Quanto mais filhos, maior a possibilidade de ter um lar bem agitado, com pouco tempo para pensar e, sem perceber, como num clique, o tempo passa. De repente, então, nos vemos anos depois, e revemos os acontecimentos como um filme de suspense, ação e humor. Com todos os requisitos para prender a nossa atenção e animar a nossa alma.
Quando pensamos: agora vou cuidar das minhas coisas, aí aparece um com dor de barriga, ou outro com uma nota baixa na escola, e assim por diante, até que nos envolvemos em uma nova maratona de acontecimentos, e deixamos novamente, para segundo plano, aqueles sonhos de um spa ou coisa parecida.
O tal dia de princesa vai ficando no arquivo morto, na esperança de um dia poder ser ativado. Mas nada disso tira a felicidade ou a alegria da vida familiar, tudo faz parte do grande quadro que vamos pintando, ora momentos difíceis, ora grandes alegrias, tudo vai dando os nuances coloridos a tela magnífica da vida.
Deste quadro, muitas vezes só vemos o avesso, e não conseguimos distinguir direito cada pincelada, devido à proximidade constante do pintor e da tela. Nem todos sabemos pintar como Michelangelo, que, com certeza, era míope e via muito bem de perto; assim sendo, pode pintar a Capela Sistina com tantos detalhes e bem de pertinho.
Hoje, vejo detalhes do que já vivi com muito mais clareza do que no momento do redemoinho de acontecimentos.
Não sei se somos os pintores das nossas vidas ou simplesmente pincéis . Mas o que de fato importa é a confecção cuidadosa e, com todo o nosso empenho, desse painel que veremos melhor lá do céu.
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