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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pai, pai, os pais

Por Ana Lúcia Travassos Romano

Este será meu primeiro Dia dos Pais sem meu pai aqui na terra.

Meu pai não deixou herança, não fez testamento.

Encaminhou os filhos para Deus através de seu grande amor à Igreja e a Jesus, foi sua herança.

Apresentou-nos e abalizou o Opus Dei para a família, foi seu testamento,
Deixou um seguro para o amor de sua vida, minha mãe: minutos antes de morrer, entregou sua aliança ao filho mais velho dizendo para que entregasse à nossa mãe e partiu, livre dos laços terrenos. Para ela deixou também seguro em dinheiro, pois era homem com pés na terra.

Das muitas histórias engraçadas ou interessantes sobre dele conto aqui seu encontro com minha mãe que sempre me ilustrou o papel da vontade humana decidida.

Lá vai:
Após a prova para ser professor do IME, meu pai, foi à praia, uma de suas paixões (estava de calção de banho por baixo do uniforme do Exercito). Tinha consciência de ter feito uma boa prova e certeza da aprovação. Pensou: Já tenho um bom emprego, agora preciso encontrar uma boa mulher e casar.

Minha mãe tinha tido permissão de meu avô para ir, pela primeira vez, com uma amiga à praia no Rio de Janeiro. Só ia em Angra, na fazenda deles.

De repente, a barraca delas voou, meu pai correu para pegá-la e fixou na areia e lhes disse: Agora, aproveito a sombra com vocês...

Depois, acompanhou minha mãe até sua casa...

A vida inteira meu pai ouviu a gozação dos filhos e dos amigos de que meu avô tinha razão em proteger a filha para que não encontrasse “certos elementos” nas areias das praias do Rio.

Nesta véspera dos dias dos pais lembro também de um grande amigo dele, falecido no mesmo ano, que eu tinha como meu pai aqui no Rio, já que o meu morava em outra cidade, César Valente.

Fiquei duplamente órfã, mas os dois devem estar divertindo-se muito no céu....

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