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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Meditação sobre o Natal – 2:

Por Rafael Carneiro Rocha

Dezembro é o mês dos bons sentimentos. Os círculos sociais procuram se apaziguar nas confraternizações de fim de ano. Familiares se encontram, vizinhos promovem novenas e colegas de trabalho festejam fora das repartições. Os Jingle Bells incessantes dos shoppings tentam agradar aos ouvidos dos transeuntes inquietos. Deputados razoavelmente bem intencionados enviam cartões de Natal às nossas caixas de correios.

O sentimentalismo do fim do ano pode ser piegas, mas lembremos da arguta observação da Maria Teresa no texto da última quinta-feira: às vezes, pieguice pode ser verdade. O brilho efusivo dos néons e dos sorrisos que nos desejam felicidades e as árvores de Natal das portarias e dos supermercados são sinais de que há algum anseio comum no coração social.

As pessoas querem compartilhar belezas no fim do ano. O Natal é a demonstração de que a civilização ainda teima por alguma transcendência, por mais que os costumes permitam tantos narcisismos e hedonismos. Nesse sentido, por mais que seja passível de críticas, o sentimentalismo moderno do Natal é um sintoma de resistência do sagrado, tão precário e imbatível como a gruta de Jerusalém.

Um comentário:

ggg disse...

legal ,enteresante ....................

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