
"Para
mim, fazer esse trabalho é muito difícil!"
"Deixa
esta tarefa pra mim fazer."
No
primeiro exemplo, a gramática está saudável, pois o pronome oblíquo (mim) vem
depois de uma preposição, como deve ser, e não é sujeito do verbo fazer. Já o
segundo é de dar náusea, parece o Tarzan falando. Trata-se de um período
composto, em que a segunda oração está reduzida, de infinitivo.
Desenvolvendo-a, descobre-se que o pronome deve ser de caso reto, pois é
sujeito do verbo fazer: "Deixa esta tarefa para que EU faça" =
"Deixa esta tarefa pra EU fazer."
Outro
caso, na verdade dois erros crassos (de gente muito ignorante), é a péssima
influência que os jornais, falados e escritos, tem sobre o povo,enfiando
pelos olhos e ouvidos ingênuos, como se fosse certo. Os locutores,
jornalistas e âncoras cometem um erro grave de pontuação quando falam, o que
vem influenciando negativamente a população, que repete isso na escrita. Por
exemplo,
"A
presidente anunciou o nome do novo ministro." é lida da seguinte forma, e
vou reproduzir na escrita o que foi dito, aparecendo assim o erro: " A
presidente, (fazem uma pausa que leva as pessoas a colocarem um virgula no
texto) anunciou (frequentemente se distingue outra pausa aqui) o nome do novo
ministro." Quando se separa, na fala ou na escrita, o sujeito - a
presidente - do verbo, e este de seu complemento - o nome do novo ministro -
quebra-se a unidade na forma e no significado, tornando a comunicação
confusa e o entendimento mais difícil. Sem falar no exemplo nefasto àqueles que
ainda estão aprendendo. NÃO SE SEPARA, POR PAUSA NO FALAR OU VÍRGULA, O SUJEITO
DO VERBO E ESTE DO SEU COMPLEMENTO.
A segunda
lição errada é empregar o verbo perguntar na voz passiva: "O
deputado, quando perguntado, respondeu que não sabia de nada." O
verbo perguntar, do mesmo modo que o verbo obedecer, é transitivo indireto,
pede preposição entre ele e seu complemento, e não pode ser conjugado na voz
passiva. Ninguém é "perguntado", isso é abuso de ignorância, ainda
mais de quem deve informar bem. Além de errado, soa mal. O correto, e fácil de
enunciar, é "Ao LHE perguntarem ou Quando LHE perguntaram, o deputado
etc."
Assistir é outro verbo assassinado. Engolimos o tempo todo "Assistam o filme.", quando o correto é "Assistam AO filme, À novela, ÀS notícias." Errar é humano, persistir no erro é burrice, e ensinar o que é errado é crime.
Assistir é outro verbo assassinado. Engolimos o tempo todo "Assistam o filme.", quando o correto é "Assistam AO filme, À novela, ÀS notícias." Errar é humano, persistir no erro é burrice, e ensinar o que é errado é crime.
Agora
vamos examinar o desvio no uso do pobre pronome relativo ONDE. Nossa, quase o
matam de exaustão! Serve pra tudo, virou trapo velho que só suja a coesão e
atrapalha a coerência. Essa irmãs, integrantes da gramática, são responsáveis
diretas e fundamentais na comunicação do conteúdo, sem confusão. Ter coesão
implica empregar o conectivo adequado ( o elemento de ligação entre o
verbo e o complemento, ou entre orações), exemplo: "A funcionária A QUEM
me dirigi me orientou muito bem." É necessária a preposição que concorda
com o antecedente, assim como o pronome certo. Porém, somos feridos por
bombinhas fedorentas do tipo destas: "Aí então foi onde eu entendi o
que ela queria dizer." Todo mundo já ouviu (não quero acusar ninguém de
falar isso ) um horror desses. Corrigindo: "Aí então foi QUE ou QUANDO
entendi o que ela queria dizer. ONDE indica LUGAR; ao se referir a TEMPO,
emprega-se QUANDO; a MODO, COMO.
Voltaremos
ao assunto em um próximo texto.
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