Hoje me lembrei, com certa nostalgia, de uns natais da minha infância e juventude, ainda na casa de meus pais.
Como morávamos no subúrbio, sempre tínhamos a casa cheia , tanto de parentes como de vizinhos. A noite de 24 de dezembro era um movimento só. Tios e tias com seus filhos vinham passar conosco e era alegria pura! As crianças aguardavam ansiosas e com grande rebuliço a chegada do papai Noel, chegávamos a imaginar ele passando ao longe com suas renas, voando a céu aberto, por entre as estrelas, era mágico! Tínhamos sempre alguém que ficava mostrando algo no céu, com tanta convicção, que a nossa imaginação gravava como verdadeira a visão.
O gostoso de tudo não eram os presentes apenas, porque normalmente eram bem simples ou até funcionais (ganhei um ventilador aos 8 anos que amei!); o bom, era a convivência entre todos, a alegria da comemoração, era tudo realmente divino nas nossas mentes de crianças, e acredito que acontecia o mesmo com os adultos. Todos riam e brincavam uns com os outros, o encanto de Natal era geral.
Uma parte curiosa era com a chegada da meia noite, todos se abraçavam, desejavam Feliz Natal,( o papai Noel passava um pouco antes, sempre para dar tempo dele ir a todas as casas das criancinhas), e depois de nos abraçarmos muito, iam chegando os vizinhos mais próximos, saindo de casa em casa para cumprimentar uns aos outros, num ritual de confraternização geral, e, em cada casa, iam oferecendo uma bebida, ou uma rabanada, ou algo da ceia para quem chegasse. O pouco de cada um era sempre multiplicado entre todos, numa alegria real com a vinda do Salvador. Corações repletos de fé e esperança por dias melhores, mas com a certeza de estarem todos cercados de amigos e de pessoas amadas.
Durante muitos anos tivemos a casa cheia. Depois de casada, ainda continuei por um bom tempo a participar dessa festa na casa de meus pais, com meu marido e filhos. Depois, a saúde não permitiu mais que minha mãe fizesse tanto esforço e passei a comemorar na minha própria casa, com os familiares de ambos os lados; e mesmo com os mais idosos tendo partido, e até uns bem prematuramente, nunca deixamos de ter esse espírito do Natal: de ele ser uma festa de família e de amigos se confraternizando juntos.
2 comentários:
Delícia de lembranças essas suas, Liana!
As minhas tb eram formidáveis em pequena, pois no Leblon de "antigamente" da esquina da praia até o Cinema Leblon só havia uns 8 prédios de cada lado da calçada, e esses "arranha-céus" eram na maioria de 2 a 3 andares, e quase todas as casas tinham jardins enormes onde brincávamos com esses vizinhos da rua.
O nosso prédio era privilegiado, pois o PAPAI NOEL morava lá!!!! Era o pai de uma das minhas amigas de infância que saía pelo prédio todo distribuindo as lembranças das crianças! A gente sabía que era o "seu Romanó" que morava no nosso andar, mas de algum modo, na nossa fantasia "sentíamos" o Papai Noel DE VERDADE alí!
Nosso encontro em família era no dia 24 à noite, no andar de baixo, no apê dos meus avós e tia solteira. Assim, cantarmos todos juntos o "Noite Feliz" EM FRENTE AO PRESÉPIO era o momento mais esperado pelas crianças!(Guardo comigo e monto sempre esse mesmo PRESÉPIO dos meus avós!) Os presentes que o Papai Noel trouxera só eram abertos na manhã do dia 25, ao pé da árvore no nosso apartamento...costume do meu lado paterno AMERICANO da família. Parece que no dia 24 não festejam lá como nós...,só mesmo na manhã do Dia de Natal. O que importa mesmo é essa LEMBRANÇA FELIZ que trazemos até hoje dentro do coração: a chegada do MENINO JESUS!
Oi Patricia, estas lembranças são muito gostosas e só temos que agradecer a Deus por ter tido a felicidade de vivenciar tudo isso.
Feliz Natal a você e a todos os nossos amigos do BLOG.
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