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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Meditação sobre o Natal 3: A beleza garantida

Por Rafael Carneiro Rocha

Muitas pessoas não gostam do Natal. Parentes chatos e festas de sorrisos forçados podem ser causas legítimas, mas além do aborrecimento, quase todo mundo que não gosta do Natal é movido por algum tipo de tristeza. Então, é preciso especular de onde pode vir a tristeza natalina.

Todo ano tem Natal. Nosso cinismo superficial nos faz concluir que, por mais que as pessoas insistam com discursos grandiosos de fim de ano, todos os anos se sucedem seguindo o mesmo ritmo cotidiano da vida. Algumas pessoas se entristecem, porque a promessa da boa mudança existencial nunca parece se cumprir. Elas desejam melhorias, mas falam que são brindadas apenas com mais banalidades e problemas.

Então, qual é a graça da época, mesmo se tudo continuar do jeito que está (ou conforme for, até pior)? O Natal deve ser vivido não apenas como garantia das nossas vontades, mas principalmente como proteção. A ansiedade humana clama sempre por um Natal de grandiosidades, mas o Natal que Deus escolhe para os homens é de uma beleza tão grande e tão perfeita, que precisa acontecer escondido, num humilde presépio. Ninguém poderia desejar que o primeiro Natal ocorresse daquela forma, mas se meditarmos profundamente sobre o mistério, a Boa Nova precisou se fazer mais protegida do que vista.

A importância do Natal é esta: o que é verdadeiramente bom para nós está seguro, ainda que nosso contexto existencial não permita que compreendamos tudo imediatamente. Podemos não perceber, mas a maior riqueza que poderíamos desejar está tão certa como a repetição anual da data natalina.

2 comentários:

Stella disse...

Feliz Natal, Rafael! Essa é a festa mais linda do ano. Esperança, confraternização, comilança, luzes, cores e ... uma criancinha no presépio. Irresistível. As pessoas que não gostam do Natal e ficam tristes nesta época, normalmente perderam alguém muito querido. Que resposta você poderia dar a elas?

Rafael Carneiro disse...

Feliz Natal, Stella!

A memória profunda do Natal tem a ver com nascimento. Um nascimento que se renova, ano após ano. É um nascimento que diz respeito a todos nós. Ninguém sai marginalizado no Natal. Por mais que, aparentemente, tenhamos motivos para alguma tristeza, o Natal nos orienta para uma alegria inevitável. A existência é generosa. Perdemos entes queridos, mas nascem tantos outros: filhos, netos... Isso é Natal.

Abraços!

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