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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Grande mãe - Santa Gianna Beretta Molla

Por Maria Teresa Serman

No dia 28 de abril se comemora o dia de Santa Gianna Beretta Molla, cuja vida foi uma luta alegre pela santidade, culminando com seu heroico gesto de dar sua vida pelo bebê que gestava e a quem deu à luz, falecendo uma semana depois.

Gianna foi educada com piedade e amor à vida, sendo a décima de treze filhos. Confiava na Providência Divina e a ela entregava sua existência e seus projetos, sempre rezando fervorosamente. Foi voluntária no trabalho com pobres e idosos, enquanto estudava com afinco para se formar em medicina e cirurgia na Universidade de Pávia, o que conseguiu em 1949. Considerava seu trabalho como médica um meio de servir a Deus e ao próximo. Era bastante generosa em sua dedicação à Ação Católica, movimentos de leigos em prol do apostolado e da caridade.

Contudo, essa abnegação não a tornava circunspecta ou distante, pelo contrário. Gostava de esquiar nas montanhas, era muito alegre e amante de reuniões e festejos com os amigos. Muitos confundem erroneamente santidade com afastamento das outras pessoas e atitudes fora do normal. A santidade pode ser fruto de uma luta otimista no meio do mundo, porque nem todos têm vocação religiosa. Gianna percebeu que seu destino era casar e formar uma família cristã. Casou-se com Pietro Molla, na Basílica de S. Martinho, em Magenta, em 24 de setembro de 1955. Equilibrava sua vida entre as responsabilidades de esposa, mãe e médica.

Seu primeiro filho, Pierluigi, nasceu em novembro de 1656; no ano seguinte, em dezembro, veio Mariolina; em julho de 1959, Laura. Na gravidez de seu quarto filho, no segundo mês, ela descobriu que estava com câncer. O tratamento não poderia começar na gestação, pois seria fatal para o bebê, mas retardá-lo punha em severo risco a vida da mãe. Ela, como médica, era capaz de avaliar a gravidade da situação; porém, só o que a preocupava era a vida e a saúde da criança, pela qual rezava insistentemente a Deus. Recomendou, inclusive, ao seu médico que, se precisasse escolher, deveria salvar seu filho, não a ela. É importante ressaltar que essa decisão foi heroica e livre, pois a Igreja Católica recomenda que, em uma situação como essa,na hora do parto se salve a mãe.

Sua gravidez transcorria normalmente, ao passo que a doença se agravava. Até o último momento da gravidez manteve-se firme em sua opção, repetindo-a ao médico. Assim, na manhã de 21 de abril de 1962, nasceu Gianna Emanuela, saudável e perfeita. Porém, sua mãe, Gianna, veio a falecer uma semana depois, com dores atrozes. Suas últimas palavras foram "Jesus, Jesus, eu te amo" , frase que repetia durante todo o seu sofrimento. Tinha 39 anos quando foi para o céu.

Deixou muita saudade e exemplo de fé inquebrantável, alegria constante e amor total. Está sepultada no cemitério de Mesero, perto de Magenta. Foi beatificada em 24 de abril de 1994, e canonizada em 16 de maio pelo mesmo papa, o Beato João Paulo II. Em sua última visita ao Brasil, no encontro com os cariocas no Maracanã, Sua Santidade recebeu com muito carinho o viúvo de Gianna e a filha por quem ela deu a vida. Foi muito tocante assistir à cena. Era como se a própria Gianna estivesse presente.

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