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quinta-feira, 19 de abril de 2012

A importância do geriatra

Por Maria Teresa Serman

A geriatria ainda é uma especialidade nova, tão recente que não existem concursos públicos para eles, não há a figura do geriatra na saúde pública. Muitos idosos resistem a se consultar com esses profissionais, preferindo cardiologistas ou neurologistas, o que é uma pena, pois o geriatra abarca todos os aspectos, tendo como referencial a idade. Em caso de doenças mais graves, o paciente será encaminhado a um especialista, que irá atendê-lo junto com o geriatra.

A assistência desse médico deve começar mais cedo do que a faixa etária recomendaria, praticando-se, assim, o que se chama "geriatria preventiva". No mais, é preciso ressaltar que o Brasil não será brevemente um país de população predominantemente velha, ele já é, pois a taxa de natalidade despencou e a perspectiva de vida aumentou.

Também é de extrema importância que os filhos, que estão envelhecendo junto com os pais, pois a longevidade destes proporciona isso, se preparem para cuidar e lidar com um quadro ambivalente: a velhice dos pais, que espelha o próprio futuro dos filhos. Acontece, então, um envolvimento emocional mais profundo, com duplo efeito; por um lado, isso desperta mais compreensão dos que cuidam, mas, por outro, gera apreensão, porque há o receio, sempre latente, de repetir a história paterna ou materna, com as implicações que doenças degenerativas e incapacitantes trazem, tanto a uns quanto a outros.

Um bom geriatra é um bálsamo na vida de idosos e cuidadores. Ele não só trata, como ensina os filhos e auxiliares a lidar com os mais velhos. Estes vão perdendo, com a idade, a força física, a memória, a autonomia. Passam a depender de decisões alheias, e isso lhes causa muito sofrimento, e não pouca rebeldia. Cabe ao filho negociar, ter paciência e esperteza para driblar os impasses que frequentemente se instalam. Aí entram, felizmente, a competência e sensibilidade do geriatra, que pode aconselhar o modo de mais facilmente conviver com o idoso, extraindo dessa convivência aprendizagem e sabedoria, e não somente ordens e brigas.

O organismo do idoso não funciona como o de uma pessoa madura, requer mais atenção a detalhes pequenos que podem indicar doenças graves. Com o acompanhamento geriátrico, o paciente fica melhor monitorado, e se investe mais em atividades pró-ativas, como fisioterapia e ginásticas, vitaminas e remédios novos, do que o geriatra, mais do que outros médicos, está a par. Além disso, ele pode indicar terapeutas para idosos e seus cuidadores, o que ajuda muitíssimo na tarefa amorosa, mas delicada, de cuidar de quem cuidou de nós.

3 comentários:

Patricia disse...

Informações muito boas para nós que antigamente éramos jovens e cuidávamos de idosos, e agora nós já idosos cuidamos de ANCIÃOS.

Stella disse...

O geriatra, como o pediatra e o clínico geral, tem a formação para ver a pessoa como um todo. É fundamental para orquestrar as orientações de diversos especialistas e dialogar com o cuidador. Depois de ter lido essa postagem, vou marcar um geriatra para mim essa semana!

Liana Clara disse...

Stella você ainda não está na idade de geriatra!!

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