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terça-feira, 4 de junho de 2013

O coração inundado pela neblina cinza e triste de um trabalho inútil!

Essa é a cor de muitos corações, quando sentem o peso da rotina dos dias: sempre o mesmo trabalho, sempre os mesmos lugares, sempre as mesmas caras, sempre o mesmo trânsito, sempre as mesmas reclamações da mulher, sempre os mesmos mutismos e aleamentos do marido, e os mesmos problemas dos filhos, e a mesma dor de coluna, e a mesma falta de dinheiro… E isso, um dia e outro dia, e um mês e outro mês, e um ano e outro ano… As pessoas sentem-se envolvidas por essa rotina como por um gás asfixiante, e pode chegar um momento muito perigoso, que é quando pensam: “Não aguento mais, isto não é vida”. A solução será “mudar”?

Muitos acham, então, que a solução consiste em “mudar” (mudar de cidade, mudar de mulher ou de marido, mudar de trabalho, mudar de religião, mudar os hábitos certos e passar a ter vida desregrada). Ou então “desligam” de tudo e de todos, e passam a viver num mundo de sonhos, de fantasias (divagações de Internet e tv), de saudades…, que, por serem evasões, facilmente desembocam na pior fuga, na alienação completa do álcool e das drogas.

Santo Agostinho, o coração inquieto que não se
conformava com as coisas confusas e medíocres, dizia: “Eu temia tanto como à morte ficar preso pelo hábito rotineiro”. Mas não resolveu o problema fugindo, e sim arrependendo-se dos seus pecados e procurando Deus com toda a sua alma.

Todos deveríamos ter pavor tanto da rotina asfixiante como da falsa solução da fuga… Porque o problema da rotina –contrariamente ao que a maioria pensa – não está na repetição monótona das ações e das circunstâncias externas, mas na falta de renovação do nosso coração, do nosso modo de ver e amar as coisas e as pessoas. O mal está exclusivamente dentro de nós, gostemos ou não de reconhecer isso.

É muito sugestiva, a respeito disso, aquela história que conta Chesterton sobre o inglês que se sentia entediado de morar sempre na mesma ilha, e por isso foi à procura de outra terra, a terra dos seus sonhos. Viajou muito. Todos os países aonde aportava não o satisfaziam. Já se estava cansando de tanto viajar, quando avistou uma terra que o atraiu extraordinariamente. Aproximou-se dela, desembarcou, começou a internar-se no território e logo chegou, cheio de entusiasmo, à conclusão: “Esta é a terra dos meus sonhos, a que sempre andei procurando!” Ao perguntar a um dos habitantes onde estava, este respondeu-lhe: “Na Inglaterra”.  -  Algo lhe é familiar?

                                         wwww.padrefaus.org,

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