Por Maria Teresa Serman
A inspiração para este texto me veio de um desabafo, no qual não entro em detalhes, por serem pessoais. Contudo, esse caso não é único, mas muito frequente - mais frequente do que julga a maioria descrente do valor da castidade nos dias de hoje.
A inspiração para este texto me veio de um desabafo, no qual não entro em detalhes, por serem pessoais. Contudo, esse caso não é único, mas muito frequente - mais frequente do que julga a maioria descrente do valor da castidade nos dias de hoje.
Namoros que estavam indo bem, com afinidades claras e afeto crescente, acabam quando o rapaz descobre que sua namorada é virgem e que assim pretende permanecer até o casamento. A reação de alguns é abjeta, revoltante mesmo, pois ofendem a moça insinuando que há algo errado com ela, que é uma aberração, que tem uma atitude ridícula. Por outro lado, a jovem percebe, então, que buscou um espírito profundo em alguém raso e sem qualificação moral à sua altura. Uma grande decepção!
A descoberta do outro como pessoa total, e não principalmente física; o aprofundamento de uma convivência insipiente; a comunhão das almas, que prepara o relacionamento matrimonial futuro; a diversão e a leveza característicos do NAMORO, e não do concubinato moderno; enfim, tudo que é adequado a essa fase inesquecível da vida de um casal fica em segundo, ou nenhum plano, quando se decide comprometer o corpo sem responsabilidade e entrega total àquele com quem se repartirá a vida.
Cada um sabe como deve orientar seus atos e o que deve considerar certo para si mesmo, nisso reside o que S. Josémaria Escrivá chamava de "liberdade das consciências". O que causa espanto, para não dizer revolta, é que as pessoas estão considerando essa liberdade uma rua de mão única: certas são as que têm relacionamentos fugazes e múltiplos, como corpos (sujeitos a graves doenças por esse comportamento) sem alma, descartáveis, sem sequer conhecerem a pessoa, e, muitas vezes, sem nem terem a desculpa do sentimento, esquisitas são as que se preservam por um amor maior e único; as mães de famílias numerosa são agressivamente tachadas de loucas e irresponsáveis, enquanto o egoísmo dos casais prefere um filho só que lhes poupe trabalho e gastos, não importa a solidão da pobre criança mimada; ridicularizado é o celibato sacerdotal, que se escolhe livremente, para estar inteiramente disponível para Deus e as almas, enquanto a promiscuidade é louvada como virilidade e autonomia. Estranha escala de valores!
Parecendo coincidência, mas não acredito nela, coube-me ler hoje este trecho do Novo Testamento, hábito diário de muitos, que esclarece perfeitamente essas contradições cruéis: da epístola de S. Paulo, 1Cor. 2, 6-7, eis o que li:
"(...) o que pregamos entre os perfeitos é uma sabedoria, porém não a sabedoria deste mundo nem a dos grandes deste mundo, que são, aos olhos daquela, desqualificados. Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus predeterminou antes de existir o tempo, para a nossa glória."
E continua na mesma abordagem, no capítulo 3,19: "(...) porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois (diz a escritura) ele apanhará os sábios na sua própria astúcia."
Sabemos que Jesus assegurou, porém, que aquele que perseverasse triunfaria. É preciso muita fortaleza, que vem da nossa Mãe Santa Maria, "Torre de Marfim", paciência infinita e compreensão para entender que devemos respeitar os que pensam diferentemente, ainda que eles não retribuam, e difundir a doutrina cristã, pelas nossas atitudes mais do que em palavras, apesar da nossa fraqueza, pois só somos fortes nAquele que nos sustenta.
Homenageio a pessoa amada que me inspirou o texto, e a outras queridas meninas, por sua retidão e coragem, por seu amor a Deus e aos irmãos, que respeitam, não usando seus corpos levianamente, e o apóstolo que, inspirado pelo Santo Espírito, nos deixou esse testemunho reconfortante.
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