Por Rafael Carneiro da Rocha
Vivemos numa sociedade de consumo. Precisamos comprar, mas muitas vezes não sabemos como usar o nosso dinheiro. O que é necessário? O que é supérfluo? Na hora de fazer as contas, quando nos assustamos com tantas despesas é que sentimos o incômodo peso da responsabilidade (ou falta dela). Entramos numa fria, porque não soubemos resistir aos excessos consumistas.
Diante dessa realidade capitalista, somos inclinados a encarar a vida como um vai e vem de despesas. Porém, precisamos ser mais do que consumidores. Precisamos ser pessoas, criaturas com inteligência e criatividade.
Não podemos deixar que o “bom senso” pregado pela sociedade sempre dite os rumos de nossas vidas, até porque numa sociedade imperfeita os “bons sensos” são muitas vezes imperfeitos. Se a sociedade de consumo rebaixa jovens à condição de causadores de despesas, o “bom senso” pregará que os casais não tenham filhos ou, se tiveram, que respeitem as atuais taxas nórdicas de 0,8 crianças por família. É preciso ter criatividade para ter os benefícios da sociedade de consumo como acessórios para a vida e não como determinantes.
Uma medida bacana que gera economias consideráveis a longo prazo é anotar todos os gastos e fazer uma espécie de planilha orçamentária a cada mês. Não precisa nem ser algo sofisticado. Confesso que uma das minhas lacunas graves de conhecimento é não saber usar o Excel. Para pessoas pouco afeitas à tecnologia como eu, anotar tudo numa agenda e passar os gastos à limpo no fim do mês funciona da mesma forma. Assim, é possível descobrir onde gastamos de forma problemática.
Mas se o comportamento disciplinado for muito chato para você e a avareza nunca fez parte do seu vocabulário, uma recomendação é que se saiba agir em parceria com os impulsos consumistas. Às vezes é bom traçar grandes planos de consumo. Selecionar investimentos muito satisfatórias, como uma viagem dos sonhos ou a aquisição de um imóvel, é uma forma agradável e consoladora de descartar algumas despesas não fundamentais. Trocar o carro por um modelo mais barato e econômico pode significar, por exemplo, uma forma de poupar que terá grande valia no futuro.
Pesquisar cuidadosamente antes de comprar coisas caras, manter apenas um cartão de crédito, não ceder à vontade de “impressionar” os outros e dar preferência sempre que possível ao pagamento à vista são outras boas medidas para ter um pouco de sossego na administração das finanças.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
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7 comentários:
Muuuuito bom!!!! Adorei isto: "o “bom senso” pregará que os casais não tenham filhos ou, se tiveram, que respeitem as atuais taxas nórdicas de 0,8 crianças por família."
Essas "taxas nórdicas" fazem parte de um "lamentável mundo novo". Muito perspicaz, Rafael!
E eu hoje acabei de ler algo sobre o assunto, nas pesquisas do IBGE, diz que a taxa de natalidade caiu de de 3,79 para 3,37 de pessoas por domicílio, no Brasil.
Estamos quase chegando a taxa nórdica. As famílias estão, na maioria com 1 filho apenas.
Como diria o Rafael acima, esta faltando muita criatividade.
Bem... Estamos melhores do que os suecos. Temos 1 mulher + 1 homem + 1 filho + 0,37.
O que será este 0,37 , um cãozinho?
Estes quebrados representam aquela dúzia de famílias que destoam da via de regra e com isso aumentam a média para estes 0,37.
A média é calculada somando famílias sem filhos, com famílias de 1 , de 2 , 3 e assim por diante e dividindo tudo pelo número de famílias consultadas. Assim chegam a esta média maluca que dá uma idéia de fracionar pessoas.
Hahahaha... Maria Teresa, eu tb havia pensado nisso. 0,37= Cãozinho.
interessante!
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