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sábado, 1 de outubro de 2011

CORRUPÇÃO E DESCAMINHO

Por Maria Teresa Serman

O jornal diário tornou-se fonte de surpresas desagradáveis, com notícias escabrosas e denúncias de corrupção no país, especialmente no meio político. Essa lepra - a corrupção - é a razão da manchete do dia 28 de setembro, traumática para nós, cariocas, já tão traquejados nos acontecimentos de violência, tráfico e afins.

Não gosto de dar relevo às circunstâncias negativas, pois parece que a mídia se dedica a isso com esmero. Porém, julgo fundamental meditar sobre a acusação que pesa sobre o tenente-coronel que está servindo na PM há vinte e seis anos. Se for comprovada, é muito triste, é trágica mesmo. Que uma pessoa advinda de uma tropa de elite, como o Bope, criada para combater o crime e proteger a população, se desencaminhe dessa maneira. Sem farisaísmo, do tipo "Tal coisa nunca aconteceria comigo", ou radicalismo como "Não se salva ninguém da polícia", podemos pensar no que pode levar um ser humano a se perder dessa maneira.

Quando digo "ser humano" estou me referindo a ele, a mim, a você, a nós todos. Todos somos capazes de sucumbir à ganância e ao enriquecimento fácil. É preciso uma eterna vigilância de onde está o nosso coração, quais são as nossas prioridades. Será que entendemos, os brasileiros, que servidor público significa isso mesmo - servir à população - e não se aproveitar dela? Que cidadão é o que tem direitos a partir dos seus deveres? Que as pessoas só se "dão (realmente) bem", no sentido mais elevado da expressão, quando buscam o Bem, e não o bem-bom egoísta?

Desde que li a notícia, mais do que pensar num sem número de razões sem razão que podem ter levado esse policial por esse nefasto descaminho, fico imaginando o mal que essa situação causa a sua família. O que será dela, em termos práticos, afetivos, morais? É possível que essas consequências fatídicas passem pela cabeça do corrupto em algum momento, ou ele só se concentra na riqueza que consegue por esse meio vil?

A lição é para todos nós avaliarmos nossos grandes e pequenos erros, que podem não ser crimes em si, ou desvios tão graves, mas aos quais devemos dar a devida importância, sob pena de nos acostumarmos com eles e jogar a nossa vida e as dos que amamos na sarjeta.

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