Os anjos estão populares atualmente. E relativizados, nomeados esotericamente, tendo virado uma espécie de personal stylist da alma. São retratados de forma dúbia e efeminada. Glamorizaram-se, perdendo sua essência sobrenatural primitiva. Então é vital relembrar sua origem bíblica e restituir-lhes seu papel precípuo de mensageiros de Deus. E nos fará muito bem espiritual e humanamente falando meditar no tema neste período.
“Ao fazer-nos meditar nestas passagens da vida de Cristo, a Igreja recorda-nos que, neste tempo da Quaresma, em que nos reconhecemos pecadores, cheios de misérias, necessitados de purificação, também há lugar para a alegria. Porque a Quaresma é simultaneamente tempo de fortaleza e de júbilo: temos que encher-nos de esperança, já que a graça do Senhor não nos há de faltar; Deus estará ao nosso lado e enviará os seus Anjos, para que sejam nossos companheiros de viagem, nossos prudentes conselheiros ao longo do caminho, nossos colaboradores em todas as nossas tarefas”. (1)
Os anjos são espíritos puros, criados por Deus para servi-lO. Dotados de plena liberdade e completo discernimento, a maioria se manteve fiel, mas muitos se rebelaram, chefiados por Lúcifer, e foram precipitados no inferno. Travou-se uma luta em que se destacou o Arcanjo São Miguel, cujo nome significa "ninguém como Deus". Até hoje ecoa o grito de rebeldia "Non serviam", dos anjos rebeldes, "Não servirei", que consigo arrastam muitas almas à condenação.
"É doutrina comum que todos e cada um dos homens, batizados ou não, têm o seu Anjo da Guarda. A sua missão começa no instante da concepção de cada homem e prolonga-se até o momento da morte. Os Atos dos Apóstolos registram numerosos episódios em que se manifesta a intervenção destes santos anjos, como também a confiança com que os primeiros cristãos os tratavam. Vê-lo-emos especialmente no episódio da libertação de São Pedro da prisão: De repente, apresentou-se um anjo do Senhor e uma luz brilhou no recinto. Tocando no ombro de Pedro, o anjo despertou-o: “Levanta-te depressa”, disse-lhe. Caíram-lhe as cadeias das mãos e o anjo ordenou: “Cinge-te e calça as tuas sandálias”. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: “Cobre-te com a tua capa e segue-me”.(2)
E Pedro, uma vez livre, dirigiu-se a casa de Maria, mãe de Marcos,onde muitos se tinham reunido em oração. Quando bateu à porta do vestíbulo, uma criada chamada Rode adiantou-se para ver quem era. Mal reconheceu a voz de Pedro, ficou fora de si de tanta alegria e, sem abrir a porta, correu para dentro e anunciou que era Pedro quem estava à porta. Disseram-lhe: “Estás louca!” Mas ela insistia em afirmar que era verdade. Diziam eles: “Então é o seu anjo”. Este episódio mostra-nos a grande afeição que os primeiros fiéis sentiam por Pedro e a naturalidade da fé que tinham nos Anjos da Guarda. “Olha a confiança com que os primeiros cristãos tratavam os seus Anjos. – E tu?”(3)
"Nós devemos também tratar os anjos com naturalidade e confiança, e serão muitas as vezes em que nos surpreenderemos com o auxílio que nos prestam nas lutas contra o maligno. “Estamos bem ajudados pelos anjos bons, mensageiros do amor de Deus, e a eles dirigimos a nossa oração, ensinados pela tradição da Igreja: «Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, pois que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda e ilumina. Amem»”.
Os anjos são atuantes estão bastante presentes no Antigo Testamento. Deus promete a Moisés que colocará um anjo à frente do povo eleito na saída do Egito, " para que te proteja no caminho e te conduza ao lugar que te preparei".(4) Portanto, é missão dos Anjos da Guarda auxiliar o homem contra todas as tentações e perigos e suscitar no seu coração boas inspirações. Eles são nossos intercessores, nossos protetores, e prestam-nos a sua ajuda quando os invocamos.
O Anjo da Guarda pode prestar-nos também ajudas materiais, se forem convenientes para o nosso fim sobrenatural ou para o dos outros. Não tenhamos receio de pedir-lhes o seu favor nas pequenas coisas materiais de que necessitamos diariamente: encontrar uma vaga para estacionar o carro, não perder o ônibus, sair bem de uma prova para a qual estudamos, etc. Podem ainda colaborar conosco no apostolado, e especialmente na oração e na luta contra as tentações e contra o demônio. “Os anjos, além de levarem a Deus notícias nossas, trazem o auxílio de Deus às nossas almas e as apascentam como bons pastores, com doces comunicações e inspirações divinas. Os anjos defendem-nos dos lobos, que são os demônios, e nos amparam”. (5)
O nosso relacionamento com o Anjo da Guarda deve ser igual ao que temos com um amigo íntimo. Ele está sempre atento, constantemente disposto a prestar-nos o seu auxílio, se lhe pedimos que intervenha. Seria uma pena que, por esquecimento, por tibieza ou por ignorância, não nos sentíssemos acompanhados por tão fiel companheiro ou não lhe pedíssemos ajuda em tantas ocasiões em que precisamos dela. Nunca estamos sós na tentação ou na dificuldade; assiste-nos o nosso Anjo. E estará ao nosso lado até o momento em que abandonarmos este mundo. No fim da vida, acompanhar-nos-á até o tribunal de Deus, como manifesta a liturgia da Igreja nas orações para a recomendação da alma no momento da morte.
Para que o Anjo da Guarda nos preste a sua ajuda, é necessário que lhe manifestemos de algum modo as nossas intenções e os nossos desejos. Apesar da grande perfeição da sua natureza, os anjos não têm o poder de Deus nem a sua sabedoria infinita, de maneira que não podem conhecer o interior das consciências. Basta, porém, que lhes falemos mentalmente para que nos entendam e até para que cheguem a deduzir do que lhes dizemos mais do que aquilo que nós mesmos somos capazes de expressar. Por isso é tão importante manter um trato de amizade com o Anjo da Guarda. E além de lhe manifestarmos amizade, devemos venerá-lo, pois é alguém que está sempre na presença de Deus, contemplando-o diretamente."(6)
“TEM CONFIANÇA com o teu Anjo da Guarda. Trata-o como amigo íntimo – porque de fato o é –, e ele saberá prestar-te mil e um serviços nos assuntos correntes de cada dia." (7)
E não nos esqueçamos de que a sua rainha, a Rainha dos Anjos, Nossa Mãe, é a melhor mestra também nesse relacionamento com os anjos, que a veneram singularmente e lhe estão submetidos.
Citações: (1) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 63; (2) At 12, 7-11; (3) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 570; (4) Ex 23, 20; (5) São João da Cruz, Cântico espiritual, 2, 3; (6) Carvajal, Falar com Deus, Tempo da Quaresma, primeira semana, terça-feira; (7) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 562;
“Ao fazer-nos meditar nestas passagens da vida de Cristo, a Igreja recorda-nos que, neste tempo da Quaresma, em que nos reconhecemos pecadores, cheios de misérias, necessitados de purificação, também há lugar para a alegria. Porque a Quaresma é simultaneamente tempo de fortaleza e de júbilo: temos que encher-nos de esperança, já que a graça do Senhor não nos há de faltar; Deus estará ao nosso lado e enviará os seus Anjos, para que sejam nossos companheiros de viagem, nossos prudentes conselheiros ao longo do caminho, nossos colaboradores em todas as nossas tarefas”. (1)
Os anjos são espíritos puros, criados por Deus para servi-lO. Dotados de plena liberdade e completo discernimento, a maioria se manteve fiel, mas muitos se rebelaram, chefiados por Lúcifer, e foram precipitados no inferno. Travou-se uma luta em que se destacou o Arcanjo São Miguel, cujo nome significa "ninguém como Deus". Até hoje ecoa o grito de rebeldia "Non serviam", dos anjos rebeldes, "Não servirei", que consigo arrastam muitas almas à condenação.
"É doutrina comum que todos e cada um dos homens, batizados ou não, têm o seu Anjo da Guarda. A sua missão começa no instante da concepção de cada homem e prolonga-se até o momento da morte. Os Atos dos Apóstolos registram numerosos episódios em que se manifesta a intervenção destes santos anjos, como também a confiança com que os primeiros cristãos os tratavam. Vê-lo-emos especialmente no episódio da libertação de São Pedro da prisão: De repente, apresentou-se um anjo do Senhor e uma luz brilhou no recinto. Tocando no ombro de Pedro, o anjo despertou-o: “Levanta-te depressa”, disse-lhe. Caíram-lhe as cadeias das mãos e o anjo ordenou: “Cinge-te e calça as tuas sandálias”. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: “Cobre-te com a tua capa e segue-me”.(2)
E Pedro, uma vez livre, dirigiu-se a casa de Maria, mãe de Marcos,onde muitos se tinham reunido em oração. Quando bateu à porta do vestíbulo, uma criada chamada Rode adiantou-se para ver quem era. Mal reconheceu a voz de Pedro, ficou fora de si de tanta alegria e, sem abrir a porta, correu para dentro e anunciou que era Pedro quem estava à porta. Disseram-lhe: “Estás louca!” Mas ela insistia em afirmar que era verdade. Diziam eles: “Então é o seu anjo”. Este episódio mostra-nos a grande afeição que os primeiros fiéis sentiam por Pedro e a naturalidade da fé que tinham nos Anjos da Guarda. “Olha a confiança com que os primeiros cristãos tratavam os seus Anjos. – E tu?”(3)
"Nós devemos também tratar os anjos com naturalidade e confiança, e serão muitas as vezes em que nos surpreenderemos com o auxílio que nos prestam nas lutas contra o maligno. “Estamos bem ajudados pelos anjos bons, mensageiros do amor de Deus, e a eles dirigimos a nossa oração, ensinados pela tradição da Igreja: «Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, pois que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda e ilumina. Amem»”.
Os anjos são atuantes estão bastante presentes no Antigo Testamento. Deus promete a Moisés que colocará um anjo à frente do povo eleito na saída do Egito, " para que te proteja no caminho e te conduza ao lugar que te preparei".(4) Portanto, é missão dos Anjos da Guarda auxiliar o homem contra todas as tentações e perigos e suscitar no seu coração boas inspirações. Eles são nossos intercessores, nossos protetores, e prestam-nos a sua ajuda quando os invocamos.
O Anjo da Guarda pode prestar-nos também ajudas materiais, se forem convenientes para o nosso fim sobrenatural ou para o dos outros. Não tenhamos receio de pedir-lhes o seu favor nas pequenas coisas materiais de que necessitamos diariamente: encontrar uma vaga para estacionar o carro, não perder o ônibus, sair bem de uma prova para a qual estudamos, etc. Podem ainda colaborar conosco no apostolado, e especialmente na oração e na luta contra as tentações e contra o demônio. “Os anjos, além de levarem a Deus notícias nossas, trazem o auxílio de Deus às nossas almas e as apascentam como bons pastores, com doces comunicações e inspirações divinas. Os anjos defendem-nos dos lobos, que são os demônios, e nos amparam”. (5)
O nosso relacionamento com o Anjo da Guarda deve ser igual ao que temos com um amigo íntimo. Ele está sempre atento, constantemente disposto a prestar-nos o seu auxílio, se lhe pedimos que intervenha. Seria uma pena que, por esquecimento, por tibieza ou por ignorância, não nos sentíssemos acompanhados por tão fiel companheiro ou não lhe pedíssemos ajuda em tantas ocasiões em que precisamos dela. Nunca estamos sós na tentação ou na dificuldade; assiste-nos o nosso Anjo. E estará ao nosso lado até o momento em que abandonarmos este mundo. No fim da vida, acompanhar-nos-á até o tribunal de Deus, como manifesta a liturgia da Igreja nas orações para a recomendação da alma no momento da morte.
Para que o Anjo da Guarda nos preste a sua ajuda, é necessário que lhe manifestemos de algum modo as nossas intenções e os nossos desejos. Apesar da grande perfeição da sua natureza, os anjos não têm o poder de Deus nem a sua sabedoria infinita, de maneira que não podem conhecer o interior das consciências. Basta, porém, que lhes falemos mentalmente para que nos entendam e até para que cheguem a deduzir do que lhes dizemos mais do que aquilo que nós mesmos somos capazes de expressar. Por isso é tão importante manter um trato de amizade com o Anjo da Guarda. E além de lhe manifestarmos amizade, devemos venerá-lo, pois é alguém que está sempre na presença de Deus, contemplando-o diretamente."(6)
“TEM CONFIANÇA com o teu Anjo da Guarda. Trata-o como amigo íntimo – porque de fato o é –, e ele saberá prestar-te mil e um serviços nos assuntos correntes de cada dia." (7)
E não nos esqueçamos de que a sua rainha, a Rainha dos Anjos, Nossa Mãe, é a melhor mestra também nesse relacionamento com os anjos, que a veneram singularmente e lhe estão submetidos.
Citações: (1) Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 63; (2) At 12, 7-11; (3) cfr. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 570; (4) Ex 23, 20; (5) São João da Cruz, Cântico espiritual, 2, 3; (6) Carvajal, Falar com Deus, Tempo da Quaresma, primeira semana, terça-feira; (7) Josemaría Escrivá, Caminho, n. 562;
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