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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Entrevista com uma mãe adotiva

1 - Fale um pouco sobre você?
Sou natural de SFS/Santa Catarina. Minha mãe faleceu em 1989 num acidente. Conheci meu marido em minha cidade. Namoramos 10 meses e nos casamos. Casei-me em julho de 1990 aqui no Rio, com um militar. Por isso o casamento foi aqui. Já moramos fora, mas nunca no meu estado.

2 - Você tem filhos naturais?
Durante anos não evitamos filhos, mas não engravidava. Fiz todos os exames dos mais simples aos mais doloridos. Os resultados eram todos normais. Em 2004 vivemos uma história com conhecidos querendo que adotássemos um bebê. Mas como não era uma adoção oficial e sim a do jeitinho brasileiro não deu certo. Na época, foi muito doloroso. E meses depois perdi meu pai.
Resolvemos ir ao Juizado para enfim ter o nosso bebe, fazendo tudo dentro da lei. E nossa filhinha chegou depois de uma gestação de 3 anos!

3 - Consideram seus filhos adotivos como filhos de verdade? A decisão foi em comum acordo entre marido e mulher?
Eu, nem me lembro que nossa filha foi adotada, a não ser quando alguém nos faz lembrar isto. O nosso amor é muito intenso. Ele não nos deixa lembrar detalhes, mas somente amar e deixar ser amado. É assim que pensamos.

4 - Não teve medo de adotar uma criança sem saber como eram as questões hereditárias dos pais dela?
Quando uma mulher engravida, ela não vai deixar de ter o seu filho porque ele pode ter alguma doença. E nossa filha é como todos os filhos. E, Deus nos presenteou com uma filha saudável, esperta, carinhosa, linda e alegre.

5 - É preciso buscar aconselhamento genético para saber que doenças a criança pode vir a ter?
Quanto a respeito de doença, pensamos assim: da mesma forma que um filho gerado na barriga poderá nascer com algum problema, o gerado no coração também poderá vir a ter. Não especificamos nada na documentação. Deixamos na mão de Deus.


6 - Como você acha que se deve falar para a criança que ela foi adotada?
Desde o 1º dia, mesmo que ela não entenda, pois conforme vai crescendo vai ficar tão natural para ela que não vai fazer diferença, já que o amor é tão intenso e verdadeiro. Falo por mim, minha filha é tudo pra mim.

7 - Como lidar com a questão da criança se sentir rejeitada porque a mãe biológica dela não quis ficar com ela?

Falando de forma bem clara e nunca falando mal dos genitores. E acho que uma única vez vai ser suficiente.

8 - Qual foi o impacto ou efeito na vida do casal, com a chegada da filha?
No, nosso caso que já estávamos casados há 18 anos foi maravilhoso. Já nós conhecíamos muito bem. E esperamos há muito tempo por essa vinda, que está sendo maravilhosa: ter uma família completa. Nossa filha é uma bênção de Deus!

9- Você acha que o seu afeto é maior ou menor pelo fato de sua filha ser adotada?
Não vejo por esse lado de ser maior ou menor. Quando a vi pela 1ª vez senti uma emoção muito grande, como se ela estivesse saindo de mim. É difícil de descrever! Mas este momento foi lindo, inesquecível! E o meu amor por ela é o natural de uma mãe. Ou talvez seja um pouco mais, já que sonhávamos em ter desde que casamos. Mas a espera real começou em 2006. E chegou em 2008.

10 - Como a família maior encaram a adoção e como é a receptividade deles?
Para todos foi uma surpresa e tanto. Pois guardamos segredo desta espera. Mas no dia em que nossa filha chegou, foi só emoção. E continuou por vários dias, até todos a conhecerem, aqui e no Sul.

11- O que você diria a um casal que não pode ter filhos?
Não esperem tanto como nós. Corram atrás desta chance de serem pais. É maravilhoso, estamos ainda vivendo um sonho. Não tem um dia que não me emociona com ela. Com o seu crescimento. Ela é querida e muito comunicativa. E eu estou adorando brincar de panelinhas! Quando ela fez um ano que chegou, fizemos, mas uma festinha. E também fiz um DVD, para dar de presente aos convidados. Com fotos desde a chegada. E no final deixei uma mensagem para ela. Vou resumir:
Filha
Estamos vivendo só emoções e alegrias desde sua chegada, filha querida. Pela simples razão de sermos seus pais. E Deus nos ter dado a linda chance de ter você, filha. Quando mamãe esta com você, não quer pensar na hora. Passa o dia, tarde e noite, e mamãe te ama cada vez mais.
Uma mãe Felizzzzz.

13 comentários:

Aline Garcia disse...

Adorei esta entrevista! Quem dera que todos adotassem uma criança e dessem todo este carinho. Parabéns a família.

Paula Serman disse...

Muito bom!!! Que família linda! Parabéns! Que muitas pessoas possam se inspirar nesse exemplo, pois existem muitas crianças que precisam de uma família amorosa como essa!

João Felipe disse...

Muito boa a entrevista! Percebe-se que o casal que adotou tem um grande coração!

Liana Clara disse...

Realmente esta família é muito linda! Conheço-os de perto e sei da luta e das dificuldades para adoção. Existem tantas crianças a serem adotadas e a fila de pais ainda é enorme.
O problema, muitas vezes é que as pessoas ficam escolhendo as crianças pelo tipo físico. Aí muitas sobram nos orfanatos a espera de que alguém as queiram. Isso sim é triste.

Lú disse...

Ótima entrevista! Parabéns!
beijos

Paula Serman disse...

Liana, outro grande problema é que as pessoas que não podem ter filhos biológicos, não conseguem enxergar nisso uma ótima oportunidade de acolher uma criança abandonada. Passam muito tempo querendo ir contra a natureza, gastam "rios" de dinheiro em tentativas artificiais e frustras, na maioria das vezes. Concordo com o João: é necessário ter grandeza de coração!

Liana Clara disse...

Paula isso é uma grande verdade! Mas é preciso que o casal esteja bem afinado e queira de fato assumir esta adoção. O filho será dos dois. Para que seja bem amado e tenha uma vida saudável.

Anônimo disse...

Adorei a entrevista. Como amigos do casal, compartilhamos da sua felicidade com a chegada da de sua filha que é uma menina linda, inteligente, alegre, carinhosa, enfim... traz muita alegria a todos que tem a oportunidade de conhecê-la. Parabéns aos queridos amigos. Jane Rezende

Anônimo disse...

Muito boa a entrevista, pois vivenciei todos os momentos dessa longa gravidez; as frustações, angústias e o tão esperado momento. Continuo participando dessa alegria diária, agora como Dinda. Alegria esta, que é compartilhada com todos em volta dessa linda criança. Parabéns ao casal e obrigada por me deixar fazer parte dessa história. Edilene Cardoso

CLAUDIA disse...

FIQUEI FELIZ EM DAR ESSA ENTREVISTA. SOBRE ADOÇÃO. POIS QUASE NÃO TEMOS MUITO OPÇÕES DE REPORTAGEM.DE VEZ ENQUANDO APARECE UMA REPORTAGEM. A ULTIMA QUE ASSITIMOS, FOI MUITO BOA. E DE CARA CONCORDEI COM A FRASE FALA NA ABERTURA. QUE O AMOR É MUITO INTENSO.PASSEI UM POUCO QUE PUDE NA ENTREVISTA. E GUARDEI COM CARINHO ENTREVISTA E OS COMENTARIOS. PARA UM DIA MOSTRAR A NOSSA FILHINHA.

Liana Clara disse...

Querida Cláudia, pra nós é que foi muito bom termos você como entrevistada, aprendemos muito sobre adoção e sobre amor = doação. Beijos

Anônimo disse...

Nossa,muito lindo mesmo parabéns tenho certeza de que será assim sempre,amor nesta familia nunca faltou...sou testemunha de muitos fatos pois sou sobrinha deste casal e desde quando eu era pequenina me tratavam como se fosse filha deles.A vontade deste casal era muito grande em ter filhos e Deus não dorme,a prova está no amor em que a familia vive agora mais ainda com seu bebê.bjux tia. JOSIANI GASCHO SÃO FRANCISCO DO SUL SC.

ANINHA disse...

O gênero humano é caracterizado pelo orgulho,e este,talvez seja o principal motivo que impede os casais que desejam uma criança (uma vez que não conseguem tê-las naturalmente) a deixar de procurar uma adoção, pois teriam que assumir perante este mundo impiedoso,que não conseguiram ter filhos...Hoje em dia,as pessoas deixaram-se contaminar por teorias que mostram a todo instante,que só seremos aceitos pelo sucesso que alcançamos,e não pelos insucessos... Devemos sempre ser vencedores,mesmo que mostremos ao mundo sucessos fictícios, e isso leva as pessoas a deixarem de seguir seus impulsos e desejos,reprimindo-os, e tornando-os amargos.Quer sucesso maior que a alegria desta mãe entrevistada? Filhos se formam no coração,e estes nunca serão rejeitados: ao passo que os gerado no ventre materno,nem sempre são desejados,quem dirá amados! Constantemente temos visto mães que os abandonam no lixo,na represa etc Parabéns pele entrevista,pois ajudará a muitos a rever seus preconceitos,e encontrar a felicidade.

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