logo

quarta-feira, 11 de abril de 2012

"Mãe que dobra o joelho, filho que permanece em pé!"

Por Maria Teresa Serman

Esta frase popular, que não conhecia, confesso, ouvi-a ontem, em uma palestra, e me ficou gravada, ecoando no meu coração, porque é muito verdadeira. Acredito, com provas práticas, que Deus ouve com especial benevolência as orações das mães e dos pais, embora o povo sempre ressalte mais o amor materno. O " dobrar o joelho", mais do que uma reverência física, indica uma postura de alma, um projeto de vida.

Que nós, pais, não nos esqueçamos de agradecer, para contrabalançar o que vivemos pedindo: juízo, saúde, felicidade. É conveniente aos ouvidos do Senhor e a opção mais completa pedirmos uma coisa- com poucas palavras, como o próprio Jesus recomendou, no evangelho, quando ensinou o pai nosso: rogarmos pela santidade de nossos filhos, o que engloba tudo. Por essa causa chorou e se mortificou Santa Mônica por seu filho Agostinho. Foi duplamente bem-sucedida: ele não só se converteu, como fez-se bispo, um dos mais insignes doutores da Igreja e santo de altar dos mais louvados; e alcançou ela a própria santificação. É muito interessante ler a vida dessa mãe dedicadíssima, exemplo e estímulo para todas nós, que estamos sempre "aborrecendo" Nosso Pai pelos que Ele nos concedeu. E convém também recordar as palavras elogiosas do filho santo a ela, louvando sua persistência e abnegação. Ditosas as mães cujos filhos assim as admiram!

Uma outra frase que anotei de ontem foi "É forte quem persevera no que deve fazer, segundo sua consciência.", que tem como autor S. Josemaria, nosso conhecido. Hoje em dia não é fácil perseverar seguindo a consciência, porque o mundo a quer calar, colocando em seu lugar as coisas mais disparatadas, e ainda, maleficamente, algumas essencialmente boas, como o amor de mãe. Amar os filhos, desejar e trabalhar por sua felicidade não significa abrir mão dos princípios morais, aceitando e, com frequência lamentável, incentivando seus descaminhos, com a desculpa do mesmo afeto. É dever dos pais, delegado por Deus e pela sociedade, orientar, aconselhar, corrigir e secundar suas tentativas de acerto, de voltar ao bom caminho. Perdoar os erros não é sinônimo de fantasiar o mal em bem, só porque SEU filho ou SUA filha o cometeu. Isso é sintoma de orgulho, pois projetamos nossa própria sensação de onipotência e perfeição neles. Essa atitude vem predominando de tal modo, que fabricou uma geração de pais permissivos e filhos tão desprovidos de formação que transformaram-se em verdadeiros seres irracionais.

Custa-nos o sangue, a alma, lágrimas e orações ver os filhos agirem como não deveriam e ter que mostrar-lhes isso, com carinho, mas firmeza. Não é fácil, ninguém gosta, mas É PRECISO. Disso depende a felicidade deles, o seu DESTINO ETERNO, e o nosso também. O mundo, a maioria, a moda, o relativismo, tudo isso não deve nos calar e afastar da nossa missão precípua de educadores com amor que temos, como genitores. Aceitar o inaceitável, vestir o mal de bem, não é coragem, sinceridade, modernidade, qualquer dessas expressões que foram cunhadas e são repetidas à exaustão, para convencer os incautos e ingênuos. O lobo é lobo, mesmo que vista pele de cordeiro e fale com voz mansa.

Com isso não se quer dizer que o amor deva diminuir, muito pelo contrário. Odeia-se o pecado, mas ama-se o pecador até o fim. A paixão e morte de Jesus Cristo, que contemplamos e meditamos mais intimamente na quaresma, afirma tal opção. Maior o amor, mais incondicional e paciente é; "não se irrita, tudo suporta", como afirmou S. Paulo em sua inesquecível carta aos coríntios sobre a caridade, o amor por excelência.

Quanto mais cedo e com sabedoria educarmos os filhos, mais teremos a evitar de tropeços graves no decorrer de suas vidas. Eles errarão, como nós, humanos que somos todos. Mas a firme condução dos pais, o seu exemplo, a sua oração, cala no coração de cada um, cria raízes, de modo a puxá-los de volta para o lar, físico ou espiritual, como aconteceu com o filho pródigo, que foi recebido com festa pelo pai que o esperava, sempre atento ao horizonte, confiante que ele voltaria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário