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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Qual é o verdadeiro papel dos padrinhos

Por Patricia Carol

O convite para que um casal seja padrinho de batismo, ou para amigos como padrinhos de casamento, não deve ser apenas uma homenagem social aos que estão sendo convidados. Claro que costuma ser essa a primeira motivação para tal opção, mas, se pararmos para pensar na importância que têm tanto o Sacramento do Batismo quanto o do Matrimônio Cristão, essa não deveria ser a principal razão para a escolha.

No caso de padrinhos de Batismo na Igreja Católica Apostólica Romana, ela orienta que esse casal seja também praticante da mesma Fé, pois ele deverá poder, em caso de necessidade, ou seja, na falta dos próprios pais da criança, suprir essa lacuna no que se refere à educação e à prática religiosa do afilhado. Assim como os pais da criança deverão preferir escolas de orientação religiosa para melhor prepararem os filhos no conhecimento e amadurecimento espiritual, a escolha de padrinhos deve recair sobre um casal coerente com essa mesma exigência espiritual. Uma boa idéia também pode ser a de escolher como padrinhos os próprios irmãos e irmãs mais velhos da criança. Por experiência própria, vivemos na nossa família essa “escadinha”: entre 6 irmãos, os dois mais velhos, irmão e irmã, são padrinhos de Batismo do 5º filho dos nossos pais, e o 3º filho e a 4ª filha, padrinho e madrinha do caçula. Sempre cultivamos entre nós, mesmo quando tínhamos os dois pais vivos, um sentimento especial de proteção como afilhados e padrinhos, já que somos espiritualmente ainda mais ligados por esses laços supra-fraternos.

No caso de os pais não terem uma fé definida, de não praticarem uma determinada religião, parece de bom senso que os padrinhos, sendo Católicos, sugiram aos pais que lhes permitam introduzir o afilhado no conhecimento de sua Fé. Essa frequência às aulas de Catecismo em preparação para a Primeira Comunhão, e às que se seguem, na Perseverança, e à preparação para os outros Sacramentos da Igreja, à medida em que vão crescendo física e espiritualmente, além de trazer todos os benefícios da GRAÇA DE DEUS para esses afilhados bem orientados, também poderá levar à felicidade de que os próprios pais, observando a segurança e o desenvolvimento espiritual nos filhos, possam optar livremente por conhecerem melhor a Igreja e iniciem seu próprio caminho de enriquecimento espiritual na Fé de Cristo.

Do mesmo modo, no que se refere ao Matrimônio Cristão, um casal ou pessoas convidadas para serem padrinhos de casamento seriam escolhidos entre seus familiares, amigos íntimos, e pessoas com capacidade de exercerem uma influência positiva, amadurecida, junto ao casal durante sua vida. Quantas vezes tanto o marido quanto a esposa podem precisar desabafar, se aconselhar com alguém que os conheça e possa ajudar, ou mediar em conflitos que naturalmente aparecerão em uma relação delicada e profunda como essa, que se espera seja duradoura, e que prospere dentro de um clima de compreensão, com os ajustes necessários de ambas as partes, pela aceitação das diferenças do outro e da sua bagagem pessoal familiar, priorizando os pontos positivos do cônjuge.

É sem dúvida uma honra e uma emoção muito grande ser alvo dessa escolha privilegiada na vida de alguém, mas não se pode deixar em segundo plano a importância real dessa preferência, para que possa haver participação e aconselhamento equilibrados por parte dos padrinhos, tanto na vida do jovem casal, quanto no caso de serem padrinhos (pais espirituais capazes de orientar retamente )de uma criança.

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