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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

EmContando - 11 ( O Tempo )

Por Agnes G. Milley
Quando  ainda trabalhava em três escolas, e tinha milhares de tarefas a cumprir num  mínimo de tempo, dei-me conta, um dia,   de que estava  ficando  viciada em dizer “Ainda tenho que...” ( fazer isto e mais aquilo ). Repetia essas  angustiantes palavrinhas para mim mesma e também em voz alta até eu mesmo achar que tinha que dar um basta e aprender a lidar melhor com o  tempo.

Agora que o final do ano se aproxima , as tarefas se multiplicam  mais uma vez.   As responsáveis não são apenas as tão  recriminadas compras de Natal. O ano escolar vai terminando e  as crianças precisam de atenção especial durante seu período de provas, os convites para confraternizações   mal cabem na semana, projetos de todos os tipos precisam ser fechados, as férias planejadas... Desejamos ainda escrever cartões de Natal para os que estão mais longe,  telefonar para outros  com quem não falamos há algum tempo, abraçar os que estão mais perto e para   tudo isso parece que as 24 horas do dia  são, de fato, insuficientes.

Gostaríamos de esticar o dia para podermos dar conta de tudo com mais calma, avaliar nosso procedimentos durante o ano e esperar com muita alegria o Santo Dia do Natal.

Por falar em esticar o tempo, vou contar, hoje, uma história popular da Lituânia,  que nada  tem a ver com Festas de Fim de ano, mas talvez possa   diverti-los um pouco, se conseguirem arranjar uns minutinhos para lera  o conto.

O longo dia do conde
Um conde gostava de ir inspecionar o trabalho dos seus empregados nos campos. As pessoas eram esforçadas, trabalhavam desde os primeiros raios do sol até o anoitecer. Mas isto não lhe bastava, queria mais rendimento e assim falou com eles:
“O dia é muito curto, precisamos esticar o dia. Se alguém achar um modo de fazer isto, receberá uma moeda de ouro.”
Um moço muito simpático ofereceu-se para construir uma máquina  capaz de esticar o dia e pegou uma grande roda que montou sobre um eixo ligado a uma manivela. A máquina estava pronta.
“Mas isto é apenas uma grande roda”, disse o conde.
“Prezado senhor, esta máquina deverá ser mantida em movimento durante o dia inteiro, e o senhor terá de fazê-lo para que nós possamos  trabalhar o máximo possível.”
“De acordo” – respondeu o conde e, no dia seguinte, ao raiar do sol, estava lá no campo. Começou a girar a manivela que era dura porque a  roda era grande e pesada. Começou a suar, mas continuava, pensando  no rendimento daquele dia esticado.
“O senhor não pode parar” – disse o moço – “senão o efeito será perdido.”
“De acordo” – disse o conde e continuou girando a manivela, já nem sentindo as mãos.
E de noite as suas costas doíam, os seus braços pareciam moídos, e  o moço veio perguntar-lhe:
“O senhor percebeu como o tempo foi esticado?”
“Pensei que não ia terminar nunca, pareceu-me uma semana” – disse o conde.
“Pena que a roda não estica o dia se for outra pessoa a girar a manivela” – disse o moço – “bem que eu gostaria de ter lhe ajudado.”
“Está bem” – disse o conde. – “Mas então acho melhor que o dia fique no comprimento em que está.
E deu-lhe a moeda de ouro.
( Recontado por Karin E. Stasch em “Um Coração Contente” )

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