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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Purificar os olhares

Como todos vocês sabem, todas as nossas ações devem ser purificadas para que tenhamos uma vida saudável. Todos nós corremos o risco de encher a nossa alma e o nosso corpo de sujeira, prejudicando o nosso bem-estar. E um dos campos importantes da purificação é o dos nossos olhares.

Nem todo olhar é bom! Há coisas que não se devem olhar, pois sabemos que isso nos fará mal. Há coisas que podemos olhar, mas de um modo puro, sabendo fazê-lo. Queria me deter neste segundo caso e, mais concretamente, em três pontos que podem ser ruins.

a) o olhar mercantil

É o olhar que enxerga as pessoas não como sujeito, mas como objeto. “Objeto” de interesse, “objeto” de prazer, “objeto” de gozo etc.

Um ser humano nunca pode ser “objeto” de nada. O ser humano é um sujeito, e como tal devo olhar para ele: ou seja, com todo o respeito.

Olhar alguém como objeto é se tornar vil, é, de alguma maneira, manipular a pessoa para um interesse próprio.

Nesse sentido:

- será que tenho olhado para os colegas, para os amigos apenas com olhar de interesse (o que vão me dar, o que vão me proporcionar)? Tenho de olhar para as pessoas antes de mais nada com o olhar da mais alta caridade: com um olhar completamente desinteressado. Nós vivemos para servi-las e não para “usufruí-las”.

- será que tenho olhado para as mulheres, para os homens como “objeto de prazer”, como se fossem pedaços de carne? Quantas pessoas se entorpecem nesse campo! Só sabem olhar umas para as outras desse modo. Se nos deixamos levar por este olhar, nunca vamos entender o que é o amor, que é sinônimo de desinteresse.

b) o olhar de desprezo

O olhar de desprezo é aquele que enxerga a pessoa reduzindo-a a uma pequena expressão. Mais ainda: como obstáculo para a sua felicidade.

Devemos olhar as pessoas com todo o respeito. Todos somos iguais! Devemos olhar as pessoas com todo o amor, sem desprezo, quem quer que seja: um mendigo, um louco, uma pessoa que nos fez o mal, uma pessoa perdida na vida etc.

Será que as pessoas para mim mais atrapalham do que acrescentam? Se isto acontece é porque as estou olhando com olhar de desprezo, julgando-me superior a elas.

c) o olhar de inveja, de cobiça

O olhar de inveja é o que se entristece com o bem alheio. Que pena é ter esse olhar! O olhar puro é desejar o bem de todos, é alegrar-se com as conquistas dos outros! Deixo-me levar por esse olhar algumas vezes?

O olhar de cobiça é o olhar de ter e ter e ter. É o olhar enfermiço, que está sempre desejando possuir desmedidamente mais e mais coisas.

Façamos o propósito de purificar todos os nossos olhares. Assim viveremos com uma pureza interior que não trocaremos por nada nesta terra. Vale a pena!

Pe. Paulo M. Ramalho - Site: http://www.fecomvirtudes.com.br - Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais). Atende direção espiritual na Igreja de São Gabriel, em São Paulo.

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