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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Alecrim, a erva da mente

Este texto foi extraído do facebook, e foi postado pelo NUWA Spa. É interessante, pois verdadeiramente as ervas naturais têm propriedades terapêuticas que nós, da cidade, desconhecemos.
"Há dias em que se tem a impressão de se estar dentro de um espesso nevoeiro. Tudo parece monótono e difícil e o coração fica triste. É a noite escura da alma. Era meu aniversário e justamente um destes dias estranhos, quando pensei: "Vou tomar um chá de alecrim!"

Fui ao jardim e lá encontrei um viçoso pé de alecrim. Interessante é que quase todos que visitam nossos jardins demonstram afeição e respeito pelo alecrim. Confesso que nunca liguei muito para ele. Mas, naquele dia, com toda reverência, colhi alguns ramos, preparei um chá e me servi em uma linda xícara. O aroma era muito agradável e, a cada gole que bebia, senti a mente ir clareando. Uma sensação de bem-estar e alegria foi se espalhando pelo corpo e senti a sensação de enorme felicidade. Fiquei muito impressionada com a capacidade dessa planta transmitir alegria. Aliás, o nome alecrim já lembra alegria. Resolvi pesquisar a respeito e veja só que maravilha.

O alecrim - Rosmarinos officinalis, planta nativa da região mediterrânea - foi muito apreciada na Idade Média e no Renascimento, aparecendo em várias fórmulas, inclusive a 'Água da Rainha da Hungria', famosa solução rejuvenescedora. Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita de um anjo (um monge?) quando estava paralítica e sofria de gota. Com o uso do preparado, recobrou a saúde, a beleza e a alegria. O rei da Polônia chegou a pedi-la em casamento!

Madame de Sévigné recomendava água de alecrim contra a tristeza, para recuperar a alegria. Rudolf Steiner afirmava que o alecrim é, acima de tudo, uma planta calorífera que fortalece o centro vital e age em todo o organismo. Além disso, equilibra a temperatura do sangue e, através dele, de todo o corpo. Por isso é recomendado contra anemia, menstruação insuficiente e problemas de irrigação sanguínea. Também atua no fígado. E uma melhor irrigação dos órgãos estimula o metabolismo.

O alecrim é digestivo e sudorífero. Ajuda a assimilação do açúcar (no diabetes) e é indicado para recompor o sistema nervoso após uma longa atividade intelectual. É recomendado para a queda de cabelo, caspa, cuidados com a pele, lesões e queimaduras; para curar resfriados e bronquites, para cansaço mental e estafa e, ainda, para perda de memória, aumentando a capacidade de aprendizado.

Existe uma graciosa lenda a respeito do alecrim: quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o menino Jesus, as flores do caminho iam se abrindo à medida que a Sagrada Família passava por elas. O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu, lamentando não poder agradar o menino. Cansada, Maria parou à beira do Rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar para estendê-las. 'O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais'. Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade e as sustentou ao sol durante toda a manhã. "Obrigada, gentil alecrim! disse Maria. Daqui por diante, ostentarás flores azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não apenas flores te dou em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno Jesus serão aromáticos. Eu abençoo folha, caule e flor, que, a partir deste instante, terão aroma de santidade e emanarão alegria."

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Palette ou Paleta, tanto faz

Por Maria Teresa Serman
Você sabe o que significa estas palavras? A mesma coisa, só que a primeira é francesa, e a segunda, a versão em português. Mas vamos deixar de detalhes linguísticos e explicar a origem e os usos atuais.
O objeto começou a ser usado na pintura, e passou a ser um estereótipo retratar o pintor/artista com sua paleta e pincel, uma espécie de bata e expressão indefinida e visionária. Eis uma explicação para que entendam melhor:

- "A Paleta de pintura é uma das principais ferramentas do artista. Elas existem em variadas formas e tamanhos e são feitas numa extensa variedade de materiais tais como: alumínio, acrílico, plástico, vidro, papel descartável. Escolher aquela que mais se adapta às nossas necessidades é uma questão de escolha pessoal e/ou preferência profissional. (...)

Alguns artistas preferem ter as mãos livres e trabalhar com uma paleta fixa ao cavalete ou apoiada numa mesa.

Outros preferem suster a paleta na mão e se afastar da tela para apreciá-la de diferentes ângulos, enquanto continuam a fazer a mistura das cores." http://www.amopintar.com/paletas-de-pintura#ixzz2IABZ3DOr
Outra acepção da palavra é a que se pertence ao design, arquitetura, decoração. Exemplo:

"Todo processo de criação de diretores de arte e designers passa por essa etapa de escolha da paleta. Principalmente quando estamos falando de uma nova marca. E nessa hora, os criativos levam em conta o contraste, a harmonia, o estímulo que cada tonalidade causa. São diversos fatores que devem ser pensados.(...) Pra começar, vamos falar da preferida da galera aqui do estúdio: Adobe Kuler." www.estudioicone.com.

Depois de tanto esclarecimento, vamos ao que nos interessa, garotas, às paletas de maquiagem. Elas são estojos lineares, finos  - a não ser as mais caprichadas em gama de cores e produtos, que podem ter alguns "andares", como uma ultrasuper , da Sephora, que parece uma visão apocalíptica, com um preço do mesmo nível - alto! São práticas para facilitar o deslocamento das donas, pois contém sombras, blushes, gloss, lápis, até pó.

Não se assustem com o meu primeiro exemplo, pois há de várias marcas, mais em conta sem perder qualidade, como Contém 1 g, Boticário, e uma linda clutch (formato de carteira) lançada pela Granado, novidade da marca que se aventurou no setor de cosméticos. Para continuar nessa viagem, pode-se dar uma olhada no site da loja Sephora ou em outros, e sonhar (ou comprar, bons produtos são ótimos investimentos para a pele e a beleza, e duram muito mais; senão, peça para alguém trazer de fora) .

Sou fã de uma denominada Naked, por ser composta de sombras básicas e harmônicas, que dão um efeito nu, natural.  A Urban Decay, fabricante, já lançou a Naked 2, com cores mais vivas mas ainda discretas, linda!  Como já mencionei, a Sephora tem variados tipos e tamanhos, além das da Kat Van D, Lancôme, Dior, Clarin; todas têm paletas. É só tornar-se proprietária e explorar o potencial, dela e seu. Ah, e tem as de tamanho menor, para levar na bolsa, e  vão do trabalho ao happy-hour, alegria completa!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

"Para onde vamos?"

O título é de uma entrevista com o psiquiatra e psicoterapeuta Flávio Gikovate, publicada na revista Cláudia. Vamos resumi-la, pois fala sobre temas muito importantes, frequentemente abordados aqui no blog, e colocaremos entre aspas as citações.

Acreditava-se, segundo o dr. Gikovate, que a (chamada) "revolução sexual traria democracia, desarmaria os seres humanos". Engano profundo, pois ela transformou a mulher em mercadoria (opinião nossa), que está sempre se expondo como em uma vitrine. Não só a mulher, aliás, mas as pessoas em geral. A busca desenfreada por melhor aparência física desencadeou o consumismo exacerbado.

O profissional alerta, em especial, para a exibição no Facebook, que, na sua opinião, "atiça a inveja e mexe com a frustração". Cada um se torna uma celebridade que divulga suas próprias notícias, suas aquisições, conquistas e sucesso financeiro e social. Então, acontece o que ele especifica com muita precisão:"Olhar a vida alheia gera tensão. Não traz felicidade."

Quanto ao atual situação interna da família, também faz um diagnóstico pertinente. "Há muito egoísmo", diz ele, e complementa: "Gosta-se dela desde que se possa receber mais do que dar. As alianças são feitas entre o generoso e o egoísta. Mas quem só dá anda cansado desse papel. O desafio é equilibrar, alternar." Alguém discorda?

Continuando o pensamento, o terapeuta destaca que vivemos mais tempo hoje em dia; portanto, precisamos de mais dinheiro. E toca em uma das feridas mais abertas da sociedade atual, quando afirma que "profissão virou identidade. Você conhece alguém e já quer saber o que ele faz. Nem pergunta se ele ama, se tem filhos, um lazer...O que é ruim." Prevê ainda que as mulheres não voltarão a lidar só com a casa, e que o homem assumirá mais tarefas. No momento, seu diagnóstico é triste, mas verdadeiro: "O homem (...) se acomoda pelas facilidades eróticas. Não precisa mais fazer força para ter sexo: chega e leva. O momento é de encrenca geral."

Sua visão final, porém, não é pessimista, pois reconhece que estamos em transição. E nós avaliamos que essa transição deve ser feita baseada no amor e no respeito à dignidade inalienável do ser criado por Deus à Sua imagem e semelhança, e que, por isso, pode superar esse estágio atual de egoísmo e se dedicar aos demais, estejam em sua família humana ou não. E não somos contra o Face, pelo contrário. É uma ferramenta ótima, não para autoexibição, mas para a divulgação de ideias e atividades fundamentais, que ajudam nessa urgente revolução interior.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A economia é a base da porcaria!

Por Maria Teresa Serman
O título soa mal, portanto é preciso esclarecer. Essa é uma frase que já ouvi muito, confirmei em algumas ocasiões, e, como costumo tentar aproveitar as lições que a vida nos dá - Deus por trás do fluxo natural que Ele previu -, resolvi abordar o assunto. O estopim para esse texto foi o que aconteceu com uma conhecida amiga nossa. Ela, querendo fazer tudo no mesmo lugar e mais barato - iniciativa muito louvável a princípio - foi pintar o cabelo e fazer o que costumo chamar de "faxina feminina, não a da casa, pelo amor de Deus!", mãos, pés, etc, no mesmo lugar. Não encontrando a tinturista de sempre, aceitou ingenuamente uma moça bem nova (em idade e no salão), simpática, boazinha (cada vez este termo me desagrada mais!) para fazer o serviço. Saiu de lá quase chorando, com o cabelo que nem palha, em uma cor totalmente diferente da que queria.

Vocês devem estar ser perguntando: e a economia, onde entra nisso? Vou explicar com pormenores femininos. Uma das filhas da nossa infeliz amiga tinha recomendado que fosse em outro salão, mais confiável, porém mais caro - nós, mulheres, sabemos que isso frequentemente acontece. Ela, pobre de espírito no sentido mais humano da palavra, optou pelo mais barato e pacote integral.
Isso pode acontecer, não é, meninas?, de podermos fazer tudo no mesmo lugar, embora às vezes  - NÂO!!!!. Alguns serviços são ótimos em um lugar, ainda que outros sejam sofríveis, causando a dor que a nossa pobre amiga está sentindo. Daí adveio a lembrança do ditado, ou aviso.

Muitas pessoas, de origens diferentes, já citaram essa frase. Claro é que a economia é necessária e muito bem-vinda. O que quero destacar é certo tipo de economia, mais pelo dinheiro em detrimento da qualidade. Isso comprovadamente não adianta, ainda mais em aspectos que afetam muito a vida, como o cabelo de uma mulher. Que me desculpem os homens, que podem até entender pelo efeito final, mas não conhecem as particularidades. Cabelo é algo vital para uma mulher, aprendam de uma vez por todas! É o dinheiro mais bem empregado que se pode gastar, não só pelo resultado visual, também pelo deslumbramento ( ou o oposto, não queiram ser testemunhas!) no ânimo da alma feminina.

Assim como esse detalhe importante, agora falando de outras coisas, costumamos gastar até mais do que imaginávamos com produtos baratos, para depois comprovarmos que duram menos, trazem frustração e desestabilizam os relacionamentos e, pasmem, os orçamentos. Só para terem uma ideia superficial, os cabelos maltratados de uma mulher vão custar muito mais para reestruturar do que se tivesse investido em boa qualidade profissional e de produtos. Entenderam a mensagem? Espero que sim.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Faço mais falta em minha casa...(2ª Parte)

O SISTEMA DE TRABALHO FOI CRIADO PARA UM MUNDO QUE NÃO EXISTE MAIS
Slaughter continua crendo que as mulheres, assim como os homens, podem "ter tudo", mas não com a atual configuração da sociedade. Fazem falta mudanças práticas sobre o uso do tempo. A primeira seria coordenar os horários escolares com os horários de trabalho. O sistema vigente foi pensado para uma sociedade que já não existe mais, em que predominam as donas de casa.

Outra iniciativa seria abandonar a obsessão  por jornadas intermináveis, que muitas empresas vêm incentivando, sobretudo as de consultorias e de advocacia, que faturam por horas. Porém, ressalta Slaughter, não é verdade que mais horas signifiquem mais valor. Assim se recorda de sua experiência em Washington: «Devo reconhecer que contar o fato de que sairia tarde me fez ser muito menos eficiente durante o dia, frequentemente menos que alguns de meus colegas, que conseguiam dar conta da mesma quantidade de trabalho e ir para casa a uma hora razoável».
Por outro lado, às vezes cumprir muitas horas é inevitável. Contudo, realmente há que fazê-las no escritório? Faz falta, é claro, passar um tempo lá, para reunir-se e comunicar-se pessoalmente com os colegas; porém não é necessário estar ali todo o tempo. Deveríamos, diz ela, mudar a mentalidade e conceber o local de trabalho como base de operações, não como lugar obrigatório para trabalhar.
Além disso,é necessário reduzir as viagens, o que, hoje em dia, é bastante possível devido às videoconferências..

A SOCIEDADE VAI SE TORNANDO MAIS FAVORÁVEL À FAMÍLIA
Ainda assim, fazem falta mudanças mais profundas. Hoje, «quem poe a carreira em primeiro lugar é recompensado; aqueles que optam por privilegiar a família não são levados em conta, não confiam neste ou os acusam de falta de profissionalismo». Todavia, replica Slaughter, uma pessoa que se esforça por atender bem sua família, com tudo que isso pressupõe atualmente, és provavelmente um trabalhador mais capaz e eficiente, pois suas qualidades de mãe ou pai também o capacitam a demonstrar valor também na profissão.

Conclusão: «A sociedade deve mudar, começar a valorizar as decisões de colocar a família adiante do trabalho. Se de verdade valorizássemos essas decisões, valorizaríamos as personas que as tomam; se valorizássemos a pessoas que as tomam, faríamos todo o possível para contratá-las e mantê-las; se fizéssemos todo o possível para lhes permitir compaginar trabalho e família, suas decisões seriam muito mais fáceis».

Slaughter admite que há diferenças insuperáveis, e que a carreira profissional de uma mulher não pode ser como a de um homem: não será uma ascensão ininterrupta, mas descontínua, com ocasionais reduções de velocidade, altos e baixos. Portanto, elas chegarão ao topo mais tarde; porém, em compensação, terão uma vida mais tranquila e proveitosa.

Slaughter está consciente de ser uma privilegiada, de que a maioria das mulheres têm problemas mais graves que os dela quando ocupava alto cargo em Washington. Contudo crê que se nas esferas de responsabilidade política e empresarial se implantarem essas mudanças, e estiverem atuantes mais mulheres, a organização social e trabalhista se irá tornando mais favorável à família, trazendo benefícios inegáveis também à grande maioria de mulheres comuns… e de homens.   Aceprensa
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1 http://www.delicious.com/redirect?url=http%3A//www.theatlantic.com/magazine/archive/2012/07/why-women-still-can-t-have-it-all/9020/

sábado, 26 de janeiro de 2013

"Faço mais falta em minha casa do que na Casa Branca" - 1ª parte

Autor: ACEPRENSA
Edición:323
Sección: Coloquio

Os filhos necessitam da presença da mãe em casa para seu melhor desenvolvimento? Será essa afirmação outro tabu, maior do que os outros que vão caindo? Até há pouco se discutia quão necessária é a presença do pai; agora, perguntamos o mesmo com respeito à mãe. Eis aqui uma opinião e decisão pessoal: uma mulher com um alto cargo que pensa que assim é.

Rafael Serrano

Anne-Marie Slaughter, professora de relações internacionais na universidade de Princeton e mulher de convicções feministas, causou comoção com um artigo em que reflete sobre sua experiência em um alto cargo político, do qual se demitiu para atender sua família. Seu ensaio Porque as mulheres ainda não podem ter tudo, publicado na revista The Atlantic (julho-agosto 2012), atingiu, em poucos dias, 725 mil leituras na versão digital. É o texto mais lido na história da revista e mais recomendado no Facebook, mais de 180 vezes.

Slaughter sempre havia desejado trabalhar na política exterior e tinha decidido que, se a oportunidade lhe fosse oferecida,  permaneceria no  posto todo o tempo possível. No princípio de 2009 seu sonho se realizou: foi nomeada diretora de planejamento de políticas no Departamento de Estado; era a primeira mulher que ascendia a esse cargo. Porém, há dois anos se demitiu e voltou a Princeton, porque concluiu que em sua casa, com dois filhos, o maior em plena crise da adolescência, fazia mais falta que na Casa Branca.

COM UM SORRISO DE SUPERIORIDADE
«Eu era uma mulher que respondia com uma sorriso de condescendente superioridade quando outra me dizia que havia decidido deixar o trabalho por um tempo, ou seguir um itinerário profissional menos competitivo para dedicar mais tempo à família», confessa Slaughter. Contudo o trabalho no governo de Obama a fez ver as coisas de outra maneira. «Las crenças feministas em que havia baseado toda a minha carreira cambalearam».

Até então não havia percebido algo «talvez óbvio»: que «ter tudo, ao menos no meu caso, dependia quase por completo do tipo de trabalho que tivesse». Como professora da universidade, se permitia a flexibilidade suficiente para compaginar trabalho e família, porque ali era dona de sua própria agenda: «Podia estar com meus filhos quando fizesse falta, sem que o trabalho ficasse inacabado».
Por outro lado, «ter tudo não é possível em muitos cargos, incluídos os altos cargos no governo, ao menos não por muito tempo». Slaughter havia acreditado que sim, especialmente porque seu marido, também professor universitário, a apoiava e estava disposto a suprir sua ausência, remanejando seu trabalho fora de casa para estar com os filhos.

Agora diz que isso não é suficiente. Porque, «de acordo com minha experiência», é errôneo pensar que «uma mulher ficará tão tranquila estando longe dos filhos se o marido está em casa com eles, como um homem na mesma situação se a esposa permanece em casa com os filhos». E isso, acrescenta, não é só por estereótipos sexuais, senão por um «imperativo amplamente materno ».

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

EmContando – 18 - O sono

Por Agnes G. Milley
Dormi pouco e muito mal. Acordei cedo e passei a manhã fazendo bobagens por conta do sono que me torturava. Trabalhar com sono é sofrido, além  do tempo  perdido.
Procurei  o resultado de um exame em todos os envelopes  etiquetados como EXAMES MÉDICOS . Era urgente achá-lo, mas não estava em  nenhum  dos envelopes, relativamente bem organizados.  Depois de   afligir-me bastante  , veio-me à cabeça a pergunta assustadora: será que o  abandonei em algum lugar? Farmácia, supermercado, banco, banca de jornal..? Isso tem me acontecido com certa frequência. Parei, me  recolhi e então veio a resposta em forma de mais uma pergunta: 
“Será que você pegou esse exame no laboratório no mês passado?” Telefonei . Ele estava lá, no laboratório, esperando por mim.
Depois,  tentei fazer as contas das despesas da semana , na calculadora, três vezes, e obtive três   resultados totalmente diferentes a cada nova tentativa.  Acabei por optar pelo papel e lápis e aí deu tudo certo.
 Parti ,então,  aliviada, à procura da história da semana que também não achei, mas reencontrei um pequeno conto africano que me fez rir pela coincidência.

O Sono dos Três Irmãos
O velho fazendeiro morreu e os dois filhos mais velhos não se preocuparam com nada, apenas o caçula passou a noite ao lado do pai morto, chorando até a manhã seguinte, quando adormeceu de cansaço. Os irmãos mais velhos decidiram, então, dividir entre si a herança, enquanto o caçula dormia. Um ficou com a casa e os campos, o outro se apropriou dos estábulos e dos animais. Quando o caçula acordou, disseram-lhe, zombando:

“Dividimos a herança enquanto você dormia, para você sobrou apenas o sono!”

Os vizinhos estranharam que o caçula tivesse ficado quieto diante dessa injustiça, e além do mais, parecia divertir-se com a situação!

Os irmãos puseram-se a trabalhar e tiveram que trabalhar muito, pois lhes faltava agora a força do pai e a ajuda do caçula que se deitara na sombra e adormecera novamente.

À noite os dois moços que se achavam muito espertos, deitaram cansados nos seus leitos de palha, mas no momento em que o mais velho tinha adormecido  o caçula foi lá, chacoalhou-o e disse:
“Ei, você não pode dormir, o sono é meu, só meu”.

E assim fez com o outro irmão também e por noites seguidas acordava-os cada vez que adormeciam. Os dois não se aguentavam mais em pé e foram falar com o homem sábio da aldeia. Este, rindo, sugeriu-lhes que fizessem a divisão da herança mais uma vez, com o caçula presente e de  forma justa.

Não viram outra alternativa, pois estavam tão exaustos que nem conseguiam mais trabalhar.
E esta história é contada na África até os dias de hoje.

(Recontado por Karin E.Stasch em “Um Coração Contente” – Ed. Fernando Bilah, Botucatu – 2007)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Um filme pra divertir a garotada – Um zelador animal

Assisti a este filme na TV, com minhas filhas menores e achei bem divertido, água açúcar, e com algumas boas lições de vida a se tirar.

É um filme americano de 2011 e estrelado por Kevin James e Rosario Dawson. Conta a história de um solitário guarda de um zoológico, que pensa em deixar o emprego porque não consegue recuperar a garota dos seus sonhos, uma ex- namorada. Então, os animais do zoo, resolvem ajudá-lo, e para isso acontecer, eles começam a falar com o zelador.

Griffin Keyes é o feliz como zelador de um jardim zoológico. Para ele, nada era mais normal do que conviver com leões, elefantes, girafas, ursos e gorilas. Tinha o costume até de conversar com eles, mesmo sem que eles pudessem responder.

Sua história começa a mudar quando ele percebe que sua ex não se conforma com sua falta de ambição e ele começa a querer mudar para agradá-la. E os animais certos de que “o boa praça” deveria ter uma segunda chance com as mulheres, resolvem dar uma de conselheiros amorosos e começam a "falar" com ele, quebrando o código de silêncio que existia.

São hilárias as cenas dos animais ensinando como conquistar uma fêmea e como demarcar terreno.
Porém os animais  não contavam que a ex-namorada fosse uma megera e que iria afastá-lo do zoo para levá-lo para um mundo de futilidades e falsidades.

É quando chega a hora de Griffin acordar e descobrir o verdadeiro sentido das palavras amor e amizade. E dar outro rumo a sua vida.

Vale a pena assistir. Bom para toda a família.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Direitos de uma mãe de família

Uma mãe, que passa a vida inteira dedicada à família : marido e filhos, deveria ter pelo menos direito a uma aposentadoria compatível com tudo que investiu de si mesma.

Imaginem o quanto o marido faz de economia tendo a mulher com gestora de seu lar, cuidando de todos os afazeres domésticos e satisfazendo-o também na vida conjugal , uma mulher para toda a vida, com dedicação e carinho.  Essa mulher merece pelo menos uma atenção diferenciada. Um retorno de 100% de carinho e dedicação.

Vemos, com cada vez mais frequência, mulheres que usam a maternidade para obter lucros imediatos e seguros, com homens de alto poder aquisitivo; e no final elas conseguem seu intento com juros e correções monetárias . As famosas espertas , as oportunistas, conseguem tirar tudo o que querem desses homens ricos e bobos, que se deixam levar pelo "canto das sereias".  Essas conseguem driblar as leis e levar a melhor.

A verdade é que nós, as mulheres de verdade, as esposas dedicadas, não deveríamos nunca precisar nos preocupar com assegurar esse lucro monetário, por termos a estabilidade  de uma família constituída com os laços do matrimonio. Essa certeza de que tudo o que fazemos é para o bem maior da família.

Mas quando isso não acontece? Como ficam as mulheres que se dedicaram a vida inteira, ou uma boa parte dela, exclusivamente ao marido e filhos, e, de repente, são descartadas como cartas de baralho? É justo que fiquem desprotegidas por nossas leis, e deixadas sem seus direitos adquiridos e sem nenhum apoio financeiro, para continuar sua jornada com dignidade ?

É preciso abrir os olhos dos nossos juristas e nossos representantes governamentais, para que essas leis sejam mais justas e respeitem o valor dessas mulheres que se deram por amor sem pedir nada em troca. E fala-se tanto nas mulheres no poder, PRESIDENTES - a língua portuguesa deve ser respeitada, sem servir a sentimentalismos -, ministras, senadoras, deputadas, mas continuamos desrespeitadas.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O "Sim!" nosso de cada dia

Por Maria Teresa Serman
Acabamos de comemorar o nascimento de Jesus, o Filho Unigênito de Deus, como confessamos no Credo; o Salvador, o Messias tão esperado pelo povo eleito, a partir daí toda a humanidade. E essa alegria que os anjos comunicaram aos pastores e aos homens de boa vontade; aos Magos que de longe vieram para prestar homenagem ao recém-nascido rei; àqueles de nós que O recebemos em nossos corações, mais do que no presépio, que tem lugar de honra em nossas casas nesse tempo jubiloso; enfim, essa incomparável graça que a criação esperava ansiosamente desde a queda dos nossos primeiros pais, Adão e Eva, só foi possível por um "Sim!", "Fiat!", "Faça-se em mim segundo a Sua palavra", que uma jovem pura e cheia de graça proferiu ao arcanjo que lhe manifestou a intenção divina, não uma ordem do Todo-Poderoso.

E para que se faça a redenção que o Menino, depois de trinta anos de trabalho cotidiano e oculto, em uma aldeia sem importância na Galileia, e de três anos de ensinamento e milagres pelos caminhos que percorreu, consumou na cruz, é imprescindível que continuemos dizendo o "Sim!" da Virgem Santíssima, essa entrega que ela também compartilhou ao pés da mesma cruz a que seu filho estava pregado. De pé, com uma coragem nunca vista em um coração materno transpassado pela dor.

Apesar do drama da crucificação, o sim de Maria, e o nosso de cada dia, é simples, despercebido, em seu montante total. É o sim de cada dia indo à fonte pegar água para cozinhar e manter limpa a casa onde viviam seu filho e seu esposo; é o sim de lavar, na mesma fonte, as roupas; de cozer o pão e preparar a comida que alimentaria os três; de tecer as túnicas e cerzir as roupas; de sorrir aos seus amores, assim como às outras pessoas por perto, com carinho e benignidade, apesar do dia cansativo e quente que teria tido.

Seu amor - nunca mera conformidade - à vontade do Pai transcendia o seu especial círculo familiar. Era mais amplo, antecipava-se às necessidades, como bem demonstrou nas bodas de Canã, quando percebeu que o vinho havia acabado e, a pedido seu, Jesus fez seu primeiro milagre. Desse modo, também podemos apurar nossa sensibilidade, ficando atentos ao que os outros, próximos ou não, precisam, no plano material e principalmente no espiritual. As almas têm sede do vinho especial que só Jesus lhes pode dar, da água que Ele prometeu à Samaritana. Esse vinho, essa água, é através de nós que se derramará. Não por nossas qualidades, mas porque o Senhor assim o quer, pela nossa vocação, recebida no batismo.

Se nos recusamos, seremos profundamente infelizes, e comprometeremos nossa salvação e a daqueles que Ele nos destinou como rebanho. Também nós somos pastores, bons pastores, que precisam carregar muitas ovelhas nos ombros, sentindo o seu peso, conduzindo-as, mesmo que se percam e fujam para longe. E isso frequentemente acontece, por ironia, com os que estão mais perto de nós, por afeto ou consanguinidade. Esses nos custam muito, rasgam nossa carne e exaurem nossas forças. Mas, não podemos desistir, porque são nossa responsabilidade, e, sem eles, não entraremos no paraíso.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Deus e os filhos (2ª parte)

Do mesmo livro já citado na primeira parte.
Escrevo-te a ti, que és pai. Quero falar contigo, que és mãe. Quero conversar com os dois, com todos os que têm - devem ter - a satisfação, o encanto, a alegria de ser colaboradores de Deus no nascimento e na educação dos seus filhos; com todos os que alimentam a nobre ambição de formar homens leais, íntegros, confiantes, responsáveis em face de Deus e em face do mundo.

Também quero falar convosco, que conheceis de perto a dor da vida e não quereis que os vossos filhos escutem os gritos do pecado.

Também escrevo estas páginas a todos os que quiserem começar novamente a vida porque caminham cheios de pesar. Oferece-se a vós um caminho novo, para que os vossos filhos não tenham de lamentar-se daquele que terão.

Também quero falar contigo - covardezinho -, que andas tão entusiasmado com os teus filhos que te aterroriza pensar que um dia possas deparar com a contrariedade. Dá a impressão de que tens receio de falar em voz alta da alegria que os teus te proporcionam, como se tivesses escapado à dor que o Senhor reparte com todos. Pensas acaso que Deus não sabe o que se passa contigo? Levanta a cabeça e reconhece o dom que o Senhor te concedeu. Não vês que, de outro ´modo, estás a ser ridiculamente supersticioso? Goza e sonha como os filhos, mas dá graças a Deus Por que te encolhes dessa maneira? Pensas que o Senhor não quer que sejas feliz na terra?

Escrevo estas linhas aos que têm e querem ter filhos. Àqueles que não os têm, porque o nosso Pai Deus não quis que os tivessem, a esses não posso dizer nada  nesta carta. Mas quanto aos que não os têm porque fecharam brutalmente as fontes da vida, esses que não leiam estas páginas, porque vou falar de AMOR e não me podem entender. Hão de querer traduzi-lo por CARNE e essa linguagem só se fala no inferno. Que se arrependam, que desandem o caminho andado, que mudem de vida.(...)

Nesta vida, podem-se fazer muitas coisas grandes. Nenhuma,porém, tão nobre, preclara e bela como esta: ajudar um filho a tornar-se homem, cristão, santo.

Grande e sublime a missão a tua, mãe, porque será tua a glória dos teus filhos. Que coisas não quis dizer aquela mulher emocionada à vista de Cristo e entusiasmada com a Sua Mãe! No meio do povo, demonstrou o seu agradecimento com um grito: Bem-aventurado o ventre que te trouxe! Bem-aventuradas as mães que se esforçam por formar cristãmente os seus filhos!

Embaixada sacrificada a tua, pai, que não verás por muitos dias o fruto dos teus trabalhos.

Terás que passar por desvelos, tristezas e receios; por desalentos, desassossegos, cuidados e preocupações; hás de passar por sonhos e esperanças. E chegareis, pais, mães, às grandes alegrias, aos grandes alvoroços, aos grandes entusiasmos, às grande realidades. Chegareis a dar um fruto inegável.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Deus e os filhos (1ª parte)

Esta compilação de trechos retirados do livro DEUS E OS FILHOS, de J. Urteaga visa homenagear o aniversário natalício de S. Josémaria Escrivá, comemorado no dia  9 de janeiro.

A primeira coisa que Deus feito homem viu nesta terra em que vivemos foram os olhos de uma Mãe.

Alegrai-vos, vós que tendes filhos! alegrai-vos!

Vós, quem quer que sejais, correspondestes à vocação, ao chamado do Senhor. Colaborastes com Deus nos nascimento dos filhos. E Ele - que começou obra tão bela - há de terminá-la.

Vós, pais e amigos, se ajudardes muitos filhos a conquistar o céu, brilhareis eternamente como as estrelas.

Os filhos - dom de Yavé - são como setas nas mãos do guerreiro. "Bem-aventurados os que têm muitos filhos! Não serão confundidos." (Sl 126,4-5) (...)

A empresa de que te quero falar apresenta-se cheia de grandiosidade. Temos de começar por baixo. Por Cristo e pelo lar.
O que me preocupa é o lar, muito mais que o ambiente maligno e virulento da rua. O que me tira a tranquilidade é a vida que os teus filhos aprenderão a viver em tua casa, à vista do teu exemplo, ao contágio da tua vida; não é tanto o que possam aprender da infidelidade e da deslealdade dos outros. O que me inquieta é saber se lhes podes dar o "muito" que é necessário para se viver cristãmente nos nossos dias.(...)

Reparas o que podemos fazer amanhã, num amanhã cuja aurora já desponta, se agora formamos os teus filhos, os nossos homens ( e mulheres), tal como Deus e a Igreja os querem? Leais, decididos, resolutos, empreendedores, responsáveis, laboriosos, amigos da liberdade, sem medo, sem falsas vergonhas, sem escrúpulos (exagerados), sem temor; com esperança, com amor, com um grande amor, com uma caridade forte, que os leve a dar de comer a quem tem fome como a despertar os adormecidos, que são muitos e se arriscam a perder o céu,

Os filhos! Os teus filhos! São a esperança de Deus! (...)

Por que ficas pensativo? Parece-te pequena a empresa, ou impossível de realizar por ser grande demais? Não sabes que contamos com Deus? E "quem é semelhante ao nosso Deus..., que faz com que a estéril, sem família,s e sinta mãe gozosa de filhos?(Sl 112,5-9.

Não sejas pessimista. Anda! Vamos adiante.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Portal de Horário de Missas

O portal Horário de Missa surgiu da necessidade de muitos fiéis católicos de encontrar uma Missa numa cidade na qual está visitando, ou de encontrar uma Missa em um bairro da sua cidade que não conhece muito bem.

Há doze anos atrás, ao viajar para Boston, conheci um portal de horários de Missas para todas as cidades dos Estados Unidos e fiquei imaginando como seria bom ter algo similar para o Brasil”, conta um dos desenvolvedores do projeto.

Muitas vezes queremos assistir à Missa quando estamos viajando e não é fácil encontrar os horários”, diz Luís, um dos colaboradores do projeto.

Lançado com cerca de 2.000 Igrejas, o portal Horário de Missa (www.horariodemissa.com.br) tem como missão oferecer aos fiéis católicos, de maneira gratuita, uma forma moderna de consultarem os horários e os endereços das Igrejas em todo o território Nacional.

Nosso objetivo é ter 100% de cobertura até o fim de 2013”, afirma José Antonio Oliveira, líder de desenvolvimento do projeto. “Não é fácil porque muitas informações não estão online e é preciso fazer muitos telefonemas”, continua Oliveira.

O portal conta com uma área cooperativa onde os usuários podem fornecer informações sobre as paróquias que conhecem e ajudar a aumentar rapidamente a rede de Igrejas cobertas pelo serviço.

Algumas páginas legais do site:

Cadastre sua paróquia ou ajude pesquisando Igrejas:  http://www.horariodemissa.com.br/formcolabore.php
Todas as dioceses do Brasil: http://www.horariodemissa.com.br/paginas/dioceses.php
Curiosidades: http://www.horariodemissa.com.br/paginas/curiosidades.php

Algumas curiosidades que o site apresenta são a Igreja mais ao norte, mais ao sul, mais ao leste e ao oeste. A Missa mais cedo no Brasil e a mais tarde.





sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

EmContando – 17 - O resgate

Por Agnes G. Milley
Voltando um pouco no tempo, quero contar uma sucessão de episódios que me emocionaram bastante.

Tudo começou na quinta-feira antes do Natal. Fazia muito calor e decidimos procurar um ar fresco na rua. Fomos até a Lagoa para ver a Árvore.   Paramos  na beira da lagoa no trecho bem em frente à Igreja Santa Margarida Maria. A Árvore estava bonita como sempre, mas dessa vez a protagonista da noite não foi ela.

Minha netinha Mariana viu a água se mexer e perguntou ao pai:
“Aqui tem peixe ?” Logo em seguida pessoas a nosso lado começaram a chamar aflitas: “Olívia, Olívia.... aqui Olívia”. Foi muita comoção, choro e desespero.  Aos poucos fomos entendendo que o movimento que Mariana vira na água era de um cachorro nadando com dificuldade.Olívia, a cachorra, era velha e cega. Por um momento de descuido da família, ela deu um passo em falso e mergulhou na água escura da lagoa. Gritos e correria se seguiram por alguns minutos até que uma jovem ligou do celular para alguém, explicando que a dona da cachorra estava passando mal e precisava de ajuda.

“Chamem os bombeiros, chamem os bombeiros” era  o que ouvíamos  além das vozes aflitas da família que continuava  a chamar por Olívia      já  engolida pela escuridão.

Não demorou muito e és que surge um barco todo branco engalanado com luzes vermelhas e azuis, tripulado por vários homens dispostos a achar a Olívia. Era o barco de apoio à Árvore. Ele  circulou pela lagoa, lanternas piscaram, o mangue foi vasculhado, mas nada de Olívia.

Chegaram os bombeiros também  . Alguns  homens ficaram na margem, outros no manguezal e mais   dois  se juntaram  aos do barco.  Cada folha que caía, cada pio de ave ou batida de onda era um sopro de esperança. Confundia-se qualquer som com o  possível gemido de Olívia cansada.

Os corredores, ginastas e ciclistas curiosos, aos poucos, se retiraram. Os que ficaram tentavam consolar os donos da cachorra. Mariana não perdia as esperanças. “Ela pode estar viva ainda”,   murmurava  baixinho e não quis vir embora até saber o desfecho da busca.

Subitamente, lá do meio da lagoa vieram  gritos de vitória. Olívia estava viva.  Os homens do barco  ganharam o dia, a dona de Olívia ajoelhou-se abraçada a seu animalzinho e os agradecimentos e votos de Feliz Natal foram os mais sinceros e calorosos que eu jamais poderia imaginar. Olívia, agora de coleira, caminhava satisfeita, ignorante das emoções que  acendera durante aquelas quase duas horas.

Na manhã seguinte dei falta de minha carteira de dinheiro. Não consegui entender como alguém poderia ter me roubado na noite anterior. Mistério! Nenhum de nós três conseguiu lembrar-se de  alguma situação que pudesse ter favorecido um batedor de carteira.

Telefonei para os bancos, cancelei meus cartões e fui à delegacia para registrar a perda de minha carteira de identidade e CPF. Já mais calma, em casa, atendi o telefone. Um voz  rouca se identificou como  dono da banca de jornal onde paramos na noite anterior para beber água.

Ele disse: “ Hoje cedo, quando abri a banca, achei uma carteira.  Encontrei  nela um cartão com esse telefone. A senhora é a dona Agnes? Se a carteira é sua pode vir buscá-la. Vou ficar aqui o dia todo. Um bom dia para a senhora”.

De fato foi um bom dia. Com a Olívia e minha carteira salvas eu só pude agradecer tamanha solidariedade quase nas vésperas do Natal.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Maquiagem x Calor (E que calor!)

Por Maria Teresa Serman
As temperaturas têm estado em alturas nunca vistas antes, por quase todos nós; o sol, inclemente; a maquiagem, se desfazendo como a de palhaço que chora. Então, aí vão algumas dicas para segurar mais os produtos e proteger a pele.

Em primeiro lugar, limpeza. No verão, para peles mais oleosas, sabonetes ou gel de limpeza são ideais. Se incluírem ativos anti-oleosidade, como ácido salicílico, melhor ainda. Para a pele seca ou madura, mais delicadeza, observando ainda que, quanto mais se tira a oleosidade, mais o corpo repõe. Logo, não se pode ressecá-la, e sim equilibrar o tônus facial e corporal.
Para limpar em profundidade, a máscara de argila é essencial, uma vez por semana, seguida de loção adstringente ou calmante.

Cremes adequados para quem precisa - é bom lembrar que a pele oleosa também necessita de hidratação, que lhe fornece umidade, não óleo. A seguir o filtro solar, alguns de toque seco, outros mais específicos que controlam a produção de óleo. Não fazemos propaganda de produtos, há variados e ótimos, mas nesse aspecto existe um bom, da ROC, Minesol oil-control.

Iniciando a maquiagem, o primer auxilia sua duração e contribui para corrigir falhas. A base pode ser fluida, sem óleo, para peles oleosas, ou mais espessa, para ocultar manchas, mas sem pesar a mão. Aplique com um pincel próprio ou uma esponjinha triangular, à venda em lojas ou farmácias. Vêm quatro delas, são pequenas e práticas, inclusive para espalhar corretivo e limpar excessos, elevando a sombra esfumada no canto externo do olho. Se quiserem um efeito mate (seco), como eu, apliquem um pó translúcido com pincel adequando, nunca a velha rodela peludinha que vem(ou vinha) nos estojos. Esta fixa o pó com muita força, fazendo placas sem uniformidade. Desta vez a dica é mais popular e barata: pó facial da Payot, antigo e eficiente, ainda contém um brilhinho sutil que deixa a pele mais bonita.

Pulei o corretivo direto para o pó. Já dissemos aqui que o corretivo deve ser aplicado com leves toques, ou pincel, antes da base, em tom conveniente ao da pele, senão em vez de ocultar vai mascarar. Sinto recomendar algo que pesa no bolso, mas o melhor, para mim e muitas,  é o incomparável Effacernes, da Lancôme. Fácil de aplicar, com textura que não marca linhas de expressão, e dura bastante. Não reaplique o corretivo jamais, a não ser que ele tenha desaparecido completamente. Mesmo assim, uma leve camada. O melhor é retocar com iluminador, e aí vai mais uma recomendação onerosa, mas perfeita: Touche Éclat, de Saint Laurent, para levar na bolsa sempre.

Blush em pó ou tonalizante também em pó. Pode-se usar o segundo para conferir um efeito luz e sombra, aplicando na base das maçãs do rosto - consegue-se acertar o lugar fazendo biquinho e assim secando as bochechas - e subindo pelas laterais do rosto até a sobrancelha. O blush é então aplicado suavemente na parte mais carnuda da bochecha, para dar um toque de sol. Ah, o tonalizante deve ser aplicado ainda no meio do rosto, para parecer bronzeado. Faça uma linha vertical, com mão leve, descendo da testa até o queixo.

O resto fica para o próximo capítulo, digo, texto.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Quando a mãe faz falta

Filho nenhum gosta de ver sua mãe doente, nem o marido também. Todos se unem em cuidados para que ela fique boa o mais rápido possível. E quando o tempo passa e ela continua doente, aí a coisa muda de figura. E cada um reage de uma forma diferente.

Já ouvi filho falar que a mãe não está se tratando direito, porque quer ficar doente; outra dizendo que a mãe não se cuida e se cansa, e assim  cansa a todos ao redor. Que fique claro, isso não acontece em minha casa.

O foco está na questão de os filhos julgarem a mãe um ser acima de qualquer problema, imune a todo e qualquer mal, a figura central do lar e da família. Quando percebem, porém, que ela não tem esse poder todo, e que é um simples mortal como qualquer outro, aí então todos tremem nas bases, há uma ruptura das estruturas, e cada um se segura como pode, e, nesse abalo, muitos se revelam . Uns mostram seu equilíbrio pessoal, suas virtudes desenvolvidas ao longo dos anos, ao lado dessa mãe; outros expõem sua imaturidade, não aceitando a situação e tornando as coisas bem piores do que possam estar.

Mãe deveria sempre ser tratada com carinho, paciência e amor filial; quando não a temos mais é que podemos ver com clareza o quanto faz falta e como era bom tê-la, mesmo com suas deficiências.
A figura materna é importante não só pelo que faz fisicamente, com seu trabalho do dia a dia, mas também pelos conselhos, pela companhia, pelo ombro e ouvido amigo.

Porém, existe uma etapa na vida dos filhos, no final da adolescência, quando a mãe parece ser apenas um robô serviçal que, de preferência, não deve falar, só agir, e, NUNCA dizer “Eu te avisei!”. Essa atitude se modifica quando os filhos casam e constituem suas próprias famílias, e têm seus filhos para educar e criar. Nesse momento, voltam a nos ver como amigas confiáveis, com quem podem contar sempre.

Parece triste essa constatação, pelo menos um tanto melancólica, talvez seja fruto de tanto ouvir mães se queixando de que, quando os filhos crescem, e estas pensam que terão amigos, aliados, eles se fazem distantes e buscam outros ouvidos para desabafar;  se esquecem de seu tempo de criança, quando corriam para o colo da mãe ao ouvir uma trovoada, ou ao acordar à noite, depois de sonhos agitados.

Tudo isso faz parte da vida, é natural que seja assim, não é para desanimar-nos como mães. É só esperar com paciência e saber ir remanejando o tempo que nos sobra para outras atividades, nesta nova vida após a maternidade.

Reparem que o homem é o único mamífero totalmente dependente da mãe nos seus primeiros meses de vida (ou anos). Por isso formamos uma ligação muito forte e ao chegar o momento de soltá-los, tudo fica mais difícil. E custamos para perceber a hora certa para deixá-los seguirem sozinhos, confiando no amor e na educação que receberam de nós.

Muitas mães que trabalham fora dizem que, quando o filho chegar à adolescência, então vão parar de trabalhar para fazer mais companhia a ele. A estas gostaria de contar um segredo: o momento certo passou. É irônico, mas nesta fase é quando menos nos querem por perto, apesar de ainda precisarem e muito. É um tempo perigosíssimo, ainda mais com a internet, drogas, libertinagem, companhias. Eles podem até colocar gente estranha dentro de casa quando sozinhos. Mas a infância é justamente o melhor tempo da vida deles, o momento ideal para passarmos valores e para sermos ouvidas , para formarmos melhor nossos filhos para a etapa seguinte, da puberdade. Esta poderia ser a chance para começarmos a procurar um trabalho fora, Assim teríamos tempo para estar supervisionando os filhos jovens e ver o produto do que investimos em  longos anos de dedicação.

A mãe sempre será necessária, quer eles queiram ou não, por isso nunca devemos nos intimidar com seus ataques de independência, e podendo, jamais negligenciá-los, quer na infância, quer na adolescência, por toda a sua vida, que é a nossa também.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Superstição – vale a pena?

Canso de ver pessoas bem instruídas carregando nas suas bolsas alguns objetos a que atribuem poderes especiais. E, mesmo sabendo que Deus é o Bem maior, o Ser supremo que gera e permite todas as coisas, acreditam que tais “coisinhas” podem mudar situações complicadas da vida.

Em um mundo repleto de problemas naturais e de lutas diárias para sobreviver, muitas vezes vemos pessoas apelando para o sobrenatural, porém, de forma estranha, achando que, com a ajuda de amuletos, tudo vai se resolver melhor. “ E se?” “Vai que resolve!” – e por aí vão as argumentações para justificar o uso de tais recursos.

Comer romã na virada do ano pode ser a coisa mais natural, numa terra onde temos a romã como fruta comum, encontrada em qualquer casa que tenha um bom quintal. Agora, chupar os graus da romã, em numero de 7, e guardá-los na bolsa para que ajude a termos dinheiro o ano inteiro, já são outros quinhentos. Essa superstição de final de ano provocou uma sumida nos mercados dessa fruta e fez com que seu preço ficasse por hora da morte. Logo, a fruta enriquece sim, mas a quem a tem pra vender! Esse é apenas um dos milhares de exemplos que eu poderia dar, de coisas que vão se tornando os “bezerros de ouro” da atualidade.

E, se o ano acaba sendo um ano de fartura e de sucesso no trabalho, a pessoa acha que tudo foi obra dessas sementinhas milagrosas que carrega na carteira. Caso o ano seja de prejuízos ou apertos, então o que fazer? Culpar a Deus, é lógico. Lógico nada! É a falta de bom senso imperando nas mentes que conseguem dar força a objetos, mas não conseguem ver a força do Pai celestial.

Precisamos fazer a diferença entre essas crendices  e o que é sagrado, o que vem de Deus e de seus poderes.

Rezar um terço, pedir a interseção de um santo ou da Mãe de Deus, Maria Santíssima, para que resolvamos qualquer problema, não é crendice, é confiar na misericórdia de Deus, e que, aconteça o que acontecer, será o melhor para nós.  Não temos um terço na bolsa para nos dar sorte, e sim para nos ajudar a rezar; carregamos um crucifixo ou  uma medalha numa corrente ao pescoço para lembrarmos do amor de Deus por nós, entregando Seu Filho até a morte de cruz para nossa salvação, e da interseção dos santos junto a Ele. E não deixaremos de crer, mesmo que as dificuldades permaneçam, porque para Deus tudo é possível, e que, se Ele permite que as dificuldades aconteçam, é porque vai tirar um bem maior de tudo.

Vamos avaliar melhor nossas crendices, começar o ano, fazendo propósitos para largarmos de lado tudo o que nos afasta da verdadeira fé, e dar exemplo aos nossos filhos de confiança na providência divina e deixar o resto de lado.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Coerência de Vida

Por Maria Teresa Serman
A inspiração para este texto me veio de um desabafo, no qual não entro em detalhes, por serem pessoais. Contudo, esse caso não é único, mas muito frequente - mais frequente do que julga a maioria descrente do valor da castidade nos dias de hoje. 

Namoros que estavam indo bem, com afinidades claras e afeto crescente, acabam quando o rapaz descobre que sua namorada é virgem e que assim pretende permanecer até o casamento. A reação de alguns é abjeta, revoltante mesmo, pois ofendem a moça insinuando que há algo errado com ela, que é uma aberração, que tem uma atitude ridícula. Por outro lado, a jovem percebe, então, que buscou um espírito profundo em alguém raso e sem qualificação moral à sua altura. Uma grande decepção!

A descoberta do outro como pessoa total, e não principalmente física; o aprofundamento de uma convivência insipiente; a comunhão das almas, que prepara o relacionamento matrimonial futuro; a diversão e a leveza característicos do NAMORO, e não do concubinato moderno; enfim, tudo que é adequado a essa fase inesquecível da vida de um casal fica em segundo, ou nenhum plano, quando se decide comprometer o corpo sem responsabilidade e entrega total àquele com quem se repartirá a vida.

Cada um sabe como deve orientar seus atos e o que deve considerar certo para si mesmo, nisso reside o que S. Josémaria Escrivá chamava de "liberdade das consciências". O que causa espanto, para não dizer revolta, é que as pessoas estão considerando essa liberdade uma rua de mão única: certas são as que têm relacionamentos fugazes e múltiplos, como corpos (sujeitos a graves doenças por esse comportamento) sem alma, descartáveis, sem sequer conhecerem a pessoa, e, muitas vezes, sem nem terem a desculpa do sentimento, esquisitas são as que se preservam por um amor maior e único; as mães de famílias numerosa são agressivamente tachadas de loucas e irresponsáveis, enquanto o egoísmo dos casais prefere um filho só que lhes poupe trabalho e gastos, não importa a solidão da pobre criança mimada; ridicularizado é o celibato sacerdotal, que se escolhe livremente, para estar inteiramente disponível para Deus e as almas, enquanto a promiscuidade é louvada como virilidade e autonomia. Estranha escala de valores!

Parecendo coincidência, mas não acredito nela, coube-me ler hoje este trecho do Novo Testamento, hábito diário de muitos, que esclarece perfeitamente essas contradições cruéis: da epístola de S. Paulo, 1Cor. 2, 6-7, eis o que li:

"(...) o que pregamos entre os perfeitos é uma sabedoria, porém não a sabedoria deste mundo nem a dos grandes deste mundo, que são, aos olhos daquela, desqualificados. Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus predeterminou antes de existir o tempo, para a nossa glória."

E continua na mesma abordagem, no capítulo 3,19: "(...) porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois (diz a escritura) ele apanhará os sábios na sua própria astúcia."

Sabemos que Jesus assegurou, porém, que aquele que perseverasse triunfaria. É preciso muita fortaleza, que vem da nossa Mãe Santa Maria, "Torre de Marfim", paciência infinita e compreensão para entender que devemos respeitar os que pensam diferentemente, ainda que eles não retribuam, e difundir a doutrina cristã, pelas nossas atitudes mais do que em palavras, apesar da nossa fraqueza, pois só somos fortes nAquele que nos sustenta.

Homenageio a pessoa amada que me inspirou o texto, e a outras queridas meninas, por sua retidão e coragem, por seu amor a Deus e aos irmãos, que respeitam, não usando seus corpos levianamente, e o apóstolo que, inspirado pelo Santo Espírito, nos deixou esse testemunho reconfortante.

domingo, 13 de janeiro de 2013

É difícil enfrentar um inimigo instalado na sua cabeça

Por Maria Teresa Serman
Esta frase é uma das que recolhi do meu seriado preferido, ao qual já me referi aqui. É de uma escritora ou publicitária, não guardei a profissão, chamada Sally Preston. Achei bastante aguda, no sentido de que se refere a determinadas ideias ou impressões que nos assombram, e que podem nos dominar por longo tempo, prejudicando nossa saúde emocional e a até ameaçando a nossa felicidade.

Pode ser o ciúme, real no início, mas que se torna uma doença fatal para um casamento; ou uma desculpa que arranjamos para justificar nossos erros, colocando a culpa no outro, colega de trabalho ou cônjuge; ou ainda algo na nossa infância e adolescência que nos desagradou e se fixou em nossa mente, transformando a vida, nossa e dos que nos rodeiam, em tortura, porque não conseguimos superar. Torna, qualquer um desses componentes, o sujeito da emoção extremamente cruel e faz sofrer profundamente aos que são alvo dessa emoção doentia.

Aliás, essa é a questão: devemos buscar uma ajuda idônea, um tratamento com um profissional de princípios, uma direção espiritual e confissão, a oração que leva ao exame do que é real e daquilo que é fruto do nosso orgulho, quando ficamos como um cachorro que busca abocanhar uma mosca que lhe pousou na ponta do rabo. A mosca é indigesta e impossível de alcançar, e o cão perde um tempo valioso, em que podia passear, estar com seu dono, comer, se espreguiçar, olhar ao redor. Há problemas reais que nos fazem sofrer deveras, e dos quais só nos apercebemos com ajuda adequada, não adianta tentar sozinho. Contudo a maioria, ou uma grande parte, é criada e alimentada pelo ego que se sente humilhado e posto em segundo plano. Já dizia Stª Teresa que a imaginação é a louca da casa. Para alguns de nós, ela até precisa de camisa de força e internação.

Não tente se vencer sozinho, pois isso só aumentará o problema e fará o sofrimento insuportável, VOCÊ insuportável. Mecanismos emocionais ou mentais são poderosos, mas podem ser controlados e erradicados, porque a psicanálise, a psiquiatria e a farmacologia avançaram bastante. Ninguém é louco por procurar um psiquiatra, esse conceito está obsoleto. Mas pode ser covarde, por uma triste ironia de se julgar forte o suficiente para enfrentar sozinho algo que está acima de suas forças e além de seu entendimento. Não é uma questão de falta de fé ou amor, mas de arrumar a casa: a mente, o coração, a alma. Esse trio deve andar no mesmo ritmo, senão o descompasso será sinônimo de infelicidade, para si mesmo e para os outros que o amam.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Uma constelação de famílias – parte 2

Continuação do texto postado pelo padre Francisco Faus, conhecido por suas numerosas obras pela Editora Quadrante, em seu site www.padrefaus.org , no dia 8 de dezembro passado, dia da Imaculada Conceição. 

 A família, sim, a família já foi e deveria ser agora o caldo de cultura mais propício para a descoberta, a valorização, o aprendizado e a prática das virtudes. Mas, em que pé está a família entre nós? Será que há algum empenho dos poderes do Estado em fortalecê-la como estrutura vital e moral indispensável para a construção do bem da sociedade. Creio que não está longe da verdade afirmar que, aparentemente – a julgar pela evolução do direito de família e dos projetos de lei em trâmite –, nota-se mais um empenho, por parte das cúpulas do poder, em desestruturar a família e em desferir-lhe golpes de morte.

Estamos numa encruzilhada, e, além de honesto, é necessário não esconder a cabeça debaixo da asa. Não duvidemos. A futura sociedade brasileira encaminha-se para uma dessas duas possibilidades, apontadas pelo jurista Pedro J. Viladrich: ou ser uma “constelação de famílias”, dessas células primárias, vitais, naturais, sadias, que constituem o bom tecido social; ou ser um “aglomerado de indivíduos”, preso cada um deles ao  interesse particular e ligado aos demais pelo que Gustave Thibon chamava um “egoísmo compartilhado”.

Na verdade, é perfeitamente compatível, na prática, ficar apregoando ideais   comunitários e metas sociais – de resto legítimas – e, simultaneamente,  viver obcecados pela exaltação idolátrica do “indivíduo” com seu acúmulo de “direitos intocáveis”, como hidras que a cada dia criam uma nova cabeça. A maioria vive aos pés de um ídolo nitidamente egoísta, ao qual se sacrifica, como nos ritos pagãos, a família, os filhos, a razão, a moral, a  ética, o respeito… e a virtude.

Por isso, pergunto-me se não terá chegado já o momento em que os responsáveis pelos destinos do Brasil, em vez de se dedicarem a lançar lenha na fogueira onde se incineram os valores familiares,  voltem a sua atenção para a família, conscientes de que está – em boa parte por culpa deles mesmos – frágil e doente. Eu não duvido de que é na família, na autêntica família, mais do que em qualquer outro quadro de convivência, o “lugar” onde podem ser cultivados os valores, as virtudes e as sábias “tradições”, que constituem o melhor embasamento da educação cidadã.

Quando a família for valorizada e defendida como um ideal, quando for uma meta prioritária do poder; quando for protegida e defendida como verdadeira “célula-base” da sociedade, então poderemos confiar em que as nossas crianças e adolescentes consigam aprender, como quem respira, o que significa amar  e ser amado, conviver, compartilhar, respeitar, abraçar o desprendimento  e conquistar o autodomínio e a capacidade de doação; e, assim,  tornarem-se justos, amantes da verdade e da palavra, responsáveis pelos demais… Que consigam aprender, em suma, as virtudes que capacitam as pessoas para serem construtoras de uma sociedade justa e “respirável”.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

EmContando – 16 - A Árvore dos Problemas

Terminaram as Festas, e até os Reis Magos já retornaram para suas terras distantes, levando a Boa Nova  a muitos por onde passaram.

Para nós a viagem continua aqui mesmo. São nossas atividades diárias que devemos retomar da melhor maneira possível. Durante o período das Festas parece que nos mudamos um pouco para as nuvens e agora precisamos  por, de novo, os pés no chão e lidar com tudo aquilo que deixamos um pouco para depois.   Após as despedidas de parentes e amigos que partilharam conosco esses  preciosos dias, temos que voltar: pagar contas, por correspondência em dia, mandar  fazer alguns consertos e para muitos  voltar ao trabalho fora de casa.

Há alguns anos ouvi uma pequena história que reencontrei agora e vou dá-la a vocês  como presente de Ano Novo .

A Árvore dos Problemas


Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda.

O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil. O pneu do seu carro furou. A serra elétrica quebrou. Cortou o dedo. E ao final do dia, o seu carro não funcionou.

O homem que contratou o carpinteiro ofereceu-lhe uma carona para casa. Durante caminho, o  carpinteiro não falou nada. Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar e conhecer  sua família.

Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e gentilmente tocou as pontas dos galhos com as duas mãos.

Depois de abrir a porta da  casa, o carpinteiro transformou-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso, e ele abraçou  seus filhos e beijou sua esposa.

Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou a sua visita até o carro. Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou:

”Porque você tocou a planta antes de entrar em casa?”

“Ah! Esta é a minha Árvore dos Problemas. Sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas eles não devem chegar até os meus filhos e minha esposa. Então, toda noite, deixo os meus problemas nesta Árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte. E você quer saber de um coisa? Toda manhã, quando volto para buscá-los  , eles não são nem metade do que me lembro de ter deixado na árvore na noite anterior.”

Mais um vez, Feliz 2013 para todos. Agnes.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Uma constelação de famílias – parte 1

Este texto foi postado pelo padre Francisco Faus, conhecido por suas numerosas obras pela Editora Quadrante, em seu site www.padrefaus.org , no dia 8 de dezembro passado, dia da Imaculada Conceição.  Leiam e meditem, é muito profundo e rico em mensagens verdadeiras.

É conhecida a sentença que, com pequenas variantes, afirma: «Família sadia, sociedade sadia. Família em crise, sociedade em crise».
A rotundidade dessa afirmação é, sem dúvida, discutível. Mas é inegável que encerra um grande núcleo de verdade.(...)
Eu desejaria agora, concretamente, frisar apenas uma das razões que, a meu ver, evidenciam o nexo de causalidade existente entre família sadia e sociedade sadia.

Refiro-me ao fato de que, na sociedade, não há nenhum âmbito de crescimento humano e moral, nenhum ambiente educativo, nenhum   “coletivo” tão propício e eficaz para o cultivo das virtudes como a família bem estruturada. E isso parece-me de suma importância,  levando em consideração que, no mundo atual, cada vez parece mais evidente que a sociedade precisa, como de um oxigênio vital, das virtudes, de virtudes mesmo: aprendidas, arraigadas, exercitadas e desenvolvidas até a maturidade. Decadência social e ignorância ou desprezo pelas virtudes são a mesma coisa. (...)

 A sociedade atual, com suas mazelas, com os preocupantes desvios de uma parte não pequena da juventude (basta pensar nas drogas) é de molde a reacender uma autêntica “saudade das virtudes”. Mas, pergunto-me, será isso possível ao mesmo tempo em  que se exalta como nunca a “liberdade ilimitada” como único valor moral, ao passo que se desprestigia a família?

Penso que, nos nossos dias, muitas vezes pode ser bom mergulhar  um pouco na sabedoria dos antigos. Remontemos a 2.500 anos atrás e ouçamos Confúcio  dizer: «Para governar deliberadamente um reino é necessário dedicar-se primeiramente a estabelecer a família e o ordenamento que lhe convém … Uma família que responda às exigências humanas e pratique o amor bastará para infundir no reino estas mesmas virtudes» (Confúcio: Studio integrale,IX.3. Milão 1960).

Muito nos pode dizer também a sabedoria dos gregos. Qualquer estudioso da antiguidade clássica sabe que, entre os poetas e filósofos gregos – e, posteriormente, entre seus discípulos latinos – a grandeza do ser humano estava indissociavelmente vinculada à “aretê”,  conceito de rico conteúdo cuja tradução mais aproximada, na linguagem moderna, é precisamente a de “virtude”. O homem vulgar – recorda Werner Jaeger na sua famosa “Paideia”– não tem “aretê”. E, nas pegadas de Sócrates, Platão reiterará que a virtude, a “aretê”, é a que torna a alma bela, nobre e bem formada, a que abrange e eleva o “humano” em sua totalidade … e irradia depois como glória na vida da comunidade. (...)

Pois bem, perante isso, parece preciso perguntar-nos: Onde é que a  nossa juventude aprende a “aretê”, a virtude, que deve ser, acima de tudo, um valor reconhecido e amado pela criança, o adolescente e o jovem, uma convicção enraizada, uma prática exercitada com empenho, da  qual depende o bem da pessoa e da sociedade? Será que hoje se pode dizer que a virtude se aprende na escola, em qualquer dos seus níveis e graus? É evidente que não. E em casa…?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Não é bem assim...

Por Maria Teresa Serman
Diz-se que de tanta repetir uma mentira ela acaba virando verdade. Não, não é verdade (sem trocadilho) essa afirmação. A mentira toma, isso sim, uma nova roupagem e outro nome, bem soante mas horrível na essência: FALÁCIA. Há muitas dessas aberrações circulando por aí dentro de conceitos relativistas, principalmente na esfera da moral. Bom, mas não é esse o assunto, moral, e sim os conhecidos mitos e afirmações populares, que ouvimos desde nossas tatatataravós. Não há intenção de enganar, ainda que tenham feito com que aceitássemos tacitamente certezas que não existem, querem ver?

Água com açúcar acalma - MITO: embora o açúcar ajude na produção da serotonina, o hormônio da satisfação, está longe de ser verdade. É melhor um chá de camomila ou erva-cidreira, com ou sem o doce pó branco.

Entrar na piscina ou tomar banho de mar depois das refeições pode matar - MITO: ocorre a dilatação dos vasos sanguíneos no sistema digestivo quando ingerimos comida, mas não o suficiente para comprometer o funcionamento do cérebro, é claro. Por outro lado, mergulhar seguidamente pode causar desconforto.

Pressionar um "galo" na cabeça com uma faca impede seu crescimento - VERDADE EM PARTE: o que impede o crescimento é realmente o efeito de algo frio, que não precisa ser a faca. Esta prática caiu em desuso, hoje aplica-se gelo no local, o que provoca a vasoconstrição - o estreitamento das veias com consequente diminuição do fluxo sanguíneo.

Rodelas de batata geladas na testa e nas têmporas aliviam a enxaqueca - VERDADE: por incrível que pareça! Mas pelo mesmo motivo da faca fria e com a mesma possível substituição por um saco de gelo. Nesse caso, diminuem os sintomas, mas é preciso saber a causa.

Excesso de carboidratos elevam a taxa de triglicerídeos - VERDADE: isso ocorre especialmente no caso de ingestão dos refinados, como doces e bebidas açucaradas. Triglicérides são gorduras presentes no sangue que, se aumentam em nível, podem causar doenças cardiovasculares e diabetes.

Ler nos veículos em movimento afeta a retina - MITO: os possíveis efeitos para pessoas com tendência à labirintite são náusea e tontura, o que não tem a ver com a retina. Se o veículo condutor é estável, então não há desconforto nenhum.

Bebidas alcoólicas anulam o efeito de antibióticos - MITO: não há contraindicação, só se deve moderar, porque ambos, álcool e remédios são metabolizados pelo fígado; então é melhor não sobrecarregá-lo.

Estresse causa gastrite - VERDADE: há uma ligação cientificamente comprovada entre o estresse e a doença. Porém, isso não se aplica à úlcera estomacal, esta causada pela bactéria H Pylori. O ideal é evitar o primeiro - o estresse - e combater a segunda desde o início.

Cerveja preta dá leite - MITO: é assim mesmo que se fala popularmente, mas não é verdade, nem quanto ao mate ou a canjica. O que estimula a produção do leite materno é vontade de amamentar, paciência, perseverança, o hormônio Prolactina e muito líquido. E nutrizes devem evitar o álcool.

Diabéticos podem ingerir mel - MITO: tanto o mel quanto a geleia real apresentam alto teor de carboidratos, um veneno para os diabéticos! Só ser um produto natural não o qualifica para tudo.