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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

EmContando – 51 - Tempo com a Vovó 2 - Caracóis de Estimação

Vocês se lembram do Luigi? (clique aqui pra lembrar)

Pois bem. Voltei a brincar com meu neto. No ano passado, quando ele tinha quatro anos de idade, ele aprendeu a desenhar girafas, leões e outros bichos. Depois de colori-los, ele os recortava e aí começava a brincadeira. Ele era um bicho, eu era outro, e os dois ou mais iniciavam uma conversa que acabava em alguma divertida ou perigosa aventura.

Esta semana ele começou a desenhar caracóis, compulsivamente. Primeiro ele formou uma grande família e depois lhes deu  muitos amigos. Os caracóis  de estimação moravam na minha casa e andavam soltos. Os donos eram imaginários. Eu era um dos caracóis  e ele  o pai da família.

Na sala ele construiu uma casinha com blocos de madeira para que eles pudessem se reunir nela quando tivessem vontade.

“Quem construiu esta linda casinha  ?”, perguntei.

“Ninguém. Nossos  donos   compraram  ela numa loja de animais de estimação. É uma gaiolinha.”

“Eu vim da Turquia”. Comentei , querendo iniciar um diálogo.

“Então você é turquês?”

“Não, sou turco!”, mas de onde vieram os outros seus amigos?”, quis saber.

“Foram comprados em muitos outros países. Eu vim do Japão. Sou japonês.

 Passeávamos com os caracóis pra lá  e pra cá quando eu ameacei pular de um bloco de madeira. Ele levantou os braços assustado:

“Não pule. Caracóis não pulam, escalam.”  Ele aproveitou a situação e me convidou a escalar as montanhas-cama no quarto.

Escalamos montanhas-cama, cadeira, mesa, etc.  e quando descíamos de uma das montanhas muito íngremes,  um dos amigos caiu, e quando sugeri que fosse levado para o hospital,   pois sua concha  havia se quebrado, ele, prestativo e muito resoluto, se adiantou:

“Não, não precisa. Eu tenho conchas-reserva para esses casos. É só recortar uma e colar no lugar com fita durex. Foi correndo pegar seu caderno onde havia desenhado conchas de caracóis de todos os tamanhos. Até uns miudinhos para os bebês.

“Você está vendo? Não precisamos de hospital.”   Em um segundo substituiu a concha quebrada por outra e a brincadeira continuou.

Mais tarde, perguntei quem havia lhe ensinado a  desenhar aqueles caracóis tão bonitos e simpáticos, e resposta veio prontamente:

“ Foi meu cérebro que aprendeu, ele me ensinou e depois mandou a informação para minha mão.” Não é preciso dizer que fiquei com a boca aberta. Diz a mãe dele que deve ter aprendido essas coisas na aula de Expressão Corporal, na escola. Provavelmente.

Observação: Descrevi mais essa brincadeira para  partilhar com vocês essa gostosa diversão e também  para expressar minha surpresa e satisfação em constatar, mais uma vez, como as crianças pequenas  conseguem vivenciar bem suas fantasias. Os contos de fadas e a maioria das histórias infantis levam a criança para esse mundo do faz de conta, da imaginação, mas quando é ela que cria e exterioriza esse mundo fantástico das ideias, então só resta abraçá-la com carinho, continuar a brincar e dar graças a Deus por ela.

Agnes G. Milley

2 comentários:

patricia disse...

Adoreeeeeeeeeeeeeeeeei!
Bjssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss!

Janete disse...

Uma delícia poder brincar com o neto assim. Bj

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