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sábado, 7 de maio de 2011

Economia em família

Por Maria Teresa Serman

Todos já fomos atores involuntários naquela famosa cena em que o filho pede um brinquedo caro, ou que não se encaixa no orçamento do mês, e a criança insiste, chora, para não dizer esperneia, se é pequena. Humilhação e vexame total. Mas não precisa ser assim.

É recomendável instruir os filhos, desde bem pequenos, para que não peçam coisas nas lojas, ou pelo menos que o façam em voz baixa, só para que a mãe os ouça. Se agirem desse modo, que eles saibam que o objeto de desejo talvez ainda possa ser adquirido em data posterior e ocasião pertinente. Não diga dramaticamente que não tem dinheiro, mas que este será usado para compras mais urgentes e vitais, e dê-lhes exemplos concretos.

Não se deixe chantagear para diminuir sua culpa de não dar a atenção devida. Quando uma criança reclama que o pai ou a mãe está trabalhando demais, é bom examinar o assunto com honestidade e verificar se não está passando tempo de menos com a família. Muitos alegam que o seu ritmo de trabalho é intenso para dar aos filhos os bens de que eles necessitam, tais como brinquedos, eletrônicos de última geração, cursos mil, viagens, roupas. Tudo isso é natural, desde que sem exageros consumistas. O bem maior para o filho sempre será a atenção e o carinhos dos pais, nada os substitui.

Pior é dar isso como desculpa para não estar presente. A criança se sentirá culpada e ficará ainda mais frustrada. Sejam honestos e firmes nas respostas, pois os filhos não se deixam enganar, são espertos e podem fazer o jogo inverso, usando a mentira para chantagear os pais.

Deve-se ensinar a eles o valor do trabalho bem feito e do dinheiro que ele produz, deixando clara a relação entre os dois, porque essa colocação será um incentivo determinante para sua postura em relação a essa dicotomia no futuro. Também não menospreze o poder da criança e do jovem de economizar em detalhes pequenos, mas que perfazem um somatório de peso, como desligar luzes e aparelhos; fechar o chuveiro enquanto se ensaboa; assistir a mesma televisão que os outros estão vendo.

A mesada é um poderoso aliado da economia familiar e um instrumento eficaz de autocontrole, para pais e filhos. Outro recurso é dar-lhes tarefas extras, não as que já lhes cabem, e recompensá-los por elas, sem esquecer de ser justos, não perdulários. Mesmo que o dinheiro sobre, ele deve faltar no bolso dos pequenos, para que deem valor ao esforço que custou aos pais ganhá-lo.

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