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sábado, 27 de novembro de 2010

O que discutem pais e filhos hoje?

Escrito por Magdalena Subercaseaux

Atualmente o conflito entre as gerações é menor, mais setorizado. Agora existem brigas por causa da bagunça no quarto e pela participação nas tarefas domésticas.

Aqueles que tiveram queixas de seus pais pelas reclamações quando ao jeans ou ao cabelo grande hoje reclamam das calças caídas dos seus filhos, do messenger e do facebook. Os conflitos entre gerações não passam de moda, se transformam.
Os pais de hoje discutem com seus filhos mais ou menos o que discutiam os seus pais com eles? E sobre o quê discutem? São os mesmos problemas de 25 ou 30 anos atrás?

Quem já ouviu estas frases: "Essa juventude está estragada até ao fundo do coração. Os jovens atualmente são vagabundos e ociosos. Eles jamais serão como a juventude de antes. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura." sabe do que estamos falando. Porém, por mais atual que pareça, esta reflexão foi escrita em um vaso de argila
descoberto nas ruínas da Babilônia, com mais de 4.000 anos de idade.

Isso demonstra que uma visão pessimista da juventude e o conflito de
gerações não são uma coisa da sociedade moderna ou pós-moderna. As discussões e desavenças entre pais e filhos, principalmente durante a adolescência, remontam a tempos imemoriais. As diversões e a moda sempre foram uma fonte de conflito entre as gerações, apesar de que cada geração de jovens se faz a promessa de que não ocorrerá o mesmo com seus filhos. Mas logo, convertidos em pais, se comportam da mesma forma que seus genitores.

Motivos de discussão freqüente:
- 40% dos pais discutem com o seu filho ou filha sobre a falta de ordem em seu quarto;
- 28% frequentemente têm conflitos pelos modos dos seus filhos;
- 26% discutem com seus filhos por estes não ajudarem nas tarefas domésticas;
- 23% das vezes brigam pelas notas e desinteresse nos estudos;
- 16% têm frequentes discussões sobre comida;
- 15% discutem pela hora que os jovens chegam a casa;
- 11% discutem pela maneira de eles se vestirem ou se pentearem;
- 6% têm conflitos devido a gastos e a dinheiro;
- 4% muitas vezes discutem por suas crenças e questões de religião.


Os sociólogos oferecem justificativas, garantindo que 20 ou 30 anos é muito tempo, e que as culturas de pai e filho são sempre diferentes e se chocam, em parte porque os pais tendem a ver seus filhos como uma extensão de si mesmos e seus filhos não vêem assim a seus pais. Contudo, são realmente estas agitações familiares sempre as mesmas? É possível que, em uma sociedade que é criticada por ser demasiadamente laica e permissiva como a atual, se mantenha o mesmo conflito que no passado?

São muitas as vozes que enfocam o assunto de modo diverso - pensam que as discussões entre as gerações persistem porque são algo quase inato e inclusive se repetem sempre os motivos de conflito (costumes, formas de entretenimento, relacionamentos, etc.), mas agora com menos intensidade, porque a sociedade e as famílias estão mais permissivas, se compreendem mais as alterações emocionais dos adolescentes e os pais não gostam de tensões em casa, acabando por calar e consentir. Qual a sua opinião?
Fonte: La Vanguardia

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