"Não
é apenas a gripe que é contagiosa: a paz e a alegria, tal como a amargura e o mau humor, são também contagiosos. Há sem dúvida uma forma de "melancolia
infecciosa" e de "mau humor por contágio; a cólera - o mau humor - é
mais contagiosa que o "cólera". Mas a alegria que transborda do
coração é ainda muito mais expansiva e irradiante.
Para nós,
cristãos, a paz e a alegria, na sua dimensão social e sobretudo familiar, têm
fundamentalmente dois aspectos: por um lado, tendem a derramar-se, a
comunicar-se; por outro, atraem, cativam. Não são algo artificial ou postiço,
mas saem de dentro, e por isso tendem naturalmente a expandir-se. Quem está
sereno e contente em Deus não o consegue ocultar.
É assim
que o amor que temos por Deus, por este mundo tão belo que Ele criou e
que nos rodeia, se derrama em forma de simpatia pelos nossos irmãos, de
acolhimento cordial, de apostolado espontâneo. E, pelo contrário, quando alguém
fica fechado dentro de si mesmo e não difunde as verdades cristãs, está dizendo
aos gritos - sem abrir a boca - que a sua fé e o seu amor são insuficientes. A
maior ou menor vibração, em termos de evangelização dos que temos ao nosso
lado, indicam o maior ou menor entusiasmo espiritual. O apostolado é um
termômetro da nossa vida de oração, na qual se forjam e se cultivam a paz e a
alegria.
Por outro
lado, a paz e a alegria atraem, arrastam. Todos querem compartilhar a vida de
um homem ou de uma mulher serenos e alegres. Existe em todos nós uma
polarização para a felicidade e para as suas expressões visíveis. Tendemos para
ela como os corpos para o seu centro de gravidade. É uma lei que não podemos
evitar. Por isso, quando vemos numa pessoa esse reflexo da paz e da alegria,
que são expressões da felicidade, sentimo-nos naturalmente cativados.
Dizíamos
em outro lugar que, se alguns dos homens de Deus - como S. Francisco de Assis
ou o Padre Pio - trouxeram no seu corpo os sinais da paixão de Cristo em forma
de chagas, todos nós poderíamos muito bem trazer nas nossas atitudes, no nosso
rosto, no nosso sorriso, o sinal da ressurreição de Cristo, que é a paz e a
alegria: seríamos então verdadeiramente testemunhas de Cristo Ressuscitado! E conquistaríamos
os outros como aqueles pescadores do lago de Tiberíades que arrastaram o mundo
com eles.
Depois da
Ressurreição, a saudação do Senhor aos seus discípulos, repetidas vezes, era
esta: A paz esteja convosco (Jo 14,27). Assim deveríamos também nós
cumprimentar-nos, dando-nos mutuamente a paz. Algumas vezes, pode ser com a
palavra, mas sobretudo deveria ser não apenas com as palavras, mas com as
atitudes, os gestos, a disponibilidade para o serviço aos outros, a amabilidade
prestativa...
Dar a paz
com o seu comportamento na vida diária é, sem dúvida, o distintivo do
verdadeiro cristão. Se damos às pessoas da família muitas coisas - conforto,
recursos educacionais ou profissionais, aparelhos modernos..., - mas não
sabemos dar-lhes a paz, não lhes demos nada. O presente mais valioso representa
pouco se não comunica a paz indispensável a qualquer ser humano.
Um comentário:
Como é bom refletir no início de um dia bonito como neste sábado, esses pensamentos transmitidos pelo coração feliz de Dom Rafael!
O melhor de tudo, é que podia estar chovendo, ventando e trovejando, que esses pensamentos nos trariam a mesma alegria e paz interior, visto que essas atitudes postas em prática são dons que nada nem ninguém podem tirar do coração do Cristão verdadeiro!
PAZ E ALEGRIA PARA TODOS!
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