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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Namoro cristão

Este é um resumo da fala do Papa Bento XVI aos jovens, na JMJ, que acabou de acontecer em Madri.

A mesa está posta com tantas coisas apetecíveis, mas, como no episódio evangélico das bodas de Caná, parece que faltou o vinho da festa.
Sobretudo a dificuldade de encontrar um trabalho estável é causa de incerteza sobre o futuro. Esta condição contribui para adiar a tomada de decisões definitivas, e incide de modo negativo sobre o crescimento da sociedade, que não consegue valorizar plenamente a riqueza de energias, de competências e de criatividade da vossa geração.

Falta o vinho da festa também a uma cultura que prescinde com freqüência de critérios mo
rais claros: na desorientação, cada qual é estimulado a mover-se de maneira individual e autônoma, muitas vezes unicamente só no perímetro do presente.

Queridos jovens, não tenhais medo de enfrentar estes desafios! Nunca percais a esperança. Tende coragem, também nas dificuldades, permanecendo firmes na fé. Tende a certeza de que, em todas as circunstâncias, sois amados e protegidos pelo amor de Deus, que é a
nossa força.

Deus é bom. Por isso é importante que o encontro com Ele, sobretudo na oração pessoal e comunitária, seja constante, fiel, precisamente como o caminho do vosso amor: amar a Deus e sentir que Ele me ama. Nada nos pode separar do amor de Deus!


Depois, tende a certeza de que também a Igreja está próxima de vós, vos ampara, não
cessa de olhar para vós com grande confiança. Ela sabe que tendes sede de valores, dos verdadeiros, sobre os quais vale a pena construir a vossa casa! O valor da fé, da pessoa, da família, das relações humanas, da justiça. Não desanimeis face às carências que parecem afastar a alegria da mesa da vida.

Como namorados estais a viver uma fase única, que abre para a maravilha do encontro e faz descobrir a beleza de existir e de ser preciosos para alguém, de poder dizer um ao outro: tu és importante para mim. Vivei com intensidade, gradualidade e verdade este caminho. Não renuncieis a perseguir um ideal alto de amor, reflexo e testemunho do amor de Deus!

Mas como viver esta fase da vossa vida, como testemunhar o amor na comunidade? Gostaria de vos dizer antes de tudo que eviteis fechar-vos em relações intimistas, falsamente animadoras; fazei antes com que a vossa relação se torne fermento de uma presença ativa e responsável na comunidade.

Depois, não vos esqueçais de q
ue para ser autêntico, também o amor exige um caminho de amadurecimento: a partir da atração inicial e do «sentir-se bem» com o outro, educai-vos a «amar» o outro, a «querer o bem» do outro.
O amor vive de gratuidade, de sacrifício de si, de perdão e de respeito do outro.

Queridos amigos, cada amor humano é sinal do Amor eterno que nos criou, e cuja graça santifica a escolha de um homem e de uma mulher de se entregarem reciprocamente a vida no matrimônio.


Portanto, educai-vos desde já para a liberdade da fidelidade, que leva a proteger-se reciprocamente, até viver um para o outro. Preparai-vos para escolher com convicção o «para sempre» que conota o amor: a indissolubilidade, antes de ser uma condição, é um dom que deve ser desejado, pedido e vivido, para além de qualquer mutável situação humana.

A fidelidade e a continuidade do vosso gostar um do outro tornar-vos-ão capazes de estar também abertos à vida, de ser pais: a estabilidade da v
ossa união no Sacramento do Matrimônio permitirá que os filhos que Deus vos conceder cresçam confiantes na bondade da vida.

Fidelidade, indissolubilidade e transmissão da vida são os pilares de qualquer família, verdadeiro bem comum, patrimônio precioso para toda a sociedade. Desde já, fundai sobre eles o vosso caminho rumo ao matrimônio e testemunhai-o também aos vossos coetâneos: é um serviço precioso!

Sede gratos a quantos vos acompanham na formação com zelo, competência e disponibilidade: são sinal da atenção e da solicitude que a comunidade cristã vos dedica. Não estejais sós: sede os primeiros a procurar e a acolher a companhia da Igreja.

Maria ensina-nos que o bem de cada um depende do escutar com docilidade a palavra do Filho. Em quem confia n’Ele, a água da vida quotidiana transforma-se no vinho de um amor que torna a vida boa, bela e fecunda.

De fato, Caná é anúncio e antecipação do dom do vinho novo da Eucaristia, sacrifício e banquete no qual o Senhor nos alcança, nos renova e transforma. Não percais a importância vital deste encontro: a assembléia litúrgica dominical vos encontre sempre plenamente partícipes: da Eucaristia brota o sentido cristão da existência e um novo modo de viver (cf. Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum caritatis, 72-73). Então, não tereis medo de assumir a importante responsabilidade da escolha conjugal; não receareis entrar neste «grande mistério», no qual duas pessoas se tornam uma só carne (cf. Ef 5, 31-32).

Caríssimos jovens, confio-vos à proteção de São José e de Maria Santíssima; seguindo o convite da Virgem Mãe — «Fazei o que Ele vos disser» — não vos faltará o gosto da verdadeira festa e sabereis levar o «vinho» melhor, aquele que Cristo dá à Igreja e ao mundo. Também eu gostaria de vos dizer que estou próximo de vós e de todos os que, como vós, vivem este maravilhoso caminho de amor. Abençoo-vos de coração!
Encontra-se na íntegra no site: http://www.opusdei.org.br/art

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