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sábado, 25 de agosto de 2012

A birra de nossos Pequenos

Por volta de seus quatro anos de idade, minha linda bonequinha tornou-se uma criança chorona e birrenta. Devo confessar que não foram poucas  as  ocasiões  em que ela conseguiu entornar minha paciência. O verbo que melhor conjugava, tanto na forma afirmativa como na negativa era “querer”.  “Quero...”, Não quero ...”  eram seus refrões  preferidos.

Um dia cheguei em casa  fervendo por dentro. Acabara de voltar de uma reunião que só me causou decepção e raiva.  Minha esperta menininha deve ter percebido   a   disposição  de sua mãe e  logo aprontou! Dali pra frente foi só birra!

Penitencio-me até hoje por ter  passado dos limites ao tentar   “discipliná-la”. Fui dura demais! Entrei no meu quarto  e chorei. Chorei muito! Definitivamente, não sabia nem como educá-la  nem  como   controlar me.

Até então não havia me lembrado de pedir ajuda a Deus em tais situações. Pedi e esperei. A resposta veio em forma de pergunta:  “Afinal, qual de nós duas era a mais velha? Qual de nós duas deveria  mudar o modo de agir ou de reagir? De quem deveria partir o primeiro passo? Dela?  De forma alguma.

No dia seguinte procurei um ombro amigo. Dona Lubélia, como uma boa mãe, sorriu com doçura, pôs a  mão no meu braço e simplesmente disse: “Filha, uma só coisa é necessária. Olhe sua filha bem nos olhos e deixe-a  entender o quanto você a ama.”

Não sei dizer   que práticas educativas eu adotei depois disso, porque não me lembro. Isso foi há tanto tempo  e a vida era tão difícil! Tenho certeza,  porém, de uma coisa: a sabedoria divina me guiou e fez-me intuir os próximos passo. O fato de estar mais relaxada e  confiante tornou  tudo mais fácil.

 A menininha cresceu, tem um menino de 4 anos, e a história  se repete. Meu neto   também é   birrento, mas  agora  não sou eu quem procura as respostas. A mãe  tenta  espelhar-se na Super-Nanny da TV e sabe também quanto os educadores modernos insistem na importância de se usar de firmeza, persistência e sobre tudo de muita coerência.  Desenvolver empatia com a criança é essencial. Procurar colocar-se no lugar de seu menino, de sua menina e tentar compreender os seus motivos é imprescindível.  Aí sim, ser firme, persistente e     muito coerente pode fazer  a diferença. Que o Sim seja sim e o  Não seja não, com muita coragem e amor.

 Dizem que na casa de vovó “pode tudo”, mas não é bem assim. Distraímos os pequenos  e  com muito jogo de cintura  tentamos tirá-los do foco da birra   antes que ela vire um episódio.   Contudo, temos   a consciência de que a posição de vovó é bem mais confortável.

Comentário:  Mamães de muitos filhos  teriam    muito mais  que dizer a esse respeito, com toda a certeza.  Só podemos admirá-las e com a nossa solidariedade desejar que acertem os passos com seus pequenos ditadores.
                                                                                               Agnes G. Milley

Um comentário:

Mª Teresa Serman disse...

Agnes, seu texto transborda de sabedoria e delicadeza! Quem a conhece entende perfeitamente que seja assim. Mães de muitos filhos, mães de poucos, de um, tomara que aprendamos a lição de amor da sua mãe, que você tem seguido, para alegria dos que convivem com a filha da D.Lubélia, filha exemplar, diga-se de passagem. Bj, MªTeresa

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