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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Virtudes da Convivência – AFABILIDADE será que ainda lembramos?

Por Maria Teresa Serman
Retiramos este trecho de uma meditação de Falar com Deus, de Carvajal, porque percebemos que nos faz muita falta, hoje em dia, na nossa vida corrente e corrida, esta virtude da AFABILIDADE. |Não poderíamos falar melhor sobre ela do que o texto a seguir.

BOA PARTE da nossa vida está composta de pequenos encontros com pessoas que vemos no elevador, na fila do ônibus, na sala de espera do médico, no meio do trânsito da cidade grande ou na única farmácia da cidadezinha onde vivemos... E ainda que sejam momentos esporádicos e fugazes, são muitos por dia e incontáveis ao longo de uma vida. Para um cristão, são importantes, porque são ocasiões que Deus lhe dá para rezar por essas pessoas e mostrar-lhes o seu apreço, tal como deve suceder entre os que são filhos de um mesmo Pai. Fazemos isto normalmente através desses pormenores de educação e de cortesia que temos habitualmente com qualquer pessoa, e que se transformam facilmente em veículos da virtude sobrenatural da caridade. São pessoas muito diferentes, mas todas esperam alguma coisa do cristão: aquilo que Cristo teria feito se estivesse no nosso lugar.

Também nos relacionamos com pessoas dos mais diversos modos de ser e de comportar-se na própria família, no trabalho, entre os vizinhos...; são pessoas com temperamentos e caracteres muito diferentes dos nossos. É preciso que saibamos conviver harmonicamente com todos. São Tomás indica a importância de uma virtude particular que regula “as relações dos homens com os seus semelhantes, tanto nas obras como nas palavras”, e que reúne em si muitas outras: é a afabilidade, que nos inclina a tornar a vida mais grata àqueles que vemos todos os dias.

É uma virtude que deve formar como que a trama da convivência. Talvez não seja uma virtude chamativa, mas, quando não está presente, nota-se muito a sua falta, pois torna tensas e ásperas as relações entre os homens, e leva freqüentemente a faltar à caridade. Opõe-se pela sua própria natureza ao egoísmo, ao gesto ofensivo, ao mau humor, à falta de educação, ao desinteresse pelos gostos e preocupações dos outros. “Destas virtudes – escrevia São Francisco de Sales – deve-se ter uma grande provisão e bem à mão, porque devem ser usadas quase continuamente”.

O cristão saberá converter os inúmeros detalhes da virtude humana da afabilidade em outros tantos atos da virtude da caridade, vivendo-os também por amor a Deus. A caridade torna a afabilidade mais forte, mais rica em conteúdo e de horizontes muito mais elevados. Uma e outra devem ser praticadas também quando se faz necessário tomar uma atitude firme: “Tens que aprender a dissentir dos outros – quando for preciso – com caridade, sem te tornares antipático”. (S. Josémaria Escrivá)

Mediante a fé e a caridade, o cristão sabe ver nos seus irmãos, os homens, filhos de Deus, que sempre merecem o maior respeito e as melhores provas de consideração e de delicadeza. Como não há de estar atento às mil oportunidades que qualquer dos seus dias lhe oferece?

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