Pequena meditação sobre o "sempre" e o "nunca"

Por Rafael Carneiro Rocha

Precisamos mudar algumas de nossas atitudes em relação ao "sempre" e ao "nunca". No livro "Deus e o sentido da vida", Dom Rafael Cifuentes nos alerta que não devemos lamentar coisas que "nunca" mais acontecerão; pelo contrário, devemos guardar para "sempre" os eventos bons da vida. Devemos nos sentir agradecidos por ter acontecido uma coisa boa ao invés da queixa por algo tão agradável não surgir novamente em nossas vidas.

Eu aprecio a inteligência de Dom Rafael em seu lidar com os conceitos de "sempre" e de "nunca". Nos seus livros sobre matrimônio, o bispo costuma dizer que aquelas discussões muito comuns entre casais: "você sempre faz isso..." ou "você nunca faz aquilo" devem ser evitadas pelo simples fato de que tendem a ser mentirosas. Pode ser razoável reclamar que uma pessoa não seja acostumada a se comportar de uma determinada maneira, mas essas falas do "sempre" e do "nunca", por serem acusatórias e deterministas criam um ambiente pouco fértil para a resolução de conflitos.

Talvez a insistência de Dom Rafael nos conceitos de "nunca" e de "sempre" tenha raiz no ensinamento profundo sobre a esperança e a eternidade. Não vivemos num mundo que "sempre dá errado" ou que "nunca tenha solução". O amor criado em nossos corações indica algo mais do que este "nunca" e aquele "sempre".