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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Para viver um grande amor – 1

Aproveitamos o título do poema tão conhecido para fazer uma homenagem a grandes e profundos amores, que vêm sendo testados em anos de convivência. São amores que originaram famílias, alicerçadas pelo compromisso renovado de continuar juntos, apesar dos "perigos desta vida". A paixão não acabou, se tornou forte e agregou filhos, parentes e amigos. Ver o que deu certo para muitos pode suscitar novas idéias para revigorar os laços do casal e da família.

Vejam a nossa primeira entrevista:

O casal não será identificado pelos nomes, para evitar uma exposição maior.

O casal C. e F. responde:


1) Como você conheceu seu marido? Demorou muito para começarem a namorar?
Conhecemos-nos numa festa de 15 anos. Dançamos, conversamos, trocamos telefone. No dia seguinte ele telefonou, eu estava dormindo. Na terceira tentativa eu atendi, ele queria ir à minha casa, mas domingo era dia sagrado de ir visitar meus avós. Marcamos de ele passar num dia de semana. Depois de uns dias começamos a namorar.

2) Quando se casaram e como foram os primeiros tempos de casamento? Namoramos por alguns meses. Terminamos e voltamos um ano depois. Namoramos três anos e nos casamos um ano depois dele estar formado. Eu estava terminando o primeiro ano de faculdade.
O primeiro ano foi uma grande mudança. Fomos para o interior de São Paulo, F. trabalhava e fazia mestrado. Eu transferi a faculdade. Era uma Escola menor com menos recursos.
Comecei a dar aulas de Inglês num curso, mas como era à noite depois de 1 semestre achamos melhor eu parar.
Não tínhamos telefone, para falar com a família era preciso ir ao centro da cidade e esperar que a ligação fosse feita num posto telefônico. Havia muitos casais jovens em situação semelhante. Éramos todos bastantes amigos e nos ajudávamos muito. O carro (um fusquinha) era usado pelo meu marido para trabalhar, pois o local era distante, era preciso pegar a rodovia para chegar até o local de trabalho. Depois conseguimos fazer um esquema de revezamento de carros entre os amigos, de modo que havia sempre uma ou duas esposas com carro para fazermos compras, levar filhos ao médico, etc.
Foi um período de grande aprendizado, posso dizer que foi mesmo de conhecimento. As dificuldades de relacionamento, administração do lar , finanças, família e tudo mais aprendemos juntos errando, consertando, refazendo.

3) Como você se definiria como marido/mulher - suas qualidades e no que pretende melhorar?
Como mulher, acho que sou boa companhia, mas às vezes muito crítica e durona. Apesar de tantos anos, ainda sou muita desordeira e tenho que melhorar. Sou brava, mas tenho senso de humor.

4) O que vocês fazem para alimentar e melhorar o relacionamento nestes anos de matrimônio?
Para alimentar o amor viajamos muito, sempre, em família e sozinhos. Comemoramos as datas importantes sempre: o dia em que nos conhecemos, o dia do casamento, aniversários etc. Buscamos juntos as soluções para os problemas.

5) Dizer os anos de casados.

Apenas 37. Uns custaram mais a passar, outros voaram. No geral parece que foi ontem.


Para Viver Um Grande Amor
Vinicius de Moraes

"Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor."

Um comentário:

Maria Teresa disse...

Como disse o Rafael ontem, "o sentido principal da vida é amar. Radicalmente." As pessoas que são casadas há muito, ou há menos tempo, mas acreditam nisso, conseguem. É preciso coragem no amor para que ele se mantenha forte.

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