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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A família em partes

Nunca fui fá do Woody Allen, por várias razões, e por isso me dou ao luxo de não assistir a seus filmes. Mas hoje a tarde, com o tempinho frio que estava e um tremendo resfriado, e não tendo muitas opções na TV, comecei a ver um filme antigo, de 1996, no telecine cult, chamado " Todos dizem eu te amo". Confesso que assisti por causa do elenco.

Não quero julgar o filme aqui, não gostei, e pra variar confirmei minha opinião sobre o diretor e ator, mas o que quero aproveitar do filme é justamente o assunto sobre a família, e como é tratado.

Levou-me a pensar no quanto o dinheiro e as facilidades na vida dos filhos dificultam a educação e a boa formação, ainda mais quando não se tem princípios.

O filme mostra uma família, moderna e atual para nossos dias de hoje,(nisso ele conseguiu mostrar o futuro, no ano de 1996. Como diria minha filha com 5 anos: "um vidente"!

Ele retrata a família de um grande advogado, casado pela segunda, ou terceira, nem lembro, com a mulher de outro homem que se torna seu amigo e frequenta sua casa. O ex-marido, com quem a mulher atual do segundo teve uma filha, hoje vive trocando de mulheres, num apaixona, e perde, e troca, de enlouquecer. Sem contar que o atual marido, advogado, tem um filho e uma filha com a atual mulher, e existem mais duas adolescentes , bem mais jovens, cuja paternidade não consegui captar, e vivem todos em Nova York.

Enrolei muito? Pois é, mas é assim mesmo.

Uma confusão de relacionamentos que não param por aí. Estes filhos, sendo quatro belas jovens e um rapaz, todos aparentemente bem encaminhados, mostram vários comportamentos desajustados, conseqüentes de uma família também sem estrutura.

Agora sinto que compliquei! Mas, pra quem gosta do Woody, vai tirar de letra todas estas histórias que estou juntando, é assim que ele faz no filme, retalia todos e disseca com bastante ironia e tem, no final, o felizes para sempre, ou não.

Bom, não vou contar o filme, mas o comportamento de cada filha e do filho mostra o quanto esta vida fácil, sem regras e limites, é falsa e pode desencaminhar.

Ao mesmo tempo em que o casal democrata, que defende o direito de todos e vive fazendo proselitismo nas penitenciárias, abomina a idéia de sua filha namorar um ex- detento. São as hipocrisias que vivemos: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". As contradições humanas deseducam, criam instabilidade no comportamento dos filhos e abrem brechas no caráter de cada um.

O que estes filhos criados com tudo de facilidades, e sem exemplos firmes podem fazer? Achar que o mundo é pura diversão e que só temos que viver para a "curtição" sem compromissos.

Uma família montada desta forma, como um grande quebra-cabeça, tem muito mais possibilidade de dar errado e ver seus filhos, frutos desta miscelânea, completamente perdidos e sem uma visão maior de seu futuro.Estes, com certeza, serão eternos insatisfeitos e caçadores de uma felicidade inatingível.

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