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domingo, 27 de janeiro de 2013

Faço mais falta em minha casa...(2ª Parte)

O SISTEMA DE TRABALHO FOI CRIADO PARA UM MUNDO QUE NÃO EXISTE MAIS
Slaughter continua crendo que as mulheres, assim como os homens, podem "ter tudo", mas não com a atual configuração da sociedade. Fazem falta mudanças práticas sobre o uso do tempo. A primeira seria coordenar os horários escolares com os horários de trabalho. O sistema vigente foi pensado para uma sociedade que já não existe mais, em que predominam as donas de casa.

Outra iniciativa seria abandonar a obsessão  por jornadas intermináveis, que muitas empresas vêm incentivando, sobretudo as de consultorias e de advocacia, que faturam por horas. Porém, ressalta Slaughter, não é verdade que mais horas signifiquem mais valor. Assim se recorda de sua experiência em Washington: «Devo reconhecer que contar o fato de que sairia tarde me fez ser muito menos eficiente durante o dia, frequentemente menos que alguns de meus colegas, que conseguiam dar conta da mesma quantidade de trabalho e ir para casa a uma hora razoável».
Por outro lado, às vezes cumprir muitas horas é inevitável. Contudo, realmente há que fazê-las no escritório? Faz falta, é claro, passar um tempo lá, para reunir-se e comunicar-se pessoalmente com os colegas; porém não é necessário estar ali todo o tempo. Deveríamos, diz ela, mudar a mentalidade e conceber o local de trabalho como base de operações, não como lugar obrigatório para trabalhar.
Além disso,é necessário reduzir as viagens, o que, hoje em dia, é bastante possível devido às videoconferências..

A SOCIEDADE VAI SE TORNANDO MAIS FAVORÁVEL À FAMÍLIA
Ainda assim, fazem falta mudanças mais profundas. Hoje, «quem poe a carreira em primeiro lugar é recompensado; aqueles que optam por privilegiar a família não são levados em conta, não confiam neste ou os acusam de falta de profissionalismo». Todavia, replica Slaughter, uma pessoa que se esforça por atender bem sua família, com tudo que isso pressupõe atualmente, és provavelmente um trabalhador mais capaz e eficiente, pois suas qualidades de mãe ou pai também o capacitam a demonstrar valor também na profissão.

Conclusão: «A sociedade deve mudar, começar a valorizar as decisões de colocar a família adiante do trabalho. Se de verdade valorizássemos essas decisões, valorizaríamos as personas que as tomam; se valorizássemos a pessoas que as tomam, faríamos todo o possível para contratá-las e mantê-las; se fizéssemos todo o possível para lhes permitir compaginar trabalho e família, suas decisões seriam muito mais fáceis».

Slaughter admite que há diferenças insuperáveis, e que a carreira profissional de uma mulher não pode ser como a de um homem: não será uma ascensão ininterrupta, mas descontínua, com ocasionais reduções de velocidade, altos e baixos. Portanto, elas chegarão ao topo mais tarde; porém, em compensação, terão uma vida mais tranquila e proveitosa.

Slaughter está consciente de ser uma privilegiada, de que a maioria das mulheres têm problemas mais graves que os dela quando ocupava alto cargo em Washington. Contudo crê que se nas esferas de responsabilidade política e empresarial se implantarem essas mudanças, e estiverem atuantes mais mulheres, a organização social e trabalhista se irá tornando mais favorável à família, trazendo benefícios inegáveis também à grande maioria de mulheres comuns… e de homens.   Aceprensa
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1 http://www.delicious.com/redirect?url=http%3A//www.theatlantic.com/magazine/archive/2012/07/why-women-still-can-t-have-it-all/9020/

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