FACILITAR A PURIFICAÇÃO DO CORAÇÃO
Na constituição do homem, as paixões têm como finalidade facilitar a ação voluntária, mais do que desvanecê-la ou dificultá-la. «A perfeição moral consiste em que o homem não seja movido ao bem apenas pela sua vontade, mas também pelo seu apetite sensível de acordo com estas palavras do salmo: “O meu coração e a minha carne gritam de alegria para o Deus vivo” (Sl 84,3)»[5]. Por isso, não é conveniente querer suprimir ou “controlar” as paixões, como se fossem algo mau ou recusável. Embora o pecado original as tenha desordenado, não as desnaturalizou, nem as corrompeu de um modo absoluto e irreparável. É preciso orientar a emotividade de modo positivo, dirigindo-a para os bens verdadeiros: o amor a Deus e aos outros. Daí que os educadores, os pais em primeiro lugar, devam procurar que o educando, na medida do possível, desfrute fazendo o bem.
Formar a afetividade requer, em primeiro lugar, facilitar que os filhos se conheçam, e que sintam, de um modo proporcional à realidade que despertou a sua sensibilidade. Trata-se de ajudar a superar, a transcender, aquele afeto até ver na sua justa medida a causa que o provocou. Talvez o resultado dessa reflexão seja a tentativa de influenciar positivamente para modificar tal causa; noutras ocasiões – a morte de um ser querido, uma doença grave – a realidade não se poderá mudar e será o momento de ensinar a aceitar os acontecimentos como vindos da mão de Deus, que nos ama como um Pai ao seu filho. Outras vezes, a propósito de uma irritação, de uma reação de medo, ou de uma antipatia, o pai ou a mãe podem falar com os filhos, ajudando-os a entender – na medida do possível – o motivo dessa sensação, de modo a poderem superá-la; assim, conhecer-se-ão melhor a si próprios e serão mais capazes de pôr o mundo dos afetos no seu lugar.
Além disso, os educadores podem preparar a criança ou o jovem para que reconheça – neles próprios e nos outros – um determinado sentimento. É preciso criar situações, como as histórias da literatura ou do cinema, através das quais seja possível aprender a dar respostas afetivas proporcionadas, que colaborem para modelar o mundo emocional do homem. Um relato interpela quem o vê, lê ou escuta e move os seus sentimentos numa determinada direção e acostuma-o a um determinado modo de olhar a realidade. Dependendo da idade – neste sentido, a influência pode ser maior quanto menor for a criança – uma história de aventuras, ou de “suspense”, ou então um relato romântico, podem contribuir para reforçar
os sentimentos adequados perante situações que objetivamente os merecem: indignação frente à injustiça, compaixão pelos desvalidos, admiração com respeito ao sacrifício, amor diante da beleza. Contribuirá, além disso, parar estimular o desejo de possuir esses sentimentos, porque são belos, fontes de perfeição e de nobreza.
Formar a afetividade requer, em primeiro lugar, facilitar que os filhos se conheçam, e que sintam, de um modo proporcional à realidade que despertou a sua sensibilidade. Trata-se de ajudar a superar, a transcender, aquele afeto até ver na sua justa medida a causa que o provocou. Talvez o resultado dessa reflexão seja a tentativa de influenciar positivamente para modificar tal causa; noutras ocasiões – a morte de um ser querido, uma doença grave – a realidade não se poderá mudar e será o momento de ensinar a aceitar os acontecimentos como vindos da mão de Deus, que nos ama como um Pai ao seu filho. Outras vezes, a propósito de uma irritação, de uma reação de medo, ou de uma antipatia, o pai ou a mãe podem falar com os filhos, ajudando-os a entender – na medida do possível – o motivo dessa sensação, de modo a poderem superá-la; assim, conhecer-se-ão melhor a si próprios e serão mais capazes de pôr o mundo dos afetos no seu lugar.
Além disso, os educadores podem preparar a criança ou o jovem para que reconheça – neles próprios e nos outros – um determinado sentimento. É preciso criar situações, como as histórias da literatura ou do cinema, através das quais seja possível aprender a dar respostas afetivas proporcionadas, que colaborem para modelar o mundo emocional do homem. Um relato interpela quem o vê, lê ou escuta e move os seus sentimentos numa determinada direção e acostuma-o a um determinado modo de olhar a realidade. Dependendo da idade – neste sentido, a influência pode ser maior quanto menor for a criança – uma história de aventuras, ou de “suspense”, ou então um relato romântico, podem contribuir para reforçar
os sentimentos adequados perante situações que objetivamente os merecem: indignação frente à injustiça, compaixão pelos desvalidos, admiração com respeito ao sacrifício, amor diante da beleza. Contribuirá, além disso, parar estimular o desejo de possuir esses sentimentos, porque são belos, fontes de perfeição e de nobreza.
Bem orientado, o interesse pelas boas histórias também educa progressivamente o gosto estético e a capacidade de discriminar as que possuem qualidade. Isto fortalece o sentido crítico e é uma ajuda eficaz para prevenir a falta de tom humano, que por vezes degenera em vulgaridade e em descuido do pudor. Sobretudo nas sociedades do chamado primeiro mundo, generalizou-se um conceito de “espontaneidade” e “naturalidade” que com frequência é alheio ao decoro. Quem se habitua a esse tipo de ambientes – independente da idade – acaba por rebaixar a sua própria sensibilidade e animalizar (frivolamente) suas reações afetivas; os pais devem comunicar aos filhos uma atitude de recusa da vulgaridade, também quando não se fale de questões diretamente sensuais.
De resto, convém recordar que a educação da afetividade não se identifica com a educação da sexualidade: esta é apenas uma parte do campo emocional. Mas, certamente, quando se conseguiu criar um ambiente de confiança na família será mais fácil que os pais falem com os filhos sobre a grandeza e o sentido do amor humano e lhes deem, pouco a pouco, desde pequenos, os recursos – através da educação dos sentimentos e das virtudes – para orientar adequadamente essa faceta da vida.
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