Outro dia, ouvi uma pessoa muito bem preparada
intelectualmente, falar sobre o emprego do palavrão, como forma de expressão,
lógico que sem cair na vulgaridade total. Ele falava assim justamente
porque muitos puritanos e desavisados teimam em dizer que o palavrão é pecado.
Nem sempre, depende da intenção de ofender; contudo ele é sempre falta de
educação ou de refinamento.
Existem pessoas que não conseguem falar uma frase
completa, sem introduzir uns dois ou três nomes bem feios no meio. Isso
realmente não é bom, não é simpático, nem educado. Por essas razões precisamos
nos policiar, visto sermos educadores, e, como tal, não podemos nos dar ao luxo
de sair falando o que quisermos, sob pena de sermos imitados.
Achamos horrível quando vemos alguém xingando - a
todo o momento e em qualquer lugar – mas não reparamos muito ao soltarmos um
nome inapropriado quando alguém nos dá uma fechada com o carro na rua, ou
quando damos uma boa topada no pé da cama. Isso porque é mais fácil reparar nos
outros do que em nossas falhas.
Lembro-me de ouvir uma história de uma mãe que
corrigia sua filha em uma conversa, para que não falasse palavrões, pois era
feio uma menina dizendo coisas grosseiras e chulas. No momento seguinte, como
estavam no carro, o sinal fechou de repente e a mãe precisou frear de forma
brusca, e não perdeu a deixa, soltando um grande palavrão, dos duplos! Dessa
forma, esta mãe perdeu uma boa oportunidade de educar com seu próprio exemplo.
Porém, não se intimidou, disse à filha, que se falou foi por já estar viciada,
pois proferir xingamentos se torna um vício, e ela não queria tal coisa para
sua filha. Saiu-se bem, mas nem sempre isso funciona. O ideal é darmos o
exemplo, com as nossas atitudes, evitando ao máximo usar esses termos
grosseiros em público e à vontade.
Hoje minha filha de 11 anos resolveu me perguntar
sobre vários palavrões e seus significados, porque seu colega havia dito que
alguns nem eram feios. Fui obrigada a falar claro, repetindo cada nome e seu
significado. Tentei driblar um pouco, mas depois vi que era melhor eu lhe
explicar que ela aprender na rua com amigos e de forma errada. Assim aproveitei
para mostrar que fica muito feio uma jovem com um vocabulário tão pobre. E
assim fiquei sabendo sobre sua "cultura" de palavrões, e
inclusive que ela é bilíngue, sabe também inglês!
3 comentários:
Formidável poder ter esse tipo de conversa com os filhos adolescentes(note que não os chamo de aborrecentes...fico triste ao vê-los assim caricaturizados).
O pitoresco dessa conversa foi saber que agora eles já estão aprendendo até os palavrões extrangeiros, ou melhor, bilíngues! Ká ká ká ká
Não conto o único que aprendi em inglês, porque minha mãe reclamava quando ouvia meu pai dizê-lo quando ficava MUUUUUUUUUITO ZANGADO com alguma coisa ou fato inesperado e "saía no automático!" Uma vezinha só, quando descobrí a "tradução para português"(aos 5 ou 6 aninhos) e saí falando,levei umas palmadas e daí, o único que consigo dizer, e claro, vem sempre sem premeditação, é o inofensivo e simpático "que DROGA" ao quase ser atropelada pelas bicicletas "voando pelas calçadas" ou quando caio por conta de calçadas mal pavimentadas. Fora esse, consigo ser uma "Lady"!
Sorte sua Patrícia! A garotada atualmente fala tanto palavrão que fica difícil colocar um freio.
Essas palavras grosseiras, tornam-se um verdadeiro vício. Depois de se habituar a falar, fica difícil parar.
Tenho uma amiga que contou que a mãe pra assustá-la, quando era pequena, dizia que o diabo ficava feliz toda vez que falava palavrão. Assim ela nunca falou nenhum, pra não alegrar o chifrudo. Cada um com seus costumes, né?
Concordo com fato de poder se tornar um vício, mas que há horas em que alivia bastante, vamos confessar.
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