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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Serenidade diante das intempéries

Texto de : Maria Teresa Serman
Esta é uma palavra sonora, clássica, que prenuncia o seu sentido - intempéries. Significa borrascas, temporais, vendavais, tempestades. Tudo muito familiar aos cariocas, de modo geral (algum lugar não inundou?), e aos fluminenses, especialmente os niteroienses. Foi um tempo apocalíptico, que deixou a todos assustados, e por que não dizer, traumatizados. Ficamos como o Nimbus, aquele personagem, a olhar para o céu, em sobressalto com qualquer nuvenzinha mais sombreada e robusta.

O objetivo deste texto, porém, não é lembrar o caos da semana passada, mas convidar a refletir sobre as intempéries, da natureza ou da vida, que nos ameaçam de quando em vez. Podem vir em forma de doenças na família, perdas financeiras, conflitos domésticos, e até morte. Estamos sujeitos a tudo isso sempre. Não podemos prever, embora consigamos prevenir em alguns casos. Mas será que tentamos aproveitar? Fazer dos limões, mesmo muito amargos, um pouco de limonada que seja?

Sem querer bancar a Pollyana, penso que tudo na vida, inclusive as dores mais profundas, tem sua contribuição para nos fazer melhorar como pessoas. Parece um clichê, e é, ainda que verdade. Alguém certamente vai contrapor: ganha-se alguma coisa com as mortes de inocentes, como, por exemplo, no morro do Bumba e outros?

Sim, se aprendermos a votar melhor; a esclarecer aqueles que estão a nosso alcance; a socorrer os flagelados, e a protestar nos meios de comunicação pelo descaso dos responsáveis. Isso não trará de volta as vítimas, mas poderá ajudar a evitar outras catástrofes.

Enfrentar as intempéries não é sair na chuva simplesmente. É confiar também na Providência Divina sem descuidar do que diz respeito a nós, cidadãos, responsáveis por escolher aqueles que, no cotidiano ou nas emergências, deverão cuidar do que nos é precioso e dos que nos são queridos.

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