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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ajude a Natureza

Todos nós temos aspectos físicos positivos e negativos. Disso nem os mais belos, por presente da natureza ou exercício contínuo na academia e clínicas estéticas, escapam. Daí que é importante fazer uma corajosa autoanálise e detectar ambos os lados. E, com a ajuda da maquiagem e das roupas e acessórios, esconder as "misérias", como eu costumo dizer, e trazer o foco para as dádivas que recebemos sem (ou com algum) esforço.

Podemos alongar, emagrecer ou aumentar, chamar a atenção para um detalhe de modo a disfarçar ainda mais um outro. Os truques para alongar já foram expostos em outros textos aqui no blog, mas é sempre bom lembrar a todos e nós mesmas: um todo monocromático faz parecer mais alta, e, se usar um cinto, procure um da mesma cor do conjunto ou bem próximo, pois, se for de uma tonalidade muito contrastante, vai "quebrar" o visual, desfazendo, assim, o truque; continuando o "alongamento", o atualíssimo sapato nude, ou cor da pele, acentua a verticalidade, pois o pé se apresenta como uma extensão mais ligada ao corpo. Se dobrar a bainha da calça skinny, aquela que ajusta embaixo, não crie volume aí, nem deixe-a muito curta, pois isso diminui a silhueta. Os mesmos truques para alongar também emagrecem.

Falando em sapato, e bolsa, acabou a neura de combiná-los, o legal é justamente adotar o contraste. Um sapato nude com bolsa de tom forte dá equilíbrio e cor ao conjunto. Os acessórios são componentes importantes desse projeto de alongar/emagrecer. Os maxicolares são um recurso, desde que tenham uma estrutura pelo menos um pouco vertical. Fios com pingente formam um V, e dão a mesma impressão. Brincos longos afinam o rosto, e echarpes ou lenços devem acompanhar esse movimento.

O macacão é outro recurso que alonga/]emagrece. O efeito emagrecedor, porém, só é obtido com uma cor escura e cinto da mesma tonalidade. As bijuterias são fundamentais para corroborar essa tendência. Quanto a saias, o comprimento ideal é logo acima, encostando no joelho, para as mais baixas. As altas ficam bem com qualquer um. Estampas grandes ou listras horizontais engordam e encurtam, enquanto as pequenas estampas e as listras verticais encompridam e emagrecem. Saltos altos e finos fazem este mesmo papel, e inclusive as bolsas, elas mesmas, podem ajudar ou atrapalhar. Aquelas de estrutura mais curta e horizontal não são recomendadas para os tipos "mignon" e cheinhos, ao passo que as mais verticalizadas dão a impressão de acompanhar a figura no sentido vertical.

Nas blusas, é preciso saber com clareza o objetivo, se é aumentar o diminuir o busto. Para diminuir, decotes em V, cores mais escuras na metade de cima, colares mais longos do que largos, nada de babados ou estampas grandes, como já dissemos. Para o efeito oposto, volumes e detalhes na região do colo, podendo descer até a altura do busto, sem exagerar, porque senão vai apresentar muita "informação". Cores claras e bolsos são bem vindos nesse caso.

Espero que todas nós, e todos nós, por que não?, sejamos capazes de ficar mais altos e magros, não será ótimo?!                                           
                                                                   Maria Teresa Serman

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ser sogra não é mole

Calar, engolir, deixar passar, são coisas que a mãe tem que fazer para deixar que sua filha ou filho viva sua vida feliz com seu marido ou sua esposa.

A posição de sogra, e de sogro também, é de espectadores, com um único direito: aplaudir. Nada de críticas, implicâncias, opiniões, ainda mais quando  o casal tem filhos. Os "meus netos" não são propriedades dos avós, não são continuidade dos nossos filhos, são produto de um novo casal e devem ser educados por eles, pai e mãe.

A sogra deve ter por premissa sempre estar desarmada para ouvir os comentários da nora ou genro. Precisa ser sempre imparcial, e não tecer julgamentos antecipados.

Já vi sogra se queixando de nora e nora se queixando de sogra, e é sempre a mesma base: uma não respeita o espaço da outra.

Minha nora, no meu aniversário, fez uma brincadeira com uma foto de uma velhinha fumando charuto. Eu achei que tivesse sido meu filho, porque é muito brincalhão, e ela deixou que eu pensasse assim, talvez por medo de eu ficar aborrecida. Mas eu fico é feliz que ela possa ter essa intimidade de brincarmos uma com a outra, sem melindres ou aborrecimentos.

Ter a nora ou o genro como outros filhos é a parte boa do aumento da família, ninguém está “perdendo” filho ou filha para um estranho, e sim ganhando mais amigos ao seu lado, basta saber cativar.

 A técnica de fingir não ver e não ouvir muitas vezes é a melhor saída. Os dois pombinhos precisam se entender, pois sempre haverá algumas rusgas entre eles para aparar as arestas que existirem pela falta de conhecimento mútuo, ou pelos hábitos que cada um traz de suas próprias famílias.

É muito bom vermos nossos filhos também queridos por suas sogras e sogros, sendo tratados da mesma forma que tratamos os filhos deles, com carinho, amizade e delicadeza.

Conheço muitas mães jovens, (faço parte de alguns grupos de amizades onde falamos sobre tudo de família), e muitas delas se queixam constantemente das sogras e de alguns sogros também, por não respeitarem seu modo de criar seus filhos pequenos, e até de como se vestem ou cuidam de seus maridos e da casa. Isso significa muita falta de tato e de tolerância entre a família maior e os recém-casados, ou com filhos pequenos.

É de suma importância deixar a suscetibilidade de lado. E aí me lembro de uma figura com três macaquinhos, um de olhos tapados, outro de ouvidos tapados e o terceiro de boca tapada. Perfeito! Cada um representando o sentido que devemos guardar quietos quando lidamos com genro ou nora. E com sogro e sogra também!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A favor da Idade - 1ª parte

Atualmente só se fala no termo anti-idade, como se fossemos contra o avançar do tempo, ou sequer pudéssemos impedi-lo. Obviamente não podemos impedir a idade de nos alcançar, mas com certeza podemos evitar ou procrastinar muitas inconveniências que o envelhecimento trás consigo. Nunca o ser humano viveu tanto, e aproveitando de tal maneira essa longevidade. E uma das evidências disso é a variedade fantástica dos chamados produtos anti-idade. Há uma clientela fiel, que dispende uma fortuna nesses produtos, o que incentiva o investimento financeiro e científico das empresas, especialmente uma, que é um gigante no ramo, como a L'Óreal.

A cada dia surge um novo beneficiador da pele, composto por todos os ácidos e ingredientes químicos que já conhecíamos, mas sempre com um componente novo, revolucionário. Haja dinheiro, mas sempre vale a pena, eu garanto! Então, vamos conhecer, ou re-conhecer alguns desses "amigos". Porém, antes das soluções, é importante analisar os sinais mais comuns da idade na pele:

MANCHAS - sua origem é variada, mas geralmente é por efeito do sol, sem a devida proteção. Então a primeira providência é protegê-la devidamente agora, seguindo a orientação de um dermatologista, que indicará o fator mais adequado ao tipo de pele.

Tratamento: VITAMINA C - sua ação antioxidante clareia as manchas existentes, além de atuar nas rugas, suavizando-as, e previne a formação de novas, tanto umas quanto outras, pois protege as fibras de colágeno e regula a ação dos melanócitos, as células que produzem melanina, o fator desencadeador das manchas;

ÁCIDO GLICÓLICO - extraído da cana de açúcar, tem moléculas pequenas, o que facilita uma absorção mais rápida e profunda. Exerce ação esfoliante, renovando as células, fazendo um peeling suave, lentamente. Combate também as manchas gravídicas. É preciso atenção com as peles sensíveis, e lavar bem o rosto antes de expor, com filtro solar, é claro, ao sol.

ÁCIDO KÓJICO - seu nome deriva do cogumelo japonês koji. Age com dispigmentador leve, atenuando sardas, melanose e melasmas. Pode ser usado no período diurno, por baixo da maquiagem. É indicado também para acne, por sua ação antisséptica.

                                                                        Maria Teresa Serman

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Do facebook para vocês: Serotonina

O que é:
A serotonina é um neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade a dor, movimentos e as funções intelectuais. Quando ela encontra-se numa baixa concentração pode levar ao mal humor, dificuldade para dormir e vontade de comer o tempo todo, por exemplo, e uma das formas de aumentar a concentração se serotonina na corrente sanguínea é consumir alimentos ricos em triptofano, outra é praticar exercícios físicos com regularidade.

Sintomas da serotonina baixa - A baixa concentração de serotonina no organismo pode levar ao aparecimento de sintomas como:

•    mau humor de manhã;
•    sonolência durante o dia;
•    inibição do desejo sexual;
•    vontade de comer doces;
•    comer a toda hora;
•    dificuldade no aprendizado;
•    distúrbios de memória e de concentração;
•    irritabilidade;
•    cansaço;
•    ficar sem paciência facilmente.

Alimentos para aumentar a serotonina - Alguns alimentos ricos em triptofano que servem para aumentar a taxa de serotonina no organismo, são:

•    chocolate preto;
•    vinho tinto;
•    banana;
•    abacaxi;
•    tomate;
•    carnes magras;
•    leite e seus derivados;
•    cereais integrais;
•    castanha do Pará.

Alimentos como estes devem ser consumidos diariamente, em pequenas proporções, várias vezes ao dia. Um bom exemplo disso, é tomar uma vitamina de banana com castanha do Pará no café da manhã, comer um peito de frango grelhado com salada de tomate no almoço e tomar 1 taça de vinho tinto após o jantar.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ecologia Humana - testemunho

Brigitte Irwin faz parte do pessoal de Thornycroft Hall Conference Center na Inglaterra. Ela nos explica o que é necessário para que os hóspedes sejam bem atendidos, e reflete também sobre o significado mais profundo do seu trabalho.

Sou bióloga e sempre amei a ecologia. Bom, a ecologia mais importante que temos de cuidar é a ecologia humana. Se você pensar, se não apreciar e cuidar da vida das pessoas que tem ao seu redor, de sua família, você não pode ser realmente um bom ecologista. Não seria uma verdadeira ecologia.

 Thornycroft Hall é uma casa de retiros com muitas atividades ao longo do ano: cursos, jornadas de estudo, oficinas e seminários sobre todo tipo de temas: ética empresarial, temas de atualidade, filosofia, teologia, o estudo do Catecismo da Igreja Católica... Também temos retiros espirituais de um dia de duração ou de vários dias. Meu papel aqui, em Thornycroft Hall, é facilitar a apoiar a tarefa das pessoas maravilhosas com as que trabalho, assegurando as melhores condições para aqueles que querem participar nas atividades que se organizam.  Procuro criar um ambiente acolhedor que ofereça às pessoas a oportunidade de sair da agitação e do movimento normal da vida cotidiana por um tempo para que possam estudar e refletir e conseguir um novo enfoque em sua existência, que esteja mais em sintonia com a condição humana, com a verdade sobre a vida e o mundo..., e penso que ajudar a criar um ambiente que lhes dê o espaço, o tempo e a paz que necessitam é realmente valioso.

 De fato, como o vejo, as atividades que aqui se realizam enriquecem as vidas dos assistentes, e alcançam também a todas as pessoas com as que estão em contato: em primeiro lugar as suas próprias famílias e em continuação seus amigos, conhecidos, companheiros de trabalho, e ao final, chega ao conjunto da sociedade, porque inclusive se só uma pessoa procura cuidar e ajudar aos demais, de alguma maneira o mundo inteiro se beneficia.

 Na cozinha, os alimentos devem ser saudáveis e nutritivos, além de serem apetitosos, e isso supõe uma boa dose de arte culinária e de ciência doméstica.  Há uma grande quantidade de arte no mundo da alimentação, em decorar as mesas belamente com flores, em dar-se conta de que alguém pode necessitar de algo especial e na organização das dietas, de forma que cada alimento seja uma experiência maravilhosa para eles. Tratamos de cuidar de modo especial as ocasiões especiais: aniversários, dias de festa, para que sejam celebrações reais. Depois vem o serviço de limpeza. Tratamos de dar à casa um ambiente fresco e caseiro, com tudo em seu lugar, de forma que se torne acolhedor e agradável.

 Dizer as coisas espirituais através das coisas materiais.

 Encanta-me o fato de que os seres humanos sejam ao mesmo tempo seres materiais e espirituais, pelo que se podem “dizer” as coisas espirituais através das coisas materiais. Por exemplo, acabamos de preparar um alimento para alguém que está enfermo. Utilizamos um guardanapo de pano bordado sobre a sua roupa, uma toalha sobre a bandeja, umas pequenas flores e a comida bem preparada, para atrair essa pessoa a comer algo e sentir-se melhor. A mensagem, no todo, é: ”Você é importante!” O que queremos fazer é trazer um pouco do céu à terra.
A fonte é o site opusdei.org

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Credo – parte 2

Já escrevemos sobre a primeira parte do Credo, a do Pai criador. Agora vamos ressaltar a segunda pessoa da Ssma Trindade, o filho. Nada poderíamos escrever de melhor do que transmite uma carta do Prelado do Opus Deis aos fieis da Prelazia. Vamos transcrever alguns trechos, para que apreciem e meditem, neste Ano da Fé.

"O Credo da Missa expõe com suma simplicidade o mistério da Encarnação redentora, ao confessar que o Filho de Deus, por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus e encarnou-se pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Nessas poucas palavras, que pronunciamos ou cantamos acompanhadas de uma profunda inclinação de cabeça, narra-se o acontecimento central da história, que nos abriu as portas do Céu. Nesse texto, como numa filigrana, escuta-se o eco dos três relatos da Encarnação que os evangelhos nos transmitem. São Mateus, ao falar da anunciação do mistério a São José, põe na boca do Anjo as mesmas palavras com que se refere ao Filho da Virgem Maria: por-lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados . A encarnação e o nascimento de Jesus manifestam a infinita bondade divina: uma vez que não podíamos voltar para Deus pelas nossas próprias forças, por causa do pecado – o original e os pessoais –, Ele veio ao nosso encontro: Tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que crê nEle não pereça, mas tenha a vida eterna. Recordo-vos aquela consideração com que São Josémaria nos instava a viver uma fé atual, profunda: Se não nos enchemos de pasmo ante os mistérios de Deus, acabamos por perder a fé. Cuidamos com delicadeza do trato com Jesus? Agradecemos essa onipotência do Senhor que reclama a nossa submissão, como prova de amor?
Ó Mãe, Mãe! Com essa tua palavra – “fiat” – nos tornaste irmãos de Deus e herdeiros da sua glória. – Bendita sejas!].

Todas estas razões, e muitas mais que caberia enumerar, podem resumir-se numa só: “O Verbo encarnou-se para nos fazer «participantes da natureza divina» (2 Pe 1, 4): “Porque tal é a razão pela qual o Verbo se fez homem, e o Filho de Deus, Filho do homem: para que o homem, ao entrar em comunhão com o Verbo e receber assim a filiação divina, se convertesse em filho de Deus»”].

Jesus Cristo é realmente a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade: o Filho do eterno Pai que assumiu verdadeiramente a nossa natureza humana, sem deixar de ser Deus. Jesus não é um ser em parte divino e em parte humano, como uma mistura impossível da divindade e da humanidade. É perfectus Deus, perfectus homo, como proclamamos noQuicumque ou Símbolo Atanasiano

Consideremo-lo uma vez mais: “A verdadeira fé consiste em que creiamos e confessemos que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. É Deus, gerado da mesma substância do Pai antes do tempo; e homem, gerado da substância da sua Santíssima Mãe no tempo: que subsiste com alma racional e carne humana. É igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade. E, embora seja Deus e homem, não são dois Cristos, mas um só Cristo. Um só, não pela conversão da divindade em corpo, mas pela assunção da humanidade em Deus. Um absolutamente, não por confusão de substância, mas na unidade da pessoa"].

Precisamos ter presentes e vivas em nossa alma esses dois pontos que acabamos de citar: não basta acreditar, é preciso confessar Jesus Cristo por palavras e obras de amor, pelo apostolado constante e paciente, pela unidade de vida; entendamos com clareza que a natureza divina não se deteriorou ao assumir a nossa humanidade, e sim esta mesma humanidade se elevou a uma nova dignidade, a de filhos de Deus.

Diante de tão grande mistério, só podemos contemplar como o fez S. Josémaria: Necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida dos homens.

Portanto, para termos convicção do mistério e dele darmos testemunho, precisamos humilhar nosso entendimento meramente humano e transcender até o sobrenatural, pelo conhecimento da doutrina, que deve nos despertar uma sede insaciável, e pela oração amorosa com acompanhamento fiel dos sacramentos. O Espírito Santo infundirá em nós, assim, os seus dons, conjugando-os a uma devoção de criança humilde e desprotegida, sempre entregue ao Pai, por meio do Filho."
                                                                               Maria Teresa Serman

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

EmContando – 22 A Casa dos Mil Espelhos

A Casa dos Mil Espelhos (folclore japonês)

Tempos atrás, em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido  como a casa dos mil espelhos. Um pequeno e feliz cãozinho soube deste lugar e decidiu fazer uma vista à casa. Lá chegando,  saltitou feliz escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com suas orelhinhas bem levantadas e  a cauda balançando tão rapidamente quanto podia. Para sua grande  surpresa deparou-se com outros mil pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto a dele. Abriu um enorme sorriso e foi correspondido  com mil enormes sorrisos. Quando saiu da casa pensou:

“Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes.”

Neste mesmo vilarejo, um outro cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu também visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta. Quando viu mil olhares hostis de cães que olhavam para ele fixamente, rosnou e mostrou os dentes e ficou horrorizado ao ver mil cães rosnando e mostrando os dentes para ele. Quando saiu, ele pensou:

“Que lugar horrível, nunca mais volto aqui.”

Todos os rostos do mundo são espelhos.

Queridas amigas e amigos!

Na semana passada enviei   duas parábolas e para esta semana encontrei uma pequena fábula japonesa.  As três histórias   fazem-nos pensar em nós mesmos. Fiquei contente por tê-las encontrado justamente neste período que antecede a Páscoa. Prometi a mim mesma reler essas e outras histórias, cuidadosamente, e depois olhar bem no espelho para ver se consigo obter, senão mil, mas pelo menos um grande sorriso. Prometo mais uma história de “pensar” para a próxima semana.

Desejo a todos uma ótima semana.
Agnes

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lar, doce lar...que escondes os meus defeitos!

Fui buscar inspiração no livro que já citei e aproveitei aqui, Provérbios e Virtudes, que acho muito perspicaz e cheio de lições práticas. Vamos lá, então.

Este provérbio transbordante de conhecimento da natureza humana revela os dois tipos de "doçuras" do lar: o calor do afeto mútuo e o falso conforto do egoísmo preguiçoso. Porque é precisamente no lar, com a desculpa de "estar à vontade", que mais facilmente nos deixamos cair no desleixo.

O lar pode e deve ser "doce", o lugar onde recebemos e damos calor e compreensão e onde a personalidade humana se desenvolve com a necessária intimidade; mas pode ser também um esconderijo onde se cultivam caprichos e manias, onde nos desentendemos dos familiares e nos isolamos. Se fora do lar devemos "comportar-nos" porque estamos à vista dos estranhos, porque os outros nos julgam e  podem censurar-nos isto ou aquilo, dentro de casa, não; é como se o lar fosse, par alguns, o reduto onde podem "soltar todas as manias e requintes egocêntricos, que os outros integrantes da família têm obrigação de suportar porque, afinal de contas, "estou na minha casa, e na minha casa faço o que quero".

Apesar de irônico, o refrão é verdadeiro em todos os casos em que se esquece, ou não se quer recordar,que é dentro de casa que devemos dar o melhor de nós mesmos; é ali que, pelo bom ou pelo mau exemplo, levantamos ou afundamos aqueles que mais amamos. O lar, pois, não pode ser o refúgio das manias e dos desleixos; deve estar recheado de um dinamismo alegre, todo ele encaminhado a servir aos demais: o melhor trabalho de todos.

Complementando o que diz o livro, o lar é onde o marido deve ser mais carinhoso e solícito; a esposa, mais bonita e interessante; os filhos, alegres e disponíveis ao serviço como se estivessem com seus amigos. Enfim uma reprodução do lar de Nazaré, pois não podemos imaginar Jesus fechado em seu quarto (será que Ele o tinha?); Nossa Senhora, desleixada e choramingando porque teve que carregar muita água da fonte para lavar e cozinhar; e S. José respondendo com grunhidos ou sequer conversando, deixando sua esposa falando com uma parede.
                                                                                                            Maria Teresa Serman

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pobres, mas úteis instrumentos

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Ser a luz do mundo (cf. Mt 5,14)

"Pode acontecer que eu seja incapaz de manter a minha atenção completamente fixa em Deus enquanto trabalho — mas Deus não exige isso de mim. Contudo, posso perfeitamente desejar e projetar fazer o meu trabalho com Jesus e para Jesus. E isso é uma coisa muito bonita e é isso que Deus quer. Quer que a nossa vontade e o nosso desejo se dirijam para Ele, para a nossa família, os nossos filhos, os nossos irmãos e os pobres.

Cada um de nós continua a ser apenas um pequeno instrumento. Se observarmos os componentes dum aparelho eléctrico, veremos um emaranhado de fios, grandes e pequenos, novos e velhos, caros e baratos. Se a corrente não passar por eles, não pode haver luz. Esses fios és tu e sou eu. A corrente é Deus. Nós temos o poder de deixar passar a corrente através de nós, de deixar que ela nos utilize, de deixar que ela produza a luz do mundo — ou de nos recusarmos a ser utilizados, deixando que as trevas alastrem."

Esse é um comentário da Beata Madre Teresa ao evangelho em que Jesus adverte que a luz dos seus discípulos, que significa a Sua Graça, não pode ficar escondida sob a mesa - que são nossos respeitos humanos, nossa preguiça, nossos falsos escrúpulos. A madre explica muito bem nossa atuação no mundo, querida por Deus com predileção, com uma metáfora cheia de sentido sobrenatural, que realça a precariedade que nos assusta às vezes, pois temos consciência dela cada vez mais, a qual, somada, ou melhor, transformada, pela graça de Deus- Pai distribui eletricidade - a fé, a esperança e a caridade - com abundância, sem se negar a ninguém. O humilde testemunho de uma mulher de Deus, como ela, só nos enche de paz e nos estimula na luta.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sabonete não é só pra banho!

Todos o conhecem e o usam, nas mil variedades e tipos que em que o encontramos: barra, líquido, cremoso, hidratante para banho, esfoliante, desengordurante, etc, etc, etc. Porém, poucos e poucas exploram suas outras possibilidades. Então, vejamos:

1- Tira-manchas poderoso: aproveite pedacinhos de sabão, principalmente do branco, mais eficiente, colocando-os em uma vasilha e despejando água quente para formar uma mistura como geleia. Esfregue as manchas resistentes ou colarinhos sujos com essa papa e esfregue-os, ou leve à máquina. Sairão impecáveis! O branco é muito eficiente para remover manchas de sangue no tecido úmido também.


2- Limpa unhas: se vai fazer aquela faxina e não quer usar luvas, para impedir que suas unhas fiquem sujas por dentro, raspe-as na superfície de um sabonete e depois trabalhe desse modo, sem lavá-las. Isso impedirá que a sujeira penetre nelas.


3- Gavetas deslizando: a madeira acaba inchada pela umidade, dificultando seu deslizar. Retire as gavetas dos trilhos e passe sabão nos trilhos, deixando uma fina camada. Isso só pode ser feito, porém, nos trilhos de madeira ou acrílico, pois os de metal enferrujam com o tempo.


4- Fios protegidos: se você tem um animal em casa que adora roer fios, passe sabonete neles - nos fios, não nos animais, é claro! Os bichinhos não vão apreciar o gosto amargo e desistirão do projeto. Passe um pouco, não exagere, para que ele não engulam muito.


5- Sobrancelhas fixadas: sempre usamos rímel incolor para fixá-las como queremos, principalmente os fios rebeldes. Mas, se este acabar, ou não estiver por perto, pode pentear com a escovinha umedecida e passada de leve pelo sabonete. Mas cuidado pra não ficar branca e nem cair nos olhos.
6- Alívio para picadas de mosquitos: depois que eles atacam, fica aquela coceira e incômodo! 


Esfregue suavemente lascas de sabonete nos lugares, e o hidróxido de sódio contido nele "secará" as picadas.

7- Sachê nos armários: para espantar traças, coloque umas lasquinhas de sabonete em um saco de papel, feche-o com o grampeador e fure-o em vários pontos, para o cheiro sair. Ele espantará os insetos: contudo, não use sabonete de ervas ou frutas, pois atrairá os bichinhos, ao invés de repelir.


8- Prazer com economia: outro modo de aproveitar as sobras dos sabonetes é abrir um buraco pequeno em uma esponja para banho e introduzi-los ali. Você terá um banho cheio de espuma!


9- Costura e reparos: para fazer entrar com mais facilidade uma agulha em um tecido grosso, esfregue sabonete nela antes de começar. Os mesmos ácidos graxos atuarão também nos parafusos e pregos que queira colocar em uma parede.


10- Amaciante caseiro: para quem gosta de fazer coisas artesanais, aí vai a receita: 1/2 sabonete ralado grosseiramente + 1 litro de água. Deixe amolecer para levar ao fogo baixo até derreter totalmente, sempre mexendo. Antes de esfriar, adicione 2 colheres de sopa de glicerina líquida, 1/2 litro de de leite ou água de rosas e 5 litros de água fria. Pode completar com algumas gotas de um perfume suave, que lhe agrade.

                                                          Maria Teresa Serman 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O carnaval acabou e agora?

Estamos sempre em busca de feriados para descansar o corpo e repor as energias. Assim sendo, não podemos deixar de explorar o calendário e catar datas que prolonguem um final de semana.

O trabalho na vida diária preenche quase todo o nosso tempo, e é a mola do mundo; porém, o descanso e a mudança de atividade, se fazem necessários para recarregarmos nossas baterias internas e nos dar força e coragem para levar adiante as atividades incessantes do dia a dia.

Apesar disso, não podemos passar para os nossos filhos a imagem de que só  o descanso tem valor e de que o trabalho é um opressor, do qual devemos nos livrar sempre que possível.

O trabalho é muito importante e tem seu valor , sabendo guardar as devidas proporções. Ele é necessário para o nosso crescimento, seja em forma de trabalho remunerado, em trabalho no lar ou em estudo, todos são importantes e podem ser prazerosos,  na medida em que o fazemos com o coração e oferecemos a Deus por nós ou pelos próximos .

Férias e feriados são bons, mas voltar pra casa, viver a rotina diária, também é muito bom para o nosso relógio interior, com seu tic tac  funcionando sincronizado com as nossas tarefas e realizações .
Agora é a hora de tocarmos pra frente a vida, com galhardia e alegria tal qual fizemos durante estes dias de lazer e diversão. É o momento de fazermos nossas tarefas diárias com mais força e coragem, deixando a preguiça, oriunda de tantos descansos, de lado.

Vamos fazer de nossos lares lugares de paz e aconchego, com tudo em seus lugares, listando as prioridades e pondo tudo em prática. Agora sim, o ano começou de fato!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Uma mulher de peso – Evelyn Billing

Perdemos nestes dias uma grande figura da humanidade, uma mulher que fez um bem enorme a todas as mulheres, propiciando-lhe a capacidade de conhecer melhor  sua fertilidade, a Drª Evelyn Billings.

Era uma mulher inspiradora, capaz de grandes realizações. Nasceu em 08 de fevereiro de 1918, em Melbourne, Austrália. Trabalhou durante sessenta e quatro anos junto com seu esposo, o Dr. John Billings, e foi a pioneira do Método de Ovulação Billings, o qual ensinou as mulheres, casais, estudantes de medicina e médicos, desde a década de 50, divulgando-se em mais de 100 países. É o único método natural oficial, para a regulação da fertilidade na China e foi aprovado pela Organização Mundial da Saúde, com comprovado êxito. Também conta com o apoio da Igreja Católica, dada a sua metodologia natural para a regulação da fertilidade.

Eu não poderia deixar passar em branco essa notícia de seu falecimento, e não falar da enorme admiração e gratidão que tenho por ela.

Eu, casada, com três filhos pequenos, e vinte e dois anos, tomei conhecimento do método, através de uma apostila que uma amiga me trouxe da Austrália. Infelizmente não a possuo mais, emprestei e nunca mais a tive de volta. Mas hoje, há muitos livros seus publicados, com todas as explicações sobre o método. E existem também muitos grupos por todo o mundo, explicando o funcionamento do método e tirando dúvidas. Com a minha apostila, pude aprender o método, e assim espaçar o nascimento dos outros filhos que desejávamos ter. 

O mais interessante da história da  Dra. Billings é que ela dizia que o maior orgulho da sua vida não eram seus feitos médicos ou pesquisas, e sim a felicidade de ter sua família. Junto com o Dr John, já falecido, que conheceu em uma aula de anatomia, enquanto estudava medicina na Universidade de Melbourne, criou nove filhos. Evelyn também era avó de tinta e nove netos (dois faleceram) e bisavó de trinta e um bisnetos.

Que Deus a receba em seus braços com muito carinho e a recompense por todo o bem que espalhou na terra.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Na primeira pessoa do plural - parte 1

Dois males estão adoecendo as consciências e os relacionamentos: o relativismo e o individualismo. O primeiro é grave, traiçoeiro, e travestido de tolerância. Tudo é bom, desde que feito com boa intenção; tudo pode ser aceito; nada pode ser criticado, a não ser aqueles que não adotam essa gelatina moral, que se amolda ao recipiente que a contém. Estes são odiados como "conservadores", "fundamentalistas" e intolerantes. Nada mais distante da verdade que essa visão deturpada e injusta sobre quem defende valores e critérios. 

Claro que, se a intenção propulsora do ato é agir corretamente, isso é importante. Só Deus conhece a nossa alma em profundidade, os outros só desconfiam de sua essência pelo que fazemos. Por tal fato, duas coisas se afirmam: que somos o que somos, não o que acham de nós, e o seguinte texto da Imitação de Cristo é perfeito para entender essa certeza reconfortante:

"Não és mais santo porque te louvam nem mais pecador porque te injuriam. És aquilo que és; e tudo o que disserem de ti não te fará maior do que és aos olhos de Deus. Se atenderes ao que és interiormente, não te preocuparás com o que os homens dirão de ti. «O homem vê a cara, mas Deus o coração» (1Sm 16,7)."

Contudo, o testemunho que damos  com nossa vida cotidiana é fundamental. "Não basta ser bom, é preciso parecê-lo." A bondade que germina no coração deve brotar nas ações comuns, não excepcionais. Do mesmo modo, deve-se reconhecer o erro, e aqueles que tem dever de estado receberam a missão de alertar e corrigir, pela correção fraterna, sempre com entranhado amor e atitude carinhosa e benigna, pois "detesta-se o pecado, mas ama-se o pecador", que somos todos nós.
O segundo "mal do século" é o egocentrismo, que se manifesta pelo afã de obter tudo que o egoísta acha que merece, não obstante o sofrimento que possa causar, a um ou a muitos. A trilha dolorosa que o individualismo abre é larga, extensa e profunda. Afeta as relações humanas mais viscerais, como a união familiar; a fidelidade matrimonial; a paz nos ambientes de trabalho;, o amor confiável entre as pessoas; e até as atividades de lazer comunitário e particular. Acabamos de ter um exemplo disso no comportamento destruidor e irresponsável de foliões que, com seu frenesi carnavalesco desrespeitoso, destruíram propriedade alheia, inundaram a cidade de lixo, e deixaram um rastro nauseabundo de que nem animais são capazes.

O incontestável princípio "o direito de um acaba quando começa o do outro" foi pras cucuias! É cada um por si; quem mandou ser otário; perdeu, mané - e a glória maior dessas aberrações está bem alto, nos poderes constituídos da nação, com eleições espúrias, conchavos viciados pelos mesmos que escaparam da punição devida, mensalões, trimestralões e semestralões! E gente vil com pose de defensores dos pobres e desvalidos, haja óleo de peroba!

Continuamos no próximo texto. Este é um intervalo para limparmos a sujeira que nos jogam em cima.

                                                         Maria Teresa Serman

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

EmContando - 21 - Duas parábolas

Queridas amigas e amigos!

Trago para vocês, hoje, duas parábolas    para uma saudável reflexão. Eu as tenho guardadas  há um bom tempo. Copiei-as de um livro de minha netinha Mariana, que vocês já conhecem bem por seu grande amor a livros e histórias. Espero que gostem.

Podia Ser Pior 

Isaac, um judeu pobre, foi pedir conselho a um rabino.
“Rabino, diga-me o que fazer - exclamou. - Sou um homem pobre. Tão pobre, que minha mulher, meus seis filhos, meus sogros e eu temos que viver  todos  juntos. Estamos tão cheios uns dos outros que brigamos  o tempo inteiro. É um inferno ter que viver com tanta gente num barraco de um cômodo. Não agüento mais. Eu preferiria me enforcar a voltar para casa. “
O rabino pensou no problema por alguns instantes.
“Meu filho” - disse ele então -, “se você fizer o que vou lhe dizer, garanto que sua condição irá melhorar.”
“Faço o que o senhor disser, se for para acabar com essa loucura” - prometeu Isaac.
“Quantos animais você tem?” - perguntou o sábio rabino.
“Uma cabra, uma vaca e algumas galinhas.”
“Vá para casa e ponha os animais para dentro, para que vivam com você.”
Isaac ficou horrorizado com a idéia, mas ele queria manter sua promessa. Então voltou para casa e seguiu o conselho do rabino.
Dois dias depois Isaac voltou ao rabino.
“Rabino” - ele exclamou. - “Eu fiz como o senhor mandou: pus todos os animais dentro de casa. Agora me arrependo de ter prometido lhe obedecer, pois as coisas estão ainda piores. Não agüento mais um dia dessa loucura. Por favor me ajude!”
“Bem, filho” - respondeu o rabino -, então vá para casa e ponha as galinhas para fora. Que Deus o ajude.”
Assim o pobre Isaac voltou para casa e enxotou as galinhas. Dois dias depois ele voltou ao rabino.
“Rabino” - exclamou -, “não agüento mais. A cabra está destruindo tudo dentro de casa. Quero que ela saia!”
“Então vá para casa e ponha a cabra para fora” - disse o rabino. -
“Que Deus o ajude.”
Isaac voltou para casa e enxotou a cabra. Dois dias depois ele voltou ao rabino.
“Rabino” - suplicou -, “não agüento mais. A vaca está fazendo uma bagunça na minha casa. Ela precisa sair.”
“Então vá para casa e ponha a vaca para fora” - aconselhou o rabino.
Mais uma vez Isaac foi para casa e pôs a vaca para fora.
Muito tempo se passou. Então, um dia, Isaac voltou ao rabino, radiante de felicidade.
“Obrigado, rabino” - ele sorriu. “ O senhor mudou minha vida! Desde que pus os animais para fora, minha casa tornou-se limpa e tranqüila. Estamos todos muito felizes agora. Deus realmente nos abençoou.”

O Tesouro na Lareira de Isaac

Havia um pobre judeu chamado Isaac, que vivia numa cabana, muito longe da cidade. Certa noite, ele teve um sonho estranho. Sonhou que havia um grande tesouro enterrado sob a ponte que levava ao principal portão da cidade.
Bem cedo, na manhã seguinte, Isaac começou sua longa jornada até a cidade. Após vários dias de caminhada, ele chegou à ponte. Mas ela estava fortemente guardada por soldados. Isaac decidiu esperar até que escurecesse para começar a procurar pelo tesouro. Então ele se esgueirou para baixo da ponte e começou a cavar.
“Quem está aí?” - rugiu o capitão da guarda. Isaac se arrastou de sob a ponte.
“O que está fazendo aí, velho?” - o capitão exigiu saber.
Na simplicidade de sua pobreza, Isaac contou a ele seu sonho sobre o tesouro enterrado sob a ponte.
“Seu velho tolo” - o capitão riu -, “onde estaríamos todos se fossemos prestar atenção aos nossos sonhos? Ora, noite passada tive um sonho parecido com o seu. Sonhei que bem longe, num casebre pobre, que pertence a um homem chamado Isaac, havia um tesouro enterrado sob a lareira. Agora dê o fora daqui, seu velho tolo!”
Isaac voltou para casa o mais rápido que pode. Ao chegar, tirou as cinzas da lareira  e começou a cavar. Lá, bem debaixo de sua própria lareira, havia um grande tesouro.

(Em “Fábulas do Mundo Todo” Ed. Melhoramentos 2004 - Adaptadas por Bem Alex e traduzidas por Antônio Carlos Vilela)

Por Agnes G Mylles

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A quem tem, dar-se-lhe-á mais

A quem tem, dar-se-lhe-á; e a quem não tem, mesmo aquilo que parece ter ser-lhe-á tirado. E a este propósito comenta São João Crisóstomo: “A quem é diligente e fervoroso, dar-se-lhe-á toda a ajuda que depende de Deus; mas a quem não tem amor nem fervor, nem faz o que está ao seu alcance, também não lhe será dado o que depende de Deus. Porque perderá – diz o Senhor – ainda aquilo que parece ter; não porque Deus lho tire, mas porque se incapacita para novas graças”.

A quem tem, dar-se-lhe-á... É um ensinamento fundamental para a vida interior de cada cristão. Àquele que corresponde à graça, dar-se-lhe-á ainda mais graça; mas quem não faz frutificar as inspirações, moções e ajudas do Espírito Santo, ficará cada vez mais empobrecido. Os que negociaram com os talentos que tinham recebido em depósito, vieram a receber uma fortuna ainda maior; mas aquele que enterrou o seu, perdeu-o. A vida interior, tal como o amor, está destinada a crescer; exige sempre que se progrida, que se esteja aberto a novas graças. “Se dizes «basta», já estás morto”; quando não se avança, retrocede-se.

Deus prometeu-nos que nos concederia sempre as ajudas necessárias. Podemos dizer a cada instante com o Salmista: O Senhor anda solícito por mim. As dificuldades, as tentações, os obstáculos internos ou externos nada mais são do que ocasiões para crescer; quanto mais forte for a dificuldade, maior será a graça; e se as tentações ou contradições forem muito fortes, maiores serão as ajudas de Deus para convertermos aquilo que parecia dificultar ou impossibilitar a santidade num motivo de progresso espiritual e de eficácia na ação apostólica.

Só o desamor e a tibieza é que fazem adoecer ou morrer a vida da alma. Só a má vontade, a falta de generosidade com Deus, é que atrasa ou impede a união com Ele. “Conforme for a capacidade que o cântaro da fé leva à fonte, assim será o que dela há de receber”. Jesus Cristo é uma fonte inesgotável de ajuda, de amor, de compreensão: com que capacidade – com que desejos – nos aproximamos dEle? Senhor – dizemos-lhe na nossa oração –, dai-me mais e mais sede de Vós, que eu Vos deseje mais intensamente que o infeliz que anda perdido no deserto e a ponto de morrer por falta de água.

As causas que levam a não progredir na vida interior e, portanto, a retroceder e a dar lugar ao desalento, podem ser muito diversas, mas por vezes podem reduzir-se a poucas: ao desleixo, à falta de vigilância nas pequenas coisas que dizem respeito ao serviço e à amizade com Deus, e ao recuo perante os sacrifícios que essa amizade nos pede.

Tudo o que possuímos para oferecer ao Senhor são pequenos atos de fé e de amor, ações de graças, uma breve visita ao Santíssimo Sacramento, as orações costumeiras ao longo do dia; e esforço no trabalho profissional, amabilidade nas respostas, delicadeza ao prestar ou ao pedir um favor... Muitas pequenas coisas feitas com amor e por amor constituem o nosso tesouro deste dia que levaremos para a eternidade. 

 Normalmente, a vida interior alimenta-se, pois, do corriqueiro realizado com atenção e com amor. Pretender outra coisa seria errar de caminho, não achar nada, ou muito pouco, para oferecer a Deus. “Vem a propósito – diz-nos Mons. Escrivá – recordar a história daquele personagem imaginado por um escritor francês, que pretendia caçar leões nos corredores da sua casa e, naturalmente, não os encontrava. A nossa vida é comum e corrente: pretender servir o Senhor com coisas grandes seria como tentar ir à caça de leões pelos corredores. Assim como o caçador do conto, acabaríamos de mãos vazias”, sem nada que oferecer.

As nossas pequenas obras são como as gotas de água que, somadas umas às outras, fecundam a terra sedenta: um olhar a uma imagem de Nossa Senhora, uma palavra de alento a um amigo, uma genuflexão reverente diante do Sacrário, um movimento imperceptível de domínio da vista pela rua, um pequeno ato de força de vontade para fugir de um dissimulado convite à preguiça... criam os bons hábitos, as virtudes, que conservam e fazem progredir a vida da alma. Se formos fiéis em realizar esses pequenos atos, quando tivermos de enfrentar alguma coisa mais importante – uma doença mais séria, um fracasso profissional... –, saberemos também tirar fruto dessa situação que o Senhor quis ou permitiu. Cumprir-se-ão então as palavras de Jesus:Aquele que é fiel no pouco também o é no muito.
Meditação diária de Falar com Deus - TEMPO COMUM

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sempre teremos um Papa!

Sempre teremos o trono de Pedro ocupado por aquele que o Espírito Santo designar. Não é uma questão de realeza, magia, ou outras fantasias mundanas. Foi Cristo quem constituiu Pedro a rocha sobre a qual construiria e confirmaria Sua Igreja até a Sua vinda.

O Papa é outro Cristo, o "doce Cristo na Terra", como amavelmente denominou Santa Catarina de Sena. Não importa que homem o represente, ele será o próprio Bom Pastor.

Tivemos agora um perfeito exemplo disso, do pastor, que, esgotado pelos muitos anos de serviço ao próximo, e sentindo suas forças lhe faltarem, preparou com prudente antecedência o seu sucessor. Não se agarrou a um pretenso poder, como o fazem muitos que vemos atualmente, mas abdicou com dignidade exemplar, para o bem maior das suas ovelhas.

Obrigada, Santo Padre Bento XVI, por sua dedicação heroica,  por sua bondade transbordante no seu sorriso tímido e doce, por sua humildade e sabedoria, por tudo que generosamente ofertou de seu, o que permanecerá em nossos corações como a imagem de Nosso Senhor. Deus o abençoe e o proteja, estamos rezando unidos por Vossa Santidade e por seu sucessor.
                                                                                                                Maria Teresa Serman








terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Centro Diurno para Idosos Necessitados em Roma

Ajudar os outros é um compromisso que implica passar das palavras aos fatos. Os responsáveis pelo Campus Biomédico de Roma - uma obra corporativa do Opus Dei - e o ator de cinema Alberto Sordi compartilhavam o desejo de ajudar aos idosos da cidade. E assim surgiu o CESA.

Uma revista em cores, uma companhia de teatro, um ateliê de alta costura; excursões culturais, passeios pela natureza, férias de verão; um ambiente agradável, um grupo de amigos, uma ocasião para trabalhar em equipe...

Esta é uma pequena amostra do que o Centro Diurno para Idosos Necessitados de Trigoria oferece; mas — e isso é o mais importante— o centro é um lugar onde o ancião é valorizado e recebe ajuda para continuar crescendo como pessoa.

Em 2002, Ruggero, Ennio e Adriano constituíram com alguns amigos a Associação Alberto Sordi. Na sua origem, está o desejo de ajudar as muitas pessoas de idade avançada que já não podem viver completamente por si mesmas. 

Nesta iniciativa, o idoso é valorizado e recebe ajuda para continuar crescendo como pessoa.
Em não poucas ocasiões, pelo ritmo de vida acelerado que se leva na sociedade ocidental atual, os anciãos acabam não recebendo a devida atenção por parte das suas famílias; e, não raro, os problemas econômicos e assistenciais que costumam aparecer nessas situações levam ao esquecimento de que o idoso, em primeiro lugar é uma pessoa frágil e necessitada.
Em consequência disso, muitos idosos sentem-se sós ou inúteis, vivem enclausurados num mundo de preocupações, de insegurança afetiva ou econômica, e vislumbram o futuro com medo ou sem qualquer perspectiva.

No ano de 2001, a Universidade Campus Biomédico de Roma - uma obra corporativa do Opus Dei - pôs em andamento em Trigoria o CESA: Centro para a Saúde do Ancião, dedicado à assistência médica e à pesquisa sobre patologias da terceira idade.

Juntamente com a atenção médica e sanitária, nessas instalações desenvolve-se também um trabalho de caráter social.
Ninguém duvida de que vale a pena investir na formação das crianças, dos adolescentes e dos adultos. No Centro Diurno, dá-se um passo a mais: também se aposta na formação do idoso, que retém muitas potencialidades e que sempre pode crescer como pessoa.

O objetivo primário é ajudar a manter — e, quando, é possível recuperar e potencializar — as capacidades psicofísicas, para que, na medida de suas possibilidades, o idoso tenha uma vida ativa e gratificante. No fundo, trata-se de conseguir que as pessoas idosas recuperem sua dignidade, se sintam úteis e vivam felizes.

Muitos estudos demonstraram que a perda das faculdades mentais não se deve tanto à elevada idade, mas à falta de exercício, de estímulos intelectuais e de vida social. Por isso, seguindo a metodologia do fazer, são organizadas atividades que ajudam a manter em exercício as faculdades pessoais. São atividades variadas, desenvolvidas em grupo.

A ênfase das atividades é posta no fazer, e busca-se que todos sejam protagonistas e não meros espectadores. Não são um fim em si mesmas, nem servem meramente para ocupar o tempo; o objetivo é contribuir para o desenvolvimento da pessoa em todas as suas dimensões: espiritual, relacional-afetiva, intelectual e corporal.

"Após muito tempo, minha mãe quis voltar ao cabeleireiro. Há um ano, lia poesias ao meu avô... Agora sou eu quem o escuta recitá-las". Frases como essas são comuns na boca dos parentes dos idosos que vêm ao Centro. É um fenômeno que se comprova uma e outra vez: com o passar do tempo, muitos anciãos recuperam a alegria de viver. Em princípio, os frequentadores vão ao Centro três dias por semana, mas é possível ampliar para cinco, se o idoso assim o quiser. A inscrição nunca é inferior a três meses: tempo mínimo para introduzir-se no ambiente e aproveitar as atividades oferecidas.
Mais informações sobre o Centro Diurno Anziani Fragili (em italiano).
http://www.fondazionealbertosordi.it/auto.asp?sID=3&sF=3
 Artigos relacionados
  http://www.opusdei.org.br/img/ra.gif    Vídeo exibido em 2011 pela Rede de Televisão RAI sobre o Centro de Anciãos (em italiano).
http://www.opusdei.org.br/art.php?p=51849

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Nosso querido batom

O batom, nosso velho e confiável amigo, está mais poderoso e diversificado. Os tipos e infinidade de cores nos confundem, mas tal dúvida é a nosso favor, porque podemos variar e brilhar ( ou ficar nos foscos, chamados mate), nos dois sentidos. Um batom de qualidade ajuda a hidratar - cada vez mais eles contêm ácido hialurônico e outros ingredientes anti-idade, recuperando a mucosa e a pele adjunta, e também protetor solar. Quanto mais estivermos de batom, melhor.

Estamos no verão, estação que traz muito calor e chuva, embora as lojas já estejam em liquidação, trazendo antecipadamente roupas de meia estação - será que isso existe em nossa cidade? E há tempo, em relação a clima e duração, de aproveitarmos as vantagens da hora.

Claro que usamos batom o tempo todo, mas nossas preferência costumam variar nos tons, de acordo com o que nos pedem as roupas e a ocasião Então, rosa, vermelho, coral, laranja, marrom, nude, brilho transparente, qual e quando?

O rosa vai bem para qualquer cor de pele e cabelo, de dia ou de noite, mas é preciso ver o tom:

- Rosa-bebê: as de pele bem clara devem preferi-lo para o dia, pois não pesa no visual. Essa especificação não impede que usem outra tonalidade, desde que faça o mesmo efeito. Também para as mais morenas vai bem, desde que o tom de pele se destaque com a combinação de olhos e boca.
- Rosa- claro: as ruivas ficam muito bem com essa nuance, pois seu cabelo já chama a atenção. Esse tipo deve evitar muita coloração, preferindo olhos esfumados e rímel também. Isso destacará o seu ponto forte, o tom do cabelo.

- Rosa-choque: deve ser o querido das morenas, pois faz um bonito contraste, levanta a maquiagem. Não é preciso repetir que uma cor de batom marcante puxa olhos mais discretos, mas ainda depende da ocasião e da hora.

- Rosa- escuro: oportunos para a pele negra, porque aparecem mais, são mais condizentes. O ideal é o batom mate, mais fosco, o que não quer dizer que, à noite, não possam aplicar um brilho em cima dele, o que, aliás, é o ideal para todas e todos os batons, pois essa combinação batom+brilho fixa melhor.

- Vermelho-tomate: serve como uma luva para as clarinhas, pois não é tão pesado quanto o vermelho tradicional, mais forte e impactante, fica mais vibrante e combina muito bem com uma pele branca. Serve para todas, pois é um coringa.

- Vermelho-alaranjado: esse tom é o recomendado para as ruivas, pois harmoniza sem chocar com o tom do cabelo e, frequentemente, da pele.

- Vermelho-clássico: é tradicional, atemporal e um ícone, como o nome já indica. Valoriza qualquer pele, principalmente as morenas, e as roupas, desde que sejam mais discretas e não briguem com a tonalidade, o que deve ser sempre levado em conta na escolha da maquiagem. O batom vermelho rubro já chama atenção, então os olhos devem somente complementá-lo, e não brigar pelo foco.

Já falamos sobre o nude, ou cor-de-boca, e o marrom é para preferências pessoais, embora seja uma tonalidade mais invernal.
                                                                    Maria Teresa Serman

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Virtudes da Convivência -

SÃO MUITAS AS VIRTUDES que facilitam e tornam possível a convivência.

A benignidade e a indulgência levam-nos a julgar as pessoas e as suas atuações de forma favorável, sem nos determos excessivamente nos seus defeitos e erros.

A gratidão é essa evocação afetuosa de um benefício recebido, com o desejo de retribuí-lo de alguma forma, quanto mais não seja com um obrigado ou coisa parecida. Custa muito pouco sermos agradecidos, e o bem que fazemos é enorme. Se estivermos atentos aos que estão à nossa volta, notaremos como é grande o número de pessoas que nos prestam constantes favores.

A cordialidade e a amizade facilitam muito a convivência diária. Como seria formidável que pudéssemos chamar amigos àqueles com quem trabalhamos ou estudamos, àqueles com quem convivemos ou com quem nos relacionamos! Amigos, e não apenas colegas ou companheiros. Isso seria sinal de que vamos desenvolvendo muitas virtudes humanas que fomentam e tornam possível a abertura aos outros: o ânimo desinteressado, a compreensão, o espírito de colaboração, o otimismo, a lealdade. Amizade particularmente profunda é a que deve existir no seio da própria família: entre irmãos, com os filhos, com os pais.

No convívio diário, a alegria, manifestada num sorriso oportuno ou num pequeno gesto amável, abre as portas de muitas almas que estavam a ponto de fechar-se ao diálogo ou à compreensão. A alegria anima e ajuda a superar as inúmeras contrariedades que a vida nos traz. Uma pessoa que se deixe dominar habitualmente pela tristeza e pelo pessimismo, que não lute por sair desse estado rapidamente, será sempre um lastro, um pequeno câncer para os que convivem com ela.

É virtude da convivência o respeito mútuo, que nos leva a olhar os outros como imagens irrepetíveis de Deus. No relacionamento pessoal com o Senhor, o cristão aprende a “venerar [...] a imagem de Deus que há em cada homem”, mesmo naqueles que por alguma razão nos parecem pouco amáveis, antipáticos ou insossos. O respeito é condição para contribuir para a melhora dos outros, porque, quando se esmagam os outros, o conselho, a correção ou a advertência tornam-se ineficazes.

O exemplo de Cristo inclina-nos a viver amavelmente abertos aos outros; a compreendê-los, a olhá-los com uma simpatia prévia e sempre crescente, que nos leva a aceitar com otimismo o entrançado de virtudes e defeitos que existe na vida de qualquer homem. É um olhar que chega às profundezas do coração e sabe encontrar a parte de bondade que há em todos.

Muito próxima da compreensão está a capacidade de desculpar prontamente. Viveríamos mal a nossa vida cristã se ao menor choque se esfriasse a nossa caridade e nos sentíssemos distantes das pessoas da família ou daqueles com quem trabalhamos.
 Por Maria Teresa Serman

sábado, 9 de fevereiro de 2013

"Nada fixa tanto as coisas na memória quanto o desejo de esquecê-las"

Mais uma frase de seriado em que resolvi meditar e oferecer o resultado a vocês. Espero que ajude a analisar alguns fatos que frequentemente nos pesam na alma. Não porque eu seja sábia, longe disso, mas por serem algumas preocupações e dores comuns a todos nós, seres humanos. Por mais diferentes que sejam as pessoas, somos feitos da mesma matéria e à semelhança de um único Pai, que enraizou em cada um ânsia de eternidade e esperança de felicidade duradoura.

É pura verdade o que a frase constata. Quanto mais fazemos força para esquecer algo ou alguém, mais profundo e teimoso é o sofrimento que o torna inesquecível. Se centramos nossa vida em uma busca inclemente pela felicidade, descuidando dos detalhes de amor com o próximo, ou até desconhecendo totalmente sua necessidade de ser feliz também, o resultado é o oposto ao que perseguimos. Quando lutamos contra um defeito ou fraqueza de caráter só com nossas pobres forças, abrindo mão da ajuda de pessoas competentes, ou desprezando a misericórdia de Deus e os meios que nos propiciou, como os sacramentos, a direção espiritual, a oração, essa será uma batalha perdida, ainda que árdua. Só sentiremos a dor do fracasso, não a fortaleza de recomeçar.

Ninguém consegue nada sozinho, sequer com um auxílio puramente humano. E devemos a nós mesmos a paciência de permitir, e aguentar com otimismo, que o tempo aja, sobre nós e os outros envolvidos. A vida, e Aquele que a tem nas mãos, segue seu curso, cada alma tem sua resistência, e o próprio Criador respeita isso, pois foi dele que recebemos o grande dom da liberdade de escolha. Se muitas vezes a escolha é errada, já quando reconhecemos esse fato e nos colocamos à Sua disposição para que Sua graça opere em nós e nos que amamos, está ganha a primeira batalha. O exército da boa vontade invade o núcleo da dor e suaviza a espera - a espera da ação completa do Bem.

Para finalizar, nada me parece mais apropriado do que o conhecido poema/oração de Santa Teresa de Ávila, a reformadora do carmelo, a grande doutora da Igreja, profunda conhecedora das almas e da experiência constante da presença atuante de Deus em nossas vidas:
"Nada te perturbe,
nada te espante,
tudo passa,
Deus não muda,
a paciência tudo alcança;
a quem tem Deus
nada lhe falta:
só Deus basta."

 Por Maria Teresa Serman

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

EmContando – 20 - A Dança das Cores

No Planeta Claro-Escuro, não havia cores. Ninguém tinha cor de olhos, cor de cabelo e nem cor de pele. Os adultos já estavam acostumados a viver só no branco e preto, mas a vida das crianças no Planeta Claro-Escuro era muito triste. Elas queriam colorir seus desenhos e não podiam. Elas queriam vestir roupas coloridas, mas essas roupas não existiam por lá. Nem as flores, nem as borboletas, e nem os passarinhos,   tinham cores. Era tudo muito sem graça e muito triste. 

Um dias, as crianças resolveram fazer alguma coisa para mudar essa situação. Decidiram escolher uma delas para ir até o topo da Montanha Vento Forte para procurar o  Baú das Cores. Os mais velhos  contavam que as cores foram aprisionadas nesse baú, há muito tempo, por uma bruxa malvada, e que só uma criança muito especial  poderia libertá-las.

Depois de pensarem por vários dias,   os  habitantes do  Planeta Claro-Escuro escolheram Corina para a grande missão de libertar as cores.

Corina era uma menina especial. Tinha cor no nome, era corajosa e amiga de todos. Todos ajudaram Corina a se preparar para a longa viagem. Com a mochila cheia de frutas, chocolates, biscoitos, e uma garrafa de água, além de uma lista de recomendações do que fazer para não se perder no caminho, Corina partiu em direção à misteriosa montanha.

Corina andou ... andou ... andou muito. Primeiro ela atravessou um campo florido, depois um pequeno rio de águas claras, e começando a subir a montanha, chegou até uma grande floresta escura e cheia de barulhos estranhos. Folhas e galhos caíam das árvores, e os animais corriam para se esconder ao menor ruído, provavelmente, com medo de caçadores. Corina estava apavorada, mas como havia prometido ir até o fim de sua missão, não iria desistir facilmente. 

Quando saiu da floresta, Corina encontrou um caminho cheio de pedras. Pedras pequenas, pedras grandes, pedras de todos os tamanhos. O vento soprava forte  e era muito difícil caminhar sobre elas. Corina resolveu descansar um pouco, beber e comer alguma coisa antes de continuar sua jornada.
Quando o caminho das pedras chegou ao fim,  ela  se viu em frente a uma grande gruta . Bem na entrada,   de guarda, havia um anão muito velhinho, de barba  tão comprida  que quase lhe chegava aos pés. Quando ele viu  Corina se aproximando, foi logo gritando:

“Alto lá menina! Onde pensa que vai? Ninguém pode entrar nessa gruta. É proibido. Lá dentro está o Baú das Cores e eu sou o seu guardião desde que minha barba era curta. “

“Eu me chamo Corina. Sr. Anão. Vim de muito longe até aqui só para libertar as cores presas no baú. Onde eu vivo, todos estão precisando muito delas e não vou voltar sem levá-las comigo.”

O anão achou uma petulância uma menina tão pequena querer enfrentá-lo. E gargalhou com a voz rouca e a boca sem dentes:

“Rá, Rá, Rá ! Quem você pensa que é? Acha mesmo que pode  me enfrentar?”

Eu não quero enfrentá-lo, Sr. Anão, eu só quero libertar as cores e levá-las para o meu povo. O senhor não precisa se preocupar. Nós tomaremos conta delas. Cada cor terá seu devido lugar. O mato será verde, o céu azul, a noite será preta como um Urubu. O sol será amarelo e as nuvens  brancas.

O anão que já estava muito velho e muito cansado de ficar noite e dia  guardando  as cores, pensou um pouco e disse:

“Muito bem! Vou fazer uma pergunta e se você souber respondê-la, deixarei você libertar as cores. Pense bem, pois até hoje ninguém acertou a resposta.”

Corina fechou os olhos,   concentrou-se e cruzou os dedinhos para não errar.  O anão perguntou:
“Com que cor vocês pretendem colorir a ALEGRIA?”

“Com todas as cores!”,  respondeu Corina, sem pestanejar. “Cada criança vai colorir a ALEGRIA com sua cor preferida, e tudo ficará colorido como um Arco-Iris.”

Assim que Corina acabou de falar, as cores saíram da gruta dançando livres e soltas. Deitaram-se umas ao lado das outras e formaram um lindo Arco-Iris, por onde Corina veio escorregando até cair bem diante da porta de sua casa. Não é preciso descrever a felicidade de todos ao verem Corina de volta. As crianças pegaram as cores e com elas fizeram uma grande festa    de ALEGRIA.

A Festa das Cores nunca mais acabou. Continua até hoje em todos os cantos do mundo, principalmente, no coração de todas as crianças. 

(Em Redescobrindo Sons e Gestos: Histórias para cantar e contar de Maria Cláudia S. Garcia e Agnes G. Milley – 2004 )

O Carnaval já chegou.   Sinto saudades dos Bailes Infantis! Quando eu era  novinha, os clubes esportivos promoviam bailes só para os pequenos. Criar as fantasias já era uma festa. Todos participavam e as vovós eram, quase sempre,   as costureiras. Agora, me parece, que as escolas de Educação Infantil organizam algumas horas de danças e bandinhas para seu aluninhos. Que bom!

 Seja como  for, desejo a todos alguns dias de saudável   ALEGRIA, BRINCADEIRAS    e de  BOM CONVÍVIO em família e entre amigos.
                                                                                                    Agnes G. Milley