Por Raquel Suppi
Não sei bem como as pessoas imaginam a nossa vida, mas muitas costumam perguntar como conseguimos dar conta de tudo! Não vou dizer que é fácil, porque, definitivamente, não é! Tampouco é algo impossível ou do outro mundo. É aí que entra a necessidade de uma mínima organização e, claro, da colaboração de todos (cada um, da sua maneira). Com boa vontade e uns ajustes aqui e ali, a gente vai encontrando um meio prático e eficiente de simplificar o que poderia ser bastante complicado. Então, com o tempo, e sempre com esforço e empenho, tudo vai se tornando um hábito. Mas, isso não quer dizer que as coisas nunca saiam, digamos, do controle (risos).
Dia desses, recebi a visita inesperada de uma amiga, na hora do cochilo da tarde. Os dois mais novos estavam dormindo e o mais velho descansando, enquanto via desenho. Não demorou muito, e os pequenos acordaram. Servi o lanche dos três e, quando terminaram de comer, distraí a caçula com uma atividade, para orientar os outros dois com os deveres de casa. Já anoitecendo, depois dos estudos, quando todos estavam brincando, a visitante me surpreendeu, fazendo um comentário. Disse que, se não tivesse presenciado, jamais iria acreditar que poderia ser tão tranquila a rotina de uma mãe com três filhos. “Sabe de nada, inocente”, pensei (risos), mas ela continuou: “Os três merendaram juntos e você conseguiu acompanhar os estudos dos meninos, enquanto brincava com a pequena e dava atenção a mim, ao mesmo tempo! Eu imaginava algo terrível, com biscoitos sendo arremessados, muita sujeira, choro, birra e gritos!”.
Confesso que tive vontade de rir. Apesar de tudo ter ocorrido de forma bastante natural, como costumamos fazer diariamente, aquela tarde havia sido mais tranquila do que o habitual. O que me deixou, de certa forma, aliviada – principalmente depois de tal observação (risos)! Às vezes a hora do lanche termina imunda; há dias que as crianças não colaboram com a tarefa e nem tudo sai “redondinho”, aí rola castigo, uns gritinhos básicos e talvez relances de impaciência. Mas nada disso é capaz de tornar “terrível” o dia de uma mãe. Podemos ficar exaustas, mas basta recebermos um abraço gostoso ou darmos de cara com um sorriso lindo e sapeca, para todo o resto ser esquecido e virar um mero e insignificante detalhe. E quando os pequenos adormecem, podemos perder o tempo observando-os, cheias de admiração e ternura. Nesses momentos, pode ser que, vez ou outra, caiam umas lágrimas. Elas, mais que culpa ou cansaço, simbolizam amor e desejo de sermos melhores. E aí, toda força e sentido – e paciência também! – se renovam!
Depois, minha amiga me perguntou se era sempre assim, “tão fácil”. Não pude mentir. Respondi: “Tudo depende de como encaramos as coisas. Se eu me deixar dominar pelo cansaço e mau-humor, poderia achar uma tarde como a de hoje, mais exaustiva do que realmente foi. Assim como uma situação bem complicada pode parecer simples, quando temos boa vontade”.
Não sei ao certo se ela entendeu o que eu quis dizer. Mas, no final, fiquei feliz com o que ela presenciou, naquela tarde. Não pelo fato de as crianças terem cooperado mais ou menos. Mas porque minha amiga testemunhou e captou o mais importante: o amor e a felicidade de uma mãe, escondidos na rotina diária de uma família.
3 comentários:
O, Raquel, que saudade dos meus tempos de PÃE em horário integral. Foram os filhos que me mantiveram ALERTA pra tudo ao mesmo tempo...SOZINHA. Era bem difícil por eu me apavorar às vezes, com tudo o que poderia acontecer no futuro, nas dificuldades econômicas em que me encontrava(já viúva desde os trinta e tantos) com dois filhotes me olhando sempre pra eu saber que eles me amavam...e contavam com o meu AMOR INCONDICIONAL. Pensava em como eles poderiam continuar estudando em bons colégios, moradia, etc...Mas nessa "hora H", ELE SE MOSTROU MAIS PRESENTE QUE NUNCA! Consegui bolsas de estudo parciais até o final do 2º grau, e o "MILAGRE MAIOR", A FACULDADE DOS DOIS,(Puc-Rio) INTEGRAL!
Nada de essencial nos faltou, consegui voltar a trabalhar fora, o que na realidade, me distraía bastante pois era em meio período. Depois que cresceram, voltei a fazer mais cursos, especialização,e todos os três trabalhavamos...LEGAL, NÉ? Não há males que durem pra sempre, quando a gente coloca nossa vida e dos filhos nas MÃOS DE DEUS pra nos GUIAR. Hoje sinto, Raquel, que "lutei o bom combate, e guardei minha Fé"...Esse foi o maior de todos os presentes que Ele me deu! A ALEGRIA E A PAZ são o"ALGO MAIS DO BOLO".
Que você continue a valorizar sempre esse AMOR INCONDICIONAL DE MÃE, que nos sustenta e fortalece nos momentos difíceis. Deus te abençoe muito!
Bjssssssssssssss,
PatFELIZ
Pat querida, fiquei arrepiada e emocionada com o seu comentário e partilha!
Linda a sua história! O amor e a fé venceram na vida de vcs! Que maravilha!
Assim devemos seguir, vivendo um dia de cada vez, sempre confiantes no Senhor! Que Ele nos dê essa graça, até o fim!
Mtas bênçãos para vc tbm!!!
Abração!!!
Liana querida! Lembra daquele post sobre as Famílias e os filhos pequenos se reunindo pra confraternização? Pois eu penso que seria igualmente MARAVILHOSO, se algum dia algumas dessas jovens e maravilhosas MÃES DE FAMÍLIA, pudessem se encontrar pra se conhecerem pessoalmente e confraternizarem num "lanchinho"...quase impossível, cada uma morando em estados diferentes...Vou começar a rezar nessa intenção, pra se pelo menos UMA DESSAS LINDAS MAMÃES passassem aqui pelo RIO algum dia a gente pudesse abraçá-las pessoalmente...SONHAR NÃO OFENDE, rs rs rs rs NÉ?
Beijo carinhoso pra você e pra TODAS ELAS!!! Como este BLOG já nos aproxima de coração!!!!
Pat FELIZ
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