterrissou naturalmente, surpreendendo a muitos.
Porém tivemos que permanecer no avião e após reparos feitos (isso é Brasil), retornamos a viagem. Tudo se resolveu, era apenas um pino que esqueceram de retirar do trem de aterrissagem. E nossa chegada em terra firme se deu 7 horas após o primeiro embarque.

Só contei toda esta história pra aproveitar para avaliarmos nossa soberba e nosso orgulho exacerbado em nos acharmos no controle de toda a nossa vida.

É importante termos consciência da nossa pequenez e assim colocarmo-nos mais nas mãos de Deus. Deste Ser absoluto que tudo pode. Os que crêem Nele, com certeza vão me entender, os que não crêem podem imaginar o quanto de vazio podem ter em suas vidas sem este Pai que nos dá tudo e esta sempre ao nosso dispor.
Nossos filhos precisam de uma fé, algo em que se sustentar para poderem aprender a superar os bons e os maus momentos da vida.

Seria ingrata, depois de chegar à terra firme se não agradecesse a Ele por ter nos dado mais uma chance, mais um tempo para vermos nossos filhos crescerem.

Como os filhos se sentem bem e seguros quando podem confiar nos seus pais, quando têm a certeza de que os pais estarão ali sempre os protegendo contra tudo e contra todos. E que vamos acolher nossos filhos sempre e incondicionalmente.
Esta é uma débil comparação ao que é o Amor de Deus por nós.

5 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, vc escapou de morrer por pouco nesse caso hein!, foi realmente muito grave mesmo isso!. Devia ir para o FANTASTICO!.
Quanto sensacionalismo!, Parece ate o Datena fazendo tempestade em copo d'agua!.
Realmente Deus lhe deu outra chance de vida, assim como lhe da todo dia que vc sai de carro e escapa de ser morto em acidentes e assaltos!.
Pode ter certeza que é mais facil do que morrer de aviao!

  disse...

Comentário completamente desnecessário e desrespeitoso. O relato é pessoal e de alguém que certamente não é aeronauta, por isso o sentimento de perigo da passageira não pode ser analisado como o fez o sujeito do outro comentário anônimo, além da sua completa falta de educação. Lamentável.

Anderson disse...

Parabéns a autora pelo excelente texto! Mostra o quanto nossa vida é frágil, e que só nos lembramos disso quando nos vemos diante de situações difíceis, e das quais não temos qualquer controle.

O blog aqui acaba de ganhar mais um leitor!

Anônimo disse...

Vivemos milagres todos os dias, é só prestarmos mais atenção!
Este relato foi muito bom para nos lembrar de nossa fragilidade - como disse a autora- em momentos de grave perigo ou em outros não tão grave assim.
Essas situações nos ajudam a pensarmos no sentido que estamos dando às nossas vidas.
Gostei da reflexão! Abraços,
Fernanda

Liana Clara disse...

Olá Anderson, o objetivo realmente era de mostrar, com um caso, a fragilidade do ser humano. Obrigada por nos ler e sempre que tiver alguma boa idéia pode nos enviar. Abraço Liana

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