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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Como evitar a recuperação

Por Maria Teresa Serman

Desde bem pequena, ao começar minha vida de estudo, meus pais, ambos professores, insistiam que eu começasse o ano letivo com toda a dedicação possível, garantindo notas altas desde o início. O argumento era de que vamos perdendo fôlego e concentração no fim do período, então o melhor é armazenar pontos e garantir a vitória completa, sem prova final  e muito menos recuperação. Isso não significava, porém, que eu podia tirar notas baixas no fim, era só por prudência, não mediocridade. Assim fiz, sempre entrando de férias antes, enquanto os incautos penavam no calor do verão em sala de aula - que não tinha ar-condicionado, não!

Usei o mesmo método com meus filhos, sempre vigiei bem de perto seu rendimento, para detectar carências, desinteresse ou preguiça. Nenhum ficou em recuperação, mas aconteceram provas finais, é normal. Acredito que cabe aos pais a responsabilidade de garantir que o estudo dos filhos transcorra nas condições propícias ao seu aproveitamento completo, desde o ambiente claro e apropriado; a fixação de horário para o trabalho de casa e outras atividades afins; a frequência dos genitores às reuniões na escola, além de conversas extras que forem necessárias com os professores - pensamos que conhecemos bem os filhos, mas nos enganamos às vezes, e como! -; conhecimento do calendário escolar e de suas eventuais alterações; verificação dos trabalhos feitos, das anotações e livros indicados.

O tempo de estudo diário deve ser equilibrado, não muito longo. E uma boa técnica é mudar as matérias, não ficar só com uma, pois cansa o cérebro, que se renova com a mudança de conteúdo. Um pouco de cafeína em forma de mate ou chá gelados turbinam a memória e o raciocínio, sem exagerar na quantidade. A postura deve ser ereta, em cadeira na altura certa em relação à mesa - nada de estudar enrolado como uma cobra na poltrona, ou deitado na cama - assim como ajudar o estudante a descobrir o melhor modo de gravar a matéria: há os que têm a memória auditiva mais afiada, então leem alto, e os que são mais visuais, preferindo fazer resumos.

A disciplina precisa ser constante, a um tempo firme e carinhosa, contrabalançando a supervisão com elogios e incentivos, nunca oferecendo presentes por passar de ano, ou prometer prêmios por notas altas, o que enfraquece a vontade e o caráter, dando uma ideia errônea do que é a vida e a responsabilidade diante dos deveres. O estudo é uma benção, um direito, uma obrigação, não um favor que os filhos fazem aos pais.

O computador pode ser um grande aliado e uma ameaça real. Olho no tempo que eles passam na frente da tela e, principalmente, no que acessam. Filtros de internet são imprescindíveis. E, apesar de ser uma tarefa obrigatória, é bom ressaltar aspectos lúdicos e prazerosos do estudo, despertando sua atenção para estes, e amenizando possíveis implicâncias com determinadas matérias.

Os pais são os primeiros e principais educadores! Seja qual for sua profissão ou nível de escolaridade, podem, melhor do que ninguém, apoiar e ajudar seus filhos a serem estudantes confiantes e profissionais competentes. E ajudar não significa de jeito nenhum fazer os trabalhos em seu lugar, ou incentivarem qualquer atitude desonesta, como a cola ou outro desvio de comportamento. Olho vivo e coração alerta!

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