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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Um pouquinho de Natal todo dia

Por Maria Teresa Serman

Natal sugere reunião de família, em grande (também no sentido do número de pessoas) e fraternal estilo. Mas olha que nem sempre o clima é de concórdia e paz... São pessoas que quase não se veem; outros que se viram recentemente e o caldo entornou...; aqueles que guardam mágoas antigas...; enfim, há de tudo em família, e todos tentam disfarçar e fingir que tais sentimentos não existem, sufocando-os em nome do Recém-nascido, até que a bebida ou uma palavra de mau jeito liberte o vulcão doméstico, e, então, lá se vão as boas intenções.

Se nunca aconteceu na sua família, agradeça ao Menino, mas é sempre bom nos prepararmos para injetar um pouco de "mel" e prudência nas conversas e troca de presentes nessa data.

Falando em presentes, estes podem ser motivo de caras feias e comentários sibilados: porque se deu muito e ganhou pouco, ou nada mesmo; porque aquela pessoa sempre chega de mãos vazias ou mal cheias; porque seus presentes parecem algo que esteja passando adiante, etc. Convém lembrar, nesses momentos, a importância de dar mais do que receber, e é por aí que construímos um Natal de amor, realmente grande, sem mesquinharias.

Não dá pra se metamorfosear em generoso, abnegado, alegre, agradecido, compassivo, se não praticamos isso habitualmente. As luzes do Natal parecem mágicas, mas seu efeito, não. Jesus Menino não quer usar seu poder em nós como uma fada madrinha com sua varinha de condão. Ele respeita nossa liberdade, assim como respeitou a daqueles que não deram pousada à Sua família em Belém. Ele deseja transformar-nos, sim, mas pela conversão diária, por meio de uma luta sempre reiniciante por nos fazermos mais santos. Nem nós, nem a sogra, nem os cunhados, seja lá quem nos atinja mais, vai se tornar, milagrosamente, santo de altar nesse dia.

Porém, só nós podemos, com amor e renúncia, fazer deste - dos próximos cuidaremos, cada um a seu tempo - um literal encontro de "paz na terra aos homens de boa vontade", sem rancores, falsidades, críticas rabugentas. "Põe amor e encontrarás amor", disse S. João da Cruz, e é a mais pura e simples verdade. A cada dia, em toda pequena possível circunstância, criando um hábito, aproveitando este breve tempo de advento que ainda nos resta.

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