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terça-feira, 20 de abril de 2010

Amigos irmãos

Eu suspeito que nos melhores momentos das civilizações haja algum tipo de estímulo cultural para a amizade entre homens. Apesar do homossexualismo que existia à margem dos grandes encontros gregos, é fato que as riquezas filosóficas da Grécia Antiga foram produzidas em contextos de amizades. Alguns séculos depois, foram os primeiros cristãos, amigos entre si, que forjaram o mundo ocidental. A própria Igreja Católica segue, pelo menos nas suas melhores intenções, como uma reunião hierárquica de amigos.

Hoje, é uma pena que a festiva camaradagem masculina esteja associada a eventos que, merecidamente, despertam dúvidas nas suas mulheres. Futebol entre amigos, despedidas de solteiro e bebedeiras parecem apenas paródias da necessidade do espírito masculino de se entender entre os seus.

As mudanças culturais, para o bem e para o mal, são violências típicas do espírito masculino. Mas as mulheres é que são a beleza da sociedade. Elas dão sentido às gerações e protegem o mundo do absurdo. Por isso, é legítimo o pudor doméstico que inibe os homens de deixar momentaneamente os lares para gastar tempo entre os seus. Há alguma razão nas mulheres que temem as amizades masculinas. Sábias guardiãs da cultura, elas estão cientes de que o momento do mundo tem muitas precariedades.

A cultura ainda permite que os homens se encontrem, seguindo assim o chamado natural do espírito masculino. Mas é uma cultura em crise. A imagem cívica da atual camaradagem masculina tem a pobreza de sua época. O mundo moderno banalizou os grandes encontros cívicos na gritaria dos bares e dos futebóis.

De qualquer forma, podemos criar cenas culturais de amizades profundas. É possível que cultivemos amizades sólidas, que durem mais do que o coleguismo passageiro das nossas rotinas passageiras, sempre prestes a mudar quando trocamos casas, escolas e empregos.

O bem estar da civilização precisa dos amigos irmãos, porque são nos círculos de entrosamento lúdico e cívico que os homens se tornam mais aptos para se compreenderem. E quando os homens entendem as inclinações do espírito masculino, a civilização acontece de forma mais sadia.

Simplesmente, eu quero dizer que uma verdadeira amizade entre comparsas é capaz de mudar o mundo.

2 comentários:

Maria Teresa serman disse...

Não acho que as mulheres, se conhecem bem seus maridos, filhos, namorados, devem temer as amizades masculinas. E vice-versa. Em minha família sempre se incentivou e preservou estas amizades, como um sentimento enriquecedor, origem de variados atos de doação inesquecíveis.

Anônimo disse...

Tenho mais ciúmes da maleta do meu marido do que de seus amigos! ahahahahahah

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