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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Entrevista com um casal de noivos

Como prometi, sempre que puder colocarei entrevistas para dar animo as famílias em todos os sentidos. Hoje temos um casal muito simpático que gentilmente respondeu a tudo com muito carinho.
1. Apresentem-se para nós, de forma livre, de acordo com aquilo que acham importante.
HENRIQUE – Eu sou médico e a Carla é psicóloga; por coincidência, ambos nascemos no interior e viemos estudar em Niterói, onde nos conhecemos. Começamos a namorar em agosto de 2007 e ficamos noivos em fevereiro deste ano. Nós compartilhamos vários gostos e ideais, gostamos de vários temas do mundo da cultura e humanidades, como literatura, filosofia e psicologia. Desde pequenos tivemos formação cristã e buscamos aprofundá-la, pois acreditamos que isso, juntamente com os valores aprendidos na família, mostra o sentido para a vida e meios concretos para a melhora da sociedade.
2. Como saber se você vai casar com a pessoa certa?
CARLA – Sei que vou me casar com a pessoa certa, pois, compartilhamos os mesmos valores, temos as mesmas aspirações e o objetivo de formar uma família saudável que contribua para a melhora da sociedade. Além disso, conhecemos bem a personalidade um do outro; talvez ainda não consigamos ver todos os pontos que possam gerar atrito, mas o fundamental é que sabemos que podemos ser totalmente francos entre nós. É comum falarmos sobre algum comportamento que não agradou ou algo do tipo e perceber no outro a abertura para ouvir, concordar, discordar e mudar de atitude se for o caso. De um modo geral, não há fórmula mágica para descobrir a pessoa certa: é preciso entender o que ela pensa sobre os principais temas da vida; conhecer sua família e seus amigos; compartilhar seus planos de futuro; saber o que o namoro e o casamento significam para ele; ter afinidade de personalidades e de gostos, que não é essencial mas ajuda bastante. E como conseguir tudo isso? Conversar, expor-se a dois a situações diversas – festas, eventos etc – , conversar mais, sair com outros casais, conversar de novo, participar da vida pessoal do outro, e, depois, conversar um pouquinho mais... No entanto, existe outro elemento: além de conhecer-se mutuamente, é necessário também arriscar, confiar que vai dar certo e estar disposto a colocar todos os meios para isso.
3. Vocês pensam ter filhos no futuro? É uma decisão dos dois? E se não vierem filhos, o que planejam?
HENRIQUE - Pensamos em ter uma família grande, pelos menos uns quatro filhos. Sabemos que são muitos os problemas que podem surgir, mas também que a alegria e a solidez de uma família numerosa vale a pena. Nossa meta é construir um lar luminoso e alegre, como dizia um amigo. Caso não tenhamos filhos acho que as nossas atividades voltadas para o apoio às famílias redobrariam, pois é um tema fascinante. Atualmente participamos de iniciativas sociais, temos vontade de organizar clubes familiares, alternativas para a diversão de jovens da nossa idade, e algumas outras idéias para desenvolver.
4. Até que ponto você acha que os valores de sua família modificaram e/ou constituíram a pessoa que você é?
CARLA - Minha família me deu toda a base necessária para que eu pudesse me desenvolver em todos os sentidos. Meus pais sempre foram muito exigentes. Enquanto eu era criança, e depois adolescente, ficava muitas vezes chateada com os diversos “nãos” que recebia, mas com a maturidade percebi que graças a isso sempre tive um norte que me levou a trilhar um caminho seguro tanto na minha vida profissional como na afetiva. Além de transmitir essas coisas aos nossos filhos, pretendemos desenvolver muitas atividades em família, reduzir o tempo de televisão, manter um diálogo aberto com os filhos, promover reuniões familiares, rezar juntos, promover encontros entre famílias. Enfim, fazer com que o convívio familiar seja agradável e intenso.
5. Em que momento do namoro vocês viram que era a hora para se casar?
HENRIQUE - Quando percebi que a nossa intimidade estava crescendo de um modo tão saudável e agradável que também crescia a nossa confiança entre nós um no outro de modo cristalino, permitindo que nos mostrássemos um ao outro genuinamente, sem artificialismos, desconfortos ou melindres. Para isso, entendemos que a decisão de casar deve vir com a maturidade, ainda que esta não esteja totalmente completa (afinal, sempre podemos melhorar algum traço da nossa personalidade). A pessoa deve estar suficientemente segura para responder pelos seus próprios atos – isto é, ser responsável¬ – porque estará prometendo que irá amar, se doar àquela outra pessoa por toda a vida. E o faz diante de sua própria família, diante da sociedade e diante de Deus. Um bom parâmetro para se ter certeza de que se está pronto para isso é saber responder à pergunta “qual é o sentido da minha vida?” Porque, no fim das contas, ela nos aponta para qual motivo nós iremos entregar a nossa personalidade, as nossas qualidades e defeitos, a nossa história e o nosso tempo, a nossa alegria e o nosso cansaço. Assim, quando temos como resposta a esta pergunta um ideal como uma carreira profissional, por exemplo, vale à pena estudarmos para nos formar nela; se também a resposta é “Deus”, então é hora de começar a viver seriamente a religião; se, além disso, entendemos que a resposta pode passar por aquela mulher especial que conhecemos, aí neste caso já podemos comprar as alianças.
6. O que é necessário para casar? (Ex: apto próprio, tudo mobilhado, estar formados, estar trabalhando fixo, um conhecimento profundo)
CARLA - O ideal logicamente é ter tudo isso, trabalho, casa montada e um conhecimento profundo um do outro. No entanto, acredito que o realmente necessário seja o conhecimento mútuo e ter como se sustentar, pois os bens materiais vêm com o tempo. Um pouco de aperto financeiro todo mundo passa, e até certo ponto é bom para ajudar a crescer como casal.
7. Vocês acham que deveria existir aulas para casar? Ou acham que o improviso dá mais certo? Por quê?
CARLA - Eu tenho uma amiga que diz que se precisamos fazer curso para ter habilitação de motorista, para formar uma família então deveria se exigir diploma de universidade, pois uma família desgovernada pode fazer muito mais estragos e ter conseqüências mais sérias que um carro na mesma situação. Ao contrário, uma família bem formada tende a fazer todos mais felizes e pode fazer muito bem para a sociedade. E eu concordo com ela – é necessário ter formação nesta área. Hoje em dia são muitos os estudos relacionados à família, e se temos a oportunidade de aproveitá-los aliando a teoria com a prática só temos a ganhar.
8. O que vocês diriam a um casal de namorados hoje.
HENRIQUE - Primeiro, que procurem ser sinceros; este é o primeiro passo para entrarem em sintonia um com o outro. Depois, que ao longo do namoro, procurem viver o que é próprio desta fase: se conhecer mutuamente e também a si próprios, para saber se podem ser felizes juntos. Também é fundamental que se importem de fato com o outro, o que implica certa dose de esforço em conhecer as virtudes e os defeitos da pessoa e tudo o que realmente importa para ela, para que o namoro não seja meramente aquilo que muitas vezes vemos na televisão ou no cinema – um romantismo vazio onde cada um busca sua própria satisfação.
É claro que o namoro tem muitos momentos prazerosos, mas se for apenas este o fundamento da relação, então aí nenhum dos dois se sentirá realizado de fato. Afinal, um namoro bem vivido é um grande passo para um bom casamento, quando muitas situações reais – sejam as alegrias ou os apertos – serão vividas a dois e, por isso, é desde namorados que precisamos conhecer a pessoa que pode nos acompanhar de verdade ao longo de muitos anos.

4 comentários:

Luciola disse...

Este casal com certeza vai dar certo! Já estão começando de forma correta. Parabéns aos noivos.

mg disse...

Muito bom, com certeza eles encontrarão as dificuldades que todo mundo encontra mas com todos os meios que eles têm para acertar, com certeza serão muito felizes.Que vontade de publicar isso em todos os meios de comunicação não é mesmo? Assim muito mais gente poderia descobrir onde é que mora mesmo a felicidade.Parabéns aos noivos e aos editores
Marli

Gabriela disse...

Parabéns ao casal! Grande exemplo!

Leandro Maia disse...

Cada vez mais tenho esperanças deste mundo ficar melhor. Ler uma entrevista dessa dá grande alento. Ainda existe gente querendo construir família. Parabéns

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