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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Estou girando em torno de quê?

Havia um lugar, ao qual o evangelho se refere mais de uma vez, em Betânia, perto de Jerusalém, onde morava uma família muito querida de Jesus. Era composta por Lázaro, que ele ressuscitará já próximo à Sua própria morte; Marta, possivelmente a mais velha e a responsável pela casa e seus afazeres; e Maria, que tudo indica ser a Madalena, a pecadora convertida.

Nessa ocasião, o Senhor estava sentado, talvez explicando algum ponto de doutrina, e Maria escutava, aos pés do Mestre. Marta ia de um lado para o outro providenciando a refeição, e pede, não sem uma ponta de irritação, que Ele mande sua irmã ajudá-la. A resposta de Jesus é interessante e reveladora: "Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.» (São Lucas 10, 38-42)

Na verdade, o ideal é sermos Marta e Maria, harmonizando um trabalho ordenado, fecundo, com constante presença de Deus e oferecendo essa atividade por intenções que nos parecerem mais importantes. Tal combinação agradará ao nosso Pai Deus e nos trará eficácia e paz.

Pensamos nisso agora, justamente por ser a época dos grandes preparativos para o Natal e as festas de final de ano, que tomam a maior parte do nosso tempo e nos deixam quase sem fôlego. É um corre-corre sem fim, quando não sobra tempo para curtirmos de fato nada. Acabamos nem aproveitando as festas, e sequer o que elas representam.

Por exemplo: no final do ano temos a formatura de um filho, ou um aniversário, ou um casamento, e acabamos passando batidos, sem aproveitar, porque estamos ocupados demais fazendo os preparativos para estas mesmas festas. É uma pena! Não vivemos o momento, justamente por causa da preparação exagerada dele. Uma grande ironia do destino! Mas seria do destino, ou do nosso excesso de trabalho sem oração, como Marta? Sem parar para meditar, para sentir, para enxergar sob uma ótica mais sobrenatural o que acontece ao nosso redor, não se alcança o sentido mais profundo dos acontecimentos.

Devemos fazer as coisas com mais calma, planejadas, dando tempo para que se possa aproveitar os bons momentos junto da família, dos filhos, observar onde se pode e deve melhorar, e com quem. Tudo isso só é possível quando se é Maria, quando se pára e escuta.

Vamos precisar ter muitas atividades, sim, comprar presentes e comestíveis, fazer as faxinas de final de ano, preparar a ceia de Natal e de Ano Novo. Contudo, se não encontrarmos esse tempinho que não gire em torno do trabalho, não conseguiremos o equilíbrio e a paz interior tão importante e necessária para passarmos um verdadeiro Natal.

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