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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Família: Onde a nossa liberdade começa

Por Rafael Carneiro Rocha
Parte 1
A vida em comunidade precisa de ordem. A inexistência de modos de comportamento regidos pelos mais experientes implicaria uma escravização dos homens aos apetites primários, o que não possibilitaria a vida humana como a conhecemos. A autoridade é, então, uma coisa necessária para a humanidade.

A partir da lei natural, aprendemos em nossos corações que existe uma fonte de autoridade. Na vida social, ora precisamos impor, ora precisamos obedecer. Neste chamado tipicamente humano, há uma série de direitos e deveres que cumprimos, não porque foram invenções de nossos apetites, mas porque é algo que todos reconhecem em si.

Porém, esta igualdade entre os homens, que é a semelhança com Deus, sempre foi questionada. Não me refiro, necessariamente, aos ateus, aos anarquistas, ou a quem quer que duvide ou negue a existência do Deus que ensina aos homens como se assemelhar a Ele.

O nosso egoísmo, quando consumado em qualquer uma de nossas faltas, é um sintoma, desde o primeiro erro da humanidade (que a Igreja chama sabiamente de “pecado original”), de que somos tentados a ser inventores de uma coisa que não nos pertence, que é a fonte de toda a autoridade. Se o outro também tem esta fonte inscrita no coração, eu não posso me colocar à frente dele como legislador da vida. Eu não posso destituir o outro de tal dignidade. Nesse sentido, preciso amar ao próximo como a mim mesmo.

Portanto, somos chamados a viver numa comunidade que será tão mais saudável quanto mais próximo for o entendimento de que os homens são semelhantes a Deus. O uso altruísta da autoridade nata é uma manifestação dessa semelhança e o uso egoísta é a sua negação.

A primeira comunidade semelhante a Deus é a família. Da geração do homem e da mulher, existe uma manifestação que se assemelha à criação primeira. Deus criou o homem e os homens criam os seus filhos.

Se quisermos que a vida humana “dê certo”, é preciso que a família “dê certo”. É muito difícil mudar para melhor as ordenações injustas de nossos sistemas políticos e econômicos, mas, ainda que isto seja possível, é preciso que as mudanças comecem conosco, a partir de nossos círculos mais íntimos.

No artigo da semana que vem, falaremos sobre como a família pode corresponder aos ideais mais profundos de bem estar da humanidade.

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