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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Depressão não é mau-humor!

Por Maria Teresa Serman

Aquela frase que se diz (ou dizia, não sei se saiu de moda) de vez em quando, para caracterizar um estado de espírito, "Hoje estou deprê!", indicando tristeza, nostalgia, sei lá mais o quê, certamente deve ter acostumado as pessoas a confundir um momento de desânimo com o estado clínico depressivo. Depressão é doença, não pode ser encarada como desesperança ou preguiça.

Os sintomas básicos da depressão inicialmente podem levar a própria pessoa a não perceber sua chegada. Sonolência, perda de apetite, desânimo, tristeza, todos esses passam despercebidos como coisas passageiras, como às vezes são realmente. Contudo, é preciso estar atento para não deixar ela se instalar, e procurar um profissional médico logo. Aí vem o preconceito de acharem que quem vai a um psiquiatra é "maluco". Esquecem que a mente pode padecer tanto ou mais do que o resto do corpo, do qual cuidamos escrupulosamente.

Para quem está em depressão, é desagradável e inútil ouvir os "estímulos" dos amigos e conhecidos, muito bem intencionados, mas prejudiciais. Pode-se fazer uma lista: "Não fica assim, você é tão alegre!"; "Levanta a cabeça, tenha esperança!", "Tenha pensamentos positivos que você vai se sentir melhor!"; "Sai de casa, vai pro shopping que você melhora!"; "Não se deixe abater, coragem!", e a lista é longa, até culminar na crueldade não intencional de diagnosticar o problema como falta de fé. Aí o discurso muda um pouco: "Você precisa rezar mais!", "Tenha fé que isso passa!" ou "Deus vai te curar, é só ter fé!"

Depressão é DOENÇA, repetimos, não vai embora por força de vontade, que, aliás é o que mais falta no caso, pensamento positivo, compras ou orações. Estas últimas ajudam muito, como sempre, mas Deus também cura por meio de médicos competentes e remédios bem prescritos.
Ela é uma doença democrática, não tem discriminação de sexo, idade ou situação social. Incapacita temporariamente, o que pode parecer, como já dissemos, preguiça ou tristeza somente. Pode ser visível na expressão ou jeito do doente, mas engana também, de modo que os outros não vejam e não acreditem. Não deve ser menosprezada em momento algum, pois essa negligência pode ser perigosa, e torna o mal mais difícil de combater e sua duração mais longa.

Hoje em dia há muitos e modernos remédios bastante eficazes no combate à depressão, que podem ser indicados e acompanhados por profissionais. O organismo leva um tempo, mais ou menos um mês, para metabolizá-los, e essa demora pode desestimular o paciente e os familiares, mas, sem trocadilho, é preciso ser paciente e esperar o resultado, que será bom, libertador. E colocar-se a cada momento de angústia nas mãos de Deus Pai, que é o melhor médico.

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