Este é um comentário do Beato Charles de Foucauld
(1858-1916), eremita e missionário no Saara, ao evangelho do perdão,
àquele em que Jesus nos recomenda perdoar sete vezes ao dia, e que vai
completar-se em outro trecho, quando o Mestre multiplica o perdão por
setenta vezes sete. O número sete, na exegese bíblica, denota infinito,
não uma quantidade específica. Então, a mensagem é que devemos estar
sempre dispostos a perdoar. São Josémaria Escrivá dizia que não
precisava perdoar, porque Deus lhe tinha ensinado a amar.
O autor nos dá uma esplêndida definição de amor já na primeira linha. Amor não depende de sentimentos, muito subjetivos e variáveis para neles confiarmos plenamente. O verdadeiro amor é construído pela vontade. Isso não quer dizer que não tenha falhas, contradições e desenganos, mas que se mantém firme, apesar disso tudo.
É verdade que o céu não é aqui em baixo. Porém, na oração do Senhor, pedimos que "venha a nós o Vosso Reino". O reino de Deus começa conosco, e o céu pode ser vislumbrado quando damos oportunidade para que o Senhor nos fale na oração, no trabalho cotidiano, no amor que transformamos em obras, muitas vezes pequenas e cotidianas, para Ele são importantes e agradáveis. Para isso, contudo, temos que calar a nossa alma e deixá-lO falar com voz de Pai, Mestre, Consolador.
«Perdoa-lhe»
O amor não consiste em sentirmos que amamos, mas em querermos amar. Quando queremos amar, amamos; quando queremos amar acima de tudo, amamos acima de tudo. Se acontecer sucumbirmos a uma tentação, é porque o amor é demasiado fraco, não é porque ele não exista. É preciso chorar, como São Pedro, arrependermo-nos como São Pedro [...] mas, também como ele, dizer três vezes: «Amo-Vos, amo-Vos, amo-Vos, Vós sabeis que, apesar das minhas fragilidades e pecados, eu Vos amo» (Jo 21,15ss).
Quanto ao amor que Jesus tem por nós, Ele provou-o à abundância para que nele acreditemos sem o sentirmos. Sentir que O amamos e que Ele nos ama seria o céu; mas o céu, salvo em raros momentos e excepções, não é aqui em baixo.
Lembremos sempre uns aos outros esta história dupla: a das graças que Deus nos deu pessoalmente desde o nascimento e a das nossas infidelidades ; e aí acharemos [...] motivos infinitos para nos perdermos, com ilimitada confiança, no Seu amor. Ele ama-nos porque é bom, não porque somos bons; não amam as mães os filhos desencaminhados? E muitas razões havemos de encontrar para nos enterrarmos na humildade e na falta de confiança em nós próprios. Procuremos resgatar um pouco os nossos pecados pelo amor ao próximo, pelo bem feito ao próximo. A caridade para com o próximo, os esforços para fazer bem aos outros são um excelente remédio a opor às tentações: é passar da simples defesa ao contra-ataque.
O autor nos dá uma esplêndida definição de amor já na primeira linha. Amor não depende de sentimentos, muito subjetivos e variáveis para neles confiarmos plenamente. O verdadeiro amor é construído pela vontade. Isso não quer dizer que não tenha falhas, contradições e desenganos, mas que se mantém firme, apesar disso tudo.
É verdade que o céu não é aqui em baixo. Porém, na oração do Senhor, pedimos que "venha a nós o Vosso Reino". O reino de Deus começa conosco, e o céu pode ser vislumbrado quando damos oportunidade para que o Senhor nos fale na oração, no trabalho cotidiano, no amor que transformamos em obras, muitas vezes pequenas e cotidianas, para Ele são importantes e agradáveis. Para isso, contudo, temos que calar a nossa alma e deixá-lO falar com voz de Pai, Mestre, Consolador.
«Perdoa-lhe»
O amor não consiste em sentirmos que amamos, mas em querermos amar. Quando queremos amar, amamos; quando queremos amar acima de tudo, amamos acima de tudo. Se acontecer sucumbirmos a uma tentação, é porque o amor é demasiado fraco, não é porque ele não exista. É preciso chorar, como São Pedro, arrependermo-nos como São Pedro [...] mas, também como ele, dizer três vezes: «Amo-Vos, amo-Vos, amo-Vos, Vós sabeis que, apesar das minhas fragilidades e pecados, eu Vos amo» (Jo 21,15ss).
Quanto ao amor que Jesus tem por nós, Ele provou-o à abundância para que nele acreditemos sem o sentirmos. Sentir que O amamos e que Ele nos ama seria o céu; mas o céu, salvo em raros momentos e excepções, não é aqui em baixo.
Lembremos sempre uns aos outros esta história dupla: a das graças que Deus nos deu pessoalmente desde o nascimento e a das nossas infidelidades ; e aí acharemos [...] motivos infinitos para nos perdermos, com ilimitada confiança, no Seu amor. Ele ama-nos porque é bom, não porque somos bons; não amam as mães os filhos desencaminhados? E muitas razões havemos de encontrar para nos enterrarmos na humildade e na falta de confiança em nós próprios. Procuremos resgatar um pouco os nossos pecados pelo amor ao próximo, pelo bem feito ao próximo. A caridade para com o próximo, os esforços para fazer bem aos outros são um excelente remédio a opor às tentações: é passar da simples defesa ao contra-ataque.
Um comentário:
Muito lindo! Que gratidão deveríamos ter só por nos sabermos amados por ELE sem nenhum merecimento nosso!Dá muita força e estímulo para melhorar ao pensarmos nisso!
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