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terça-feira, 11 de junho de 2013

Profissionais em contato com a dor

Não é fácil enfrentar a situação de pessoas que sofrem diariamente e, ao mesmo tempo, manter um interesse vivo por seus problemas e suas tristezas. Nestas circunstâncias existe o risco de manipular a dor de forma anônima, tentando aliviar falsamente a atmosfera na qual devem viver diariamente os profissionais da medicina. 

Podem-se encontrar enfermeiras muito competentes a quem a dor já não lhes afeta profundamente. Em lugar de ver o paciente como um ser humano, com uma visão integral de suas necessidades, centram sua preocupação no que se requer para responder às necessidades clínicas da pessoa. 

Os médicos também se encontram frequentemente em perigo de considerar aos pacientes desde um ponto de vista meramente pragmático, limitando sua atenção ao diagnóstico e as opções terapêuticas.
As palavras do Fundador do Opus Dei a um cirurgião ortopedista são significativas. O médico lhe perguntou como era possível evitar a rotina em sua profissão: “Vive na presença de Deus, como seguramente já fazes. Necessitas colocar em prática vossa alma sacerdotal! Quando  lavas as mãos, quando usas teu jaleco branco, quando colocas as luvas, pensa em Deus e em seu sacerdócio real, ao qual São Pedro se refere. Só assim evitarás a rotina no trabalho. Farás bem ao corpo e também para a alma” .
 
O trabalho dos médicos e das enfermeiras é uma realização ininterrupta e intangível do que levou a cabo nosso Senhor durante sua vida na terra. Seus milagres o demonstram: os cegos podiam ver; os mudos podiam fala; os surdos podiam ouvir; os coxos, caminhar. Curou aos epiléticos e aos leprosos, inclusive ressuscitou mortos.

Um médico ao ler o Evangelho, não pode evitar de perceber a profunda compaixão de Jesus quando se aproximava dos enfermos, tomando Ele a iniciativa para ir ao seu encontro e atendendo sempre as suas súplicas. Sem dúvida, o Senhor estabeleceu sim uma condição: fé, uma fé humana e sobrenatural nEle.

São Josemaria recordava aos médicos a dimensão única que possui sua relação pessoa com o paciente, e os estimulava a evitar cair na rotina de seu trabalho. Os incitava a manter seu coração em sintonia com o coração de Deus. Não se tratava de sentimentalismo, mas de forte convicção de que não se pode exercer a profissão médica como se fosse qualquer outra profissão, nem sequer movido meramente pelo amor à ciência.

Em uma ocasião, algumas enfermeiras lhe perguntaram como poderiam melhorar seu trabalho, e ele respondeu: “Necessitamos de muitas enfermeiras cristãs. Vosso trabalho é um sacerdócio, muito mais que o trabalho de um médico. Disse muito mais porque vós tendes a delicadeza, a proximidade de estar sempre perto do paciente. Creio que para ser enfermeira, se requer uma verdadeira vocação cristã. Para aperfeiçoar esta vocação, requer-se estar cientificamente preparada e ter uma grande delicadeza”.

Em outra oportunidade, explicou ainda mais a abordagem anterior: “...Pensais que estais cuidando da Sagrada Família de Nazaré e que a pessoa enferma é Jesus [...] Ou pensais que é sua Mãe. Tratai-os com amor, com cuidado, com delicadeza. garanta-lhes de que não precisem de nada [...] Eu rezo por vós porque penso no bem ou no mal que podeis fazer. A uma pessoa que está espiritualmente preparada, pode-se lhe falar de seu estado com franqueza. Porém se este não é o caso, deveis aproveitar qualquer oportunidade para ajudar-lhes a se aproximarem da Confissão e receber a Comunhão. E chegará o momento em que a pessoa que está enferma, desejará que lhe diga que vai ao Céu. Eu mesmo conheço alguns belos exemplos”.

Mais de uma vez, São Josemaria enfatizou a dimensão sacerdotal deste trabalho: “Impressiona-me quando me dizem algo que muitos de vós conheceis. Os médicos devem não só preocupar-se com o estado físico do paciente mas também com o de sua alma”.

Resumo de um texto do site www.opusdei.org

Um comentário:

Patricia disse...

Ao longo deste mês tenho podido observar bem de perto a situação num hospital, onde as atendentes, médicos, enfermeiros entram e saem apressadamente dos quartos onde estão os pacientes, e penso quantos destes profissionais estarão realmente enxergando O DOENTE, e não somente o "paciente do quarto nº tal".

Claro que há muitos que honram sua nobre vocação e que se empenham na recuperação da pessoa que estão tentando acompanhar ou curar de um mal grave.

Para que parem e percebam a importância da sua tarefa, coloquei no quarto onde minha mãe idosa está se recuperando de uma cirurgia, os sinais da sua vida de Mulher Cristã. Em cima da mesinha que dá diretamento sob seu olhar deitada na cama, deixei uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, uma Nossa Senhora que contem água da Fonte de Lourdes e o Terço onde minha mãe sempre rezava por todos nós. Recomendei que todas as acompanhantes particulares das noites a façam benzer-se com a água benta e o sinal da Cruz...isso traz BEM E PAZ não só à minha mãe quanto aos que cuidam dela!

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