Presentes para mães amigas - visão de um filho

Por: Rafael Carneiro Rocha

Às vezes, quando eu faço um "help desk" lá em casa, eu brinco com a minha mãe e pergunto se ela conhece alguém da minha geração com tanta paciência para ensinar as coisas tecnológicas aos pais curiosos por informática e coisas afins. Pergunto só para ouvir um elogio, é claro.

De fato, podemos presentear nossas mães com ações que elas certamente desejariam bem mais do que lembrancinhas materiais. Às vezes, mais interessante do que brindar a sua mãe com um perfume (que ela pode nem gostar) é ter a disposição, por exemplo, de passar algum tempinho com ela em frente ao computador ensinando, por exemplo, como descarregar fotos no computador, ajustá-las num editor de imagens e finalmente passá-las para um CD ou um Pen Drive.

Quando se tem em conta de que o serviço é uma das formas mais generosas de carinho, tarefas aparentemente chatas se tornam prazerosas. Assim como é bom buscar o aconchego materno, é bom também ver nos semblantes de nossas mães a satisfação que elas sentem em ver o filho atencioso.

Eu também gosto bastante de algumas atividades com a minha mãe que mais parecem programas de amigos. Sempre que possível, vamos para a academia juntos, por exemplo. Recentemente, começamos a participar de corridas de rua. Minha mãe me pede para incentivá-la nas corridas, mas da última vez, quando corri lado a lado com ela, as minhas orientações não valeram muito. Eu pedia pra que ela mantivesse uma continuidade no ritmo, nem que fosse pra correr mais devagar, mas eu era radicalmente ignorado. E ela me dizia algo como: "Eu obedecer pitacos do meu filho? De jeito nenhum".

De qualquer forma, todas essas atividades juntos e todas as formas de prestar atenção e carinho constituem, para mim, um exemplo de que nas relações entre mães e filhos pode haver uma bela cumplicidade. Trata-se de uma afinidade que, mesmo que já seja nata, pode se aprimorar mais e mais com o passar do tempo. É um presente de mãe para filho e de filho para mãe.